quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Vocês primeiro

Saio, daqui a pouco, para pegar uma praia.

Mas deixo, abaixo, leitura para vocês aguentarem até o meio da tarde.

Para quem não esteve aqui depois das 22:00 horas de ontem, tem um resumo do discurso de Gustavo Fruet no jantar oferecido para a bancada do PSDB - exclusividade deste blog, que foi publicada praticamente em tempo real.

Tem também Bruno Maranhão e a volta dos que não foram. Finalmente, vocês podem se entreter - e se enfurecer - com um apanhado geral da corrida para a presidência do Senado.

Os comentários serão liberados assim que eu voltar.

Comportem-se, pois o sol costuma ter efeitos imprevisíveis sobre o meu humor.

São duas

Não esqueçam: há duas eleições nos próximos dias - da Câmara e a do Senado. Nessa última, sou José Agripino desde pequenina e espero que os internautas façam com os senadores o que estão fazendo com os deputados: enviem e-mails falando da sua preferência. Quem acha que este tipo de iniciativa não ajuda em nada, deve lembrar da campanha feita por ocasião do aumento parlamentar.

A disputa no Senado está ganhando ares - como direi? - "latino-tropicais". A considerar a matéria de Fernanda Krakovics para a Folha de S. Paulo de hoje, o senador José Maranhão (PMDB-PB) cambalachou seu voto em troca do gabinete pessoal de Renan Calheiros - não é uma beleza a convicção política de Maranhão? Já Cristóvam Buarque e seus três companheiros pedetistas estão ensinando como se faz política neste país: oposicionistas no primeiro mandato de Lula, eles agora venderam seus respectivos votos para Renan em troca da promessa de que Cristóvam ficará com a presidência da Comissão de Educação.

Mas a fila da oposição traíra conta com mais gente. Diz Krakovics que os pefelistas Romeu Tuma, Efraim Morais e Edison Lobão, votam no candidato de Lula. Entre os tucanos, Papaléo Paes, Álvaro Dias e Flexa Ribeiro estariam prontos para uma genuflexão aos desejos presidenciais.

Não sei quem poderia, a esta altura do campeonato, chamar os emplumados à razão - a disputa na Câmara demonstrou que o partido anda sem liderança e só pega no tranco. Mas do PFL espero aquele rápido e eficaz puxão de orelha ao qual o seu presidente, Jorge Bornhausen, não tem se furtado sempre que o seu pessoal se desencaminha.

Reforcem a segurança

A campanha pelo comando da Câmara mostra o PT descartando não só um acordo com Aldo Rebelo, mas o próprio Aldo Rebelo. São várias bocas petistas falando e babando traição ao mesmo tempo contra o antigo aliado.

É Romênio Pereira, secretário nacional de Organização do PT, dizendo que "o Aldo está" - notem bem o tempo verbal - "cuspindo no prato em que comeu". É o presidente do PT, Ricardo Berzoini, afirmando que “não é um gesto elegante” Aldo estar questionando a excessiva voracidade do PT.

Mas ninguém se superou mais do que Bruno Maranhão, aquele petista histórico que invadiu o Congresso, feriu pessoas, quebrou o que via pela frente, foi preso com a sua corja de marginais e, depois de solto, acabou sentado num lugar de honra na posse de Lula.

Bruno Maranhão deu uma entrevista ao Portal Popular em 19 de janeiro último, que mostra o que este símbolo petista pensa sobre Aldo Rebelo:

"A gente percebe que ele não é ligeiro de raciocínio, é muito lento. É uma figura fraca, mas não chega a ser do baixo clero como é o caso de Severino”.

“Eu liderei a desocupação do Congresso, levamos todo o pessoal para o gramado. Mesmo assim ele cumpriu o compromisso com Arthur Virgílio (PSDB), com Jorge Bornhausen (PFL). Para mim, o PT fez muito bem em lançar um candidato. Não dá para confiar num homem desses. Ele reprimiu um movimento social que já estava fora do Congresso. Ele foi covarde politicamente, assumiu uma postura de se ajoelhar perante a direita”.

“A direita do PSDB, de Arthur Virgílio e Fernando Henrique Cardoso, quer Aldo, que só tem fachada de esquerda e alma de direita”.

Portanto, senhores e senhoras parlamentares, se Arlindo Chinaglia vencer, preparem-se não somente para a volta do José Dirceu. Preparem-se também para o retorno triunfal de Bruno Maranhão, sua pedras e tacapes.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Jantar no ninho

Terminou, há alguns minutos, o discurso do deputado Gustavo Fruet para a bancada tucana, que está reunida no Restaurante Belle Époque, em Brasília.

Diante de uma platéia de cerca de 120 pessoas - entre as quais o Governador José Serra e o senador Sergio Guerra - o candidato da terceira via para a presidência da Câmara mostrou-se otimista.

Fruet disse que venceu uma história pessoal de timidez por acreditar que a terceira via é mais do que simples oposição simbólica. Para ele, a importância da candidatura ficou clara quando, em menos de 24 horas de contatos com as lideranças do PSDB, houve união em torno de seu nome. Igualmente, os mais de 30 mil e-mails de incentivo que ele recebeu nestas duas semanas demonstram a importância da terceira via para os eleitores.

O deputado também comemorou aquilo que ele já considera como vitórias: o apoio das mulheres e os altos índices de audiência da TV Câmara no dia do debate. No entanto, alertou que não fala de tais vitórias como quem se dá por satisfeito. Fruet disse que já conta com cerca de 130/140 votos e convocou os presentes a buscarem os 20 ou 30 que faltam para que ele chegue ao segundo turno.

Barrigão

"OS PETISTAS abriram uma cunha na candidatura de Gustavo Fruet (PSDB-PR) à presidência da Câmara. Desde já, os tucanos Eduardo Gomes (TO) e Sebastião Madeira (MA) trabalham para eleger o candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP)."

(Ilimar Franco, em sua coluna para O Globo de hoje)

Sou admiradora do trabalho que o deputado Sebastião Madeira(PSDB-MA) faz à frente da presidência nacional do Instituto Teotônio Vilela - tanto no que respeita às publicações como na realização de eventos, sua gestão tem sido digna de nota.

Por isso, desde o episódio da pesquisa telefônica promovida por Jutahy Jr., eu esperava uma oportunidade para telefonar a Sebastião Madeira - que, como se sabe, acompanhou de perto aquele escorregão orquestrado pelo deputado baiano.

Pois hoje, ao ler a coluna de Ilimar Franco para O Globo, não resisti. Telefonei ao deputado para saber se era verdadeira a notinha de Franco. Ouvi risos bem humorados do outro lado da linha. Em seguida, naquela voz firme que usa quando não quer deixar margens para dúvidas, Sebastião Madeira me informou:

"Tanto não é verdade, que hoje estou oferecendo um jantar para toda a bancada atual do PSDB, com os reeleitos e novos, com o objetivo de colocar todos em contato direto com o deputado Gustavo Fruet. O jantar é em torno de Fruet, inclusive com a presença da bancada de senadores e governadores do partido".

O deputado me garantiu, também, que já entrara, ele mesmo, em contato com Ilimar para colocar os devidos pingos no is. Depois contou, animado, alguns detalhes do jantar desta noite. A escolha do restaurante Belle Époque, do Hotel Nacional, foi estratégica: ali estão hospedados quase todos os novos deputados que tomarão posse no dia primeiro. E, embora o jantar de hoje seja apenas para o PSDB, do hall de entrada até o restaurante há material da campanha de Fruet. A oportunidade é boa também para que o candidato da terceira via transite livremente entre os novatos da Câmara.

