domingo, 30 de setembro de 2007

xo03.jpg

Protesto virtual: campanha "Xô, CPMF!" no Second Life

Enquanto o Senado se prepara para receber a proposta de prorrogação da CPMF - e a democrata Kátia Abreu, que vai relatar a proposta na Comissão de Constituição e Justiça, promete recomendar o fim do imposto -, o contribuinte protesta como pode.

Gritos de "Xô, CPMF!" foram ouvidos, ontem, durante protestos realizados nas capitais brasileiras. Já no Second Life, alguém colocou um balão da campanha na Ilha São Paulo Jardins.

sábado, 29 de setembro de 2007

Guerreira das boas retorna... E dá entrevista.

pod2.JPG

Em julho de 2005 ela criou um blog chamado Por um Novo Brasil, Sem PT.

Depois de um ano e meio de muito ativismo político, e mais de 600 mil visitantes únicos, ela resolveu sair de férias em janeiro último, deixando a bloguesfera política desfalcada.


Eu estou falando de Kika Albuquerque, que acaba de voltar ao cyber-universo com um blog novinho em folha.


Para saber detalhes deste novo blog - e medir a disposição da nossa guerreira em continuar batendo na petralha - telefonei para a Kika.

O resultado do nosso bate-papo você ouve clicando aqui. (tenha um pouquinho de paciência porque, dependendo da conexão, o arquivo demora para baixar).

Para conhecer o novo blog da Kika, clique aqui.

De arrebentar a banca (II)

Quem passou a madrugada na fila perdeu o sono por nada.

A matéria da Veja sobre as ligações de Ideli Salvatti com ONGs sob investigação não apresenta um quinto do apuro com o qual a revista tratou, por exemplo, o caso Renan Calheiros.

Pelo menos por aqui, as ligações da senadora com Fetraf e a Unitrabalho - esta última, presidida no passado pelo aloprado Jorge Lorenzetti - não são novidade.

Uma simples entrevista com o Procurador da República Celso Antônio Três teira sido mais reveladora.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

De arrebentar a banca

A madrugada é de fila nas bancas de revista de Florianópolis.

Tudo por conta da Veja, que chega amanhã com uma matéria especial sobre a senadora Ideli Salvatti.


Dos silenciosos e dos trouxas

Os petistas não estão fazendo uso das últimas revelações do senador Eduardo Azeredo que, em entrevista à Folha de S. Paulo da última quarta-feira, afirmou que houve caixa dois na campanha de Fernando Henrique Cardoso, em 1998.

Não fosse a prorrogação da CPMF, os petistas já estariam berrando pelas ruas. Berrariam por um impeachment retroativo de FHC, ou qualquer coisa assim. Mas berrariam.

Seria bom que o PSDB não pensasse que está a salvo. Assim que prorrogação da CPMF for aprovada, os petistas voltarão ao ataque - e as declarações de Azeredo serão multiplicadas por mil.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Da imparcialidade da imprensa

Do leitor que se assina André BH:

"NG, bom dia.

O Problema do jornalismo de hoje é a superficialidade. Ele dança conforme a música.

Quando o Mainard escreveu sobre os supostos petistas na imprensa eu achei que jornalistas com estreitas ligações com a direita também seriam expostos,mas isso não ocorreu.

Podemos chamar Eliane Catanhêde,Merval Pereira e Dora Kramer de imparciais?

Gosto muito do Jânio de Freitas,Alon Feuwerker, Élio Gaspari,Moreno,Fernando Rodrigues e outros que eu sei que você não gosta.

Tenho enorme admiração por jornalistas que são imparciais por natureza,e a minha esperança é que todos tenham blogs de qualidade.

Bom dia, André.

Na minha opinião, a dita imparcialidade jornalística é um mito. Acredito em ética profissional - no caso em questão, do jornalismo, ela se resume em não violentar a notícia. Mas daí a pensar que é possível abstrair por completo o sujeito, a ponto de que suas tendências ideológicas não interfiram no discurso, vai uma longa distância.

Jornalismo, e colunismo em especial, se faz com opinião. Por isso, penso ser muito saudável quando todos assumem claramente o que são e o leitor pode, com conhecimento de causa, escolher o que lê.

Procure na ferramenta de buscas do blog: jamais elogiei um "jornalismo imparcial", pelo simples fato de que eu não acredito na sua existência. Acredito, isto sim, que a luta constante entre o sujeito e aquele firme propósito ético de jamais violentar a notícia pode produzir jornalismo de qualidade - imparcial, jamais. Logo, Tereza e colegas têm não só o direito mas também o dever de se posicionarem claramente, a fim de que quem os lê saiba exatamente como os deve ler.


Isto basta para concluir que, na minha opinião nem Cruvinel, nem Catanhêde, nem Pereira, nem Kramer são imparciais - mas que eu não encaro isto como um problema. O que não aceito é o discurso militante recorrente de que o jornalismo alinhado ao petismo é melhor porque mais imparcial. Tal afirmação é a simples apropriação de um mito para fins políticos.

Numa coisa, contudo, concordamos: há um jornalismo nocivo por aí, que dança conforme a música e tenta se esconder num escudo de pretensa imparcialidade. Eu o chamo de jornalismo situacionista. O exemplo mais claro que me ocorre agora é o do Jornal Nacional. Note bem: não estou falando de todos os veículos das Organizações Globo e nem mesmo de todos os programas jornalísticos da TV Globo. Falo especificamente deste, que é sempre situação até o momento em que percebe o caldo entornando de vez.

O mais interessante, porém, é que este tipo de jornalismo só vai desaparecer - posto que não terá mais como se sustentar - à medida em que for morrendo também este mito da imparcialidade.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Já notaram? (II)

Agora é a isentíssima Helena Chagas que acaba de arrumar emprego no governo Lula: foi chamada para dirigir o jornalismo da TV Pública.

O convite, é claro, partiu da também isentíssima Tereza Cruvinel, que vai presidir a emissora (leia nota abaixo).

Ex-chefe da sucursal de O Globo e ex-diretora de jornalismo do SBT em Brasília, Helena virou notícia no ano passado.

