quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Agripino.jpg

Senador José Agripino Maia - Recife, agosto de 2006.

Foto: Orlando Brito

Eis o homem.

Oposição que é oposição, vota nele e apoia sua candidatura.

Afinal de contas, o que é que há de tão interessante na tal Mesa Diretora para que uns e outros pensem em abrir mão de lutar para que a presidência do Senado fique com a oposição?

Tricô

Da coluna de Mônica Bergamo para a Folha de S. Paulo de hoje:

A primeira-dama Marisa Letícia escureceu o cabelo. Ela passou pelo salão do cabeleireiro Wanderley Nunes, na semana passada, e decidiu, segundo ele, "sair do loiro".

"Muita gente dizia que ela estava parecida com a Marta Suplicy", explica Wanderley, que deixou as madeixas da primeira-dama em "tom mel, à la Catherine Deneuve".

Um doce para quem adivinhar porque andavam achando dona Marisa e Marta parecidas.

Outro doce para quem adivinhar porque a semelhança não agradou à primeira dama.

Um lexotan para Catherine Deneuve.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Dois casos de tortura.

podcast3.jpg

Sim, é isso mesmo que vocês estão pensando: este blog começou a explorar uma nova fronteira. Rompeu a barreira do silêncio para dar voz, literalmente, a algumas opiniões.

Não sei qual será a regularidade da coisa. Por enquanto, sai quando der.

Sei que vocês já dominam as ferramentas básicas de internet, mas não custa nada lembrar: para ouvir "Dois casos de tortura", clique no botãozinho do player.

Tomates, ovos e outras manifestações de revolta poderão ser entregues na área de comentários ou por e-mail.

(Atualização: o player é bonitinho, mas não está funcionando para todos os navegadores. Quem estiver com dificuldades pode ouvir clicando aqui: Dois casos de tortura)

O lulo-petismo e sua herança maldita

Podem me chamar de masoquista... Mas fiz questão de assistir aos depoimentos de Gedimar Passos e Hamilton Lacerda à CPI dos Sanguessugas - que a TV Senado, não tendo transmitido ao vivo, o fez nesta madrugada.

O resultado vocês já viram na imprensa: aqueles R$ 1,7 milhão, de cuja origem fomos convidados pela própria polícia federal a abdicarmos, surgiram por geração espontânea nos apartamentos do hotel Ibis.

Nenhuma novidade. Tudo foi, no final das contas, a confirmação daquela herança maldita que, tantas vezes apontamos aqui, será o maior legado da era Lula à nação: a mentira deslavada, os eternos "me dou ao direito de não responder", a desmedida cara de pau na apresentação de versões inverossímeis - o pacote todo, enfim, inaugurado por Marcos Valério e aprimorado por cada petista que sentou-se diante de uma CPI.

Desta vez, porém, os depoentes enfrentaram uma inquirição mais arguta. Por um lado, os parlamentares parecem ter adquirido alguma experiência com o comportamento petista e com a própria mecânica das CPIs. O número de congressitas inquirindo reduziu sensivelmente e as características pessoais daqueles que se apresentaram para a tarefa formou um conjunto interessante. Tivesse a perspicácia e objetividade de Carlos Sampaio, a agressividade de Arnaldo Faria de Sá e a experiência de Fernando Gabeira encontrado pela frente petistas menos petistas, talvez a verdade viesse a tona.


Aliás, o fato de ter sido Fernando Gabeira a inquirir prioritariamente evidenciou, como nunca, o método. Gabeira, como se sabe, conhece as entranhas do petismo - principalmente, as experiências clandestinas nas quais se formou esta esquerda nacional que hoje ocupa o poder. E o deputado não se furtou a fazer uso deste know-how para tentar obter a verdade. Em alguns momentos - principalmente durante o depoimento de Gedimar Passos - ficou absolutamente claro que os petistas utilizam nas CPIs os métodos que Dilma, Dirceu e companheiros utilizavam nos interrogatórios do DOPS: cria-se uma "moldura", uma versão fantasiosa, e repete-se a coisa à exaustão - não importanto o quanto ela é ou não plausível.

Ponto, pois, para Fernando Gabeira, um Engov para mim e um minuto de silêncio para o Brasil, que recebe do lulo-petismo, como herança maior, a total falta de vergonha na cara.

Mais tarde eu volto para falar não de um, mas de dois casos de tortura.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Jogo de cena

Há pouco, na abertura do depoimento de Gedimar Passos à CPI dos sanguessugas. Ideli Salvatti pediu para sentar-se à cadeira dos depoentes.

Uma vez ali, a senadora tentou defender-se das acusações surgidas a partir da revelação de que teria participado da reunião ocorrida, em 4 de setembro último, no gabinete de Aloizio Mercadante, com Expedito Veloso e Oswaldo Bargas.

Tudo o que fez, porém, foi repassar à CPI as matérias da imprensa que trataram do fato - alegando que o mesmo sempre foi de conhecimento público - e colocar-se à disposição daquela comissão para explicar-se. O motivo pelo qual não aproveitou a ocasião para explicar-se logo é mistério a ser arquivado junto com aquele da Kombi.

Para ouvir o pronunciamento da senadora, clique aqui.

Na seqüência, Fernando Gabeira contestou a senadora. Clique aqui para ouvir.

Uma certeza por dia

Da coluna Painel, na Folha de S. Paulo de hoje:

" Eduardo Paes consultou Aécio e Serra antes de aceitar a Secretaria de Esporte do Rio. Mas sua adesão a Sérgio Cabral não foi bem recebida pelos tucanos locais, para os quais o candidato derrotado ao governo se lançou em vôo solo, de olho na disputa pela prefeitura em 2008."

Dia desses, vi um anúncio classificado interessante: " Doa-se duas traíras criadas em aquário. Motivo: estão colocando em risco o aquário."

Deixa o filho faturar?

Finalmente, aparece o contrato que permite a Lulinha, o fenômeno, faturar - e bem - com verbas de propaganda do Governo federal. A Secom - Subsecretaria de Comunicação Institucional - diz que não tem nada de mais. Aqui e aqui.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Quebrem tudo

Estava o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), na tribuna, discursando a respeito da CPI dos Sanguessugas e da necessidade de se quebrar o sigilo bancário e telefônico de parlamentares suspeitos de envolvimento com os Vedoin. Lá pelas, tantas, o senador entusiasmou-se :

"Por que este farisaísmo de quem escolheu a vida pública ter direito a sigilos? O homem público não deve ter direito e sigilos! Ao ser público, ele já fez a opção pela vida pública."

Em seguida, aparteado pelo Senador Antônio Carlos Magalhães, Antero Paes travou com ele o seguinte diálogo:

Antônio Carlos Magalhães: "V. Ex.ª tem absoluta razão. E há um projeto meu, há muito tempo, que toda a pessoa que entra na CPI tem que abrir o seu sigilo. Assim nós teremos CPIs sérias. E mais ainda: todo o parlamentar que for para a CPI tem que abrir o seu sigilo. Bem como, todos os membros da comissão de orçamento. Isto deveria ser uma coisa clara, objetiva no Congresso Nacional - e nós temos que estar realmente tratando deste assunto com muita propriedade. Mas dou esta contribuição para ver se a mesa faz andar este projeto. "

Antero Paes: "Eu agradeço a contribuição de V. Ex.ª. Eu acho que é uma necessidade que isto ocorra. Mas tão necessário quanto isto será, na minha avaliação pessoal, o fim do sigilo bancário, telefônico e fiscal de todos os integrantes do parlamento brasileiro."

A idéia é ótima. E quem tem uma memória razoável vai lembrar que ela foi proposta aqui no blog, no início do mês.

