segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Só a Lava Jato pode parar a Lava Jato

Ao poupar Lula e fazer política junto ao Congresso Nacional, a maior operação contra a corrupção que o Brasil já viu corre o risco de perder o apoio popular.


Na esteira da popularidade conquistada pela prisão dos empreiteiros mais poderosos do país, procuradores da Lava Jato deram inúmeras entrevistas estabelecendo paralelo entre a maior operação contra a corrupção já vista no país e a Mão Limpas - a célebre operação italiana da década de 90 que, liderada pelo juiz Giovanni Falcone, derrubou a Primeira República.

Nas entrevistas, alertam os procuradores da nossa Lava Jato que seu maior temor é que aconteça aqui o que ocorreu na Itália: que as infundadas acusações de abusos e irregularidades acabem por macular a confiança popular e abrir espaço para aprovação de leis e recursos que salvem a pele de parlamentares e outros figurões investigados.

Sim, houve inúmeras tentativas de atribuir abusos e irregularidades à força-tarefa. Nenhuma delas, contudo, frutificou – ao menos, não o suficiente para arranhar o apoio popular conquistado inicialmente.

Desde que que a operação foi deflagrada, há mais de dois anos, a grande maioria da população não fez outra a coisa a não ser apoiar a Lava Jato e seus protagonistas. O juiz Sergio Moro, em especial, foi guindado à posição de novo herói nacional – com todos os bônus e ônus que tal coisa representa.

Nos últimos meses, porém, o que se percebe é que as maiores ameaças ao inconteste apoio popular que a Lava Jato recebeu desde sua primeira hora vem de dentro da própria Lava Jato. Em primeiro lugar, o tratamento privilegiado que a operação confere ao ex-presidente Lula. Em segundo, mas talvez não menos importante, a campanha 10 Medidas Contra a Corrupção, deflagrada pelos procuradores, inapropriadamente, antes que a operação tivesse chegado ao fim.

Caso não sejam rápidos em fazer uma correção de rota - ao menos naquele fator que ainda é possível sanar, a prisão do ex-presidente Lula – os festejados líderes da maior investida contra a corrupção que já se viu na história do país correm o risco de cair em descrédito.

 A campanha certa na hora errada 

Não há nada de condenável no fato de o Ministério Público Federal elencar uma série de medidas fundamentais para o combate à corrupção e pedir o apoio da população para que as mesmas sejam aprovadas no Congresso Nacional. O problema é fazer isso surfando na onda de popularidade de uma operação cujas investigações ainda não foram concluídas.

O resultado mais nocivo desta falta de timing, que pode ser interpretada como simples oportunismo, é que, de repente, lá estavam os procuradores da Lava Jato pedindo apoio aonde deveriam estar realizando investigações e prisões: o Congresso Nacional.

 É inaceitável que, antes mesmo de concluírem uma investigação que pode levar muitos parlamentares à prisão, os procuradores tenham ido ao Congresso em busca de suporte para o que quer que seja. Como é que você, agente da Lei, pode pedir apoio hoje a quem pode estar interrogando amanhã? E como você faz tal coisa sem passar a impressão de que está barganhando favores?

Fique bem claro que eu não acredito que tenha havido qualquer tipo de barganha. A questão é “o que isso parece”? E, vamos combinar, se há realmente uma preocupação com a imagem da Lava Jato, o que parece, neste caso, é muito ruim.

Infelizmente, os danos que a campanha 10 Medidas Contra a Corrupção podem trazer à imagem da Lava Jato já não são mais passíveis de serem controlados. E se é verdade que eles ainda não vieram à tona – seguem, talvez, adormecidos no inconsciente da população –, também é fato que não tardarão a corroer os sólidos alicerces de popularidade construídos nos últimos dois anos. Principalmente se Lula seguir recebendo tratamento privilegiado.