Suspeito, então, de ter mandado quebrar o sigilo do caseiro Francenildo, o ex-ministro Antônio Palocci declarou à Polícia Federal que soubera por Helena Chagas que Francenildo andara recebendo quantias significativas de dinheiro. Relembre o caso clicando aqui.

Já notaram?

Aquilo que o petismo chama de "jornalismo imparcial" sempre acaba arrumando um emprego no governo Lula.

Primeiro foi Franklin Martins.

Agora é Tereza Cruvinel.

A imparcialíssima jornalista deixa as Organizações Globo para presidir a TV Pública do Lula.

Leia mais aqui.

Os alhos e os bugalhos

Já que Eduardo Azeredo resolveu assumir que houve caixa dois na campanha que não o elegeu governador em 1998 - e que a grana fria teria beneficiado, ao bancar comitês mineiros, também a campanha presidencial de Fernando Henrique Cardoso -, vamos colocar as coisas em ordem:

Assim como não admito que Lula não soubesse que parte de sua campanha em 2002 foi bancada com caixa dois - coisa assumida por Duda Mendonça, que confessou ter recebido grana fria do PT -, também não vou admitir um "eu não sabia" da parte de Fernando Henrique Cardoso. E talvez aí, neste pequeno grande detalhe que chega aos jornais agora, esteja a resposta para leniência do PSDB em relação a Azeredo. Se não foi, pouco importa: é o que está parecendo. E vocês estão carecas de saber o que dizem a respeito da mulher de Cesar...

Só que, como gosta de dizer o senador Mão Santa, atentai bem!

Que os tucanos se virem, pois, para explicar a existência de caixa dois na campanha de 1998 - que sejam devidamente enquadrados e responsabilizados. Mas que ninguém confunda tal coisa com o "mensalão", que resultou na acusação de vários petistas por formação de quadrilha. A denúncia do Procurador Geral da República é clara: aquilo que se conhece por "mensalão" implica não só no caixa dois para pagamento de campanha mas também, e sobretudo, na compra de apoio parlamentar, d-e-p-o-i-s- da eleição, mediante pagamentos regulares em dinheiro frio - boa parte dele originário dos cofres públicos. A essência do mensalão é o Executivo corrompendo o Legislativo a fim de perpetuar-se no poder. Repito: não sou eu quem afirma. É o Procurador Geral da República, cuja denúncia foi magistralmente detalhada pelo ministro Joaquim Barbosa e, em seguida, aceita pela mais alta Corte do país.

Portanto, vamos nos organizar: Azeredo, Fernando Henrique, Aécio Neves e quem mais surgir nesta conexão mineira, precisam ser responsabilizados, sim, pelo uso de grana fria no fincanciamento de suas campanhas. Não é pouca coisa - principalmente para Fernando Henrique, que vive a escrever sobre ética nos jornais. Mas de "mensalão", até agora, a única coisa que os tucanos têm em comum com os petistas é o agente financeiro: o ex-careca Marcos Valério.

Prove-se que o governo Fernando Henrique fez pagamentos regulares a parlamentares em troca de apoio político e serei a primeira a rever minha posição. Até lá, tucanos são alho podre. Petistas são bugalho.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Quem manda em quem?

O Estadão informa que Lula telefonou ontem à tarde, de New York, para Walfrido dos Mares Guia. Queria tranqüilizar o ministro a respeito de seu envolvimento na provável denuncia do mensalão mineiro. “Toca para a frente e faça seu trabalho”, teria dito.


Mas não foi só isso. Lula também ordenou uma operação de salvamento. Ainda segundo o Estadão, a estratégia deverá incluir declarações públicas de petistas em defesa de Mares Guias.

Não deu outra: na tarde de ontem mesmo, o réu por formação de quadrilha, José Dirceu, atendeu às ordens do chefe. Em artigo intitulado "O Vale-tudo da mídia", Dirceu observou: "Aos poucos, parte da nossa mídia vai transformando uma denúncia que envolve o PSDB, o partido de FHC, Tasso Jereissati, Artur Virgílio, José Serra, numa denúncia contra o Ministro da Articulação Política do Governo Lula, Valfrido dos Mares Guia."

E vocês ainda têm dúvidas sobre quem manda em quem?

Lá vem o PNEMC

"O Brasil lançará em breve o seu Plano Nacional de Enfrentamento às Mudanças Climáticas."

De Lula, durante discurso na ONU.

Incrível, mas ele não se cansa de criar nomes pomposos para programas medíocres.

Clique aqui para ler o discurso na íntegra.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Cara ou coroa?

Um ano já se passou desde que o senador Heráclito Fortes prometeu a abertura da CPI das ONGS.

Desde então promessa - que, à época, por inciativa do próprio senador, foi prorrogada para depois das eleições presidenciais - tem esbarrado em várias dificuldades. Ora é a base governista que não indica integrantes - ou, como já fez em dezembro último, não comparece às sessões que deveriam decidir sobre presidente e relator -, ora é a própria oposição que complica.


No momento, até onde pude apurar, a coisa está trancada porque DEM e PSDB não chegam a um acordo. Os democratas querem que Heráclito Fortes presida a CPI; os tucanos batem pé por Lúcia Vânia. Como se diz lá no meu pampa: pura frescura.

Nada tenho contra a senadora Lúcia Vânia. Mas já que a idéia foi do senador Heráclito, que deixem o homem presidir a coisa. Ou que joguem uma moedinha para cima e cheguem a um acordo. Mas é necessário sair já deste marasmo antes que a gente comece a desconfiar que nem eles, os supostos oposicionistas, querem esta CPI.

sábado, 22 de setembro de 2007

Da paróquia para o Brasil

Na quinta feira postei uma notinha de um jornal local dando conta de que a batata de Ideli Salvatti está assando.


Não é a primeira vez que destaco o trabalho do procurador Celso Tres - que há um bom par de anos investiga as movimentações financeiras da líder do PT no Senado - ou os motivos que trazem a prometida CPI das ONGs para a pauta regional.

Pois a Veja deste semana está vindo com mais lenha para abastecer esta fogueira.