Que sejam quebrados pois, todos os sigilos. Seria uma chance única de moralizar de vez, com uma só lei, o quadro político nacional.

Vai que é tua, Zé.

Gosto do senador José Agripino Maia.

Muito me agradam a fluência, a perspicácia e o bom português dos seus pronunciamentos. Melhor ainda, é que tais faculdades têm estado a serviço de uma oposição contundente, que não se cala diante dos desmandos do atual governo. Também não me chegaram notícias de que, em meio a esta crise, o líder do PFL no Senado tenha se furtado a fazer críticas a qualquer governista por conta de acordinhos escusos.

É por isso que este blog apoia a candidatura de Zé Agripino para a presidência do Senado.


Segundo li na imprensa, há chances. A banda boa do PMDB - leia-se, os que não traem seu papel de oposição em nome de cargos - promete apoiar a candidatura de Agripino, desde que o PSDB não corra da briga.


Vai daí que, além de mandar e-mail a todos os senadores da oposição pedindo apoio à candidatura do líder do PFL, faço, também, uma pergunta pública aos tucanos: em nome de quê, criaturas, vocês apoiaram a permanência de Renan Calheiros na presidência daquela casa?

domingo, 26 de novembro de 2006

As intenções revelam o mandante, Watson.

Segue o embróglio do dossiêgate. E, entre o corpo mole da oposição (leiam o artigo de Dora Kramer para O Estado de S. Paulo de hoje) e informações vazadas para a Folha - depois negadas - de que Polícia Federal apontaria Ricardo Berzoini como mandante, estão esquecendo uma vítima pelo caminho.

De um modo geral, todo mundo agora se refere ao "dossiê contra Serra", esquecendo que estava em curso uma campaha presidencial - e, principalmente, que a maioria dos envolvidos fazia parte da equipe de campanha de Lula.

O tratamento corresponde à estratégia lançada pelo próprio PT logo que a coisa veio à tona - e corroborada, à época, por jornalistas amigos como Tereza Cruvinel - de que o plano fora arquitetado e executado pelo PT paulista. A fórmula, é óbvio, destinava-se a distanciar o presidente e sua campanha da aloprada realização.

Salvo engano meu, apenas Hamilton Lacerda, o homem da mala, pode ser ligado exclusivamente à campanha de Mercadante - o restante dos envolvidos, seja através dos cargos que ocupa ou, como no caso de Jorge Lorenzetti, por exercer função na campanha presidencial, podem ser ligados aos interesses de reeleição de Lula.

Ontem mesmo, em matéria exclusiva para o Blog do Noblat, Felipe Recondo revelou que dois novos nomes estão sendo investigados pela PF por envolvimento no caso: o vice-presidente do Banco do Brasil, Adézio de Almeida Lima, e o presidente do PT no Distrito Federal, deputado Chico Vigilante. Nenhum deles tinha qualquer ligação direta com a campanha do senador petista ao governo de São Paulo. Ao contrário: Vigilante estava ligado à campanha nacional e à campanha local do PT em Brasília.

Não percamos, pois, de vista: o dossiê petista foi arquitetado para atingir tanto a campanha de José Serra para o governo de São Paulo quanto a campanha de Geraldo Alckmin à presidência. O fato de que na documentação - e nas posteriores investigações realizadas pela PF e pela CPI dos Sanguessugas - não tenha aparecido nada de mais relevante contra Alckmin não deve servir para que se descarte a obviedade das intenções petistas. Ao contrário: a solução de qualquer crime passa, obviamente, por suas motivações. E aceitar que o alvo da trama foi apenas a campanha de José Serra é afastar-se cada vez mais dos reais mandantes. Elementar, meu caro Watson.

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Ora, ora, ora...

Ontem o PT disse que aguardava maiores esclarecimentos sobre a prisão de seu deputado, recém eleito, Juvenil Alves.

Pois a direção do partido deveria ter solicitado tais informações a Zé Dirceu que, em junho último, foi à Belo Horizinte para conversar com o futuro deputado a respeito de uma possível sociedade.

Segue nota publicada na coluna de Raquel Faria, do jornal O Tempo, em 2 de junho de 2006:

"Aliança estratégica

Em sua discretíssima visita no final da semana passado a Belo Horizonte, o ex-ministro José Dirceu trocou figurinhas com Juvenil Alves, pré-candidato a deputado federal pelo PT.

Está em gestação uma dobradinha comercial, aliando os conhecimentos e a influência do ex-ministro, que voltou a advogar, e a estrutura do petista mineiro, que possui um dos maiores escritórios de advocacia de Minas, com 180 funcionários e filiais em Londres e quatro Estados brasileiros."

Para Ideli, com carinho.

Já que a senadora andou comemorando o arquivamento do inquérito de Celso Daniel, sugiro que ela leia o Editorial de hoje do Estado de S. Paulo.

Sob o título, " Arquivamento suspeito", o editorial faz um excelente resumo das razões pelas quais o caso não pode ser encerrado.

Também espero que, entre as providências tomadas pelos promotores de Justiça, esteja a quebra do sigilo telefônico de 33 linhas que podem levar à identificação do grupo responsável pelo cativeiro e, o mais importante, pelos disparos que vitimaram o prefeito. Por motivos até agora desconhecidos, a delegada Elizabete Sato negou-se a cumprir esta soliticação de quebra de sigilo. Mas os promotores terão que correr contra o tempo: em janeiro, esgota-se o prazo de 5 anos durante os quais as operadoras de telefonia são obrigadas a manter seus registros.

Debatendo com petistas...

E por falar em pronunciamentos no Senado, vale a pena ouvir a discussão acalorada ocorrida ontem entre os senadores João Batista Motta (PSDB-ES) e Sibá Machado (PT-AC).

Motta não fez mais do que dar voz à indignação dos brasileiros esclarecidos. Sibá Machado mostrou como é que esta gente se comporta quando a verdade não lhes favorece.

Só não me faz te pegar nojo...

Ontem em pronunciamento no senado, Arthur Virgílio disse que "criou-se uma certa celeuma" por conta daquela carona no AeroLula. O senador deu a entender que houve exagero por parte de quem admirou-se com o fato.

Tudo bem. Embora eu pense que não houve exageros, podemos discutir isto em outra ocasião. Abro mão do caso "carona" se o senador subir à tribuna, na terça que vem, para explicar a notinha de hoje da coluna Painel, na Folha de S. Paulo :

Não dá mais. O PSDB alertou seus senadores: chega de segurar a barra de Aloizio Mercadante. Logo depois das eleições, Arthur Virgílio procurou o deputado tucano Jutahy Jr. para pedir que o correligionário pegasse mais leve com o petista, chefe do homem da mala do dossiê.

Estou curiosa: a notinha procede? E, se procede, em nome de quê um senador tucano usa sua influência para poupar a imagem de Aloizio Mercadante?

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

A cada falcatrua, um petista e uma ONG.

Então eu fui pesquisar um pouco a respeito do deputado Juvenil Alves (PT-MG).

Não deu outra: uma das primeiras informações que encontro é do portal informes.org. E lá diz o quê?


Alves presidiu o Instituto Juvenil Alves - uma organização não governamental criada em 2004 com a missão de firmar parcerias entre empresas e associações para fortalecer a sociedade civil e superar a exclusão social.

Já está quase beirando ao inegável: a cada falcatrua, um petista e uma ONG. Eis o motivo para que a CPI proposta pelo senador Heráclito Fortes esteja sendo criticada pelos governistas. Sugere-se, até, que tal CPI irá prejudicar a imagem das ONGs sérias - o que é, por si só, uma incoerência, já que qualquer investigação não faz outra coisa senão evidenciar a honestidade dos corretos.

A verdade é que quem deve teme.

Entenderam?