A considerar o que me disse Sebastião Madeira, o partido está unido em torno de Gustavo Fruet. Quanto a Ilimar Franco, entendo que uma barriga, vez por outra, pode ser aceitável... Mas não seria de todo mal se o colunista renovasse suas fontes.

De nada, Folha S. Paulo

Matéria da Folha de S. Paulo de hoje, reproduzida pela Folha Online,faz análise das doações de campanha dos três candidatos à presidência da Câmara.

Os privilegiados leitores deste blog estão informados sobre o assunto há mais de uma semana, já que, em 19 de janeiro, publiquei post tratando do mesmo tema.

De nada, Folha de S. Paulo... You're welcome.

Aquele "novo mundo" é cada vez mais possível

Basta ler duas manchetes dos jornais de hoje para perceber que as viúvas da guerra fria - sempre saudosas do tempo em que o mundo era dividido entre esquerda x direita, capitalismo x comunismo, etc e tal - não estão brincando em serviço: caminham firme e forte para construir aquele prometido "novo mundo".

"Bush volta a advertir Irã."

"Venezuela vai construir com o Irã aviões não-tripulados."

A esquerda jurássica baba de satisfação. Com Fidel prestes a "lamber o coringa", as afrontas de Chávez aos Estados Unidos mitiga-lhes um pouco a sensação de orfandade. Como já é de praxe, o pessoal do "novo mundo possível" está elegendo um maluco ditatorial como representante de seus anseios revolucionários. Desta vez, porém, o maluco em questão não está apenas alinhando-se a adversários dos americanos, prováveis detentores de armas atômicas: alinha-se a adversários dos americanos, prováveis detentores de armas atômicas e representantes de um fanatismo religioso que só espalha sangue e desgraça mundo a fora.

Preparem-se, pois, para a chegada de mais uma versão do "novo mundo possível". E para as criancinhas sem braços e pernas, que a sua TV exibe toda a vez que este pessoal encontra um louco que lhes dê ouvidos.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Que furo!

Vocês acompanharam nos jornais: Jorge Rebelo - diretor do BIRD (Banco Mundial) para o projeto da linha 4 do metrô de São Paulo, foi à imprensa negar que o banco tivesse exigido ou mesmo sugerido ao governo paulista a contratação das obras da linha 4 por meio do modelo "turnkey" (preço fechado).

A declaração colocou em maus lençóis o ex-governador Geraldo Alckmin, que havia declarado que o modelo fora adotado por "exigência ou por recomdenação do Banco Mundial" - ele não estava bem certo se uma ou outra coisa.

Em e-mail à Folha de S. Paulo, Rebelo rechaçou que o Bird tenha "exigido" ou mesmo "sugerido" ao Estado ou à direção do Metrô a adoção do método "turnkey".

Bem, há quem não goste de engolir declarações sem checar a veracidade das mesmas.

Lendo, pois, o relatório do BIRD assinado pelo Sr. Jorge Rebelo, encontramos trechos onde a instituição não só sugere como recomenda o modelo "turn key". Seguem os trechos mais significativos, com sua respectiva tradução.

(…)The project will have the following impacts:

(b) Direct Fiscal Effects. The Bank's support for the turnkey contract with PSP of this Greenfield construction project in Brazil should generate significant fiscal savings over the equivalent public-sector-only project of about US$200 million over the next 6 years. There will be no operating subsidies since this is a positive concession.(…)

O projeto terá os seguintes impactos:

(...) Efeitos Fiscais Diretos. O suporte do Banco ao contrato turnkey com PSP (Participação do Setor Privado) neste projeto de construção de novas instalações no Brasil deve gerar significativa economia fiscal sobre o projeto somente do setor público equivalente, de cerca de U$200 milhões, durante os próximos 6 anos. Não haverá subsídios operacionais, considerando que é uma concessão efetiva.(...)

(…) The Bank project team and IFC (International Finance Corporation) staff reviewed several options to structure this project including:

A equipe de projetos do Banco e o IFC (International Finance Corporation*) analisaram diversas opções para estruturar este projeto, incluindo:

a) a single Build-Operate-Transfer (*) type bid with all infrastructure, equipment and operating concession included;

a) Um tipo de licitação única Build-Operate-Transfer (BOT) com toda a infra-estrutura, equipamento e concessão operacional incluídas;

b) two bids: a turnkey bid for the infrastructure and fixed installation systems; and a second bid for the operating concession with provision of rolling stock and other systems by the private sector;

b) duas licitações: uma licitação turnkey para infra-estrutura e sistemas de instalações fixas, e uma segunda licitação para a concessão de operação, com provisão da estrada de ferro e outros sistemas pelo setor privado;

c) an Installment model which would consist on a turnkey project financed by a public-private partnership but operated by METRO, with conditionalities on METRO's working ratio;

c) um modelo de parcelas que consistiria em um projeto turnkey financiado por uma parceria público-privada mas operado pelo METRÔ, com condicionantes baseadas no índice de operação do METRÔ;

and d) a traditional procurement with several bids for each main component and support from export credit agencies.

E d) uma aquisição tradicional, com várias licitações para cada componente e suporte de agências de crédito de exportação.

After a long discussion of the advantages and disadvantages of each alternativa and analysing the market conditions, alternative b) was considered the most cost-effective and viable to secure the highest private sector participation in the project without jeopardizing its main objective.Após longa discussão sobre as vantagens e desvantagens de cada alternativa, e analisando as condições do mercado, a alternativa b) foi considerada a de menor relação custo-benefício e a mais viável para assegurar a mais alta participação do setor privado no projeto, sem prejuízo de seu objetivo principal.(...)

Conclusão

Jorge Rebelo não deveria disparar e-mail para a imprensa negando que seu relatório recomendara o modelo turnkey, antes de reler o dito cujo. O assunto é sério, envolve vítimas e não pode ser tratado com tal desleixo - ou, em hipótese pior, com o intuito de servir a uma certa facção partidária que anda ocupada em destruir a imagem de uma gestão que garantiu-lhe a eleição no primeiro turno.

Geraldo Alckmin continua mal assessorado. Era tarefa urgente dos que o rodeiam - e não de blogueiros - passar o domingo mastigando o relatório assinado por Rebelo. Ou Alckmin se livra dos incompetentes que o cercam ou, como dizem os petistas, não se elegerá mais nem para prefeito de Pinda.

Tradução: Kika Albuquerque

Debate

Dentro da alguns minutos, às 11:00h, a TV Câmara apresenta debate ao vivo entre os candidatos Aldo Rebelo (PC do B-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR).

E vocês poderão acompanhar aqui no blog.

domingo, 28 de janeiro de 2007

Oposição x Aposição

Oposição:

Nem vai nem racha. Vamos superar a incompetência e a ignorância porque este país é maior do que seu presidente”.

Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL, sobre Lula ter dito que "ou vai ou racha", a respeito do crescimento econômico.

Aposição:

"O governador, até pelos interesses do Estado que representa, não pode estressar muito as relações com o governo federal”.

Tasso Jereissati (CE), presidente do PSDB, em entrevista ao Estado de S.Paulo

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Plunct, PAC, zum... Plaft! na cara do funcionalismo.

Não sou economista, mas também não sou pateta e nem gosto de fazer papel de boba.

Sou filha de funcionários públicos e sei o quanto esta classe paga o preço pelo inchaço da máquina com companheiros e apadrinhados, que ganham sem trabalhar.