Em matéria que evidencia que Renan está traindo o pacto feito com o PT - que teria trabalhado por sua absolvição em troca de uma promessa de afastamento voluntário - a revista dá conta de que o presidente do Senado, ao ver-se agora cobrado pelos petistas, saiu ameaçando a todos:

"Para não cumprir o acordo, Renan Calheiros apontou para o peito dos aliados do PT sua arma predileta: a chantagem. Renan é dono de um arquivo de informações que, usadas irresponsavelmente contra seus colegas de Parlamento, podem ser devastadoras. Ele começou a fazer vazar para a imprensa segredos que podem arranhar a imagem dos petistas. A primeira vítima foi exatamente o senador Tião Viana, tão zeloso na tarefa anterior de absolver Renan. Assessores de Renan cuidaram de divulgar que Viana mantinha uma funcionária-fantasma em seu gabinete".

Para além de Viana, Mercadante e Serys Slhessarenko, Ideli Salvatti seria a vítima petista preferencial das ameaças de Renan. Eis, pois, como os assuntos da paróquia catarinense, tantas vezes aqui comentados, começam a respingar na esfera nacional:

"Renan já mandou dizer à senadora que instalará a CPI das ONGs assim que Ideli ou o PT derem sinal de que mudaram de lado. Ideli tem ligações umbilicais com petistas de ONGs envolvidas em desvios e financiamentos irregulares de campanhas em Santa Catarina, seu berço político. Na semana passada, em reunião da bancada do PT, oito dos doze senadores do partido defenderam que se fizesse uma manifestação formal pelo afastamento de Renan. Mas Ideli, ainda exercendo o papel de diligente defensora de Calheiros, convenceu os colegas a desistir da proposta em nome da 'paz no Senado'."

Há algum tempo, quando Renan Calheiros fez as primeiras ameaças públicas, Lúcia Hippólito lançou a campanha "Fala, Renan". Pois aqui em Santa Catarina é grande a torcida para que o senador comece a falar logo - e que comece contando histórias de nossa modesta paróquia.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

bombeiro02.jpg

Imagem de hoje do UOL conseguiu reunir duas coisas que me emocionam: bombeiros e gatos.

A admiração pela coragem dos primeiros poderia ser merecidamente gratuita ... Mas o fato é que, quando tinha sete anos, acordei no meio da noite em um prédio em chamas. Quanto aos felinos, quem os têm por perto sabe que são irresistíveis.

Hoje, portanto, Brasília que se dane.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Notícias da paróquia

Na coluna Canal Aberto, do jornal A Notícia, de Santa catarina, Cláudio Prisco dá conta da saia justa em que estão metidos dois dos principais articuladores da absolvição de Renan Calheiros: Walfrido dos Mares Guia está prestes a ser denunciado por suposto envolvimento no mensalão mineiro. A líder do PT no Senado, por sua vez, não se encontra em situação melhor:

"Quanto a Ideli Salvatti, o procurador Celso Tres retomou com força as investigações sobre as ligações entre o genro do presidente Lula e as movimentações bancárias da senadora petista. O Ministério Público Federal está concentrando o foco em Marcelo Sato e também em suas relações com Paulo Okamotto, grande amigo do sogro e atual presidente do Sebrae."

Shakespeare para latinos

"Brasil vai oferecer ajuda - e seu território neutro - ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, em sua mediação entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O líder venezuelano tenta uma troca humanitária entre as duas partes.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai sugerir nesta quinta-feira ao seu colega da Venezuela que considere o País como possível sede para um encontro com as Farc, anunciou o porta-voz presidencial."

(Fonte: Estadão)

Alguém me explique, por favor: se a Venezuela não é "território neutro" - já que precisa que o Brasil se apresente como tal - porque Chávez media este acordo? Há mais coisas entre a Venezuela e o Brasil do que pode supor a nossa vã filosofia. O Foro de São Paulo, por exemplo.

Aviso

"Estou fazendo este pedido para que a marcha seja parada pela força da lei, antes que seja parada pela força da bala."


Esta foi a declaração do subcomandante-geral da Brigada Militar no Rio Grande do Sul, coronel Paulo Roberto Mendes, que está encaminhando ao Ministério Público Estadual um relatório pedindo o fim da marcha do MST - em curso há dez dias.

Segundo a polícia, 3 mil pessoas participam da marcha, que utiliza as principais rodovias do estado para chegar à fazenda Guerra, em Coqueiros do Sul. O apelo de Mendes procede, já que brigas entre sem-terra e ruralistas têm sido constantes.

Ou seja: guardem este post. Quando aparecerem as primeiras vítimas, de ambos os lados, será providencial saber que alguém avisou a respeitos dos riscos.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

De salto alto

No post intitulado "Dançando na Lama" o leitor que se assina nomadezz comentou:

"Não fosse o arrebite do nariz, que se assemelha a ignorância do Lulla, vc seria mais, muito mais simpática, talvez use salto 15 ou 25, talvez."

Acontece, nomadezz, que eu não criei este espaço para tentar me eleger miss simpatia ou algo do gênero. Criei este espaço para escrever o que penso - e o que eu penso nem sempre é de fácil digestão.

Se eu tivesse um blog do tipo "meu querido diário" poderia estar preocupada em parecer simpática. Não é, note, o caso.

Agora, sua afirmação de que o arrebite do meu nariz se assemelha à ignorância de Lula, me deixou preocupada, sim. Porque está claro que você não entendeu uma diferença crucial: para livrar-se deste meu arrebitado nariz, basta clicar naquele "x" no canto superior direito da janela do seu navegador. Já da ignorância de Lula você não tem como fugir. Cuide dela, que dos meus saltos cuido eu.

Outra mulher

Não se engane leitor. A despeito do que se diz no post abaixo, nem toda a oposição merece a alcunha de Maria Bonita.

Veja, por exemplo, o caso do ex-presidenciável Geraldo Alckmin, que agora anda confabulando acordos com o PMDB de Orestes Quércia. O arquétipo, neste caso, passa longe de Maria Bonita. Está mais para Bebel - aquela moça alegre da novela das oito.