A gente acha inaceitável que a PF ainda não tenha descoberto a origem dos R$ 1,7 milhão apreendidos com os aloprados.

Mas aí a PF prende um deputado petista, recém eleito, por envolvimento em crimes cujos prejuízos estão estimados em mais de R$ 1 bilhão e começa a entender. É dinheiro ilegal demais circulando em mãos petistas. Como exigir que, de uma hora para outra, a Polícia Federal descubra valores tão pequenos como aquela merreca com a qual petistas de terceiro escalão pretendiam comprar o tal dossiê?

Meus queridos... desde que Marcos Valério veio à luz, ficou claro que o negócio dessa gente é muito, mas muito dinheiro. Procurar o dinheiro do dossiê, portanto, deve ser aventura comparável com aquela da agulha no palheiro.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

E agora, Ideli?

E o Ministério Público rejeitou a versão de que o caso Celso Daniel não teve conotações políticas: está arquivando o inquérito da delegada Elisabete Sato.

Agora a senadora vai dizer que o Ministério Público está agindo com interesses eleitoreiros?

Mas a eleição já passou, dona Ideli. Lula está garantido por mais quatro anos... Ou não?

Ideli ataca... A imprensa, claro.

Que Sérgio Gabrielli é o mais novo integrante da FPCIL - Frente Petista Contra a Imprensa Livre - vocês já sabem.

Mas o que talvez lhes tenha escapado é o ataque desferido contra imprensa, hoje à tarde, pela Senadora Ideli Salvatti.

Ideli subiu à tribuna para alardear a conclusão segundo inquérito do caso Celso Daniel, que foi encerrado hoje, pela delegada titular do 78º Distrito Policial, Elisabete Ferreira Sato. A conclusão afastou a hipótese de crime político.

Segundo a senadora, a notícia não recebeu, por parte da imprensa, o mesmo destaque recebido à época que os irmãos do ex-prefeito de Santo André foram ouvidos pela CPI dos Bingos. Sugeriu Ideli que isto se deu em função dos interesses eleitoreiros da mídia. A senadora, inclusive, disse não duvidar que o assunto volte à tona por ocasião de novas eleições.

Não parece ocorrer a Ideli Salvatti que quando os irmãos de Celso Daniel foram à CPI dos Bingos, a imprensa - ou qualquer outra categoria profissional que, à imaginação petista, estivesse interessada em enxovalhar a imagem do governo Lula - não carecia de notícias ruins a respeito do PT e seus representantes máximos.

A senadora, a julgar pelo modo como exibiu a conclusão da polícia hoje à tarde, colocando sobre os ombros da mídia e da oposição não só a abertura de um segundo inquérito como, também, o uso eleitoral do crime, parece desconhecer a postura seu grande líder, Luiz Inácio, por ocasião do enterro de Celso Daniel.

Graças à informática - e à minha boa memória - , eu posso agora sugerir que, antes de jogar tais acusações sobre ombros alheios, Ideli Salvatti leia a declaração de Lula durante os funerais do ex-prefeito de Santo André - que, é sempre bom lembrar, ocorreu em janeiro daquele eleitoral ano de 2002. Está lá, bem registrada, para quem quiser apreciar, numa matéria da Folha Online, a declaração melodramática e cheia de suspense do então candidato à presidência:

O assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), executado no domingo após seu sequestro, foi planejado. É o que afirma o pré-candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. Num discurso inflamado e emocionado durante o funeral de Daniel, Lula declarou que o crime "não foi coincidência", e que "tem gente graúda por trás disso, e nós vamos descobrir quem é".

É isso aí, dona Ideli. A mim, a senhora e os seus vão precisar mais do que gogó para ludibriar.

Os aloprados, ao vivo, para vocês.

Troquei o sinal da TV Câmara pelo da TV Senado, para que vocês possam acompanhar os depoimentos dos aloprados na CPI dos Sanguessugas.

O sinal da TV Senado, via internet, não é dos melhores.

Se estiver muito ruim, me avisem.

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Blumenau, tremei...

No final da tarde de hoje, conforme prometido, Heráclito Fortes apresentou o pedido de abertura de CPI das ONGs.

No pronunciamento do senador, e nos apartes, sobrou pra todo mundo - até para Zé Dirceu.

Para ouvir a carraspana que o "Zé sai daí" levou, clique aqui.

A CPI vem em boa hora. Só na cidade de Blumenau, em Santa Catarina, há mais de 500 ONGs.

A grana acabou?

A CUT, que recebeu polpudas verbas nos quatro anos do primeiro governo Lula , está colocando as manguinhas de fora: diz que vai às ruas para pleitear um salário mínimo de R$ 420,00.

Com a CPI das ONGs à vista, em vias de dificultar os repasses de dinheiro, acabou a lua de mel.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Leitura dinâmica

Vamos ao que interessa da entrevista de Kenneth Maxwell para a Folha de S. Paulo nesta segunda feira:

O Brasil precisa,com urgência, de um partido conservador de verdade, capaz de defender, sem medo, as bandeiras do liberalismo - coisa que o PSDB não está sabendo fazer.

Sim, é verdade. E, conforme adiantamos outro dia, se o PSDB não tem vocação para assumir tal tarefa, está aberto um vácuo no qual poderiam frutificar duas hipóteses: o surgimento de um novo partido capaz de abraçar esta causa; uma reformulação no PFL, que permitisse à legenda tornar-se realmente representativa de uma direita moderna.

Serra tem estado sempre à esquerda de Lula, mas o PSDB tem mais alianças à direita.

Ou seja: nem Serra é o nome para puxar qualquer suposto movimento do PSDB rumo ao conservadorismo - o que parece ser, na atual conjuntura, a única estratégia capaz de salvar os tucanos de uma fusão com o PT-, nem um novo partido por ele fundado atenderia às reais necessidade políticas do quadro nacional. Talvez a haja lugar para José Serra no PSOL.

De olho em 2010, o PSDB jogou no lixo a campanha Geraldo Alckmin.

Se eu tivesse sido vítima de algo assim, das duas uma: ou exigiria que o partido se livrasse dos arquitetos de tamanha traição, ou sairia do partido. Só que estas coisas têm um tempo certo. No caso em questão, é preciso agir enquanto aqueles quase 40 milhões de votos ainda percebem em Alckmin um fiel representante de seus anseios oposicionistas.

Da maturidade tucana

Há um ano, no início de novembro de 2005, Arthur Virgílio subiu na tribuna do senado para ameaçar o presidente Lula com tabefes. Na época, o senador estava furioso por se acreditar vítima de espionagem.

Agora me digam, amiguinhos: vocês teriam coragem de aceitar carona de alguém a quem tivessem ameaçado desta maneira?

Arthur Virgílio não tem estas vergonhas: como vocês já estão carecas de saber, ele foi passear de aerolula. E, numa atitude que anda fazendo escola entre o tucanato, rasgou tudo o que disse ao longo de um ano e meio para declarar que Lula está mais "maduro".

Não sei se Lula está mais maduro ou não - aliás, como nunca espero do presidente nada além daquele óbvio constrangedor, as notícias sobre seu estado de ânimo não me interessam nem um pouco. Mas de uma coisa eu tenho certeza: a contar pela atitude de alguns luminares do tucanato, o PSDB já passou do ponto e está apodrecendo.

Lar, doce lar.

Sim, já estou em casa sã e salva.

Foram cinco horas de aeroporto para 35 minutos de vôo.

Vou dar uma atualizada e já volto.

Sei que há orelhas a serem puxadas.

Me pegou

Aeroporto Salgado Filho.

Vôo Gol 1955, Porto Alegre - São Paulo, com escala em Florianópolis.