Lula, o intocável 

Sobram indícios de que o ex-presidente Lula deveria estar, há meses, vizinhando com o empreiteiro e amigo Marcelo Odebrecht na prisão. Os indícios espalham-se pelas manchetes de jornais. Não faltam, também, escárnios e desaforos diretos à operação – o mais célebre deles, a tentativa da então presidente da república, Dilma Rousseff, de nomeá-lo ministro para evitar que fosse decretada sua prisão. No entanto, Lula segue intocado. E assim segue por opção da própria Lava Jato.

Houve, é claro, inúmeras manobras externas para que Lula se mantivesse a salvo. Depois de sua frustrada nomeação como ministro de Dilma, ele permaneceu meses num limbo jurídico, gozando de um foro privilegiado ao qual não tinha mais direito, enquanto STF e PGR empurravam com a barriga uma decisão sobre o processo.

No entanto, em 22 de julho último ficamos sabendo, pela coluna de Fausto Macedo no Estadão, que o Juiz Sergio Moro poderia ter pedido a prisão preventiva de Lula em março por conta das conversas gravadas na operação Alethea. Não o fez porque não quis.

A revelação se deu em despacho no qual o juiz rechaçou os argumentos dos advogados de Lula, que alegavam sua suspeição para seguir à frente das investigações. O que informa Macedo, literalmente:

O magistrado afirmou ainda que os grampos que pegaram o ex-presidente em março deste ano, na Operação Aletheia, poderiam justificar a prisão temporária de Lula, mas que na ocasião, acabou-se optando por ‘medida menos gravosa’, no caso, a condução coercitiva do petista.” (Clique aqui para ler a matéria na íntegra)

Detalhe importante é que  mesmo a tal “medida menos gravosa” – a condução coercitiva – foi levada a cabo conferindo a Lula um privilégio que não fora dado a nenhum outro alvo da Lava Jato: ao invés de ser encaminhado à Curitiba, Lula foi levado para depor em uma sala da Polícia Federal no aeroporto de Congonhas.

Na ocasião, o juiz Sergio Moro declarou que assim agiu para “evitar tumulto”. Cumpria, portanto, um papel que não lhe compete: a análise sociológica e política dos resultados de suas ações - quando elas devem ser pautadas tão somente pelo processo policial e jurídico. Em outras palavras: não é papel dos membros da Lava Jato conferirem tratamento diferenciado indevido a quem quer que seja tendo por base as resultantes sociais e políticas das suas ações.

A população sempre soube aquilo que vem sendo repetido, exaustivamente, por inúmeros delatores: Lula era o chefe da organização criminosa investigada pela Lava Jato. A população não tem dúvidas de que a Lava Jato só conseguirá extrair mais de Marcelo Odebrecht se Lula for preso. E a população começa, agora, a se perguntar por que a Lava Jato resiste tanto em realizar esta prisão.

É esta atitude, injustificada, de conferir a Lula um tratamento privilegiado, ao qual nenhum outro cidadão teria direito – como, de fato, não tiverem os demais investigados – que pode ferir mortalmente a imagem da Lava Jato junto à opinião pública.

No que se refere a Lula, seria melhor que a Lava Jato se inspirasse menos na operação Mãos Limpas e mais em Eliot Ness e Frank J. Wilson que, ante a impossibilidade de obterem provas para os grandes crimes de Al Capone, não perderam a chance de prendê-lo por um crime menor: a sonegação fiscal.

________

Como se vê, o que ameaça a Lava Jato não são as tentativas – todas rejeitadas até agora – de atribuir-lhe abusos investigativos. Tanto a opinião publicada quanto a opinião pública se negaram a cair nessa artimanha.

O que ameaça, de fato, a maior operação contra a corrupção que o país já viu, é a própria Lava Jato. Primeiro, a inexperiência de seus agentes para lidar com meteórica popularidade e entender que não se faz política enquanto se investiga políticos. Mas principalmente a inexplicável insistência em tratar Lula como um cidadão privilegiado - e a relutância, dela decorrente, de mandar prendê-lo.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Impostos: o Brasil é o único país da OCDE onde o governo assalta o povo todos os dias




Nas últimas horas aparecem mil discussões sobre o quanto pagamos de impostos porque Dilma agora quer aumentar o Imposto de Renda.