De Lampião a Maria Bonita

Da coluna Painel da Folha de S.Paulo de hoje:

"Enquanto segue ajudando Renan Calheiros em plenário, agora com a proposta de unificar as representações remanescentes contra o peemedebista, o PT acena para a oposição com a proposta de uma "trégua" caso o presidente do Senado aceite se licenciar por, digamos, quatro meses. Tal cenário foi tema de conversa ontem entre o petista Tião Viana, vice-presidente da Casa, e os oposicionistas Tasso Jereissati (PSDB-CE), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Demóstenes Torres (DEM-GO)."

Na quarta-feira passada, ao comentar a absolvição de Renan Calheiros, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) cunhou uma expressão que resume primorosamente a oposição: "Entraram Lampião e saíram Maria Bonita".

Serve como uma luva. Não importa para que lado se olhe, volta e meia esta oposição que aí está deixa escapar que usa saias.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Dançando na lama

Além do senador tucano Eduardo Azeredo e do ministro das Relações Institucionais do governo, Walfrido dos Mares Guia, há os dois curingas no centro do mensalão mineiro: Marcos Valério e Duda Mendonça.

Desde que Roberto Jefferson chutou o balde, mudam somente os atores políticos dos escândalos. Os atores publicitários, porém, são sempre os mesmos. Vale lembrar que Duda Mendonça é aquele cidadão que já confessou, em rede nacional de televisão, ter sido pago pelo PT mediante remessas ao exterior não declaradas.

O mesmo Duda continua atendendo contas do governo federal - contas, notem bem, cujos contratos foram renovados após os escândalos.

De Mares Guia, desconfio que Lula se despedirá em breve, tratando-o por companheiro e dizendo que todos são inocentes até que se prove o contrário.

De Azeredo... Bem. Há dois anos, num post intitulado Eu, salomé, pedi a cabeça do senador. Prometi até dançar. Dois meses depois, repeti o pedido com uma ressalva e um aviso: "se não providenciar punições rápidas e exemplares, quem vai dançar é o PSDB".


Ouviram? Não. Preferiram promover um baile no qual Lula dá o ritmo.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

traco.jpg

Alexa é uma ferramenta online que fornece gráficos comparativos de visitação entre sites cujo acesso ultrapassem 20 mil visitas/mês.

O gráfico acima é a minha resposta ao petista Luis Nassif que, desde ontem, está referendando, lá na área de comentários de seu blog, um linchamento dos comentaristas do Blog do Noblat.

Nassif, você é traço.

Seus comentaristas? Traço também.

Quando vocês crescerem, a gente conversa.

Ps: para ver a versão original deste gráfico, clique aqui.

domingo, 16 de setembro de 2007

Criança Esperança: a calúnia não será punida?

Estive esperando o Criança Esperança encerrar a campanha por telefone - o que ocorreu em 25 de agosto - para voltar a este tema. Isto porque há momentos em que falar contra uma calúnia significa apenas colaborar para disseminá-la mais ainda.

Terminado o período mais importante para a arrecação - doações pelo site são aceitas ao longo de todo o ano -, podemos tratar da campanha difamatória dirigida contra aquele projeto sem correr o risco de potencializar seu poder de destruição. Não é possível saber, ainda, a força exata deste poder - o total arrecadado este ano só será conhecido daqui a aproximadamente três meses, quando for feito o processamento de todas as contas telefônicas. Mas não há dúvidas de que ele foi forte o suficiente para obrigar a Rede Globo e a UNESCO a emitirem um comunicado oficial - repetido, insistentemente, em todas as chamadas da campanha - desmentindo que a Globo utilize os valores doados para obter descontos no Imposto de Renda.

Mas por que eu volto a este assunto?

Porque a nota emitida pela UNESCO abre falando em "mensagens que circulam na internet com falsas informações" e encerra dizendo lamentar " que pessoas ou grupos propaguem informações falsas". São observações genéricas, que sugerem a impossibilidade de identificar a fonte original da campanha difamatória.

Não é verdade. A calúnia em questão, que acusa a maior rede de televisão do país de operar um golpe financeiro em conjunto com uma das mais impostantes agências da Organização das Nações Unidas, tem nome, sobrenome e endereço sabidos: é de autoria de Helena Sthephanowitz, que se assina "jornalista de Piracicaba" e é a editora responsável por um blog chamado "Os Amigos do Presidente Lula" - site onde a calúnia apareceu pela primeira vez, em fevereiro último.

Até aí, nenhuma novidade. A coisa poderia ter ficado apenas no hall daquela coleção de calúnias que volta e meia surgem nos blogs petistas - e Helena Sthephanowitz pode, afinal de contas, ser apenas um nick com a pretensão de parecer um nome. É claro que, mesmo quando mantidos sob pseudônimos, blogs estão sujeitos à lei. Ainda assim, poderia-se aceitar que Globo e UNESCO não quisessem deflagrar uma guerra judicial com um blog de quinta.

Acontece que a dita calúnia foi publicada às 22:36h do dia 28 de fevereiro de 2007, pelo site Vermelho.org - e publicada na íntegra sem, contudo, que seus editores mostrassem qualquer preocupação em ouvir a Rede Globo ou a UNESCO a respeito do assunto. Foi a partir desta data que a coisa saiu da esfera blogueira e ganhou um caráter de pseudo seriedade, transformando-se, inclusive, num spam enviado por e-mail.

Site mantido por um convênio entre o PCdoB e a Associação Vermelho - entidade "sem fins lucrativos" - o Vermelho.org, e seu editor Bernardo Joffily, pode e deve ser chamado a apresentar provas das denúncias que publica. No caso em questão, deveria ser convidado a explicar-se na justiça.

É, de fato, improvável que uma empresa de comunicação como a Globo não tenha conseguido localizar a fonte da calúnia. Ainda assim, na remota hipótese de que este tenha sido o caso, as informações acima são mais do que suficientes para desencadear uma ação formal contra o Vermelho.org, seus editores e a suposta "jornalista-blogueira" Helena Sthephanowitz - ou quem quer que esteja por trás deste nick.