Horário de saída. : 12:00 h

Previsto para : 16:44h

Como vocês podem ver, acabo de ser pega pelo apagão aéreo do Lula.

A minha situação é trágica - praticamente 5 horas de espera. Mas há atrasos em todas as companhias, para todos os gostos e destinos.

O clima do aeroporto, porém, é de tranqüilidade: nada de gritos ou de passageiros subindo nos balcões. Pelo menos, não por enquanto. Considere-se, contudo, que ainda é cedo e que as pessoas estão recém se dando conta da situação. Por volta das 15 horas, se os atrasos de fato se confirmarem, imagino que isto aqui estará virado num campo de guerra. A gauchada não é fácil - e paciência tem limite.

Na medida do possível, eu os manterei informados.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Pane... Espero que só no micro.

Meu micro amanheceu em pane. Aquelas coisas inexplicáveis do Windows: desligou normalmente ontem à noite, mas não quis saber de reiniciar hoje pela manhã.

Somente agora a assistência técnica o devolveu - de modo que, exceto pelo longuíssimo discurso de Pedro Simon no Senado e por notinhas da CBN local sobre o fracassado encontro dos governadores do PMDB aqui em Florianópolis, fiquei à margem do mundo.

Eu só espero que esta pequena pane não tenha sido o prenúncio de algo maior: amanhã viajo para ver a família. Vou de avião. Deus queira que o sistema de tráfego aéreo não entre em pane também.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Você tem seguro?

Qual é a sua seguradora?

Ouça o último podcast do Diogo Mainardi.

E depois, se for o caso, mude de seguradora.

Que papo, hein?

Da coluna Painel, na Folha de S. Paulo de hoje:

Um dos papos mais descontraídos a rolar no casamento Safra que movimentou São Paulo na noite de terça foi o de Marta Suplicy com José Serra. Durou uns 40 minutos.

Não sei quanto a vocês mas, na minha opinião, 40 minutos de papo com um petista é algo que ultrapassa os limites aceitáveis para aquela cordialidade cínica que permeia as relações políticas.

Deixo, então, um desafio para vocês: qual terá sido o tema de tão longa conversa entre José Serra e Marta Suplicy?

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Com cara de bobo em Carabobo

Ontem, após criticar a imprensa brasileira em evento com Hugo Chávez, Lula se ressentiu do fato de os repórteres não o terem acompanhado no segundo compromisso do dia na Venezuela. Segundo leio na coluna Painel da Folha de São Paulo, ao chegar a um campo de pretróleo em Carabobo , Lula reclamou:"Poxa, não tem ninguém da imprensa brasileira aqui?"

Ou seja, o trocadilho é inevitável:: em Carabobo Lula ficou com cara de bobo.

O episódio, jocoso como quase tudo o que acontece sempre que Lula toma um microfone, nos remete a outra discussão.

Ao longo do primeiro mandato, Lula foi o presidente brasileiro que mais recebeu exposição da mídia - muito além daquela dispensada à simples cobertura dos atos presidenciais. Nos dois primeiros anos de governo, quando viveu uma verdadeira lua de mel com a imprensa, esta exposição se devia, obviamente, ao deslumbramento de boa parte da mídia com a figura do presidente-operário. A partir de 2004, porém, quando estourou o escândalo de Waldomiro Diniz e depois, em 2005, com o mensalão - a imprensa seguia Lula por conta dos escândalos produzidos por seu governo.

Importa é que o presidente continuou, exaustivamente, na mídia. Característica do populismo, esta exposição fez com que a imagem de Lula parecesse sempre maior do que a qualquer questão de seu governo - fosse ela positiva ou negativa. Somada aos muitos " não sei, não vi e fui traído", foi a força desta imagem que garantiu, sob muitos aspectos, a reeleição.

Lula sempre soube da importância de sua imagem. Os que com ele convivem, dizem que ele se "energiza" em contato com o povo - e que é por isso que adora um palanque. Bobagem. Sua decepção em Carabobo demonstra bem que ele quer é exposição na mídia.

Eu espero que este episódio de ontem não tenha sido um ato casual e isolado. Espero que a imprensa, que tem sido tão maltratada - por vezes até perseguida -, desde o fim do processo eleitoral, comece a punir Lula naquilo que lhe é mais caro: o espaço enorme que ele sempre ocupou na mídia. Espero que a imprensa se limite a lhe dar aquela atenção mínima, indispensável ao bem informar. Quando menos, para não mais colaborar com a manutenção de uma farsa.

Por um fio

Matéria de hoje da Folha de S. Paulo, traz a informação de que, além das ligações entre si, os suspeitos de envolvimento com a compra do dossiê contra os tucanos receberam e fizeram ligações para ramais do Palácio do Planalto.

Como estes ramais ainda não foram divulgados pela imprensa, imagino que a informação pertença aos autos que estão sendo mantidos sob sigilo de Justiça - o que impediu que a "Coligação por um Brasil Decente" tivesse, ainda durante a campanha, acesso ao total ao inquérito.

Se assim é, o segredo pode estar por um fio.

Hoje o TSE deve se reunir para concluir a votação do recurso apresentado pela campanha de Geraldo Alckmin, que solicitou o justo acesso a todas as informações do processo. Por enquanto, a votação está em 3 x 2, a favor da campanha tucana. Segundo a Folha, faltam os votos dos ministros Ricardo Lewandowski e Ayres Britto - este último foi quem interrompeu os trabalhos da semana passada, ao pedir vista.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

O penúltimo moicano...

Conforme já anunciado em entrevista à Folha de S. Paulo de hoje, Luiz Gushiken pediu demissão. Se eu não estiver enganada, da turma original, que assumiu com Lula em janeiro de 2003, Gushiken é penúltimo. O último seria Gilberto Carvalho.

Clique aqui para ler a carta que o Chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República entregou ao presidente Lula na última sexta-feira.

Leve lenços, pois o tom é de dramalhão mexicano: "O clima político-eleitoral envenenado pela maledicência turvou o ambiente, contaminou as percepções e estabeleceu juízos distorcidos."

Sei... Eu quero saber é das cartilhas.

Sobre os comentários

Temos enfrentado alguns problemas com os comentários.

Alguns leitores se queixam que por mais que eles digitem corretamente o código numérico, o sistema simplesmente não o reconhece. Como não são todos os leitores - e ocorre com diferentes navegadores - ainda não consegui identificar o problema. Mas há comentaristas que têm conseguindo superá-lo mediante uma técnica simples: quando acontecer do código não ser reconhecido, use a tecla de retorno do navegador e tente novamente. E continua valendo a solicitação: quem tiver dificuldades para comentar me informe por e-mail.

Outro problema, mais raro, são os cometários que somem. Também é um mistério. Mas, para que não pairem dúvidas sobre as regras do blog, seguem algumas orientações:

1. Em princípio - e por princípio - petralha não entra. Se não costumo convidá-los para a minha mesa, não há porque pensar que seria diferente neste blog. No geral, eles só aparecem mesmo para despejar sua falta de educação na área dos comentários. E mesmo os raros petralhas educados estarão a mercê do meu humor. Se eu estiver de sangue doce e a criatura for bem educada, até pode passar. Mas é melhor não contar com isso.

2. Comentários com denúncias contra pessoas, empresas ou entidades, mesmo quando remetem a links que possam supostamente comprová-los, não serão aceitos. Isto me obrigaria a sair lendo todos os links que postam aqui. Pode até ocorrer quando o tema me interessar. Mas o autor do comentário terá que esperar que eu tenha tempo para isso. Ou seja: denúncia, aqui neste blog, só quando eu concordar em assumir a responsabilidade.

3. Comentaristas que colocarem endereços comerciais no espaço destinado ao site pessoal terão seus comentários publicados, mas o endereço do site será excluído. Se um dia alguém tiver que lucrar fincanceiramente com este blog, serei eu.