Cínico, o ministro da fazenda Joaquim Levy, declarou que o Brasil é um dos países da OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, onde o Imposto de Renda é mais baixo.

O que nenhum destes safados diz é que pagamos inúmeros outros impostos embutidos em bens de consumo - a famosa "carga tributária".

O que eles também não dizem é que somos o povo mais idiota do mundo porque não temos qualquer retorno sobre o muito que pagamos.

Então, eis que tudo o que vai nos próximos parágrafos é super óbvio. Mas, de repente, parece que é preciso repetir este óbvio para que as pessoas acordem e coloquem este ministro e seu governo descarado em seu devido lugar.

Para ficar apenas nos exemplos mais imediatos,o Brasileiro que paga Imposto de Renda - pouco importa se retido ou não na fonte - também paga:

Plano de saúde privado para não morrer na fila do SUS.
Segurança privada, pois não há polícia na rua.
Escola particular para os filhos, pois a pública é um lixo.
Pedágios para a manutenção de estradas (e naqueles onde não paga ele morre, pois inexiste manutenção).
Aposentadoria privada porque a previdência social (esta que, vivem dizendo, "vai quebrar o país") não banca nem a conta da farmácia.

E aí você diz assim: "bem, mas estes são os brasileiros economicamente remediados. É justo que eles paguem mais para sustentar uma estrutura que atenda aos menos favorecidos. É distribuição de renda".

Um cacete!

Os menos favorecidos morrem feitos moscas nas portas das unidades de saúde deste país. Não existe transporte público de qualidade, não existe segurança nas periferias e, pelo amor de Deus, não existe nem esgoto encanado nas áreas mais pobres das nossas cidades!

O que que existe neste país é o Bolsa Família, um programa social que, por falta de uma porta de saída digna, se transformou em humilhante escravidão política - para alegria desta corja que quer se eternizar no poder.

A segunda coisa que existe é ROUBO, propina, ladroagem, pixuleco.Nesta área o Brasil é pródigo: só se fala em bilhões - porque "milhão" virou coisa de político pé de chinelo, de prefeitinho e vereador rastaqueras.

Então, o que eu tenho a dizer a essa gente que fala em aumentar impostos é: vão assaltar as cadelas que os pariram!

Quanto a nós, que pagamos essa orgia mórbida, só nos resta tomar as ruas.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Esta coisa fora de moda chamada "instinto de sobrevivência"

Sorry, não consigo engolir essa visão - recorrente entre comentaristas de televisão - de que o ocidente não pode reagir de forma violenta contra o terrorismo jihadista pra não gerar mais terror. (Como assim "mais"? Qual deve ser o limite a partir do qual nos seria dado o direito de reagir de forma violenta?)

Até me esforço em ouvir quem pensa assim. Só que sempre me fica a impressão de que o que estes apelos almejam é que a gente fiquei passivamente aguardando o abate.


Mas eu sou um dinossauro.Tenho uma visão de mundo que me induz a defender velhos valores ocidentais, como a liberdade, por exemplo. Tendo a reagir de forma visceral contra gente que quer impor uma visão de mundo que não comporta as conquistas da revolução iluminista - tanto no que diz respeito à liberdade e aos direitos humanos de forma geral, mas especialmente em relação aos direitos das mulheres.


Chamem de instinto de sobrevivência se quiserem. 


O mesmo instinto que, em 2003, fez a correspondente de guerra Asne Seierstad gritar, para os soldados americanos que entravam em Bagdá: "Obrigada por vir!


Em 2008 destaquei no blog o trecho de "101 Dias em Bagdá" no qual a jornalista norueguesa admite,com certo constrangimento, que deu vivas ao ver os americanos chegando.
O post de 2008 está no link abaixo, caso tenham curiosidade de ler. 