Com a palavra, os departamentos jurídicos das Organizações Globo e da UNESCO.

sábado, 15 de setembro de 2007

Antes tarde do que nunca

Finalmente, alguma luz sobre a corrupção da política mineira:

"ISTOÉ revela relatório da Polícia Federal com a radiografia do caixa 2 da campanha do PSDB ao governo de Minas Gerais em 1998. Ele compromete um ministro de Lula e um senador. Envolve o governador Aécio Neves, deputados federais e estaduais em um total de 159 políticos de 17 partidos."

Clique aqui para ler a matéria completa.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Da previsibilidade dos caras-de-pau

Na manhã de quarta-feria, ao comentar os prognósticos da sessão que decidiria sobre a cassação de Renan Calheiros, observei:

"Abrir o voto após a sessão pode ser um jogo perigoso - não seria curioso se as posteriores declarações de voto de repente fugissem ao controle e não correspondessem ao resultado do painel eletrônico?"

Não deu outra. Hoje a imprensa está fervilhando sinais de incoerência entre as declarações de voto dos senadores e o resultado final do painel eletrônico. Ricardo Noblat fez um ótimo resumo da coisa - acrescido de pesquisa realizada por seu próprio blog. Confira aqui.

É claro que não há mérito algum nesta avaliação antecipada. Um a vez que se tenha se revelado um cara de pau, um sujeito torna-se extremamente previsível: sua atitude será sempre a pior. Prever como agirá um bando de caras-de-pau, então, é trabalho para criança de colo.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Pura balela

E a CPMF é a nova "terra prometida" da oposição circense

A mim não enganam, senhores.

Um Senado que, a despeito de todas as evidências, não conseguiu cassar Renan Calheiros, não tem estofo nem para barrar jogo de futebol de várzea - quanto mais prorrogação de CPMF.

Nos últimos meses DEM e PSDB já ameaçaram não votar mais nada - acabaram capitulando. Não passam de dois bandos de frouxos.

Mas... Se estiverem realmente empenhados em remediar a porcaria feita ontem - coisa que eu duvido - que PSDB e DEM tratem de pressionar pela r-e-n-ú-n-c-i-a.

Aceitar um "afastamento por licença", como quer o governo, e votar a CPMF com Tião Viana é jogo de aparências, ou seja: falta de vergonha na cara.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

PT absolve Renan Calheiros e dá mais um passo no projeto de extinção do Senado

Esta é a machete.

Não há a menor necessidade de ouvir os senadores para saber o que se passou entre as, hoje imundas, paredes do Senado Federal.

Basta ler o post que publiquei hoje cedo.

Basta ler o que revelou Ricardo Noblat, na tarde de hoje, sobre a postura de Aloisio Mercadante e Ideli Salvatti.

Basta saber que o PT tem um projeto para a extinção do Senado Federal - e, mais uma vez, reler o que este blog publicou sobre o tema nove meses atrás.

Ps.: passei a tarde fechada em reunião. Só agora, no retorno para casa, pude me atualizar sobre tudo o que ocorreu. Embora eu não saiba se haverá muito mais a dizer sobre esta palhaçada, tenham paciência que, aos poucos, vou comentando os detalhes.

Bravo, monstro!

Da Folha de S. Paulo de hoje:

"Em agosto, aumentaram as manifestações populares a favor da cassação de Renan. Segundo relatório da Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública, responsável pelo "0800 do Senado", foram contabilizadas 1.085 mensagens sobre "decoro e postura parlamentar". Desse total, 60% foram desfavoráveis ao peemedebista."

Vale lembrar que no início de julho divulgamos o disque-monstro. E aguardar para ver os dados de setembro.

Parece mas não é: o jogo duplo dos petistas.

Os senadores petistas andaram demonstrando uma aparente rebeldia com o caráter secreto da sessão que decidirá o destino político de Renan Calheiros.

Na segunda-feira, Delcídio Amaral, Eduardo Suplicy e Augusto Botelho - juntamente com o Pedro Simon e Jefferson Péres - entregaram um projeto de resolução para alterar o Regimento Interno do Senado, permitindo que sessões sobre pedidos de cassação de mandato sejam abertas. Desde o princípio estava claro que a iniciativa não poderia beneficiar a sessão de hoje - o que evidencia que a proposta foi uma tentativa de gerar um fato positivo, mais de acordo com os anseios da opinião pública.

Ontem foi a vez de Aloizio Mercadante dizer que abrirá seu voto após a sessão - e que só não o faz antes para não influenciar aos colegas.

Diante de pressão exercida pela opinião pública - que é claramente a favor da cassação do presidente do Senado -, tanto a apresentação do projeto quanto a declaração de Mercadante podem ser interpretadas como uma declaração de voto. Quem, além da tropa de choque de Renan, vai querer alardear por aí que votou contra sua cassação, certo? Quem, na atual cinrcunstância, pediria uma sessão aberta para ser visto absolvendo Renan? Logo, até que se conte os votos, tanto os que pedem uma sessão aberta quanto os que prometem que abrirão seu voto acenam com uma posição favorável à cassação. É o que vamos confirmar logo mais. Abrir o voto após a sessão pode ser um jogo perigoso - não seria curioso se as posteriores declarações de voto de repente fugissem ao controle e não correspondessem ao resultado do painel eletrônico?

Mas, enfim... Importa é que tudo pode ser só jogo de cena. E, no caso dos petistas, eu tenho razões muito concretas para pensar que é isso mesmo. Na Folha de S. Paulo de hoje lemos que 29 senadores se negaram a responder a pesquisa realizada pelo jornal, que pretendia fazer uma prévia da sessão. Dos 12 senadores do PT, 8 se negaram a responder a pesquisa: Aloizio Mercadante, Delcídio Amaral, Eduardo Suplicy, Fátima Cleide, Ideli Salvatti, Serys Slhessarenko, Sibá Machado e Tião Viana.