4. Artigos inteiros não são aceitos na área de comentários. Se gostaram de algo que leram, postem um trecho e indiquem o link. Bons autores merecem ser valorizados e devidamente recompensados com visitas em seus sites e/ou blogs.

5. Desde que não configurem calúnia ou difamação, xingamentos são aceitos. Mas, por favor, primem pelo bom gosto e inteligência.

6. Não gosto de fazer estes avisos porque costumam intimidar os comentaristas. Não se intimidem. Estou apenas aproveitando a deixa do problema técnico para relembrar algumas regras.

domingo, 12 de novembro de 2006

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Foto: Orlando Brito

O presidente Lula, no tempo em que apontar os corruptos no poder era revolução.

Hoje é golpe.

sábado, 11 de novembro de 2006

É confissão?

Da coluna Painel na Folha de S. Paulo de hoje:

"Descolados 1. Capitaneado por José Eduardo Cardozo (SP), Paulo Pimenta (RS) e Carlito Merss (SC), um grupo de deputados petistas prepara manifesto pedindo "revisão de métodos" na sigla, relação "não utilitária com a máquina pública" e "separação clara entre partido e governo" no segundo mandato de Lula. "

A conclusão é obvia. Eis, aí, três deputados petistas confessando publicamente que, sim, os métodos do partido incluem a relação utilitária com a máquina pública ou seja, uso indevido da máquina estatal, e uma relação promíscua entre o PT e o governo Lula - é bom que se chame os bois pelo nome, pois o uso genérico dos termos suaviza a gravidade da confissão.

E agora, militância? Como se defender deste fogo amigo?

Cartão vermelho

Vocês já sabem: as suspeitas sobre a compra de lanches para militantes petista que participaram de um comício de Lula em Jacareí (SP), trouxeram à baila, novamente, os cartões corporativos da presidência.

A Justiça Eleitoral de São Paulo ainda investiga este caso, mas a Folha traz, hoje, uma matéria com informações interessantes a respeito do uso dos cartões. A primeira delas é que os gastos do governo com os cartões de crédito corporativos tiveram um aumento de 70% no último ano: em 2005, eles somaram um total de R$ 22,5 milhões; este ano, a soma já está em R$ 38,4 milhões.

Talvez a título de alento, a mesma matéria diz também que houve uma redução no volume de dinheiro vivo, retirado na boca do caixa - sistema que tende a gerar maiores suspeitas, posto que é difícil saber o destino do dinheiro.

Sinto dizer, mas a mim não alenta.

À luz de todas as suspeitas que recaem sobre este governo, a leitura dos montantes sacados na boca do caixa deve ser feita, obrigatoriamente, com base na conjuntura.

Assim, em 2004, quando tudo pareciam flores, e nenhuma denúncia mais grave pesava sobre o governo Lula, R$ 5,4 milhões foram sacados em dinheiro vivo, na boca do caixa. Em 2005, já sob a égide do mensalão, com várias CPIs em funcionamento e a imprensa com olhos de lince para todas as movimentações do governo, os saques em dinheiro vivo reduziram para R$ 890 mil. Ano eleitoral, 2006 certamente seria o momento em que o uso dos cartões corporativos - e, em especial, os montantes sacados diretamente no caixa - iria se tornar tema da campanha oposicionista, ganhando muito mais notoriedade. Não é para menos, pois, que o valor de 2006 caiu para R$ 417 mil.

A quem eles pensam que enganam?

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Exame de paternidade

Desde o início do mês, quando publicou um artigo denunciando a ofensiva do governo Lula contra a imprensa, Alberto Dines está sendo linchado por aqueles que sempre o ovacionaram. A área de comentários de seus artigos lá no OI tornou-se, como costuma acontecer em qualquer site que ouse questionar o governo Lula, penico da turba que há muito substituiu a ideologia pelo ódio ao contraditório.

Dines só parece ter percebido que a coisa não seria passageira quando Paulo Henrique Amorim resolveu incitar mais ainda a turba, convocando-a para o malho.

Solidários na decepção, colegas logo se apresentaram para defender o observador Dines. Mauro Malin tentou reeducar aos insanos, analisando as acusações de alguns comentaristas. Ontem foi a vez de Demétrio Magnoli, que tentou demonstrar que a alcatéia, na verdade, revela agora jamais ter entendido Dines: lera inclinações para o petismo onde só havia análise crítica isenta - e , por óbvio, agora se revolta porque a tal crítica isenta desfavorece o petismo.

Pois faço questão de dar a minha singela contribuição a este debate.

Não acho justo que Dines venha, agora, queixar-se de um radicalismo analítico que sempre teve acolhida nas páginas do seu OI. Em agosto do ano passado, por exemplo, Carlos Castilho rotulou este blog como conservador baseando-se, sobretudo, na nossa lista de links. Na época, o artigo de Castilhos causou a este blog o mesmo que a chamada maldosa de Paulo Henrique Amorim causou, nesta semana, aos artigos de Alberto Dines no OI: invasão da militância ensandecida na área de comentários, a ponto de me obrigar a adotar o sistema de moderação antecipada.

É por isso que eu fico admirada ao ver surpresa dos colaboradores do OI com uma irracionalidade que foi gestada nas entranhas daquele fórum, a cada análise superficial que dalí saía - coisa que aliás, à época em que citaram este blog, tentei alertar.

Hoje, portanto, tudo o que eu tenho a dizer a Alberto Dines é:" toma que o filho é teu".

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Vou perguntar mais uma vez

Leiam esta notícia da Folha Online e me digam se eu não tenho razões de sobra perguntar: por onde anda Marcos Valério? O que estará fazendo por estes dias?

Sobre o sigilo telefônico da Folha

Não me manifestei ontem sobre este caso porque, na minha opinião, não existe um caso.

Quando li a matéria da própria Folha, me pareceu claro que quebra de sigilo foi legal e não dirigida especialmente à Folha - o que poderia caracterizar algum tipo represália ou cerceamento.

Falo agora porque estou percebendo, em alguns blogs e chats, que tem gente boa tentando transformar isso numa prova de perseguição contra a imprensa. Se prosseguirem nesta coisa, o tiro pode sair pela culatra.

Este governo é, sim, uma ameaça à liberdade de imprensa. Mas este caso do sigilo da Folha não ilustra a questão. Tentar criar, à força, um episódio de perseguição, é dar munição ao inimigo: em breve, todos os outros sinais concretos da má vontade governamental para com a liberdade de imprensa - e eles são muitos - , serão colocados no saco da imaginação fértil e do discurso golpista, que o governo não se cansa de atribuir à mídia e à oposição.

Sejam mais espertinhos, pois. Não caiam nesta cilada.

É hoje

Se cumprir o que prometeu ontem, o senador Heráclito Fortes irá protocolar hoje o requerimento de criação da CPI das ONGs.

Desde que o escândalo do dossiê trouxe à tona o nome do churrasqueiro presidencial Jorge Lorenzetti - colaborador da milionária Unitrabalho, que recebeu R$ 18,5 milhões da união - , Fortes passou a dedicar-se ao tema. O senador chegou a protagonizar um espisódio pitoresco, quando levou ao Senado a ONG Sociedade dos Amigos de Plutão - metáfora saída da pena do jornalista Carlos Chagas, que acabou desmentindo a existência da mesma. Mais tarde, o senador diria que utilizara a metáfora para falar de uma ONG investigada sob segredo de justiça.

Importa é que a CPI proposta por Heráclito Fortes pretende investigar:

- Qual a dependência das ONGS em relação a governos e grupos empresariais do Brasil e de outros países.

- Quais ONGS têm recebido recursos públicos - em que volume, de quais ministérios e para que fins.

