segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A campanha mais baixa da história? Sim. Mas "nova" a tática não é

Em entrevista à Folha e Poder, publicada ontem, o marqueteiro de Aécio Neves, Paulo Vasconcelos reitera que Dilma se elegeu fazendo a campanha mais suja que já se viu em toda a história da República.

Lá pelas tantas, contudo, Vasconcelos declara:

"Já tinha visto a baixaria acontecer por estupidez, ignorância ou paixão, mas nunca havia visto a baixaria ser explorada com profissionalismo. Eles estimulavam nas redes sociais que o Aécio tinha um comportamento dúbio com mulheres, por exemplo. Depois acontecia uma pergunta no debate e por fim o programa de TV se referia a isso. Existia uma rede que se intercomunicava para tentar dar àquela afirmação uma percepção tangível."
(Clique aqui para ler a entrevista na íntegra)

Com todo o respeito que tenho, e não é pouco, ao bom trabalho do Paulo Vasconcelos, preciso fazer uma correção - pequena, mas importante.

Esta tática não é nova - e nem é a primeira vez que foi utilizada. Desde pelo menos 2004 o PT age desta forma -  profissional e integrada. No auge das denúncias do mensalão, quando a área de comentários do Blog do Noblat era o palco preferencial dos debates, os argumentos utilizados pelos militantes petistas na internet pela parte da manhã se tornavam oficiais no discursos que a então senadora Ideli Salvatti proferia na tribuna na parte da tarde.

Já naquela época - então sob a batuta de Valter Pomar - o PT utilizava as redes sociais como balão de ensaio para suas versões, calúnias e justificativas. O que colava melhor nas redes, acabava tomando um caráter oficial horas depois. Esta tem sido - e quem monitora sabe - a praxe do PT nas redes sociais.

Repito aqui o meu respeito pelo bom trabalho do Paulo Vasconcelos na estratégia de um modo geral. Mas faço este alerta porque, ao ler a sua afirmação me deu a sensação - e sempre posso estar enganada -  de que faltou ao núcleo estratégico da campanha conhecimento e bagagem histórica sobre o comportamento do PT nas redes sociais.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Marquem a data de hoje, dia em que o Estadão assumiu abertamente o papel de polícia política do governo Dilma.

Numa cruzada ideológica sem precedentes desde a abertura
 política,o Estadão publica posts privados de policiais federais
no Facebook para expôr suas preferências políticas
 e desmoralizar a Operação Lava-Jato.


Pasmem.

O Estadão invadiu perfis de Facebook de policiais federais envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato para promover uma verdadeira caça às bruxas, apontando quem, durante a campanha eleitoral, se manifestou contra Dilma e a favor de Aécio Neves. Clique aqui para ler a matéria.

O tom de perseguição política da matéria em si é agravado pelo fato de que tais postagens eram "fechadas". Ou seja: abertas apenas aos “amigos” destes funcionários públicos.

Diante do episódio vergonhoso - um órgão de imprensa que se diz independente, assumir o papel de polícia política do governo Dilma - talvez nem caiba mais perguntar por que algumas pautas seguem em aberto.

Ainda assim vou sugerir algumas que seriam dignas de um jornalismos realmente investigativo:

- O Estadão e seus jornalistas estão investigando quem coalhou as principais cidades brasileiras com cartazes que caluniavam Aécio Neves?

- O Estadão e seus jornalistas estão investigando quem foram os vereadores, prefeitos, deputados e senadores que subiram em caminhões, pelo interior do Brasil, especialmente no Nordeste, para anunciar em alto-falantes que Aécio iria acabar com o Bolsa Família?

- O Estadão e seus jornalistas estão investigando de onde vieram os disparos de milhares de sms dizendo que quem votasse no 45 estaria automaticamente descadastrado do Bolsa Família? 


- O Estadão e seus jornalistas estão investigando o uso ilegal dos Correios por parte do governo Dilma durante a campanha eleitoral?

Mas acho que é pedir demais para um jornal que, a cada dia que passa, toma mais e mais o aspecto de um panfleto governista.

domingo, 9 de novembro de 2014

O Brasil do PT virou sede de base operacional do terror islâmico. E isto não é uma novidade.

Na foto, a Mesquita Sunita se mistura ao conjunto de prédios
 de Foz de Iguaçu, Paraná - Agência O Globo / Michel Filho
Matéria publicada hoje em O Globo informa que a Polícia Federal reuniu uma série de indícios de que traficantes de origem libanesa ligados ao Hezbollah mantém ligações com criminosos brasileiros. Relatórios produzidos pela PF apontam que estes grupos se ligaram ao PCC.

O tema não é novo.

Desde o início da década de 1990, por conta dos atentados à embaixada de Israel em Buenos Aires à Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) se cogita que a tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai abrigue bases de apoio ao terrorismo islâmico.

O assunto recrudesceu logo depois depois do 11 de setembro - e com mais ênfase, a partir do início da operação americana no Iraque, em 2003 - com o governo americano emitindo vários alertas e relatórios.

Há notícias, inclusive, de que ainda em setembro de 2001 -  poucos dias após os ataques aos EUA, portanto - agentes da CIA e do Centro de Contraterrorismo do FBI conduziram uma operação conjunta com a Polícia Nacional do Paraguai efetuando 16 prisões em Ciudad Del Este.

Ainda assim, até agora prevaleceu no senso comum - e na imprensa nacional - a tese de que os Estados Unidos tentavam "construir um discurso" porque tinha interesses outros na região. O mais citado e ridículo deles, seria o Aquífero Guarani - grande reserva subterrânea de água, que abrange partes dos territórios do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai .

Era, notem bem, uma conversinha mole que caía como uma luva em um cenário de opinião pública que demonizava George W. Bush e o acusava de realizar a operação no Iraque única e exclusivamente por interesse nos poços de petróleo da região.

A reportagem de O Globo publicada hoje é só mais uma peça, embora importante, deste quebra-cabeça. O Brasil do PT se firma como base sólida para o terrorismo islâmico. E não são os yankees malvados que estão dizendo. É a Polícia Federal.