quarta-feira, 29 de abril de 2009

Já sabem da última?

Tem foguetório na blogosfera (de) direita.

Aqui.

Atchim!

1

Nada como um governo que diz a verdade. Ontem mesmo, o Centro de Doenças e Prevenção já preparava o ânimo nacional avisando que, muito provavelmente, a gripe suína provocaria alguns óbitos. Foi nos EUA, claro.

2

Todos os passageiros, de todos os vôos internacionais, deveriam ser monitorados pelos órgãos de saúde. São muitas horas, com gente demais, em um local muito fechado. O passageiro ao lado pode não vir de regiões suspeitas - mas quem garante que não esteve enfiado em um elevador com alguém que veio?

3

Melhor um certo pânico do que mortes por descaso.

terça-feira, 28 de abril de 2009

ComPeTência

Mas o que acontece lá na TV Brasil, minha gente?

Saiu mais um diretor - o terceiro, em menos de um ano. E saiu, como os outros dois, detonando o trabalho de Tereza Cruvinel à frente da EBC.

Sei não... Mas tá com toda a cara de ser comPeTência demais. Vocês sabem: saturação de petistas por metro-quadrado.

sábado, 25 de abril de 2009

Há 25 anos

Há 25 anos, a emenda Dante de Oliveira, que defendia eleições diretas para presidente, foi votada no Congresso Nacional. Um momento inesquecível - pelo menos para a minha geração - da história política nacional.

A votação da emenda coroava meses de intensa campanha. Meses nos quais os brasileiros haviam reencontrado a coragem e a vontade de ir, em massa, às ruas - coisa inédita nas duas décadas anteriores - para reivindicar o fim da ditadura militar.

A emenda não passou. Mas foi o começo da mudança. Um grande começo.

Segue, então - talvez para a gente lembrar de um tempo em que a 'esperança' não era só um slogan nas mãos de safados -, um documentário da Globo News sobre aquele momento.

É historia na veia.

http://video.globo.com/Portal/videos/cda/player/player.swf

quinta-feira, 23 de abril de 2009

LEI SECA


JBMG2.jpg

Salve, Jorge!

O problema de matar um dragão todos os dias é que, lá pelas tantas, a gente não aguenta mais olhar para a cara do bicho. E aí, só sendo santo para não largar as armas e ir tomar um refresco.

É o que o Coronel acaba de fazer.

Não gostei, discordei, protestei.

Mas respeito.

Meu guerreiro predileto tem todo o direito de escolher as batalhas que quer lutar.

sãojorge2009.jpg

St George's day. By David Trepess

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Elite faceira

Me informo sobre a elite nacional na fila do caixa do supermercado. Uma olhadela na capa da Caras é suficiente para saber como anda essa gente que é influente o bastante para movimentar uma legião de puxa-sacos e paparazzi.

Pois ontem descobri isso:

Lulaemarisacaras.jpg

Leia aqui.

Não é a primeira vez, claro. Mas sempre me espanto com estas provas cabais de preconceito contra o nosso presidente-nordestino-operário.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O cara. Na íntegra.

southprak.jpg

Depois de Barak Obama chamar Lula de "o cara", a turma do South Park resolveu homenagear o nosso presidente.

No episódio de ontem, um bandido alienígena ameaça a Terra. Depois que os habitantes de South Park conseguem matá-lo, os líderes mundiais decidem embolsar a grana que o bandido havia roubado de outros planetas. E quando a polícia intergaláctica chega para reaver o dinheiro, Lula - juntamente com os demais líderes mundiais - faz o quê? Tenta negar a existência do dinheiro, ora bolas!

Me digam: não é a cara do cara?

Ps.: thanks ao Marcos VP, que me alertou, via Twitter sobre a matéra do G1.

Atualização às 15:00h: Abaixo, segue o episódio completo, em três partes.


Parte 1

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=H3XLYij1QoM&hl=pt-br&fs=1&color1=0xcc2550&color2=0xe87a9f]

Parte 2

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=8w7e_K_8kWs&hl=pt-br&fs=1&color1=0xcc2550&color2=0xe87a9f]

Parte 3

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=De_kM9jg-2w&hl=pt-br&fs=1&color1=0xcc2550&color2=0xe87a9f]

terça-feira, 14 de abril de 2009

Já que ele não pára de pedir...

O único comentário que posso fazer sobre as novas re-revelações de Protógenes de Queiroz vai diretamente para ele:


Seu delegado, da próxima vez que for depor numa CPI, ponha uma cueca nesse corpo.

O Rei está vivo! Viva o rei!

Finalmente, uma notícia para me tirar do mutismo no qual ando metida nos últimos dias*:

"O Rei esnoba O Cara

O cantor Roberto Carlos esnobou duas vezes o casal Lula-Marisa Letícia em um período de menos de dois meses.

Durante o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, ele estava em um camarote e o casal no camarote do governador Sérgio Cabral.