- Quais subvenções poderão ter favorecido quadros partidários.

Segundo a Folha de S.Paulo, ontem o senador já contava com 37 assinaturas - dez a mais do que o número necessário para instalar a CPI.

Torço para que esta CPI seja instalada. É cartola da qual sairão muitos coelhos.

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Por onde andará?

Momento de reorganização em Brasília e eu me pego pensando numa figura que - ficamos sabendo somente muito depois - foi fundamental nos primeiros meses de 2003: Marcos Valério.

Por onde andará o ex-carequinha das pastas lotadas de dinheiro? Estará exibindo a nova cabeleira pelos corredores do poder? Estarão suas novas assessoras financeiras circulando com malas de dinheiro pelos hotéis de Brasília? Ou será que Marcos Valério foi substituído por um outro alguém na célebre função de remunerar empatias?

Alô, imprensa... Olha a pauta de presente: enquanto a dança de apoios rola solta em Brasília, por onde andará Marcos Valério?

Pobre classe média

Excelente a matéria do Uol Eleições, que analisa a situação econômica de um terço dos governadores eleitos.

Não deixem de apreciar o quadrinho no pé da matéria, que mostra os detalhes mais interessantes da pesquisa.

Já que temos um presidente-operário e governadores milionários, evidencia-se aquilo que sempre intuímos: a classe média está sem representação política.

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Só para lembrar...

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A votação do projeto de lei para a internet foi apenas adiada.

E o senador Eduardo Azeredo parece decidido a defendê-la com unhas e dentes.

Continuemos, portanto, de olho.

Caso Emir Sader

Hoje à tarde, na tribuna do Senado, a senadora Ideli Salvatti resolveu comparar a condenação judicial de Emir Sader com a intimidação dos jornalistas da Revista Veja na Polícia Federal.

Como de praxe, a líder do governo foi contestada pelo senador Heráclito Fortes.

Clique aqui para ouvir o pronunciamento de Ideli Salvatti

Clique aqui para ouvir o pronunciamento de Heráclito Fortes.

Adiada

Primeira vitória. Quem disse que não adianta gritar e entupir os e-mails deles?

Diante da polêmica causada pela proposta e do desconhecimento da maioria dos senadores sobre o assunto, o texto foi retirado da pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e só voltará a ser discutido no final do mês.

Fonte: Blog do Noblat

Big Brother: e se a gente invertesse o jogo?

Já falei do projeto de lei para a internet ontem pela manhã. Mas parece que o assunto só começou a pegar fogo agora.

Salta aos olhos que este projeto, de autoria do senador petista Delcídio Amaral, e que tem como relator o senador tucano Eduardo Azeredo, parte do princípio de que todo o internauta é um criminoso em potencial. Logo, o Estado quer ter o direito de xeretar o que todos os cidadãos andam fazendo na internet: quais sites visitam, em quais fóruns, chats e blogs comentam, quando comentam e o quê comentam.

Se é assim que as coisas vão ser daqui para frente, é hora de dispensarmos ao Estado o mesmo tratamento. Diante de todos os escândalos de corrupção que têm assolado este país, é lícito que o cidadão encare a todo e qualquer político como um corrupto em potencial. Assim sendo, seria justo pensar num mecanismo de controle mais radical sobre eles.

A saída está em tirar-lhes, também, o direito à privacidade. Poderíamos propor, por exemplo, um projeto lei que acabe com os sigilos telefônico e bancário de qualquer um que ocupe cargo eletivo, ministerial ou de confiança. Seria ótimo não precisar mais implorar por uma autorização judicial para saber se os nossos políticos e seus assessores andam ou não praticando coisas inconfessáveis, posto que eles, ao tomarem posse, estariam abrindo mão de seus sigilos.

Creio que, com a corrupção grassando país à fora, não seria difícil conseguir as 1,5 milhão de assinaturas necessárias para dar entrada num projeto de lei desta natureza. Isto - e mais um bom advogado que se disponha a redigir o nosso projeto - é tudo o que precisamos para dar ao executivo e ao legislativo o mesmo tratamento que estão nos dipensando com este projeto de lei para a internet: o tratamento de criminosos em potencial.

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

200 mil

Verifiquem o contador, na coluna esquerda, lá no fim da página.

Há menos de cinco minutos, este blog atingiu a marca de 200 mil visitas desde a sua criação. O visitante de número 200.000 é do Maranhão e vai ganhar o mesmo que os demais leitores: o meu eterno agradecimento pela preferência.

Recebam, também, 200 mil cyber-beijos.

A Serra o que é de Serra

Desde o fim do pleito presidencial, sempre que eu posto críticas à postura de José Serra, aparece alguém dando a entender que eu jogo nas costas de Serra - e de Aécio também, embora os defensores do mineiro andem mais tímidos ultimamente - toda a responsabilidade pela derrota de Alckmin.

Quem assim argumenta incorre num erro muito comum: criticar o meu posicionamento sem ler este blog diariamente . Porque se o fizessem, saberiam que eu tenho analisado esta derrota sob vários aspectos, sempre sob o título " Direto do tanque".

Sugiro então que, antes de dizerem que eu coloco toda a culpa da derrota nas costas de Serra, os amiguinhos leiam o post Direto do tanque I, publicado no dia 31 de outubro, onde aponto as falhas de articulação política. Em seguida, leiam Direto do tanque (II), publicado ontem, onde aponto as falhas de marketing. Estes dois posts são a prova cabal de que eu - leiam meus lábios - não coloco toda a culpa da derrota sobre as costas de José Serra.

Reconhecer as diversas falhas desta campanha, porém, não me impedirá de dar a Serra o que é de Serra. Porque ele fez sua parte, sim senhores: simplesmente, não trabalhou para eleger Geraldo Alckmin. Dos muitos exemplos que eu poderia dar, ficarei com aquele que considerei mais humilhante para o PSDB: em pelo menos dois debates, Lula disse coisas como: " Pode perguntar para o Serra, Alckmin." ou " O Serra taí? Pergunta pra ele". E o governador eleito de São Paulo não foi capaz de, na saída, ou no dia seguinte, aproveitar as entrevistas para colocar Lula em seu devido lugar, avisando que pertencia ao PSDB, que votava em Alckmin e que Lula não o citasse mais para atingir ao candidato da "Coligação por um Brasil Decente".

Portanto, se estou falando de todos os problemas desta campanha, porque deveria poupar a José Serra ou a Aécio Neves? Querem que eu, que não sou filiada, tenha mais preocupação com a imagem do partido do que estes dois expoentes do tucanato - incapazes, ambos, de colocar os interesses da nação acima de suas ambições pessoas?

Podem esquecer. Continuarei dando a cada um a sua parte.

Entenderam agora?

Respondam rapidinho: por qual razão José Serra trabalharia para eleger o presidente de um partido que planejava abandonar?

É isso aí, minha gente...Serra começa a falar em deixar o PSDB para fundar um novo partido. Suas parcerias dizem tudo: até ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim.

Sinceramente: querer fundar outro partido de centro-esquerda no Brasil, quando os que existem mal se sustentam nas pernas, e só porque não foi escolhido para concorrer à presidência, é de uma arrogância sem limites. Vamos ver como a coisa evolui, antes de tiraramos conclusões precipitadas.

Mas que não me apareça mais ninguém aqui para defender esta empulhação de que José Serra trabalhou para eleger Geraldo Alckmin.

Big Brother

Não, não é a besteira global.

É outra grande bobagem, que cai como uma luva para o atual discurso de controle da mídia: o projeto de lei que obriga a identificação dos usuários da internet para qualquer operação que envolva interatividade. O projeto será votado nesta quarta-feira pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

O relator dispensa apresentações: é o senador tucano Eduardo Azeredo.