Percebe-se, então, que aquele desejo de transparência externado por Suplicy e Delcídio não resiste a uma simples enquete informal. O mesmo vale para Mercadante. Alegam, as excelências petistas, que estão indecisas - pois não é isso que se diz quando se declara, como fez Mercadante, que " tem que ouvir a defesa até o final" ou, como alega Suplicy, "que ainda há esperança de que Renan esclareça dúvidas no último momento"?

Deve-se dar o benefício da dúvida, claro. Sempre é possível que os petistas estejam usando de franqueza. Mas - e quando se trata deles sempre tem um "mas" - matéria de hoje do Jornal do Brasil dá conta de que estiveram fazendo um jogo duplo. Diz : "Na véspera da sessão que definirá o futuro político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o Palácio do Planalto entrou de corpo e alma para salvar a pele do aliado. Mas estipulou seu preço. Renan terá de se comprometer com todas as letras a se licenciar da presidência da Casa para que o governo se mobilize pela captação dos votos dos senadores ditos indecisos.

Ao fim e ao cabo, concluo que os petistas estão a exercer plenamente sua natureza: dizer uma coisa e fazer outra. Se absolvido for, Renan poderá sim - ao contrário do que andou pregando Ideli Salvatti - agradecer ao PT.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Senado fechará as portas para julgar Renan

Segue e-mail que os funcionários do Senado Federal receberam há cerca de 10 minutos:

Sras. e Srs. Servidores,

Em cumprimento ao Art. 4º do Ato da Comissão Diretora nº 14, de 2005, a Polícia do Senado informa que no dia 12 de setembro do corrente estará suspensa a visitação nas dependências da Casa.

Solicitamos aos senhores servidores que utilizem o crachá de identificação, em local visível, conforme dispõe o Art. 5º do Ato da Comissão Diretora nº 14, de 2005. Os servidores que não possuem crachá deverão providenciá-lo comparecendo no Serviço de Identificação Funcional (Anexo I - 8º andar - sala 811 - ramal 1580) da Secretaria de Recursos Humanos.

Atenciosamente,

POLÍCIA DO SENADO FEDERAL

Pois bem...

O que diz o Ato da Comissão Diretora nº 14, de 2005, evocado no e-mail acima transcrito?

Art. 4º - A Polícia do Senado poderá restringir o acesso de que trata o artigo 1º deste Ato, visando atender a manutenção da ordem e da disciplina dos trabalhos da Casa. (fonte)

A pergunta que se faz necessária é: quem decide quando a "ordem e a disciplina dos trabalhos da Casa" estão ameaçados? A própria polícia ou o presidente do Senado?

jihadthis2.jpg

Esta imagem já foi publicada aqui em 11 de setembro de 2005.

Se ressurge é porque não encontrei, até hoje, nenhuma outra que ilustre com mais fidelidade o que sinto em relação aos ataques daquele fatídico setembro - ou em relação a qualquer grupelho de fanáticos que queira nos obrigar a ficar de quatro, com o traseiro para o alto e a cabeça voltada para Meca.

Há, também, uma boa dose de verdade nesta águia que mostra o dedo para os loucos assassinos de Alah: passados seis anos, New York recuperou sua vitalidade, a democracia daquele país segue seu curso - sempre em saudável e necessário debate - e, a despeito dos muitos erros, ameaças e alertas, nenhum outro ataque ocorreu em território americano. O conflito foi, verdade que poucos se atrevem a externar, estrategicamente transferido para outra fronteira, onde as hienas fanáticas podem dar livre vazão aos seus primitivos impulsos.

Jihad this!, pois.

Para quem telefonar?

Em comentário ao post abaixo, o leitor Marcos Ramos solicita que eu publique a lista dos senadores cujo voto a favor da absolvição de Renan Calheiros é dado como certo. Marcos tem razão ao querer conhecer a lista, já que a ligação para o Senado exige que você escolha para qual senador quer dirigir seu recado.

O problema de fornecer uma lista é que, exceto por Wellington Salgado, Romero Jucá e Almeida Lima - componentes da tropa de choque de Calheiros, provavelmente refratários a qualquer manifestação por parte do eleitor - , tudo é incerteza. Desde a última quinta-feira, o quadro tem se mostrado tão instável que os jornais não fazem mais do que alertar que há chances mais concretas para uma cassação mas que é possível que ocorram traições em ambos os lados.

Com tanta contra-informação, é impossível estabelecer um cenário seguro. Há, por exemplo, rumores de que o governador de Alagoas, o tucano Teotônio Vilela, estaria fazendo campanha pró-Renan. Neste caso, reforçar o pedido junto aos tucanos seria importante. Há, também, casos como o do senador democrata Heráclito Fortes que, pressionado pelo partido, votou a favor da cassação no Conselho mas agora se nega a abrir o voto. Aliás, nas últimas horas convencionou-se que abrir o voto ou protestar contra o voto secreto - como estão fazendo o pemedebista Gerson Camata e os petistas Delcidio Amaral e Aloisio Mercadante - seria uma forma de anunciar que se está votando pela cassação de Renan Calheiros. Cuidado. Pode ser uma forma de parecer que se está votando pela cassação.

Por experiência, arrisco a dizer que quando se trata do disque-monstro importa mais o volume do que o receptor do recado. A informação mais imediata que chega aos senadores é que as linhas congestionaram com pedidos pela cassação. Foi o que aconteceu na manhã do dia 3 de julho, quando a Rádio CBN, no embalo das inúmeras denúncias surgidas contra o presidente do Senado, divulgou o número da Central de Relacionamento com o Cidadão - no que foi acompanhada por este blog. As linhas logo ficaram congestionadas e, na tarde do mesmo dia, senadores de peso foram ao plenário pedir a renúncia de Renan Calheiros - e todos eles, ao fazê-lo, referiram-se ao "rumor das ruas".

Portanto, o que realmente importa é continuar telefonando para pedir a cassação de Renan Calheiros. Para qual senador, é o de menos.

Ligue 0800 61 22 11

A ligação é gratuita e pode ser feita de celular.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

A hora do monstro

Matéria de Christiane Samarco para o Estado de S. Paulo informa que Renan Calheiros passou o feriado pendurado ao telefone, tentando convencer seus pares a não cassá-lo na próxima quarta-feira.