Um emissário do casal procurou Roberto Carlos com o convite de Lula para que ele desse um pulinho no camarote de Cabral. Roberto Carlos agradeceu, mas recusou o convite.

No última dia 7, dona Maria Letícia aniversariou.

Outro emissário de Lula convidou Roberto Carlos para participar da festa marcada para o Palácio do Alvorada. Ofereceu-lhe a opção de se hospedar no próprio Alvorada ou na Granja do Torto.

Roberto Carlos recusou o convite. Preferiu mandar um DVD para o casal com uma dedicatória carinhosa.

(Fonte: Blog do Noblat)

Ponto para o RC - e olha que, depois de censurar aquela biografia não-autorizada, ele andava precisando fazer uns pontinhos comigo.


Não tenho um só disco do Roberto em casa. Mas até curto, talvez pela nostalgia aguda característica do Natal, aquele especial de final de ano - e sei de gente muito jovem que, depois de ir forçada a um show do rei, acabou virando fã.

Mas nada disso vem ao caso. O RC ganhou pontos comigo simplesmente por negar-se a uma aproximação com o poder executivo - coisa a que pouquíssimos artistas do cenário tupiniquim resistem. Desconfio que a maioria não se aboleta por lá simplesmente porque não recebe convite.

Ok, eu até admito que o fato deste poder estar, no momento, ocupado por gente que, para dizer o mínimo, não me é simpática pesa na análise do episódio. Também confesso que, fora aquela música composta para um Caetano Veloso exilado, nada sei do comportamento do RC durante a ditadura. Macomunou-se com os militares? Não sei. O que sei é que ele, cantor das massas, teve agora um gesto digno dos grandes artistas - pediu distância do poder político. O Rei está vivo. Viva o Rei!


* Pszão: ainda ontem eu comentava com o Gravataí , via Twitter, que a política está simplesmente um saco. Em parte, isto se dá por conta da crise econômica - tema que eu acho muito chato e que anda monopolizando todas as rodas de bate-papo. Mas é verdade, também, que este jogo de gato e rato - vide protógenes e lacerdas da vida - está de dar sono. Idem para as centenas de denúncias de corrupção na Câmara e no Senado - das quais todos, já sabemos, sairão impunes. Ando com saudades do Roberto Jefferson mandando porcaria no ventilador. Pra falar a verdade, até o Suplicy cantando rap no Senado seria melhor do que esta modorra.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Louco de ocasião

Expedito Filho, em matéria para a Veja desta semana, comentando o depoimento de Protógenes na CPI dos grampos:

"É fácil entender por que o delegado preferiu o silêncio diante das suspeitas que o cercam. Por que ele armazenava investigações clandestinas sobre Dilma Rousseff, o ex-ministro José Dirceu, o presidente do Supremo Tribunal Federal, entre outras autoridades? Por que ele guardava gravações ilegais de jornalistas? Sem respostas, amparado por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, o delegado preferiu se calar porque os arquivos, encontrados em seus computadores, são provas materiais de seus crimes. E elas não param de surgir."

Concordo. Mas alerto que esta não é a única razão para o silêncio. Afinal de contas, se provas materiais já foram encontradas, o delegado está enrolado e ponto. É de se pensar, então, que algo mais o estimula a manter o bico fechado, certo? Mas o que realmente me interessa é que o Protógenes deste parágrafo encontra-se em pleno domínio de suas faculdades mentais. Muito diferente daquele que nos é apresentado no final da mesma matéria:

"Espera-se que a PF consiga dar à Satiagraha um mínimo de lógica e que ela produza provas reais contra malfeitores, e não apenas divagações lisérgicas de Protógenes e seus mentores. Será muito ruim para o Brasil se o preço do destrambelhamento e das ambições políticas do delegado Protógenes for a impunidade de criminosos como Daniel Dantas.

Pela santinha querupita!

Não há nada de "lisérgico" ou alucinado no comportamento de Protógenes de Queiroz. Adotar como linha de investigação muito do que certo jornalismo histérico apresenta como um complô entre a "grande mídia" e Daniel Dantas - só para ficar em um exemplo - foi uma decisão tão racional e calculada quanto aquela que o manteve calado diante da CPI. E é inaceitável que parte da imprensa siga sustentando a versão de que, volta e meia, Protógenes sai da casinha. Que coisa mais ridícula!

Protógenes não é, já disse outro dia, louco. Protógenes é um delegado experiente que sabia muito bem que, ao cometer tantas sandices, estava correndo o risco de melar a operação Satiagraha - e melar a ponto de acabar livrando a cara de Daniel Dantas. Protógenes é um megalomaníaco esperto que tentou sentar em duas cadeiras, acabou abandonado por todos e, agora, tenta salvar a própria pele à base de ameaças. Esperto sim, senhores. Tanto que está fazendo imprensa, parlamentares e futuros eleitores de bobos.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Tantas "emoções"

O trapalhão

Essa do plebiscito para o fechamento do Congresso Nacional - que, conforme alega o senador, era apenas uma figura de linguagem - oficializou a coisa: Cristovam Buarque é um grande trapalhão - sem qualquer talento para nos fazer rir.