A ONG Safernet acusa lobby das empresas de certificação digital.

De como a condenação de Saddam desmascara o pensamento da esquerda

O julgamento de Saddam Hussein - e sua condenção à morte - é uma ótima oportunidade para testar o cômodo relativismo que permeia a esquerda ocidental. E assim é porque, ao posicionar-se como inimigo dos Estados Unidos, Saddam ganhou, por obra e graça da esquerda, aquela aura mágica que torna digno de perdão todo aquele que se oponha à sempre combatida hegemonia norteamericana - não importando quais tenham sido os seus pecados.

Desde ontem, quando a sentença foi proclamada, começaram a surgir artigos que questionam tanto a formação do tribunal especial que o julgou quanto a pena me si. Com relação ao tribunal, as suspeitas recaem sobre o fato de que o mesmo não poderia ser imparcial, uma vez que foi formado por iraquianos. Já as críticas sobre a pena de morte por enforcamento, vão desde a simples negativa deste tipo de pena até a análise mais fria, que prevê que a execução do ex-ditador irá mitificá-lo mais ainda, potencializando o fanatismo e a violência na região.

É uma argumentação estranha se lembrarmos como outras questões sobre o Oriente Médio são tratadas pela intelectualidade ocidental - esta, sim, sob a tutela hegemônica do pensamento de esquerda.

Peguemos, por exemplo, a opressão e a violência contra a mulher no islamismo radical. Não raro, os tímidos pedidos de intervenção - a maior parte deles, na voz de mulheres que conseguiram se libertar deste sistema perverso - são questionados pelos argumentos do " respeito à diversidade cultural" e do "direito à autonomia dos povos". Na maioria das vezes, a única atitude da intelectualidade ocidental diante deste drama feminino é um silêncio constrangedor.

Logo, cabe perguntar no quê Saddam Hussein é diferente destas mulheres. Ele não cometeu seus crimes no Iraque e contra o povo iraquiano? Então, por que não repeitar "autonomia" dos iraquianos para julgarem seus criminosos? A pena de morte não é uma prática no Iraque? Então, por qual razão não se deve, neste caso, respeitar a "diversidade cultural iraquiana"? Que hipocrisia é essa de aplicar-se um conceito para a violência contra a mulher e outro para um ditador sangüinário?

Já a preocupação de que, uma vez enforcado, Saddam Hussein venha a se tornar um mito, fazendo aumentar a violência na região, é de uma inocência quase pueril. Primeiro, porque a violência lá já se encontra em níveis dificilmente superáveis. Segundo, porque ele já é um mito. Para a intelectualidade de esquerda - leia-se, a maioria da intelectualidade ocidental - Saddam já é um mito de resistência à hegemonia americana, superado apenas por Bin Laden. E esta é a razão única pela qual sua condenação à morte está causando tanta dicussão. Tivesse o sangüinário Augusto Pinochet - que perseguiu, matou torturou esquerdistas - recebido o mesmo tratamento, não haveria qualquer reclamação.

domingo, 5 de novembro de 2006

Direto do tanque (II)

"Eu trabalho com o imaginário da população. Em uma campanha nós trabalhamos com produções simbólicas. Não considero que exista aí desonestidade, pois o tema foi, pelo menos, discutido. É bom que a população fale e reflita sobre esses temas. No primeiro turno, analisando as pesquisas, eu vi que essa discussão poderia ser retomada. Enxerguei ali um "monstro vivo" que poderia ser jogado."

O trecho acima é da entrevista do marqueteiro de Lula, João Santana, para a Folha de S.Paulo de hoje.

Ele foi escolhido para abrir este segundo "Direto do tanque" - que é, lembrem-se, meu jeitinho para lavar a roupa suja da campanha presidencial - porque resume e ilustra, na minha opinião, uma das maiores falhas de marketing da campanha de Geraldo Alckmin.

No trecho em questão, Santana e Fernando Rodrigues estão falando sobre a forma como as privatizações foram utilizadas contra o candidato tucano. Mas a verdade é que a explicação de Santana poderia ser aplicada a qualquer tema de sua vitoriosa campanha.

"Produções simbólicas" é a senha para entender toda a campanha governista. Foi ela que permitiu a Lula apresentar um país perfeito, quando isto está muito longe da verdade. Foi ela que permitiu, no início do segundo turno, que a campanha de Lula afirmasse, como já comentamos antes: " o Rio Grande do Sul disse sim a Lula; Santa Catarina disse sim a Lula, etc" quando, na verdade, o presidente havia tomado uma surra eleitoral nestes estados. Foi, também, a idéia de "produção simbólica" que dominou a direção de arte dos programas de televisão. Para os menos ligados neste tipo de detalhe: as cores e ambientes da campanha de Lula eram absolutamente falsas. Iluminação e filtros garantiam que campos de um verde artificial e maçãs cinematográficas saltasse da tela , enquanto a produção de arte transformava qualquer fabriqueta de artesanato numa linha de montagem capaz de causar inveja às grandes indústrias.

E do outro lado, o que tínhamos? Do jurídico à direção de arte, tínhamos o senso jornalístico, a realidade nua e crua, sempre perseguida por Luiz Gonzáles e sua equipe.

Na campanha tucana, nenhuma acusação poderia ser feita sem que houvesse uma manchete de jornal a lhe dar sustentação - tente lembrar das muitas vezes em que a telinha da sua TV foi invadida por um recorte de jornal e entenderá a coisa. Esta orientação, que visava evitar direitos de resposta, ao mesmo tempo em que não ofendia às origens dos principais responsáveis pela campanha - todos jornalistas, tal qual o próprio Santana - , foi o nó que amarrou aquela diretriz maior: "candidato que bate não ganha." E, de fato, a exemplo do que acontece no futebol, o jurídico da campanha alckmista pode vangloriar-se de ter perdido o campeonato praticamente invicto. Infelizmente, "quem não faz leva", é a lição dos gramados a ser aplicada também aqui.

Do ponto de vista de direção de arte, os programas de Geraldo Alckmin, quando comparados com os de Lula, pareciam matérias de afiliada pobre da Rede Globo: cor lavada, nenhum tratamento cenográfico... Verdade, nua e crua, jogada na cara do eleitor. Já no primeiro turno indaguei meu tucaninho sobre esta questão - que me parecia ser um problema técnico. Recebi como resposta que era uma diretriz, um estilo proposital. Queriam um clima real, jornalístico. Durante o segundo turno, porém, fiquei sabendo que até eles começaram a achar que a coisa estava demais. Produzidos em São Paulo, os programas de Alckmin eram gerados, via Embratel, para Brasília - enquanto os de Lula, produzidos lá mesmo, eram encaminhados mediante a entrega de uma fita. Suspeitou-se, então, que o programa perdia qualidade ao ser gerado. Não sei se tal coisa foi comprovada. Mas, de qualquer maneira, a correção da falha técnica não resolveria um problema de natureza estratégica, que permeou a campanha desde o início: a opção pela verdade.

Reinaldo Azevedo, várias vezes, chamou atenção para o fato de que os pobres do programa de Lula eram mais bem vestidos, mais "ajeitadinhos" do que os de Alckmin. Ele estava certo: González mostrava o pobre brasileiro como ele é. Santana usava do expediente da produção simbólica para mostrar os pobres como eles mesmos imaginam ser. É a velha tática da butique que coloca no provador um espelho que emagrece: a cliente gosta do que vê porque há verossimilhança - é ela no reflexo - mas a verdade foi burlada para mostrar-lhe uma auto-imagem positiva.