O PAC do Lula é uma bofetada na cara dos servidores federais: para controlar a despesa de pessoal da União, determina a limitação do crescimento anual da folha de pessoal (inclusive inativos) à taxa de inflação (IPCA), acrescida de um índice real de 1,5% ao ano, por 10 anos, medida a ser implementada a partir de 2007. O objetivo é a “redução gradual das despesas de pessoal em relação ao PIB”.

Atenção: não é o salário do pobre servidor público que poderá aumentar pela inflação, mais 1,5%, automaticamente, como andam dizendo os petistas mal intencionados. É o gasto total com pessoal - o que significa que entra nesta conta o aumento do número de inativos, bem como as novas contratações por concurso público, além de novos companheiros do PT que forem chamados para serem amamentados nas dezenas de projetos do PAC.

Na prática, o que teremos é um achatamento salarial, sem correção nem pela inflação, quanto menos com aumentos reais, pelos próximos 10 anos.

E o Lula e os seus economistas sabem disso, pois de 2005 para 2006, os gastos com pessoal dos Três Poderes tiveram um incremento de mais de 21% - o que mostra a incompetência deste governo para gerir tema tão complexo.

Aliás, não esqueçamos que tanto o Legislativo quanto o Judiciário têm autonomia constitucional para definir as suas políticas salariais. Com isso, os super salários do Judiciário - que resiste em cumprir a determinação de obedecer a um teto salarial - bem como o aumento de 91% defendido por Aldo Rebelo e Arlindo Chinaglia entram nesta mesma rubrica.

Logo, não será o companheiro do PT mamando no Executivo, nem o Desembargador com a sua toga bordada e tampouco o Deputado mensaleiro quem pagarão esta conta: será, novamente, o pobre barnabé.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Perderam o trem

O leitor João Gomes suplica, há dias, que eu fale daquilo que ele chama, de forma um tanto quanto aficcionada, de "buraco do Serra". Tentei explicar ao Gomes que o blog só existe para o meu bel prazer - e que aqui eu falo o que quero, quando quero e como quero.

Agora há pouco, o leitor Luis Hamilton veio defender a minha liberdade editorial - mas concluiu dizendo que eu não falo do acidente ocorrido no metrô de São Paulo porque, afinal de contas, o "buraco" é do Alckmin.

Ambos perderam o trem.


Na verdade, eu não falo do caso porque sou partidária de Faria Lima, prefeito paulista que, na década de sessenta, deu início aos projetos da primeira linha de metrô daquela capital - a "1-Azul". Deve-se considerar, também, que fiz boa parte da minha formação em escolas jesuítas. De modo que, pegando carona na onda petista de datar tudo em 500 anos, estou tentando poupar a Anchieta e a Manoel da Nóbrega, que tiveram a péssima idéia de fundar uma futura metrópole em solo tão instável.


Como vocês podem ver, tenho coisas a esconder e estou comprometida até o último fio de cabelo com esta história do metrô. Não me peçam mais para falar nisso.

Um ano e cinco meses antes daquele café em Lisboa...

(...)

O SR. DEPUTADO JAIRO CARNEIRO - V.Exa. conhece o Sr. Marcos Valério de Souza? Como e quando o conheceu? Que tipo de relação tem ou teve com ele?

O SR. DEPUTADO JOSÉ DIRCEU - Eu conheço o Sr. Marcos Valério. Não me recordo onde o conheci, em alguma atividade social. Não tenho relação pessoal com ele de amizade, não tenho nenhuma relação com ele de Governo. Ele esteve na Casa Civil acompanhando a diretoria do Banco Rural e esteve mais uma vez na Casa Civil - esteve duas vezes na Casa Civil -, e não é fato que eu me comunicava com ele por telefone. No sigilo telefônico dele e meu, isso vai ficar registrado. Nunca tive relação com ele para além dessa relação.

O SR. DEPUTADO JAIRO CARNEIRO - E nunca houve conversas de V.Exa. com o Sr. Marcos Valério por telefone?

O SR. DEPUTADO JOSÉ DIRCEU - Não posso dizer isso. Estou dizendo que não tinha contatos telefônicos com ele regulares, que eu não tinha relação com ele regular, que eu não tinha nenhuma relação pessoal de amizade com ele, muito menos de qualquer tipo de tratamento que não fosse a ida dele à Casa Civil e os meus encontros sociais com ele, coisa que ele confirma nas declarações dele.

(...)

O SR. DEPUTADO JAIRO CARNEIRO - Conforme notícia veiculada no jornal Correio Braziliense de 1º de agosto, o Sr. Marcos Valério teria feito dois telefonemas, logo depois da posse do Presidente Lula, para atender a pedidos pessoais de V.Exa.: o primeiro, para o Presidente da Brasfrigo e principal acionista do BMG, Flávio Guimarães, tendo como objetivo obter emprego para uma de suas ex-mulheres, a Sra. Ângela; o segundo telefonema, para José Augusto Dumont, ex-Presidente do Banco Rural, com o objetivo de conseguir um empréstimo para a compra de um apartamento para a mesma senhora. Segundo o jornal, ela teria conseguido o emprego na única agência do BMG na Capital paulista e um empréstimo em valor superior a 200 mil reais, ou inferior. V.Exa. confirma essas informações como verdadeiras?

O SR. DEPUTADO JOSÉ DIRCEU - Sr. Relator, o Banco Rural não confirmou a informação de que o Sr. Marcos Valério pediu um empréstimo para a Sra. Ângela Saragosa, minha ex-esposa. O BMG confirmou que ele pediu, mas que ela passou por um processo de seleção e exerce a função no banco. A nota - e depois vou enviar uma cópia da nota - da Sra. Ângela Saragosa, ela é auto-explicativa. Eu não tive participação; não solicitei e não tive participação, nem na venda do apartamento, nem no empréstimo e nem no pedido de emprego e na seleção que foi feita no BMG. Eu vou enviar a nota depois. A nota é pública, já foi publicada em praticamente todos os meios de comunicação do País.

(...)

O SR. DEPUTADO JOSÉ DIRCEU - (...) E, por fim, quero dizer, Sr. Presidente, que esse caso da Brasil... da Itália Telecom, da Portugal Telecom é muito grave. Porque, veja bem, o Deputado Roberto Jefferson vem aqui, joga uma acusação no ar e eu fico acusado. Veja bem: "que eu chamei o PT e o PTB e organizei algum negócio escuso com a Portugal Telecom". Olha a irresponsabilidade! As empresas investem no Brasil. O Brasil tem credibilidade internacional. Quer dizer que o Ministro-Chefe da Casa Civil... E disse que eu falei com o Presidente da República, levei a Portugal Telecom ao Presidente da República, quer dizer, envolvi o Presidente, de certa maneira, nisso. O que eu posso afirmar? Primeiro, que eu fico indignado. Segundo, que não é verdade. Não é verdade. O senhor está mentindo! Eu não fiz isso. E falo com tranqüilidade e serenidade. Não fiz isso. Quero dizer ao País que não fiz isso, como muitas das acusações que ele me faz.

(...)

DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA - (...) Eu quero aproveitar a oportunidade para mencionar que o Blog do Noblat acaba de dizer que foram a Portugal Marcos Valério do PT, ou seja, pelo PT - imaginem: Marcos Valério pelo PT! -, e Emerson Palmieri pelo PTB, que viajaram no início deste ano a Lisboa para tentar obter recursos junto à Portugal Telecom e outras empresas portuguesas. V.Exa. sabe inclusive da entrevista dada pelo ex-Ministro Mexia, se não me fala a memória, num jornal de Portugal, onde ele diz ter recebido o Sr. Valério.

(...)

