quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Já somos uma nação de Ditões?

Alguém deveria se preocupar em saber se o desejo da elite nacional - oposição, imprensa, sociólogos, cientistas políticos e, agora, também os artistas - é o desejo da maioria do povo brasileiro.

Caso seja, é preciso atendê-lo.

Políticos bons de urna são aqueles que sabem assumir uma posição de liderança, dando vazão aos desejos do povo.

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

E é só uma amostrinha.

Os assessores jurídicos de José Sarney meterem os pés pelas mãos ao tentar censurar a blogueira Alcinéa Cavalcante.

Nao imaginavam que a comunidade blogueira se uniria para não permitir tais arroubos ditatoriais.

Até a tarde de ontem, eram 53 os blogueiros que, em solidariedade a Alcinéia, postaram a tal foto do tal muro.

E a lista vai aumentar - você pode acompanhar as atualizações aqui.

Então é assim: por incompetência dos assessores de Sarney, o que era uma pendenga paroquiana está virando um caso internacionalmente conhecido.

E eu soube que a ONG Repórteres Sem Fronteiras já fou acionada.

Uma pequena amostra, para coronéis caipiras, do que é internet.

Pensando bem...

Foi quase unânime a condenação da estratégia de campanha de Geraldo Alckmin - principalmente na primeira semana, quando o uso da biografia chegou a virar tema de piada para línguas mais afiadas como a do prefeito Cesar Maia.

Mas, coisa curiosa, notícias de São Paulo dão conta de que, desde a semana passada, Mercadante adotou a fórmula biográfica. Dizem que até o Quércia entrou no embalo. Também alguns senadores estariam apresentando uma biografia - modesta, é verdade, mas que lembra muito aquela utilizada pela campanha de Alckmin.

Pergunta obrigatória: porque políticos de outros partidos estariam adotando uma estratégia fracassada?

Ou será que entre as pesquisas e as urnas há mais do que pode supor a nossa vã filosofia?

domingo, 27 de agosto de 2006

Xô, Censura!

xo2.JPG

Foto de um Muro em Macapá, publicada pela blogueria Alcinéia Cavalcante.

Um muro pintado.

Uma câmera digital.

Uma blogueira.

E José Sarney se transforna em censor.

Xô!

sábado, 26 de agosto de 2006

Comprovado: o crime compensa

Políticos do PT são os que têm o maior avanço patrimonial.

"Os políticos vencedores do PT nas eleições de 1998 e de 2002 são os que apresentam, entre as siglas de maior porte, a mais robusta variação patrimonial em quatro anos. Os petistas tiveram um aumento do seu patrimônio médio de 83,7% em quatro anos, um percentual bem acima da inflação do período (27,2%, segundo o IPCA)."

Continue lendo aqui.

Eu poderia até acreditar que eles sabem poupar mais do que os outros...Poderia...Se vários petistas não tivessem aparecido, ao longo do ano passado, envolvidos em maracutaias. Poderia... se as principais estrelas do partido não tivessem sido indiciadas por formação de quadrilha pelo Procurador Geral da Repúbica.

Mas, diante dos fatos, só resta concluir que este é um enriquecimento muito, mas muito, suspeito.

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Lula a la carte

Escolham a versão do Lula que melhor lhes agrada.

A de ontem, ao comentar o mensalão:

"Muitas vezes você está na cozinha de sua casa, tomando chimarrão, e não sabe o que seu filho está fazendo na sala ao lado."

Ou a de quatro anos atrás, no horário eleitoral, comentando como pretendia fiscalizar, se eleito fosse, as compras na área de saúde:

"Tá faltando uma coisa, vai comprar, tem demais, não vai comprar - e aí a gente também evitar que haja

corrupção. Você sabe que mesmo na casa da gente, se os pais não fiscalizam o cotidiano dos filhos eles fazem coisas que a gente não gostaria que eles fizessem."

Escolham vocês. Para mim, nenhum dos dois serve.