Está, pois, declarado o combate telefônico do qual falei no sábado: serão os mugidos dos bois senatoriais contra o rugir do monstro da opinião pública.

Ligue 0800 61 22 11 e avise ao seu senador que você quer ver Renan Calheiros cassado.

A ligação é gratuita e pode ser feita de celular.

Aquele que tudo sabe

Ainda sobre o encontro entre Lula e o presidente do Corinthians, ocorrido no final de fevereiro, vale a pena ler a matéria do Uol Esporte publicada naquele dia. São do empresário Renato Duprat, que compareceu à visita, as duas informações mais interessantes: que Lula conhecia profundamente detalhes sobre o time e que prometeu entregar uma lista de jogadores que gostaria de ver no clube.

Neste caso, como de resto em todos, vê-se que Lula não tem problemas em faz valer sua vontade e é muito bem informado. Ao contrário do que vive a dizer por aí, ele é o comandante em chefe de tudo o que ocorre sob suas barbas.


domingo, 9 de setembro de 2007

lula e dualib.jpg

23 de fevereiro de 2007: Lula recebe o diretor-presidente do Sport Club Corinthians, Alberto Dualib, no Palácio do Planalto. Foto: Ricardo Stuckert/PR

É o escândalo do final de semana: mesmo de posse de informações da ABIN sobre os crimes de Boris Berezovski, líder da parceria Corinthians/MSI, o governo brasileiro pretendia conceder asilo político ao mafioso russo. Os detalhes você lê, aqui e aqui.

No meio da nebulosa trama, destaca-se o nome sempre presente nos escândalos governamentais: José Dirceu de Oliveira e Silva - aquele, que já é réu por formação de outra quadrilha. Igualmente interessante é a declaração do procurador do Ministério Público, José Reinaldo Guimarães Carneiro:

"A Abin é vinculada à Presidência e é impossível alguém do governo dizer agora que não sabia quem era Boris Berezovski. Todo mundo sabia."

sábado, 8 de setembro de 2007

O telefonema

Tem gente se queixando de que fiz mistério no último post.


Não foi intencional. A sugestão, na verdade, já foi feita por este blog, com sucesso, em outra ocasião: que utilizemos a Central de Relacionamento com o Cidadão do Senado Federal para pressionar os senadores a votarem pela cassação de Renan Calheiros. É o nosso disque-monstro - "monstro", vocês sabem, é como o JK chamava a opinião pública.


Se dou preferência pelo telefonema é porque a pressão via e-mail já está consagrada e há, no momento, muitos blogs sugerindo que se a utilize. Então, achei bacana lembrá-los, mais uma vez, de que há este outro canal.


Sem mistérios, pois... Pensei até que o sentido da coisa era óbvio - e apenas preferi falar dela na segunda-feira porque aquele será o momento certo para agir. Teremos, então, dois dias para congestionar o call center do Senado - quem acompanha as sessões daquela casa sabe como suas excelências são sensíveis a este tipo de manifestação.

O mais interessante é que o único a matar a involuntária charada foi um petista. Nas palavras dele, em comentário ao último post, "ao telefonar para o senador que vai certamente absolver Renan, estaremos apenas assumindo nossa condição de ingênuos".


Pura e infantil tentativa de desmobilização - infantil na medida em que conta com a nossa rejeição a aparente ingenuidade, quando está claro que preferimos esta à esperteza dos formadores de quadrilha.

Sabe-se que os petistas querem a permanência de Renan. Para eles, quanto pior a imagem do Senado, melhor - e a proposta de extinção daquela casa, surgida no III Congresso Nacional da pocilga, não me deixa mentir. Há, também, um certo despeito em tal manifestação: os petistas acreditam piamente que o único brasileiro que pode fazer pressão por telefone é José Dirceu. Ao ligarmos para o Senado, estaríamos, no imaginário petralha, usurpando um direito exclusivo daquele célebre réu.


De minha parte, só este prazer já valeria o telefonema, que é gratuíto e não toma mais do que cinco minutos. Portanto, na segunda-feira, disque 0800 61 22 11 e faça rugir o monstro.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Patriotismo

verdeamarelo.jpg

Aproveite o feriado.

Na segunda-feira, você terá um telefonema para fazer. E, como gosta de dizer aquele célebre réu petista, vai ser "o telefonema".

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Os sinistros, os frouxos e a torcida

Aparentemente, o Conselho de Ética e a Comissão de Constituição e Justiça fizeram a sua parte com louvor: apresentaram placares que não deixam qualquer dúvida sobre a pertinência ou não de um processo de cassação contra Renan Calheiros.

Pena que pode ser apenas jogo para a torcida. A decisão final, como vocês sabem, se dará em plenário - e, graças ao voto secreto, com direito a pressões que jamais conheceremos em detalhes. Esta é, aliás, a única diferença entre o voto aberto e o voto secreto em plenário: embora ambos estejam sujeitos a pressões, no primeiro fica sempre mais fácil identificar quais são elas - e de onde vêm.

Por ora, resta-nos concluir que o jogo vai ser violento. É o que informa a matéria de O Globo de hoje sobre a estratégia do renanzistas para garantir uma absolvição que já é quase certa:

"(...) fazer a sessão no plenário totalmente secreta, não só o voto, mas também os debates; expor a tática do medo, com o discurso de que ele vai ganhar e, permanecendo na presidência, muitos vão continuar dependendo dele, que tem o controle da caneta; e, por último, ameaçar o PT, e o presidente Lula, indiretamente, dizendo que o governo ainda vai precisar dele e do PMDB para votações de interesse do Planalto".

Ou seja... De um lado, os sinistros; de outro, os frouxos, que se deixam intimidar pelos primeiros.

A mim não enganam. Os que garantiram a vitória acachapante no Conselho e na Comissão que tratem de trabalhar para convencer aos demais. Caso contrário, ficará para a História daquela casa o vergonhoso registro de que estiveram jogando para a torcida.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Arapuca

Está rolando a reunião do Conselho de Ética que decide se enviará ou não a proposta de cassação de Renan Calheiros para o plenário. Clique aqui para assistir.