O SR. DEPUTADO JOSÉ DIRCEU - (...) O Deputado traz de novo a questão da Portugal Telecom à tona. Eu repito: eu não posso reconhecer um erro de algo que eu desconheço, não participei, certo?. Não posso. O Deputado Roberto Jefferson traz aqui, no Conselho de Ética, uma informação. O Deputado José Carlos Aleluia acrescenta outra informação. Isso precisa ser investigado, precisa ser apurado. Agora, eu, como Ministro-Chefe da Casa Civil, não participei de nenhuma reunião com a Portugal Telecom, de nenhum... Não tomei nenhuma decisão que encaminhasse qualquer negociação sobre qualquer fato, sobre qualquer objeto, certo? Eu falei que eu era Ministro-Chefe da Casa Civil. Eu não participei, certo? É preciso ouvir a Portugal Telecom, é preciso saber em nome de quem viajaram esses senhores, qual foi a participação que teve o PT nisso, e aí apurarmos, mas eu não...

(Fonte: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar- Audiência Pública - N°: 1049/05 - DATA: 2/8/2005 - Depoente/Convidado: José Dirceu - Deputado Federal )

Então é isso

Depois que uma relação meramente burocrática e um tanto superficial - já que um nunca sabia o que o outro andava fazendo da vida - colocou Marcos Valério e José Dirceu a frente de Conselho de Ética da Câmara, a amizade de ambos aprofundou-se.

Unidos, pois,na adversidade, eles agora foram desfrutar, conforme nos avisa o petista Mino Carta, de um café da manhã em Portugal - a capital européia para a qual, no passado, diz-se que o PT mandou Valério representá-lo numa negociação. Tudo, é claro, sem o conhecimento de José Dirceu, à época estrela máxima do PT e principal ministro do Governo Lula.

Meu Deus, que crianças maldosas são vocês, leitores!

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

De estrelas, rastros e pistas

Por esta vocês não esperavam.

Nos próximos segundos, este blog vai dar um link para Mino Carta.

Tudo culpa do leitor Hugo-a-Go-Go, que descobriu uma notinha interessante no diário do italiano:

"Encontros em Lisboa

Ignoro o significado do evento, mas, de excelente fonte, sei que o ex-chefe da Casa Civil do presidente Lula, José Dirceu, e Marcos Valério, aquele senhor que pretende imitar Yul Brinner e de quem tanto se falou nos últimos dois anos, estavam a tomar café da manhã, olhos nos olhos, às 10 horas da manhã do dia 6 deste mês. Em Lisboa, no Hotel Pestana. Dia de Reis, os magos, que no entanto eram três, e levaram ao Menino Jesus, nascido doze dias antes, ouro, incenso e mirra. No caminho de Belém, até a manjedoura sagrada, seguiram a estrela cometa. Não se exclua a possibilidade de que Dirceu e Valério tenham pretendido celebrar a festividade e lamentado a ausência de Paulo Coelho, o grande místico."

(Fonte: Blog do Mino)

Pois eu acho que os "magos" em questão poderiam estar, sim, tratando de presentear alguém - talvez, quem sabe, até algum menino-prodígio?

Enganam-se, porém, os que pensam que ambos precisem seguir o rastro da estrela. Na verdade, não é de hoje que os dois andam é determinando os caminhos daquela estrela que faz, neste momento, sua desastrosa passagem sobre os céus do Brasil.

Estrelato

Sempre bem informada respeito da dolce vita palaciana, a jornalista Mônica Bergamo nos faz saber em sua coluna de hoje:

"O maiô branco com estrela vermelha que a primeira-dama Marisa Letícia usou na praia no ano passado, após as eleições, foi presente de um fã lulista. Chegou em um pacote anônimo no Palácio da Alvorada."

Eu acho que houve um engano - alguém da Texaco deve ter esquecido de anexar o cartão ao brinde de final de ano . Ainda assim, a dica é preciosa. Estou certa de que os leitores deste blog teriam um bom número de sugestões com as quais poderíamos incrementar o guarda-roupa da primeira-dama.

P.S.: sejam educados.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Plunct, plact, zum....

É o som do governo Lula lançando o "PAC".

Pura onomatopéia, a implorar uma reedição de Raul Seixas.

Repitam comigo, pois:

Plunct, PAC, zum! ....Não vai a lugar nenhum.

sábado, 20 de janeiro de 2007

Pues mira, gorilón: tenemos oposición

Segue a nota oficial da Comissão Executiva do PFL que seu presidente, o senador Jorge Bornhausen, fez publicar na tarde de hoje:

Nota à imprensa

O PFL vem a público repudiar o comportamento antidemocrático e agressivo à liberdade de imprensa do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

O PFL considera igualmente inaceitável o apoio do governo brasileiro ao presidente da Venezuela, em claro desrespeito à cláusula diplomática do Mercosul.


O PFL reafirma a defesa da liberdade de imprensa e se solidariza com os jornalistas e funcionários das Organizações Globo, agredidos por Chávez sob o silêncio cúmplice das mais altas autoridades do País.

Brasília, 20 de janeiro de 2007


Jorge Bornhausen

Comissão Executiva Nacional do PFL

É o primeiro pronunciamento político sobre a vergonha ocorrida ontem no Rio. Não por acaso, temos dito que o PFL parece se realmente o único partido de oposição. Pelo menos, até agora, é o único que tem demonstrado a agilidade e a prontidão necessárias à tarefa.

Os 500 macaquitos

Cerca de 500 macaquitos lotaram, ontem, as galerias da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.

Lá estavam para compor o circo idealizado pelo pedetista e deputado estadual Paulo Ramos: condecorar Hugo Chávez com a medalha Tiradentes.

Segundo leio na imprensa, tão logo Hugo Chávez começou a balbuciar ataques contra o jornal O Globo, os macaquitos iniciaram uma vaia. Chávez, então, se entusiasmou: "O Globo, não tenho dúvidas de dizer, é inimigo do povo brasileiro. É inimigo do povo latino-americano", vomitou o ditador venezuelano. Insandecidos, os macaquitos começaram a guinchar seu bordão preferido desde a reeleição de Lula: "O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo! ".

Foi assim. Um deputado imbecil, 500 macaquitos e um gorila: bastou isso para que a Assembléia Legislativa do Rio cuspisse na história daquela cidade e servisse de palco para um deplorável espetáculo: um ataque a uma empresa brasileira, reconhecida no mundo inteiro pela qualidade de seus produtos - e com a qual a população do Rio de Janeiro tem inúmeras dívidas. Ou alguém duvida que, após deixar de ser capital federal, o Rio de Janeiro não foi beneficiado por sediar uma das maiores empresas de comunicação do mundo?

Não sei se a letargia que toma conta do país já atingiu um ponto irreversível e os brasileiros vão engolir pacificamente mais este sapo. As manifestações, até hoje cedo, eram tímidas. Poucas vozes indignadas surgiram até agora. Algumas para cobrar a imprensa presente; outras para apontar Lula como arquiteto maior do processo desmoralização da mídia nacional em curso.

Quanto a mim, por ora gostaria apenas de saber se havia algum controle, um livro de visitas ou algo do gênero, na entrada deste evento. Certamente que controle havia - pois o fato de que nenhum dos presentes tenha arriscado erguer-se contra a opereta orquestrada por Chávez denuncia que só aos macaquitos permitiu-se a entrada.

Se controle houve, que se registre estes nomes para a história. Que eles fiquem marcados como os 500 macaquitos de Hugo Chávez.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Pode vir quente

Este blog recebeu, por volta das 20h30min de hoje, duas ameaças: a primeira, de interesse mais geral, é que o Blogger será tirado do ar amanhã. A segunda, que me diz respeito diretamente, promete que "o próximo" será este blog.