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Direto do ninho

Três horas depois de ir ao ar o primeiro programa eleitoral em que Geraldo Alckmin se mostra mais firme em relação a Lula, começam a surgir manifestações da imprensa se auto-congratulando.

Tirem o pônei da chuva, queridinhos...A gritaria de vocês não teve a menor influência na campanha.

Antes de mais nada, leiam o artigo de Paulo Moura que indiquei no último post. A estratégia está quase toda ali. A subida de tom já estava prevista desde o início da campanha - e exatamente para este momento.

Depois, tratem de renovar suas fontes: quando o assunto é o projac tucano, vocês andam levando um baile.

Quanto a mim, quem me lê há mais tempo sabe que um certo tucaninho tem por hábito pousar na minha janela para contar as novidades - ou já esqueceram quem lhes diantou, com quatro dias de antecedência, que o candidato seria Alckmin?.

Se não lhes tenho revelado mais é porque há coisas que devem ser mantidas em segredo.

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Ressaca?

Pela primeira vez, desde que começou a campanha, hoje não teve Lula no Jornal Nacional.

Não sei o que houve, mas a agenda presidencial foi até retificada.

Será que, depois dos resultados do Datafolha, a noite de ontem foi dedicada a comemorações?

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Chá de camomila

Para quem anda ansioso, sugiro leitura daquela que me parece ser, até agora, a avaliação mais correta sobre a campanha de Geraldo Alckmin: o artigo do cientista político Paulo Moura.

A mídia quer matérias de impacto - quer, no mínimo, ver reconhecido o bom trabalho de investigação que realizou ao longo do ano passado. É por isso que vive se queixando de que a campanha está monótona. Alckmin e a equipe por ele escolhida - é sempre bom lembrar este detalhe - querem ganhar a eleição. É por isso que não estão dando ouvidos à mídia.

Quanto a nós... Bem...sugiro que sigamos o conselho de minha avó materna, que preparava um chá de camomila como ninguém: antes da guerra, todos os ânimos se elevam. Mas a vitória pertence aos que não se deixam cegar pela emoção das batalhas.

Metaforas.gif

Romane

domingo, 20 de agosto de 2006

Lágrimas de sanguessuga

Tente saber dos valores gastos pelo Governo Lula em publicidade. E tente acreditar em Lula, que afirmou que Duda Mendonça tinha perdido as contas de publicidade do Governo.

Depois me explique como é que Duda Mendonça tem dois gordos contratos com o Governo do Lula: um com a Petrobras, que começou em 5 de dezembro de 2005 e só acaba em 4 de dezembro de 2006.

Outro com o Ministério da Saúde, que começou em 01 de janeiro de 2006 e só termina em 31 de dezembro de 2006.

Contratos fechados depois que Duda chorou lágrimas de sanguessuga na CPI. É a cara de pau elevada à última potência.

sábado, 19 de agosto de 2006

Está fazendo um ano

ESCÂNDALO DO "MENSALÃO": LULA NA MIRA

Em depoimento de quase nove horas, ex-tesoureiro do PT negou a existência do "mensalão", isentou Dirceu e irritou integrantes da CPI

"Não traio nem delato ninguém", diz Delúbio

Em seu depoimento de quase nove horas, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares alongou-se em evasivas e negativas. Questionado se ele se julgava um "traidor", disse que sua "integridade" não lhe permitiria "delatar ninguém".

O ex-tesoureiro voltou a negar a existência do "mensalão", admitiu apenas a prática de caixa dois nas campanhas eleitorais e eximiu o ex-ministro José Dirceu de participação nas decisões do PT.

A reticência de Delúbio Soares em responder aos questionamentos irritou os integrantes da CPI e acabou gerando uma série de bate-bocas entre deputados.

DELAÇÃO - Vários parlamentares tentaram confrontar Delúbio com o discurso em que o presidente Lula diz se sentir "traído" no caso do "mensalão": "Respeito muito o presidente Lula e como fiel seguidor do presidente não questiono suas opiniões", disse.