Produção simbólica, produção simbólica, produção simbólica. É através dela que se sustenta o mito de um presidente-operário que há mais de vinte anos não sabe o que é trabalhar num chão de fábrica. É através dela que - leiam a entrevista - este mito pode oscilar livremente entre poderoso e coitadinho, sempre de acordo com a conjuntura.

Sabendo que "produção simbólica" é um termo acadêmico - talvez nada apropriado ao ambiente objetivo de uma campanha eleitoral - tentei encurtar caminho. Nas duas ou três vezes em que fui ouvida por quem poderia influenciar na campanha, tentei explicar de forma mais direta: " Fecho os olhos e vejo Serra, no debate da Globo de 2002, bancando o bom moço e dizendo a Lula que ele mentia, que jamais teria como criar 10 mihões de empregos. Vamos parar com estes pudores. No Brasil, ganha campanha presidencial quem mente melhor. Foi assim em 2002 e será assim agora."

Seria exagero dizer que me olharam com nojo. Mas é certo que não me deram ouvidos. O resto vocês sabem. Lula mentiu melhor. Lula é presidente outra vez.

sábado, 4 de novembro de 2006

Sob Saturno

Estou saindo para rever amigos e comer bem.

Volto mais tarde, depois de uma escala naquela locadora onde, por conta da eleição, não apareço há três meses.

Aliás, bem que, vez por outra, vocês poderiam me deixar umas dicas de filmes, né?

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Pombo-correio

Dr. Geraldo Alckmin,

Aproveite as férias para repensar algumas coisas.

O PSDB não parece estar dando muito valor para aqueles seus 37.543.178 votos. Mas, como nós vimos ao longo desta última eleição, o PSDB praticamente não tem militância.

Então, Dr. Geraldo, eu arrisco a dizer que, se o senhor não abrir mão de fazer uma oposição contundente ao governo Lula, a maior parte destes 37.543.178 votos irão com o senhor para onde o senhor for.

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Jogo da Verdade (II)

E a coisa está animada. Mais verdades sobre a natureza petista:

"Quando, nos anos FHC, escrevi contra atos do poder, petistas diziam-se de alma lavada com meus artigos. Hoje, mordem ou silenciam. Meu detergente é menos eficaz ou as almas estão mais encardidas?"

Esta foi de Maria Sylvia Carvalho Franco, também para a Folha de S. Paulo . Assinantes, cliquem aqui.

Jogo da verdade

"Você, leitor, não tem idéia dos e-mails que os petistas que não têm nada de "paz e amor" fazem circular pela internet e mandam aos montes para jornalistas, inclusive para nós, colunistas da Folha, agressivos e, não raro, injustos.

Num e-mail, um alucinado me chamou de "vaca nazista" por considerar que, ao registrar e comentar todos os escândalos produzidos no primeiro mandato de Lula, eu seria "antilulista", "antidemocrática", "da direita e da elite".

O trecho acima poderia ser escrito por qualquer um que tenha ousado apontar as mazelas do governo Lula no ano passado. Mas a autora é a jornalista Eliane Cantanhêde que, em sua coluna de hoje para a Folha de São Paulo, revela essência da militância petista.

Se há algo positivo nas agressões que a petralha vem dirigindo contra a imprensa, é o fato de que, finalmente, o verdadeiro caráter deste grupo passará a ser exposto à luz do sol. É o jogo da verdade, colocado em curso quando aquele militante, distribuindo bandeiradas em jornalistas em frente o Palácio da Alvorada, clamou pela volta da ditadura.

Assinantes podem ler o artigo completo da Eliane clicando aqui.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Demorou

Já notaram que tem serrista dando chilique no post " Cai o primeiro"?

A defesa de nomes acima dos interesses do próprio partido e, até mesmo, do país...Vindo da corrente que vem, não me surpreende. Parece ser um mal crônico.

Veneno preventivo e pedagógico

Desde a primeira hora após a reeleição, a mídia está em pauta. Mal as urnas esfriaram, representantes e simpatizantes do governo Lula começaram a promover uma caça às bruxas que vai desde a agressão física até declarações insidiosas.

Não vou entrar em detalhes, pois vocês lêem jornais - e os que gostam de cortar caminho podem se valer da boa cobertura que Reinaldo Azevedo está dando ao tema.

Quero, apenas, promover a minha caça às bruxas particular. Sim, sim...Em caráter preventivo, vou entrar no clima deste segundo mandato e fazer com que esta gente prove de seu próprio veneno: Malleus Maleficarum numa mão e mouse na outra, irei direto à fonte, à chocadeira, ao centro gerador e irradiador das maiores calúnias contra a oposição, a mídia e quem mais ousar fazer crítica ao lulismo.

A chocadeira

Conheçam, pois, a revista eletrônica Nova-e, chocadeira por excelência dos discursos que vimos, nos últimos meses, a militância petista martelar na internet. Quem duvidar que desça a página até o box " Links que Falam" e veja quantos artigos a revista dedicou a Geraldo Alckmin nos últimos meses. Vou ajudá-los com os mais significativos: "A filha de Alckmin e o contrabando na Daslu", "Alckmin e a conspiração da Opus Dei" e " A obsessão autoritária de Alckmin" - todos de autoria de um tal Altamiro Borges, membro do Comitê Central do PCdoB e editor da revista Debate Sindical

Na capa desta semana - no ar, só até amanhã - , Luís Nassif divide espaço com duas imagens singulares: uma da Casa Branca dominada pela suástica nazista e outra que apresenta Courtney Love e Kurt Cobain como Maria e Jesus - o interessante desta última é a frase que a acompanha, " Nossa "raça" vive" . É óbvio que vocês são inteligentes o suficiente para saber quem é "raça" em questão - termo que esteve presente, também, no intervalo do primeiro para o segundo turno eleitoral, quando o site estava em manutenção e quem até lá se dirigia encontrava a mensagem: " Nossa raça continua pulsando. Estaremos de volta para o segundo turno."

Outra coisa curiosa é que entre os colunistas da Nova-e está o funcionário da Globo, apresentador do Jornal das Dez na Globo News, André Trigueiro. Impressiona, primeiro, porque a ferramenta de busca não encontra um único artigo deste colunista; depois, porque a Globo é uma das vítimas prediletas da carnificina promovida pela Nova-e - aquele engodo da Carta Capital foi destaque da última edição. Se de fato colabora com a chocadeira,creio que é coerente pedir que André Triqueiro se decida: ou bem lá ou bem cá. Ganhando salário lá e compactuando cá, fica complicado, certo?

Quem paga?

É a primeira pergunta a ser feita. Quem sustenta este panfleto virtual pró-governista? Olho lá e só vejo anúncios Google. Qualquer idiota sabe que anúncios Google não sustentam um blog merreca, quanto mais uma revista eletrônica com a qualidade da Nova-e. Sobrevivência através de anúncios, portanto, está fora de questão.

Não se pode, é claro, descartar o espírito voluntário de seus criadores. Leio, lá no expediente, que a coisa é tocada por Manoel Fernandes Neto e Cris Fernandes. Mas que não se acuse, por favor, ambos de viverem da Nova-e. Nada disso. Manoel e Cris Fernandes são profissionais de comunicação para a internet. Juntos, eles tocam uma empresa chamada MFN Comunicação, com sede em Blumenau, Santa Catarina. Inovadora, a empresa oferece diversos produtos para a web - desde a editoração de revistas eletrônicas, passando pelo "jornalismo alternativo colaborativo", "diálogos com formadores de opinião" e, maravilha das maravilhas, " a arte de conversação na web".

Ou seja: os editores responsáveis pela Nova-e, esta chocadeira do pensamento lulista na internet, trabalham para se sustentar, sim senhores! São pois, empresários idôneos, a frente de sua própria empresa. Que ela seja especializada em disseminar idéias na internet deve ser mero detalhe.