É um bom relato de como um ocidental - no caso, uma mulher -, por mais que tente racionalizar, num momento de medo sabe exatamente em quem pode confiar.

Clique aqui para ler "Olhares". 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A campanha mais baixa da história? Sim. Mas "nova" a tática não é

Em entrevista à Folha e Poder, publicada ontem, o marqueteiro de Aécio Neves, Paulo Vasconcelos reitera que Dilma se elegeu fazendo a campanha mais suja que já se viu em toda a história da República.

Lá pelas tantas, contudo, Vasconcelos declara:

"Já tinha visto a baixaria acontecer por estupidez, ignorância ou paixão, mas nunca havia visto a baixaria ser explorada com profissionalismo. Eles estimulavam nas redes sociais que o Aécio tinha um comportamento dúbio com mulheres, por exemplo. Depois acontecia uma pergunta no debate e por fim o programa de TV se referia a isso. Existia uma rede que se intercomunicava para tentar dar àquela afirmação uma percepção tangível."
(Clique aqui para ler a entrevista na íntegra)

Com todo o respeito que tenho, e não é pouco, ao bom trabalho do Paulo Vasconcelos, preciso fazer uma correção - pequena, mas importante.

Esta tática não é nova - e nem é a primeira vez que foi utilizada. Desde pelo menos 2004 o PT age desta forma -  profissional e integrada. No auge das denúncias do mensalão, quando a área de comentários do Blog do Noblat era o palco preferencial dos debates, os argumentos utilizados pelos militantes petistas na internet pela parte da manhã se tornavam oficiais no discursos que a então senadora Ideli Salvatti proferia na tribuna na parte da tarde.

Já naquela época - então sob a batuta de Valter Pomar - o PT utilizava as redes sociais como balão de ensaio para suas versões, calúnias e justificativas. O que colava melhor nas redes, acabava tomando um caráter oficial horas depois. Esta tem sido - e quem monitora sabe - a praxe do PT nas redes sociais.

Repito aqui o meu respeito pelo bom trabalho do Paulo Vasconcelos na estratégia de um modo geral. Mas faço este alerta porque, ao ler a sua afirmação me deu a sensação - e sempre posso estar enganada -  de que faltou ao núcleo estratégico da campanha conhecimento e bagagem histórica sobre o comportamento do PT nas redes sociais.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Marquem a data de hoje, dia em que o Estadão assumiu abertamente o papel de polícia política do governo Dilma.

Numa cruzada ideológica sem precedentes desde a abertura
 política,o Estadão publica posts privados de policiais federais
no Facebook para expôr suas preferências políticas
 e desmoralizar a Operação Lava-Jato.


Pasmem.

O Estadão invadiu perfis de Facebook de policiais federais envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato para promover uma verdadeira caça às bruxas, apontando quem, durante a campanha eleitoral, se manifestou contra Dilma e a favor de Aécio Neves. Clique aqui para ler a matéria.

O tom de perseguição política da matéria em si é agravado pelo fato de que tais postagens eram "fechadas". Ou seja: abertas apenas aos “amigos” destes funcionários públicos.

Diante do episódio vergonhoso - um órgão de imprensa que se diz independente, assumir o papel de polícia política do governo Dilma - talvez nem caiba mais perguntar por que algumas pautas seguem em aberto.

Ainda assim vou sugerir algumas que seriam dignas de um jornalismos realmente investigativo:

- O Estadão e seus jornalistas estão investigando quem coalhou as principais cidades brasileiras com cartazes que caluniavam Aécio Neves?

- O Estadão e seus jornalistas estão investigando quem foram os vereadores, prefeitos, deputados e senadores que subiram em caminhões, pelo interior do Brasil, especialmente no Nordeste, para anunciar em alto-falantes que Aécio iria acabar com o Bolsa Família?

- O Estadão e seus jornalistas estão investigando de onde vieram os disparos de milhares de sms dizendo que quem votasse no 45 estaria automaticamente descadastrado do Bolsa Família? 