"Sou uma pessoa fiel e quero dizer uma coisa aqui na CPI: eu não costumo... faz parte da minha integridade não delatar ninguém nem questionar a opinião das pessoas", disse, acrescentando que não "incorpora" a acusação de traidor. "Minha vida política não condiz com isso. Estou sendo muito bombardeado, mas não me sinto nem traidor nem traído."


DIRCEU E GENOINO - Ele eximiu José Dirceu de participação nas negociações com Marcos Valério: "O Zé Dirceu era ministro e não participava da vida partidária". Afirmou que quando os aliados procuraram o PT para pedir ajuda financeira, o ex-presidente da sigla José Genoino tomou conhecimento, mas só determinou que ele resolvesse os problemas. "Ele determinou que eu resolvesse, não sabia dos bancos ou das empresas. Depois eu informava a ele que o problema estava resolvido."

PORTUGAL TELECOM - Delúbio negou conhecer acerto para que a Portugal Telecom repassasse recursos ao PT e ao PTB. Negou também ter ido freqüentemente a Portugal, país que disse ter estado pela última vez em 1992. "Fiquei sabendo disso pelos jornais."

MENSALÃO - "Houve a acusação de que o PT tinha implantado um sistema de compra de votos, compra de deputados no Congresso. Quero dizer que isso não corresponde à verdade. O PT nunca comprou deputado ou deu dinheiro para parlamentar votar em projeto "a" ou "b'", declarou.

CONTRAPARTIDA - Segundo Delúbio, Valério ajudou o PT porque acalentava entrar no ramo do marketing eleitoral. "A intenção do Marcos Valério era se transformar em um grande publicitário do PT e dos partidos aliados no campo do marketing político. (...) Nunca pedi a ninguém do governo que aditasse nenhum contrato das empresas do Valério", disse.

ARREPENDIMENTO - Questionado se sentia vergonha após o surgimento das denúncias, Delúbio disse que "não faria de novo dessa maneira", mas que não se sentia "envergonhado". "Não roubei, não aumentei meu patrimônio."

DÍVIDA - Delúbio disse que vai lutar para que a dívida do PT com Valério seja paga. "Vou lutar para devolvermos às empresas do Marcos Valério, para que ele possa pagar os bancos." Segundo ele, se o PT não quiser assumir a dívida, "o partido vai sofrer muitos processos": "E eu também".

CARRO - Delúbio afirmou que o carro blindado com o qual foi à reunião do PT nesta semana foi alugado por sua mulher, Monica Valente. De acordo com o petista, a diária do veículo custa R$ 360.

(Fonte: Folha de São Paulo, 19 de agosto de 2005)

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Use o seu horário de almoço.

Sei que não adianta mais chamar a atenção para este tipo de coisa. Lula conquistou aquele estágio dos chatos e contadores de vantagem que, cedo ou tarde, sempre acabam vencendo pelo cansaço os grupos sociais que freqüentam: ninguém mais se dá ao trabalho de rebatê-lo. Ainda assim, eis a besteira do dia:

"Vou ao debate quando a gente achar que interessa ir a um debate. Não posso ir a um debate quando os outros acham que eu devo ir. Ninguém pode se queixar que eu não participo de debate. Participo como ninguém."

Este, meus amigos e leitores, é o vosso Presidente da República - um falastrão compulsivo e incoerente. E continuará a sê-lo se você não mexer o seu traseiro da cadeira para tirar-lhe alguns votos. Dizer que o problema é do PSDB, da estratégia de maketing ou da fase da Lua não resolve a questão. Daqui para frente, o que se escreve na imprensa ou na internet importa menos do que o que se escreve nas portas de banheiros públicos.

Às ruas, pois. E não me venham com a história de que vocês não têm tempo para isso. Usem o horário do almoço.