Ao mesmo tempo, também rolam os boatos: parece certo que o processo será levado ao plenário. Mas, prestem atenção, a coisa será encaminhada rapidamente para votação amanhã - tal qual o desejo demonstrado pelo próprio Renan Calheiros que, após aquela visita de Nelson Jobim, pediu agilidade. Só que é uma arapuca: amanhã, a véspera do feriado pode garantir o esvaziamento da sessão - coisa que garantiria, com folga, uma decisão favorável a Calheiros.

Se for esse o caso, aviso que, no que depender deste blog, senador que não comparecer amanhã vai penar eternamente. E esta é, notem, uma promessa apartidária.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Segura, Ideli

Na coluna Painel, da Folha de S. Paulo de hoje, Renata Lo Prete informa:

"Trincheira. Líder do PT, Ideli Salvatti (SC) faz de tudo para atrasar a instalação da CPI das ONGs. A birra se deve ao fato de Raimundo Colombo (DEM-SC), sucessor do adversário Jorge Bornhausen, ter sido indicado relator."

Não é só isso, Renata.

No final de abril, a Controladoria Geral da União iniciou uma devassa em 14 ONGS catarinenses que receberam dinheiro do governo federal nos últimos anos. A meta é averiguar suspeitas de irregularidades, como desvio de recursos ou sonegação de impostos.

Embora, à época, a CGU não tenha informado os nomes das ONGs que se tornaram alvo das investigações, adiantou que algumas destas entidades são ligadas a políticos - cujos nomes também foram matidos em segredo. Mas por aqui os boatos dão conta de que pelo menos uma das investigadas está ligada ao PT.

A perder de vista

Por onde anda Mangabeira Unger?

A julgar pelo sumiço do ministro, a Secretaria não é de Planejamento de Longo Prazo... É de Planejamento a Perder de Vista.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Desde sempre

"Ninguém neste país tem mais autoridade moral e ética do que eu para fazer o que precisa ser feito nesse país. (...) "Tudo isso que estamos vivendo é por conta de um cidadão que diz que pegou R$ 3 mil, um cidadão de terceiro escalão (...) Eles não sabem com quem estão lidando. Eu vou repetir uma coisa: com corrupção a gente não brinca, porque a gente não pode manchar o nome das pessoas, a gente não pode colocar pessoas desnudas na frente da sociedade, depois não provar nada e ninguém pede desculpas. Nós já vimos isso ao longo da história."

(Lula, em 21 de junho de 2005, em Luziânia (GO). Fonte)

"Quero dizer para vocês, meus companheiros, que nesse país de 180 milhões de habitantes pode ter igual, mas não tem mulher nem homem que tenha coragem de me dar lição de ética, de moral e de honestidade. Nesse país, está para nascer alguém que venha querer me dar lição de ética."

(Lula, em 22 de julho de 2005, em discurso para petroleiros e funcionários da Petrobras. Fonte)

"Ninguém neste país tem mais autoridade moral e ética do que nosso partido. Admitimos que tem gente igual a nós, mas não admitimos que tenha melhor."

(Lula, em 01 de setembro de 2007, no 3º Congresso do PT . Fonte)

Mais de dois anos se passaram desde que aquele "cidadão de terceiro escalão" foi flagrado pegando R$ 3 mil. De lá pra cá, Lula e seu PT foram obrigados a afastar os cidadãos de quinta categoria que mantinham no primeiro escalão do partido e do governo. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal decidiu que todos eles devem ser julgados por formação de quadrilha.

Para Lula, porém, nada mudou. Eles - os réus por formação de quadrilha, o partido que os acolhe e presidente que os defende - , seguem sendo um exemplo de moral e ética.

sábado, 1 de setembro de 2007

Hum...

Não é, certamente, a revista de maior credibilidade do país.

Também já tivemos surtos histéricos de Silvinho Pereira que deram em nada - acomodados que foram por um "deixa disso, companheiro".

Ainda assim, vale a pena ficar de olho neste novo, como direi?, estado emocional de Marcos Valério.

Os próximos e importantes passos

Só alguém com o senso crítico seriamente comprometido pela militância política poderá criticar o julgamento que transformou em réus os 40 mensaleiros - ou, gafe equivalente, dar crédito a ladainha do ministro Ricardo Lewandowski de que algum componente da mais alta corte brasileira, exceto ele, tenha votado com "a faca no pescoço".

O que de fato aconteceu foi um duplo resgate. Ainda que a semana tenha encerrado com um sério comprometimento de outra importante instância do poder - o Senado -, o cidadão de bem pôde vislumbrar, na ação irretocável do STF, uma recuperação parcial da credibilidade das instituições. Para o próprio Supremo, apresentou-se a chance de romper com a imagem de um tribunal que tem se mostrado asséptico mas também inexplicavelmente inerte quando o tema é política - sob regime democrático, o STF jamais condenou um parlamentar.

Desde a última terça-feira, pois, ao aceitar as denúncias contra os mensaleiros, o Supremo se vê diante de uma nova oportunidade para mudar este quadro. Não se trata, percebam, de afirmar que a recuperação da imagem do STF dependerá da sumária condenação dos acusados. Nada disso. O que se postula é que, uma vez aceita a denúncia, aquela corte se empenhe em duas frentes: por um lado, não permitir que, por morosidade processual, os crimes prescrevam antes mesmo de serem julgados; por outro, apontar o quanto antes as deficiências do processo, solicitando o pronto esclarecimento das mesmas.

Sou completamente ignorante no que respeita a trâmites jurídicos. Mas sei que o julgamento encerrado na terça-feira é importante para o espírito da nação. Sei, também, que o país aceitará condenações e absolvições legitimamente justificadas, mas jamais se recuperará de um processo sobre o qual pese a suspeita de que faltou empenho para tudo esclarecer. E penso que tal responsabilidade recai, hoje, sobre os ombros de três admiráveis brasileiros: a ministra Ellen Gracie, o ministro Joaquim Barbosa e o procurador-geral Antonio Fernando de Souza.