- O Estadão e seus jornalistas estão investigando o uso ilegal dos Correios por parte do governo Dilma durante a campanha eleitoral?

Mas acho que é pedir demais para um jornal que, a cada dia que passa, toma mais e mais o aspecto de um panfleto governista.

domingo, 9 de novembro de 2014

O Brasil do PT virou sede de base operacional do terror islâmico. E isto não é uma novidade.

Na foto, a Mesquita Sunita se mistura ao conjunto de prédios
 de Foz de Iguaçu, Paraná - Agência O Globo / Michel Filho
Matéria publicada hoje em O Globo informa que a Polícia Federal reuniu uma série de indícios de que traficantes de origem libanesa ligados ao Hezbollah mantém ligações com criminosos brasileiros. Relatórios produzidos pela PF apontam que estes grupos se ligaram ao PCC.

O tema não é novo.

Desde o início da década de 1990, por conta dos atentados à embaixada de Israel em Buenos Aires à Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) se cogita que a tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai abrigue bases de apoio ao terrorismo islâmico.

O assunto recrudesceu logo depois depois do 11 de setembro - e com mais ênfase, a partir do início da operação americana no Iraque, em 2003 - com o governo americano emitindo vários alertas e relatórios.

Há notícias, inclusive, de que ainda em setembro de 2001 -  poucos dias após os ataques aos EUA, portanto - agentes da CIA e do Centro de Contraterrorismo do FBI conduziram uma operação conjunta com a Polícia Nacional do Paraguai efetuando 16 prisões em Ciudad Del Este.

Ainda assim, até agora prevaleceu no senso comum - e na imprensa nacional - a tese de que os Estados Unidos tentavam "construir um discurso" porque tinha interesses outros na região. O mais citado e ridículo deles, seria o Aquífero Guarani - grande reserva subterrânea de água, que abrange partes dos territórios do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai .

Era, notem bem, uma conversinha mole que caía como uma luva em um cenário de opinião pública que demonizava George W. Bush e o acusava de realizar a operação no Iraque única e exclusivamente por interesse nos poços de petróleo da região.

A reportagem de O Globo publicada hoje é só mais uma peça, embora importante, deste quebra-cabeça. O Brasil do PT se firma como base sólida para o terrorismo islâmico. E não são os yankees malvados que estão dizendo. É a Polícia Federal.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Pega e larga: presidente promete “estreitar” relação no Twitter.


Dilma e o Twitter: proximidade e abandono movidos a
interesses meramente eleitorais.

Depois de quase quatro anos de mandato, Dilma agora resolveu dar atenção aos seus seguidores no Twitter. 

Segundo matéria da  Folha de S. Paulo de ontem, a candidata à Presidência pelo PT quer, "daqui por
diante", "se aproximar dos jovens". Puro interesse eleitoral, claro.

Dilma, que havia abandonado o Twitter em 2010, desde o momento em que tomou posse, retornou àquela rede social no ano passado, logo depois das grandes manifestações de junho.Desde então, tem agido de forma automática, num monólogo chapa-branca bem insuportável.

Agora, ao que parece, quer começar a "interagir" com os "jovens" - a quem, certamente, voltaria a abandonar, se reeleita fosse, logo depois da posse. Qual o próximo passo? Pedir testimonials para os companheiros no Orkut? 

No ano passado, jovens de todo o país foram às ruas para reivindicar melhorias em saúde, educação e segurança. Dilma e sua equipe responderam  como se internet fosse palanque. Ignoraram - e continua a ignorar até agora -  que aqui a via é de mão  dupla.

Minha curiosidade é saber se Dilma está preparada para as consequências dessa “proximidade”. Vai ouvir o grito das ruas na ponta dos dedos de uma juventude insatisfeita com o governo e fazer o quê? Pedir ajuda para a Dilma Bolada? Desconfio que vai acabar desistindo da empreitada rapidinho. 

terça-feira, 24 de junho de 2014

Aécio Neves pode ter três comitês em Pernambuco

Aécio Neves pode ter três comitês em Pernambuco

Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência da República, terá três comitês regionais no estado de Pernambuco.