A ameaça foi feita através de comentário, que acaba de ser liberado, no post Grito de guerra. Diz o texto:

Então dona NARIZ,

Vou espalhar mais um: POR conta de um "movimento" que andam espalhando pela NET para amanhã, 20/01, vou TIRAR DO AR O ACESSO AO BLOGGER, FALEI???

O próximo será você!!!

CYBER_X

CYBER255@hotmail.com


Seu autor é cliente da Telemar Norte Leste e, quando veio até aqui para ameaçar este blog, usava o IP 201.58.32.28. Se a Telemar Norte estiver interessada, tenho mais dados para fornecer.

Vamos ver se o tal CYBER_X tem mesmo farinha no saco ou se é só um bostinha que se diverte fazendo ameaças que não pode cumprir.

CYBER_X, meu bem, venha me pegar.

O melhor de três

Para conhecer os três candidatos à presidência da Câmara Federal nas suas minúcias, estou metendo o nariz na vida do Arlindo, do Aldo e do Fruet.

Em ocasiões como essa, me parece que algumas perguntinhas não devem calar. Por exemplo: quem financiou a última campanha eleitoral da trinca?

Segundo os dados do TSE, Aldo Rebelo amealhou R$ 1.453.544,40 ou 3% mais que, Arlindo Chinaglia, que arrecadou R$ 1.412.449,04, que é 129% mais do que captou Gustavo Fruet, com R$ 617.599,66.

De onde veio o dinheiro?

Para Arlindo, os grandes doadores foram a Camargo Correa e outras empresas do grupo, com R$ 209.000,00 e a OAS com 150.000,00. Ambas participam do Consórcio do Metrô de São Paulo, obra do PSDB. O resto é silêncio.

Já o Diretório Nacional do PT colaborou com cerca de R$ 150.000,00 - o que, mais uma vez,mostra que o partido deve aos bancos mas continua com os cofres cheios. Depois, vieram a CSN, com R$ 70.000,00, e a Votorantim, com R$ 50.000,00. Do seu próprio bolso, Chinaglia puxou somente R$ 10.000,00, menos de 1% do custo da sua campanha. É, portanto, o que podemos chamar de uma campanha profissional.

Aldo tem um perfil parecido com Chinaglia. Foi mas financiado pelas produtoras de commodities, tais como a CAEMI -a campeã, que entrou com R$ 300.000,00 - , a CSN com R$ 100.000,00 e a Votorantim com R$ 50.000,00. As mesmas construtoras que ajudaram Arlindo não escaparam do Presidente da Câmara, que captou R$ 250.000,00 da Camargo Correa e R$ 40.000 da Odebrecht. Nem mesmo a BM&F, Bolsa de Mercadorias e Futuros, supra sumo do capitalismo selvagem, escapou: fez uma doação de R$ 50.000,00. Já a EMBRAER aterrissou R$ 70.000. O deputado do partido comunista vai, pois, ao mercado como qualquer mortal, além de ser cuidadoso com seus bens acumulados: da sua própria carteira, Aldo Rebelo colocou apenas R$ 1.400,00, ou seja, fez uma campanha ainda mais profissional do que Chinaglia.

Fruet, por sua vez, é mesmo um candidato da terceira via. O jovem deputado é o que podemos chamar de um neófito ou um amador na captação de recursos. O maior doador de sua campanha foi ele próprio, com R$ 210.000,00, ou 34% do valor gasto. O segundo doador foi a Camter Construções e Empreendimentos, com R$ 100.000,00, seguido da UNIMED, com R$ 50.000,00 e da Klabin, com R$ 40.000,00. Pra pegar o santinho, fui ver se esta Camter doou pra mais candidatos. Sim, doou mais de R$ 1.600.000,00, notadamente para a campanha de Aécio Neves, mas também contribuiu com petistas.

Eis o "dado concreto e objetivo" que serve de base para uma comparação entre os três aspirantes à presidência da Câmara: Fruet, pagou1/3 das suas contas de campanha. Já Aldo e Arlindo, que não gastam nada do próprio bolso, querem 91% de aumento.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Utilidade pública

Este é um aviso aos serristas e aecistas que aqui comentam - e que andam revoltados com as opiniões que este blog emite a respeito destes dois "luminares" do tucanato.

A área de comentários do blog não é penico para frustrações alheias. Baixem o tom da grosseria ou não comentarão mais aqui.

Incrível... sempre quis usar a expressão "penico" para designar o suporte adequado a alguns comentários que são deixados aqui. Jamais imaginei que seriam os tucanos a me darem esta chance. Que vergonha, hein?

Grito de guerra

Figura folclórica entre os comentaristas do Blog do Noblat, CORONEL passou boa parte de 2005 repetindo um sloganzinho que enlouquecia aos petistas: " Não vou nem gastar coturno, é Serra no primeiro turno", prometia ele, num momento em que candidatura presidencial ainda estava indefinida.

Uma vez que a escolha recaiu sobre Geraldo Alckmin, o já célebre comentarista aderiu de imediato. Não chegou a criar um slogan para a candidatura Alckmin - mas sei que foi mais fiel na sua defesa do que muitos tucanos de ficha assinada.

Pois, ontem à noite, CORONEL lançou um novo slogan, que dá bem a medida de como algumas atitudes podem espantar simpatizantes e formadores de opinião: "PT, leva o Serra pra você!"

Já sei que aparecerão por aqui os arautos da insignificância da internet para os processos eleitorais - principalmente no que respeita às urnas. Mas eles, os que desprezam o poder da internet nos processos políticos, acabam de perder uma eleição presidencial para os cyber-soldadinhos de Valter Pomar e sua invejável competência em espalhar boatos. Recomenda-se, pois, que fiquem calados e aprendam.

Cadê?

Li ontem, na Folha de S. Paulo, a notícia de que a Juventude Nacional do PSDB emitira nota condenando o apoio de parlamentares tucanos ao petista Arlindo Chinaglia na disputa pela presidência da Câmara.

Disposta a publicar a nota na íntegra, passei a procurá-la no site do partido. Mas, até agora, a assessoria de imprensa do PSDB não ofereceu destaque para a dita cuja.

Parece que estou querendo dar aos filhotões mais atenção do que eles recebem do próprio ninho.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Para que serve o PSOL? Um post com cara de repeteco.

Em 28 de setembro de 2005, escrevi neste blog:

"O rebento de Heloisa Helena, Babá e Luciana Genro mostra que, além de ultrapassado ideologicamente, está também no lugar errado: Câmara é local para quem sabe e quer votar.

Quem gosta de votar em branco não pode pretender a carreira política.

Ninguém elege um representante para que ele fique apenas ganhando altíssimos rendimentos. Pessoas votam em representantes políticos para que eles, uma vez no plenário, façam a única coisa que deles se espera: que tomem uma posição e votem.

É simples, não requer prática ou habilidade.

Ao não posicionar-se na escolha do presidente da Câmara, o PSOL demonstra que não tem a menor condição de participar da vida política nacional. "

Pois bem.

Notícias recentes dão conta de que o tucano Gustavo Fruet acaba ser escolhido para representar a Terceira Via na disputa pela presidência da Câmara Federal. E o que fez o PSOL? Deu de ombros para a expectativa daqueles mais de 40 milhões de oposicionistas e, dizendo-se contrariado com a escolha de Fruet, abandonou o movimento.

Some-se isso a postura recente do partido - que não quis posicionar-se no segundo turno da campanha presidencial - para que se torne imperativa a pergunta: "para que serve o PSOL?"