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

problema de transporte...olha só...o aeroporto de jaguaruna, um daqueles, não consegue receber o aerolula....como está chovendo, a BR 101, aquela que ele disse que duplicou, fica intransitável....e ekle precisava estar de volta hoje à noite...veja só, nem o Presidente consegue vir ao Sul de SC num dia e voltar no mesmo. Diz pro Fábio botar no programa dele.hehehehehe

A hetacombe clunear

Juro que vi - espero que tenha sido apenas na TV aqui de casa.

No programa de TV do PSL - exibido há poucos minutos - Luciano Bivar, comentando o caos da segurança, lascou que a coisa vai acabar virando uma "hetacombe".

É tão absurdo que eu custo a crer que se trate de um erro. Foi de propósito. Depois da hecatombe verborrágica de Lula, alguém deve ter convencido Bivar de que, para cair no gosto do povo,é preciso falar errado.

Da serventia dos inúteis.

Responda rápido, leitor: para que serve um governador com 74% da preferência dos votos em seu estado se, na época da eleição presidencial, ele trabalha contra o próprio partido?

Responda rápido, cúpula tucana: o governo de Minas vale tanto assim?

Porque eu, sinceramente, não dou um tostão furado por Aécio Neves.

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Hora do tudo ou nada.

Este país é insuperável em algumas coisas.

De uma hora para outra, a nação de técnicos de futebol se transformou em nação de marketeiros políticos.

Todos sabemos o melhor caminho para eleger este ou aquele candidato.Todos conhecemos a melhor estratégia para derrotar Lula.

Pois eu também quero dar os meus pitacos.

Gostei do programa de Geraldo Alckmin. Apresentou o candidato para regiões onde sua boa atuação como governador de São Paulo não é conhecida. Não tentou mostrá-lo como "pai dos brasileiros" - ou outro estelionato do gênero. Mas conseguiu dar-lhe um traço mais pessoal.

Prossegue, no entanto, a necessidade de tirar votos de Lula. Isto implica desconstruí-lo. E é algo inadiável, que precisa ser feito ao mesmo tempo em que Alckmin vai se tornando mais conhecido. Tão logo o público conheça Alckmin, será preciso que a campanha comece salientar em quais aspectos ele difere de Lula.

Me parece inaceitável permitir que Lula venha ao seu programa dizer que a corrupção é um problema genérico. Não que isto seja mentira - há corruptos em todos os partidos. Mas as pessoas precisam ser lembradas de que "nunca, na história deste país", o núcleo de um governo foi denunciado por formação de quadrilha pelo Procurador Geral da República - e que, a menos que seja para explicar os inúmeros escândalos de seu governo, Lula não tem moral para falar de corrupção.

Apresentar Alckmin e desconstruir Lula. É isso ou nada.


terça-feira, 15 de agosto de 2006

Monótono...Mas quem liga?

Penso que o debate de ontem nem merece ser tema de um post. Chato, chatíssimo, é a única descrição possível.

Ninguém foi bem - e todos pareciam com medo de dar um passo em falso.

Nem Heloisa Helena - que costuma garantir um circo bacana - nos livrou dos bocejos.

O mais melancólico, porém, é que a repercussão vai ser praticamente zero: no pico, a Band marcou seis pontos no Ibope.

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

É Fantástico!

Marcola deve ter ficado bastante contrariado com a Globo ao perceber que ela transmitira o tal DVD apenas para a praça de São Paulo. E o fato é que a libertação de Guilherme Portanova ocorreu somente depois que o Fantástico apresentou o caso em rede nacional.

Também não deve ter sido coincidência aquela matéria, quase ao final do programa, que mostrava o quanto o PCC anda "aterrorizando São Paulo". Ela soou especialmente estranha em um final de semana para o qual a organização criminosa prometera ações espetaculares, mas que foi absolutamente tranqüilo para os paulistas.

Se houve ou não novo contato do PCC com a emissora, exigindo uma matéria de destaque no Fantástico como condição para libertarem o jornalista, jamais saberemos. E jamais saberemos porque este é o tipo de coisa que mostra o quão exposta ficou a emissora ao aceitar a coação – e o quanto expôs toda a imprensa com esta atitude. Admitir que, mesmo depois de ver atendida a primeira exigência, o PCC voltou a negociar, implica em dar razão a todos aqueles que advertiram que com terroristas não se negocia - e que a Globo estava abrindo um precedente perigoso.