Isso acontece porque Elias Gomes, prefeito de Jaboatão dos Guararapes, e André Régis, vereador de Recife, são coordenadores da campanha do senador mineiro.


De acordo o jornal Diário de Pernambuco, os comitês se distribuirão entre as cidades de Petrolina e Caruaru. "Essas cidades têm forte poder de irradiação também das ideias, das propostas para um novo país", destaca Gomes.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

"Vai tomar no cu"x "Foda-se a Constituição": agora o PT quer o monopólio do palavrão?

A edição de hoje de O Globo relembra alguns impropérios que Lula desferiu contra desafetos e adversários ao longo de sua carreira política.

Em 1987, chamou o então presidente da república, José Sarney de "grande ladrão". Em 1993, em conversa informal com jornalistas, disse que o presidente Itamar Franco era "um filho da puta" e o ministro da Fazenda, Eliseu Resende, "um canalha". Em 2010, durante uma reunião ministerial, Lula disse que o presidente do PSDB, Sergio Guerra era um "babaca".

O Globo esqueceu, porém, a maior das ofensas de Lula.

Em maio de 2004, o presidente Lula estava furioso com o correspondente do New York Times no Brasil, o jornalista Larry Rohter. Motivo: a publicação de uma matéria na qual Rohter detalhara os hábitos etílicos do presidente. Sob o título, "Hábito de bebericar do presidente vira preocupação nacional" o jornalista dera  tratos ao que era para lá de sabido por toda a nação: Lula bebia bastante, em qualquer hora ou lugar.

Furioso com a matéria, o então presidente Lula reuniu seu gabinete de crise. Queria dar uma resposta dura: cassar o visto de permanência de Larry Rohter e mandá-lo de volta para os Estados Unidos. Foi então que, ao ouvir de um dos ministros que Rohter era casado com uma brasileira e, que por isso, tinha seu direito de permanência assegurado pela Constituição, Lula se descontrolou e largou um:

- "Foda-se a Constituição!"

O episódio, relatado com exclusividade pelo Blog do Noblat  um dia depois do ocorrido, coloca em perspectiva as atuais reações de Lula, e do PT de um modo geral,  em relação às vaias ouvidas por  Dilma nos estádios da Copa. Não fosse um absurdo por si só a tentativa de patrulhar a voz da torcida em um campo de futebol - território onde o palavrão é regra - é uma grande piada que tal tentativa venha de pessoas que nunca mantiveram a compostura, nem mesmo quando o cargo que ocupavam assim exigia.

De tudo o que está sendo dito sobre as vaias nos estádios - no plural, sim, porque além de São Paulo, também em Minas e Goiás foram ouvidos xingamentos contra Dilma - o que mais impressiona é a cara de pau dos petistas. Ora ela aparece na tentativa descabida de vitimizar a presidente; ora no, não menos ridículo, intento de atribuir a reação à uma classe social específica, como se Dilma já não estivesse sendo vaiada em todos os lugares por onde passa - o que, aliás determinou que ela não fizesse discurso na cerimônia de abertura da Copa.

Mas o PT está fazendo o jogo de sempre. Distorcendo os fatos e repetindo, incansavelmente, uma mentira na tentativa de transformá-la em verdade.

O que me espanta é a reação de parte da imprensa, que jamais tomou as dores das mães dos juízes e agora se comporta como se tivesse acabado de descobrir que o palavrão é linguagem corrente nos campos de futebol. Tal reação cheia de pudores só é compreensível sob a ótica de um desmedido governismo chapa branca.

Eu não sei onde esta imprensa, hoje tão pudica, estava em maio de 2004. O que sei é que uma torcida de futebol mandar um presidente tomar no cu é nada perto de um presidente da República mandar a Constituição se foder.