Penso que um partido de oposição que não tem chances de eleger qualquer candidato para um cargo significativo, que não se posiciona numa eleição presidencial e que sempre tira o corpo fora nas eleições da Câmara serve para absolutamente nada.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Matemática da traição

Não sou muito boa em matemática. Mas dando uma olhada na nova composição da Assembléia do Estado de São Paulo, fiquei surpresa: José Serra, mantendo-se fiel à Coligação Compromisso com São Paulo, que o elegeu governador, não precisaria vender a alma ao diabo para ter maioria.

Vamos às contas...

A Assembléia paulista é formada por 94 deputados. Ou seja, a maioria é conquistada com 48 votos. Os partidos que formaram a Coligação Compromisso com São Paulo (PSDB, PFL, PPS e PTB) somam 44 votos. Para conquistar a maioria, Serra poderia buscar apoio no PV, que tem 8 votos, chancelando a candidatura da Terceira Via para a Câmara Federal - única saída decente para quem diz pertencer a um partido de oposição. Serra poderia, ainda, buscar alianças com o PMDB e o PDT, que somam 9 votos.

Então, por qual motivo José Serra preferiu fazer agrados ao PT, que tem apenas 20 votos na Assembléia paulista?

Dizem que os números não mentem. Se assim for, conclui-se que Serra trai a oposição porque é da sua natureza.

domingo, 14 de janeiro de 2007

Paternidade

Em junho do ano passado, o ator Carlos Vereza deu uma entrevista polêmica a Jô Soares. Desde então - como ocorre a todos os que ousam se opor ao lulo-petismo - passou a ser uma das vítimas prediletas do apedeutismo militante.

Dentre as muitas e boas declarações do ator, uma em especial enfureceu as hostes seguidoras no "Noço Guia Geniau dos Povos". Não porque fosse uma novidade. Mas porque foi escancarada em um programa de grande audiência. Segue ela:

"O que era um grande líder metalúrgico transformou-se na glamourização do apedeuta, da ignorância. Lula é uma invenção da USP, da Unicamp e das comunidades eclesiásticas de base com o aval do falecido Golbery do Couto e Silva. Ele agora diz que nunca se fez no mundo tantos benefícios para o trabalhador como ele fez. É um delírio absoluto. É um megalômano."

Houve choro e ranger de dentes, seguido de uma verdadeira ofensiva viral na internet, através da qual os militantes da estrela tentavam (surpresa!) reescrever a história e desacreditar a versão apresentada pelo ator.

Pois a Folha de S. Paulo de hoje colocou uma pá de terra sobre tais impulsos revisionistas ao trazer uma matéria sobre o ex-governador Paulo Egydio Martins. Ministro da Indústria e Comércio do governo Castello Branco e governador de São Paulo durante o governo Geisel, Paulo Egydio lançará em março um livro de memórias sobre o período militar. Dentre as memórias, destaca-se a reveladora reação de Geisel quando Egydio, na qualidade de governador, empossou Lula na presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo:

Geisel teria perguntado "o que deu na cabeça" de Paulo Egydio. Ele explicou que Lula era adversário dos comunistas. Geisel relaxou: "Mas eu não sabia que ele tinha derrotado os comunistas". Segundo Egydio, Golbery do Couto e Silva, da Casa Civil, manobrou para "atrair" Lula para a política. Golbery "temia Lula no sindicato" e "queria que ele fosse para a área política, porque achava que lá ele iria se esfacelar".

Eis, pois, a História do Brasil, tal qual Carlos Vereza a expôs naquela fria noite de junho último: Lula é cria de Golbery.

sábado, 13 de janeiro de 2007

Pavões, araras e galinhas: é pena pra todo lado

Manjam briga de travesseiro em dormitório feminino?

Pois parece que a próxima semana vai ser assim: pena pra todo lado.

Ontem foi FHC que, abrindo sua reluzente cauda, veio à imprensa tentar abortar a operação Chinaglia - onde ele estava e com quem se informava enquanto Jutahy e Serra colocavam as peninhas de fora, é coisa para se pensar. Agora é o senador Arthur virgílio - o galinho garnizé, que muito cacareja, mas não nega uma revoada a bordo do Aerolula - quem dá o ar da graça para protestar contra o suspeito apoio orquestrado pelo lider do tucanato na Câmara. Mas o galinho não está só... Também o senador Tasso Sumido Jereissati reapareceu, furioso feito uma arara. Tanto que interrompeu sua estada européia - estes tucanos são todos tão brega-chiques, que às vezes eu penso que a melhor leitura para entendê-los é a revista Caras - enfim, Tasso interrompeu suas férias para avisar que vai chamar uma reunião da executiva nacional a fim de discutir o apoio a Chinaglia.

Caso se realize, a reunião promete ser lenha pura, já que promoverá novo round entre Jereissati e Jutahy Magalhães. Da última vez em ambos estiveram na mesma sala, em dezembro último, só não foram às vias de fato porque havia uma mesa no meio. O motivo da briga foi uma proposta de Jereissati: o senador queria proibir que tucanos aceitassem participar de governos estaduais petistas.

Quanto a mim, estou atualizando a lista do supermercado. Preciso renovar o estoque de pipocas. Depois que a galinhagem e a pavonagem tucanas afundaram uma campanha presidencial, a única coisa que espero deste partido é diversão gratuita.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Em boa companhia (II)

"O que me parece é que os tucanos, na hipótese de Chinaglia se sagrar vencedor, serão sócios de todo o passivo do petismo, sem, no entanto, se tornar parceiros de alguns de seus “sucessos”. Explico-me: boa parte do eleitorado de classe média (urbano e mais crítico) repudiou as práticas petistas e lastima essa proximidade. Já os esquerdistas e filoesquerdistas e os beneficiários das prebendas sociais jamais migrarão para as fileiras tucanas. O PSDB perde o que tem para continuar sem aquilo que já não tem."

De Reinaldo Azevedo - outro que, como eu, nada entende de política.

Em boa companhia (I)

"Depois o PSDB choraminga pelos cantos, perguntando-se por que perdeu uma eleição tida como ganha. Simples: o partido não tem liderança nem estratégia. É um punhado de gente batendo cabeça por questiúnculas.

Sem demérito nenhum a Arlindo Chinaglia, deputado experiente e de um partido importante, qual o sentido de o PSDB apoiar o PT para a presidência da Câmara, a terceira posição da República?


Chinaglia é PT, é Lula, é Dirceu, é Berzoini. Eleito presidente, suas primeiras providências serão fechar uma pauta com o Planalto, trabalhar para enterrar atuais e futuras CPIs e articular a anistia de Dirceu. Ou alguém tem dúvida disso? O PT cresce, o PSDB encolhe. "

Eliane Cantanhêde, na Folha de S. Paulo de hoje, mostrando que "desconhece" política tanto quanto eu.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Era a via da vergonha na cara

Eu sou de um tempo em que, quando tudo estava perdido, tentava-se manter pelo menos a honra - aquela qualidade que nos permite andar pela rua de cabeça erguida.

É por esta razão que eu não entendo que a dita "oposição" - em especial o PSDB e o PFL, partidos que há dois meses diziam querer derrubar Lula nas urnas - esteja agora se dividindo entre apoiar Aldo Rebelo e Arlindo Chináglia. Esta duas candidaturas, todos sabem, são do agrado do governo Lula. Apesar do teatro ensaiado nos últimos dias, a verdade é que, para Lula, tanto faz quem venha a abocanhar a presidência da Câmara : um manterá tudo como está; o outro sossegará a sede de poder do PT.