O pesadelo acabou para a família de Guilherme Portanova. Comemoremos, pois. Mas não esqueçamos: ele está apenas começando para todos os membros da imprensa e seus familiares.

domingo, 13 de agosto de 2006

Ação e reação

Nos últimos dias, tenho lido e ouvido muitas análises - de especialistas e leigos - a respeito do crescimento do PCC.

Tais análises atestam, com uma quase constrangedora tranqüilidade intelectual, que a ascensão do PCC se explica pelas falhas do sistema judiciário e pelas condições desumanas a que são submetidos os criminosos dentro do sistema prisional. O grupo terrorista de Marcola é - concluem, friamente, os nossos analistas de plantão - apenas uma conseqüência natural destes fatores.

Discordo. O sistema judiciário é o mesmo no Rio de Janeiro. E os presídios do Rio são igualmente desumanos. O que está acontecendo em São Paulo é uma reação à firmeza com a qual o governo do Estado vem tratando o PCC. No Rio, onde raramente se consegue distingüir o que é Estado e o que é crime organizado, não se dá esta reação.

Mas digamos que eu esteja errada. Digamos que o PCC tenha surgido apenas como conseqüência natural das falhas do sistema - em especial, de seu caráter "desumano". Como reagirão os nossos intelectuais no momento em que surgir aquela natural contraparte do terrorismo, os grupos paramilitares e esquadrões da morte? Terão o mesmo olhar tranqüilo, explicativo, meramente avaliativo, que apresentam ao analisar o PCC? Ou começarão a berrar que chegamos a um ponto insuportável?

Dez horas depois, Marcola é rei e a Globo é frouxa.

Ao sucumbir à ameaça do PCC - exibindo o vídeo na esperança de preservar a vida do jornalista Guilherme Portanova - a Globo selou um pacto de coação com o grupo terrorista.

Daqui para frente, não terá outra saída a não ser reforçar a segurança de seus profissionais - e rezar para que ela seja capaz de impedir que Marcola ganhe um programa semanal na emissora.

Dura verdade. Triste verdade. O jornalista Guilherme Portanova poderia ser apenas mais uma vítima da violência urbana. Com a exibição do vídeo, foi elevado à categoria de primeira vítima oficial do neo-terrorismo brasileiro - aquele surgido pós-ditadura militar.

Não se sucumbe ao terrorismo. Não se negocia com criminosos. Eles não têm palavra. Pena que isto só ficará bem claro conforme as horas forem passando sem que Guilherme Portanova seja libertado.

Já se passaram dez horas e 20 minutos.

Ao mestre, com carinho

Quando eu crescer, quero ser que nem o Reinaldo Azevedo.

Não em tudo. Ficarei feliz se conquistar aquela capacidade de dar nomes aos bois sem criar caso com a justiça.

"O Partido do Crime está hoje abraçado ao Partido do Terror para produzir um fato eleitoral em São Paulo e no Brasil. Eles querem desmoralizar as autoridades de segurança do Estado. Marcola e seus subordinados não escondem que consideram o PSDB um partido adversário. Os criminosos expressam abertamente suas afinidades eletivas (veja abaixo matérias da Veja) e o desejo de eliminar políticos tucanos."

Leia o artigo completo aqui.

sábado, 12 de agosto de 2006

E aí, Lula? Vai encarar?

Vejam a pérola que acabo de encontrar nos arquivos da Folha de São Paulo:

"Lula não se conforma com a já anunciada ausência de FHC nos debates previstos para antes do primeiro turno da eleição. 'Nós vamos exigir a presença dele (FHC) na arena para lutar. Ele tem que se despir do mandato e ir em igualdade de condições para discutir', disse."