Pele fina

A esquerda que baba pirou por conta da matéria publicada na edição de domingo da Folha de S. Paulo. É claro que o problema real não foi a revelação de que a VAR-Palmares, sob o comando de Dilma, planejava seqüestrar Delfim Neto. Nada disso. O problema é que a matéria apresenta um currículo parcial da atuação da ministra na luta armada - que eles viram como uma antecipação de 2010. Não sei do que têm tanto medo. Vasculhar o passado de um candidato é coisa normal e quem tem pele fina, quem não agüenta uma investigaçãozinha, nem deveria entrar para o ramo. Tamanha fragilidade, vinda da turma que tanto explorou uma hipotética ligação de Geraldo Alckmin com a Opus Dei, só poder ser circo - e circo ruim, daqueles que a gente pede a devolução do ingresso.

Shakespeare

Esta investigação sobre a Agência Nacional do Petróleo (ANP), envolvendo o irmão do ministro Franklin Martins, vai seguir o curso natural da era Lula: muito barulho por nada.

Ps.

Já virou regra: é eu passar uns dias desplugada e acontecem coisas interessantes. Acho que vou adotar o que sempre foi ocasional como tática. Da próxima vez que estiver dormitando, entediada, sobre o teclado, sairei de cena para ver se a roda gira.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Pergunta

Será que, agora, que eles acabaram com a prisão especial para a "casta", vamos ter uma reforma no sistema penitenciário do país?

Ou, na certeza de que jamais serão presos, eles vão deixar tudo como está?

Como perder a razão II

Quando eu, tentando dar o nome certo às coisas, digo que Dilma não era uma "menina" ao ser torturada - porque, aos 19 aninhos, era uma guerrilheira experiente, que sabia usar armas de fogo, fabricar bombas e planejar assaltos - a esquerda lê que estou legitimando todas as ações dos militares, inclusive a tortura. A direita lê da mesma forma e, é claro, concorda com aquilo que eu não disse.

Quando eu, tentando dar o nome certo às coisas, digo que em 64 tivemos um golpe ditatorial e não uma "revolução democrática" - porque o Congresso Nacional foi fechado e os partidos dissolvidos sem que qualquer mudança social, econômica ou cultural ocorresse - a direita lê que estou legitimando todas as ações da esquerda, inclusive a luta armada. A esquerda lê da mesma forma e, é claro, concorda com aquilo que eu não disse.

E é assim, sustentando pacotões fechados, que vamos engolindo os mitos construídos de ambos os lados, num jogo discursivo binário que explica muito sobre o nosso atual estado de calamidade política.

Ps.: como eu não estou a fim de ler interpretações tortas sobre o que foi dito neste post, fechei os comentários. É uma medida ditatorial, nada bonita, cujas conseqüências estou disposta a assumir porque acho que é necessária. No futuro, eu não lhe darei outro nome - seguirá sendo uma medida ditatorial. Porque se há alguma "coragem" ou "heroísmo" a ser reconhecido nesta medida, é o fato de ela ser extremamente antipática e ditatorial e, ainda assim, ter sido tomada - o que serve de ilustração para o post de ontem.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Como perder a razão

Descerrar três placas com os nomes das 126 vítimas de ações armadas de grupos de esquerda durante a ditadura militar é algo louvável. É um resgate histórico tão legítimo quanto aquele, já cristalizado na memória nacional, que enumera os mortos e desaparecidos nos porões da ditadura. Principalmente quando percebemos que a grande maioria dos formadores opinião - em especial aqueles ligados aos que hoje ocupam o poder - preferem jogar estas mortes para baixo do tapete.

Agora, fazer isso em uma solenidade comemorativa chamada de "45º aniversário da Revolução Democrática de 31 de março de 1964" é jogar a iniciativa na lata do lixo. Porque não houve revolução. Houve golpe. E, longe de instaurar uma democracria, sabemos que o golpe deu início a uma didatura - e aqui pouco importa se foi para impedir a instauração de uma outra ditadura, só que de esquerda. Os fins não justificam os meios - e isto vale para todos.

Então é uma lástima que algo tão importante - a memória dos que morreram vitimados pelo terrorismo da luta armada - corra o risco de cair no ridículo porque os militares insistem no mesmo erro que acomete as esquerdas: resgatar apenas a parte da história que lhes favorece.

Que tivessem descerrado as placas em 28 de agosto, data em que foi sancionada a Lei da Anistia, ou em 15 de janeiro, dia da eleição de Tancredo Neves - poderiam até fazer elogios à Figueiredo, por realizar a transição, se assim o quisessem. Mas chamar o golpe de "revolução" e dizer "democrático" o que foi essencialmente ditatorial é distorcer demais a história - e, com isso, perder a razão.