Pouco importa que a "terceira via" não tenha qualquer chance de vitória. Aderir a ela seria uma forma de manter a honra destes partidos que se dizem de "oposição" mas que, nos momentos cruciais, têm se vendido barato em troca de uma maior proximidade com o executivo - esta vaca gorda, que pode ou não liberar dinheiro para seus projetos.

Este seria o único serviço que os nossos supostos parlamentares de oposição poderiam prestar a nação no presente momento: salvar o que ainda lhes resta de honra. Mas qual o quê.... Lá estão eles, de pires na mão, como as mais abjetas caricaturas políticas, em tal nível de degradação que, talvez, nem mesmo a literatura conseguirá reproduzir com total fidelidade no futuro.

Já sei que algumas almas seviciadas pelo tempo aparecerão por aqui dizendo que esta minha visão é utópica, que política é coisa para profissionais etc e tal. Poupem-se. Eu não gosto da política como ela é. Se gostasse, talvez eu estivesse em Brasília e não num blog dizendo o que penso - ou, pelo menos, a parte publicável do que estou pensando neste momento.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Xô, beiçuda!

Pendenga resolvida - pelo menos por enquanto.

O desembargador Ênio Santarelli mandou suspender o bloqueio do Youtube e o site, pelo menos para os clientes da BrasilTelecom, já voltou a funcionar. Mas atenção, queridos, porque o assunto vai render.

Não gostei da declaração de Demi Getschko, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, que pensa ser um exagero falar em censura. "Na China [onde há censura da Internet], o bloqueio não é feito pelo Judiciário, mas pelo Executivo", disse ele em entrevista ao UOL Tecnologia.

Sai dessa, Getschko. Censura é censura, pouco importando de onde venha.

Outro que perdeu a chance de ficar de boca fechada foi Zico Goes, diretor de programação da MTV. Assustado com os 20 mil e-mails que recebeu - uma ninharia, diga-se de passagem - ,Goes rotulou a campanha de boicote à beiçuda, surgida nas últimas horas, de "fascismo". Góes também se apressou em explicar que a ação fora movida pelo namorado da apresentadora. Detalhe desimportante. Não estivesse solidária com o amante, a beiçuda teria se pronunciado publicamente contra o bloqueio. Ela teve tempo para isso. Ou será que, para dizer o que pensa e se posicionar sobre algo que envolve seu nome - e está atingindo negativamente cerca de 5,7 milhões de internautas - a beiçuda vai ter uma timidez que não teve à beira mar?

Gente como Zico Goes quer é continuar nos enfiando informação goela a baixo sem que possamos com ela interagir. Goes quer é criar e manter vivas celebridades inúteis que, como disse brilhantemente Josias de Souza em seu blog, "conspurquem a privacidade alheia e imponham-se à nossas vidas, como se tudo o que lhes ocorre fosse do nosso interesse". Gente como Zico Góes só não quer é receber o retorno, entendem? Quando dizemos o que pensamos destas celebridades; quando deixamos claro que não aceitamos que elas determinem nossas vidas, ele nos chama de "fascistas".

Finalmente, uma palavra para quem deixou, aqui, comentários ensinando como burlar o bloqueio para acessar o Youtube: a questão, no que respeita a este blog, nunca foi essa. Eu nem acesso tanto assim o Youtube. Apenas quero continuar acessando-o pelas vias normais porque vivo numa democracia. Logo, a questão foi - e continua sendo - não abrir um precedente legal que possa nos levar rumo a uma internet censurada. Porque, no final das contas, foi sob censura que a internet brasileira esteve nas últimas 18 horas.

Ela estava na dela... E eu estou na minha.

Tem gente que ensaia livrar a cara da beiçuda, argumentando que ela tinha o direito de procurar a Justiça. O erro foi da Justiça, dizem. "Ela estava na dela". Ora, assassinos confessos estão na deles quando procuram a Justiça. Nem por isso devemos nos furtar a fazer-lhes crítica.

A Justíça é, sim, passível de contestação. Mas contestar decisão judicial é algo que cabe a quem de leis entende - e eu espero que este pessoal se manifeste rapidinho. Não é o meu caso. Eu entendo um pouco de tudo - e um pouquinho mais das movimentações culturais, sociais e políticas e seus aspectos simbólicos. E percebo que, se esta moça não receber um belo de um corretivo, da próxima vez que uma Ângela Guadagnin dançar em plenário nos restará apenas ler sobre o ocorrido e imaginar a cena. A bocuda estava na dela eu eu estou na minha - seja na forma de desfrutar a orla marítima, seja no tratamento que dou a este despautério .

No caso da beiçuda que "estava na dela", receber um corretivo é fazer com que a peripércia judicial lhe custe mais caro que a própria exibição do vídeo. Significa fazê-la ver aquilo que o brilhante empresário dela esqueceu: que ela tem um programa em uma rede de TV voltada para o público jovem - público por excelência do Youtube. São estas as almas e corações que eu quero no momento. São eles que farão pela bocuda aquilo que o cantor e compositor Leo Jaime fez, no início dos anos 80, pela diretora do Serviço Federal de Censura e Diversões Públicas, Solange Hernandez: colocar-lhe um selo na testa.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Para a beiçuda, musa da censura

Ôh, beiçuda, quem mandou você fazer na praia lotada o que a maioria das pessoas faz entre quatro paredes?

E, depois de meses de exibição, você agora quer evitar o quê mesmo?

Ou será que a visitação do vídeo baixou - vamos combinar que já vi coisa melhor - e você está apenas dando um jeitinho para voltar às capas?

Pois arrume outro craque, querida.

De maria-chuteira à musa da censura é muita decadência.

Fica

Crescem os apelos para que Jorge Bornhausen se mantenha na presidência do PFL.


Além de Cesar Maia, José Roberto Arruda e Gilberto Kassab - que externaram, em almoço realizado na semana passada, seu desejo de que o senador continue presidindo a legenda -, engrossam a turma do fica José Carlos Aleluia, Marco Maciel, José Jorge e Agripino Maia.

Em entrevista ao Diário Catarinense deste domingo, porém, Bornhausen reafirmou sua intenção de deixar o cargo no final de abril, data prevista para a convenção que escolherá a nova executiva. O principal argumento do senador é a renovação das lideranças: "O partido faz agora, em janeiro, 22 anos. A geração que dirigiu o PFL durante esse período tinha na época em torno de 40, 45 anos. Hoje, está com mais de 60. É preciso que se volte para uma renovação a fim de que possamos levar o partido por mais 20 anos."

Entenda-se como louvável a atitude de Bornhausen - são poucas as figuras públicas que têm esta consciência de que é preciso abrir caminho aos mais jovens. Mas a pergunta que se coloca,porém, é: se os principais nomes do partido consideram que o catarinense deveria permanecer por mais um mandato, talvez seja porque não reconheçam, na nova geração, alguém capaz de exercer tal liderança.

Eu também não. Na verdade, todos os nomes que eu imaginaria capazes de subtituir o senador estão na casa dos 60. Some-se a isso o fato de que, com Bornhausen à frente, o PFL foi o único partido que se comportou, de fato, como oposição e entenderemos que esta renovação pode esperar mais um pouco.

sábado, 6 de janeiro de 2007

A oposição, segundo José Serra

Duas notinhas da coluna Painel na Folha de S. Paulo de hoje:

"Um governador lulista aposta que a balança vai pender para o lado do presidente da Câmara. 'Lula chegou a ter dúvida, mas agora voltou a dar sinais claros de que quer o Aldo', diz."

"O PSDB, antes defensor da tese da proporcionalidade, agora incentiva o balão de ensaio da terceira via. O partido acha que estava facilitando a vida do governo, ao deixar a disputa correr solta entre dois aliados."