(Folha de São Paulo, 11 de julho de 1998)

Lula, Lula...E agora?

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

Não riam. Desconstruam.

Imprensa em peso comentando as gafes de Lula na entrevista concedida ao Jornal Nacional.

Com razão.

Para começo de conversa, o presidente deu respostas fracas às boas perguntas de Bonner e Bernardes. Ficou naquela conversa mole, de que um pai nem sempre sabe o que acontece com os filhos, pi-ti-ti-pa-ta-tá. É verdade que admitiu, pela primeira vez, que foi decisão sua afastar os companheiros José Dirceu e Antônio Palocci - mas continuou se negando a esclarecer sobre quem o teria traído.

Os vexames - aos quais já estamos quase acostumados - se fizeram presentes: o presidente do Brasil desconhece a extensão das nossas fronteiras e da nossa costa. Atrapalhado, ele certamente arrancou risos da oposição ao declarar que tudo, neste país, só faz crescer..." única coisa que cai é o salário..."

Não consegui rir. Não achei a menor graça. Simplesmente porque a maioria dos que votam em Lula não sabem , não querem saber - e têm raiva de quem sabe - a extensão das nossas fronteiras. Esta é uma informação que não lhes serve para coisa alguma. E se não serve para eles, não deve servir para o presidente também.

Eis o elo, a liga que se faz entre um presidente populista e os seus eleitores: ele sabe o que eles gostam e precisam ouvir. No caso específico de Lula, ele sabe que a maioria daqueles que nele votam precisam ouvir que continuarão recebendo o Bolsa Família. E se isso lhes for dito por alguém com quem eles se identificam, não há motivos para mudar o voto.

"Mudança de voto" é assunto que deveria interessar a qualquer candidato da oposição que esteja seriamente empenhado em ir para um segundo turno. Pois eu não sei se vocês já pararam para fazer as contas mas, se acreditarmos nas pesquisas, será preciso tirar votos de Lula.

Maior capital político do governo Lula, o Bolsa Família tem sido assunto preferencial entre os candidatos da oposição - que se apressam em garantir que darão continuidade ao programa. Acontece que isto Lula já dá. Lula é a garantia de Bolsa Família acrescida daquelas características do homem que veio do povo.

Tirar votos de Lula implica, pois, desconstruí-lo naquilo que arranca risos a alguns, mas que é a sua fórmula de sucesso: a sua imagem de inocente ignorância e o seu jeito homem simples do povo - coisa que ele já não é há décadas. Isto não significa, necessariamente, baixar o nível da campanha. Significa apenas mostrar o verdadeiro Lula: o sindicalista experiente, que jamais poderia ter sido traído ou ignorar o que se passava a sua volta.

Obrigada, Folha

Há algumas razões para este blog ter se tornado tão popular.

Primeiro, a bondade dos leitores - muitos deles também blogueiros - que engrandecem este espaço tanto com suas visitas quanto com links e aquela amistosa propaganda boca-a-boca.

Mas tenho que agradecer também ao pessoal da Folha Online. Não se passa uma eleição sem que eles citem o blog.

Devem ter gostado aqui.

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Corra que a imprensa já escolheu.

Boa parte da imprensa nacional - aquela parcela de tendência centro-esquerda, que emocionou-se ao ver o presidente-operário chegar ao poder - esteve órfã neste último ano.

Num determinado momento ao longo do ano passado, fosse por vergonha ou profissionalismo, tornou-se impossível a ela continuar defendendo o Lula que ajudara a eleger. Careceu, de lá para cá, de uma alternativa que pudesse reunir sua ideologia com os apelos populares de moralização da política nacional.

Pois o problema da imprensa parece resolvido com Heloisa Helena - aquele híbrido entre Rosa de Luxemburgo e Madre Teresa de Calcutá que, ontem, na entrevista que concedeu ao Jornal Nacional, colocou-se no papel de "mãe da nação". Saudosa de um mito e órfã de alguém que possa encarnar seus anseios mais utópicos, a imprensa delirou.