E, no site do Cláudio Humberto, uma terceira notinha:

"Racha tucano. Mesmo que FHC venha a endossar uma candidatura alternativa, o governador José Serra (SP) deve manter o apoio a Aldo Rebelo"

Contrariar as diretrizes do PSDB e facilitar a vida do governo Lula: eis a oposição, segundo José Serra.

Alô, senador

"A falta de critério da legislação resulta no inaceitável mecanismo, que hoje prevalece, pelo qual o Poder Público distribui recursos a essas organizações sem recorrer a edital público, transformando o caso numa espécie de 'ação entre amigos'".

O trecho acima pertence ao relatório da auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União, concluído em novembro último, que aponta que mais de 50% das verbas federais caíram em mãos de ONGs que não tinham condições ou capacidade para executar convênios com a União.

Bom motivo perguntar ao senador Heráclito Fortes se ele já está se organizando para recolher assinaturas que permitam a abertura de uma nova CPI das ONGs, tão logo o Congresso retorne às duas atividades normais.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Não sei, não...

Expandir os canais da rede pública pode ser muito bom e democraticamente saudável. Seria, por exemplo, maravilhoso se as rádios e TVs da Câmara e do Senado chegassem a todos os lares brasileiros.

Por isso, quando leio que o governo estuda a criação de um sistema nacional de rádio, minha primeira reação é comemorar. No mínimo porque a iniciativa poderia resultar no fim da transmissão obrigatória da Voz do Brasil nas rádios comerciais.

Porém, quando eu penso no verdadeiro linchamento verbal que eminentes membros do governo Lula vêm empreendendo contra a imprensa e os meios de comunicação, fico com o pé atrás. Quando lembro de Hugo Chávez e seu programa dominical de TV, de "apenas" oito horas de duração, desconfio. Quando vejo o jornalismo produzido por veículos franca e abertamente alinhados ao governo Lula, como a Carta Capital, concluo que a Voz do Brasil pode ser o melhor dos mundos.

Pipi foucaultiano

Michel de Foucault explicitou como ninguém as humilhações a que a medicina submete o doente moderno.

"Foucault é gênio", repeti mil vezes nesta manhã.

Ando fazendo, desde o final do ano, um check-up homérico - não comemorem, petralhas, pois é coisa de rotina, exigida pela proximidade daquele "4.2" que atingirei em abril próximo.

Dentre os muitos constrangimentos pelos quais tenho passado por conta do tal check-up, eis que surge aquele exame no qual você precisa passar 24 horas armazenando seu próprio pipi na geladeira.

Não bastasse a humilhação de guardar garrafa tão especial ao lado da cerveja, hoje pela manhã, quando fui entregar a relíquia, me deparei com a nossa realidade de alta temporada: os estacionamentos estavam lotados. Lá fui eu, pois, desfilar por toda a rua principal do bairro carregando as duas vistosas garrafas.

Foucault é gênio...E o meu médico me paga.


(Alô Direção do Apostos: Li o blogma e sei que é proibido falar em Foucault. Mandem a multa.)

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Decidir o objetivo, depois o nome

Certamente que vocês já leram em algum portal: um grupo de deputados se reunirá, na próxima segunda-feira, para discutir a hipótese de uma terceira candidatura à presidência da Câmara.

Na reunião, que será realizada em São Paulo, ficará decidido se a candidatura é pra valer ou apenas simbólica, um ato de protesto contra hegemonia do governo sobre o pleito - sabe-se que tanto Aldo Rebelo quanto Chináglia são, ao fim e ao cabo, companheirões de Lula.

Até agora, apareceram como nomes indicados para representar esta terceira via: Fernando Gabeira, Luiza Erundina e Gustavo Fruet. A escolha, naturalmente, deverá ser feita com base no objetivo. Penso que se for uma candidatura simbólica, Gabeira dá conta do recado. Mas se for pra valer, Fruet é o mais indicado: não só porque ele transita bem dentro de todo o PSDB mas, sobretudo, porque o faz também entre os outros partidos. Não é o caso de Gabeira. Como ele mesmo admite, o estilo libertário e estridente que vem adotando nos ultimos tempos renderam-lhe um bom punhado de inimigos naquela casa.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Bom soldado

Se dizendo preocupado com a juventude excluída - sempre a mercê do crime organizado -, Lula encomendou aos seus assessores o programa Bolsa Jovem.


O primeiro assessor presidencial a atender o pedido já se apresentou: o mineiro Aécio Neves lançou, ontem, a criação do Poupança Jovem. Também avisou que está "à disposição de Lula".

São, é claro, boas notícias. Lucra a juventude brasileira, que precisa mesmo de uma atenção especial. Lucramos nós, com o a luz que esta orquestração joga, mais uma vez, sobre o quadro político nacional.

Belo e inútil

Teve impacto o discurso de posse de José Serra.

Foi, sem dúvida alguma, um bom dicurso, capaz de enfurecer Marco Aurélio Garcia, que a ele se referiu com sua costumaz grosseria, durante o almoço no qual entregou a presidência do PT a Berzoini.

Se seguido a risca, o discurso de Serra fará diferença para quem vive em São Paulo - motivo de alegria, pois, aos que sempre defenderam que o meteórico prefeito de S. Paulo se candidatasse a governador.

Eu, que não vivo em São Paulo, lamento apenas que este discurso, tão crítico em relação ao governo Lula, tenha sido proferido quando a eleição presidencial já está definida. Logo, no que me diz respeito, as belas palavras de José Serra configuram uma inutilidade pública.

Lula por Gramsci

"Se nos anos 1970/80 a autêntica espontaneidade de Lula o consolidou como o mais importante líder operário, neste novo milênio sua espontaneidade, esvaziada de sua origem, é preenchida pela contingência e pela vacuidade. Além de messiânico, capaz de "falar direto com Deus", tornando prescindível o partido que ajudou a criar, o lulismo é expressão de um pragmatismo que se molda às circunstâncias, que se atola no mesmismo e estanca no colaboracionismo. "

O trecho é do excelente artigo do sociológo Ricardo Antunes para a Folha de S. Paulo de hoje. Fazendo uso de Gramsci, Antunes sinaliza aquilo que o Coronel diz todos os dias, com aquela objetividade que lhe é peculiar: usado, abusado e sempre descartado, o PT é a Geni de Lula.

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Impressões sobre a posse

Segue a lista dos momentos mais emocionantes de posse de Lula:

1. Agulha e Linha

O modelito de D. Marisa, arrancando dos meninos, aqui em casa, a declaração: " Ela parece uma almofada".

2. Quem tem, tem medo

Em janeiro de 2003 o povo era tanto que várias pessoas conseguiram se aproximar do Rolls Royce - e um fã mais afoito burlou a segurança para abraçar Lula. Ontem, o único gato pingado que tentou a manobra foi parado a cinco metros do alvo.

3. Coices e relinchos

Pelo menos um dos cavalos dos Dragões da Independência pertence a oposição golpista. Chucro pra mais de metro, o bicho não queria saber de se alinhar à comitiva presidencial.

Fim da lista dos momentos emocionantes da posse.

Tem gente atrás da máquina

Vocês já devem ter notado que este blog esteve vadiando nos últimos dias.

É que, como qualquer pessoa que more numa ilha paradisíaca, recebi visitas durante o feriadão.

Elas já foram. Ficou só a mami.

Portanto, a partir de agora, vamos retomar o ritmo normal.

Mas jamais esqueçam o meu direito inalienável a uma praia - nem o poder de persuasão da mami quando quer ir ao shopping.