Eu recomendaria cuidado extremo. Além de carente de pai e mãe, a imprensa é péssima para discernir o que é melhor para o Brasil. Da última vez em que ela apontou um predileto, impingiu ao país um engodo de tal monta que estamos a amargá-lo até hoje. Não por acaso ele, o engodo, tomou ares de "pai dos pobres".

Corram, pois.

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

"Estamos de olho" - não é isto que a Globo gosta de dizer?

Anotem aí: uma única pergunta sobre proposta de governo. Nenhuma pergunta de opinião. Wlliam Bonner e Fátima Bernardes estrearam as entrevistas com os candidatos a presidêcia da República fazendo um tipo de jornalismo que raramente se vê nas bandas globais.

É claro que ninguém esperava pétalas de rosas - e Geraldo Alckmin, no final das contas, acabou saindo-se muito bem. Mas acredito que o público do jornal televisivo de maior audiência do país deve ter ficado chocado com tanta virulência. Esta que vos escreve nunca tinha visto Fátima Bernardes perder a linha a ponto de precisar ser contida pelo marido. E a verdade é que Ricardo Berzoini não teria feito uma pauta diferente.

Nada disso, porém, ficará feio - ou parecerá tendencioso - se os demais candidatos receberem da dupla global o mesmo tratamento.

E é aí que eu estou pagando para ver. Quero ver Lula sendo apertado na mesma medida. Quero ver Fátima Bernardes peguntar, com todas as letras: " Presidente, o sr. sabia ou não sabia das barbaridades cometidas por Silvio Pereira, Delúbio Soares e José Dirceu? Como o sr. explica que os seus homens de confiança tenham formado, sem que o sr. soubesse, aquilo que o Procurador Geral da República classificou como quadrilha? E o sr. entende, presidente, que foi o maior beneficiário deste esquema? E afinal de contas, presidente Lula, se Paulo Okamotto nada deve, porque o sr. não pede que ele, a bem de acabar com as suspeitas, abra logo aquele sigilo bancário? "

É bom, aliás, que o casal comece a mostrar que dará tratamento igualitário a todos os cadidatos amanhã mesmo. Penso que a primeira pergunta para Heloisa Helena é: "Senadora, enquanto esteve no PT a senhora nunca se preocupou em saber como foi paga a sua campanha para o Senado? E agora, que a senhora sabe que o PT tinha caixa dois e esquemas de contas no exterior para pagamento de campanhas, a senhora se preocupou em investigar isso?"

É isso aí, Fátima e William...Ou vocês fazem isso ou podem ir para casa cuidar dos trigêmeos.

O golpe de 1999

Tarso Genro, em 25 de janeiro de 1999, propôs a renúncia de Fernando Henrique Cardoso, na Folha de São Paulo, instando que, através de emenda constitucional, fossem convocadas novas eleições. O artigo se transformou no “teaser” da campanha “Fora FHC”, protagonizada pelo PT, que parou o país por quatro anos.

Naquela oportunidade, Élio Gaspari comentou, na sua coluna para a Folha:

A proposta de Tarso Genro é golpista. Poderia ser chamada também de oportunista e primitiva, mas isso seria uma ofensa aos primitivos e aos oportunistas. (...) Como todas as propostas golpistas, a de Tarso Genro é marota. Apenas para efeito de demonstração, cabe perguntar: com que votos seria aprovada essa emenda?

Pois Tarso Genro está por trás de uma nova tentativa de golpe: a proposta de Lula de convocar uma Constituinte para confiscar o voto que o povo brasileiro vai dar aos congressistas nestas eleições - para que estes, após supostamente reelegerem Lula, percam o mandado conquistado nas urnas.

Élio Gaspari, na sua coluna para a Folha do último dia seis, novamente comenta:

A proposta de convocação de uma eleição para formar uma Assembléia Constituinte depois de outubro é golpista, dissimulada, velha e suicida. É golpista porque pretende obter de um Congresso desmoralizado uma emenda constitucional que eleja e instale uma Constituinte alavancada pelo resultado presidencial de outubro. A idéia foi endossada por Nosso Guia e pelo comissário Tarso ("Fora FHC") Genro. A proposta é dissimulada porque irá além do pretexto da reforma política. Gerará uma situação parecida com a da Venezuela de Hugo Chávez, a Bolívia de Evo Morales e a Argentina das últimas reformas de Néstor Kirchner.”

A História não mente

Em 16 de maio de 1999, em artigo à Folha, Tarso Genro esclarecia os motivos pelos quais pretendia interromper o mandato de FHC :

Hoje, acrescento que o presidente está pessoalmente responsabilizado por amparar um grupo fora da lei, que controla as finanças do Estado e subordina o trabalho e o capital do país ao enriquecimento ilegítimo de uns poucos. Alguns bancos lucraram em janeiro (evidentemente, por ter informações privilegiadas) US$ 1,3 bilhão, valor que não lucraram em todo o ano passado! "

Se estes eram argumentos suficientes naquela época, em vez de querer transformar Lula no mais novo ditador da América Latina, Tarso Genro deveria pedir a renúncia do Presidente. Pois nunca, na história deste país, houve um enriquecimento tão ilegítimo quanto o Mensalão. Nunca tantos candidatos suspeitos e indiciados foram legitimados como no PT. Nunca os bancos lucraram tanto no Brasil.

Então é assim: ou Tarso Genro pede a renúncia de Lula, ou eu vou acreditar em Élio Gaspari - e concluir que Genro não passa de um golpista, maroto e dissimulado.

domingo, 6 de agosto de 2006

O golpe de 1989

Desde 1989, quando foi Deputado Constituinte, Lula tem uma relação de amor e ódio com a democracia. Amor quando a democracia lhe serve. Ódio quando a democracia lhe impõe limites.

Na Constituinte, foi obrigado a reaprender a negociar, a lutar por idéias e a fazer acordos com pensamentos contrários. Para quem estava acostumado a convocar greves, invadir fábricas e botar piquetes em portões de indústrias, colocando os inimigos contra a parede na hora da negociação, foi uma decepção.

Deputado Constituinte frustrado, chamou a estrutura do Congresso de arcaica. Afirmou que tinha nojo do Congresso. Denominou o Congresso de vendilhão de ilusões. Garantiu que não assinaria a Constituinte. Foi em cima deste discurso contra os políticos que Lula iniciou a sua carreira de candidato, naquele mesmo 1989.

Pois agora, quase 30 anos depois, o mesmo Lula frustrado quer convocar uma Constituinte só pra ele. Os argumentos de ódio são os mesmos que Lula usou em 1989: o sistema político está apodrecido, o Congresso legisla em causa própria e é o único responsável por todas as mazelas do país nos últimos 50 anos.

Lula, na verdade, quer jogar toda a conta do Mensalão implantado pelo seu Governo, que emporcalhou o seu mandato, na coluna de débitos do Congresso Nacional.

Não podemos esquecer que Lula já usou uma Constituinte para se projetar contra os políticos até chegar à Presidência da República. Agora, quer uma nova Constituinte para nunca mais sair do cargo, montando um Congresso de fantoches.

O golpe está anunciado desde 1989. Só não vê quem não quer

sábado, 5 de agosto de 2006

Fala, Geraldo

Ontem, no Sergipe, Geraldo Alckmin passeou na rua com a camisa molhada de chuva, mostrando que está lutando para ser Presidente do Brasil.

No entanto, perguntado pelo Jornal Nacional sobre as suas propostas, disse para 40 milhões de telespectadores de todas as classes sociais: “cada hectare irrigado gera dois ou três empregos”.

Não...Definitivamente, não é assim que se fala, Dr. Geraldo. Melhor falar assim: “Eu vou aguar essa terra para fazer brotar milhares de empregos em todo o Nordeste”.

Vá por mim, doutor. E aposente, pelo menos por enquanto, as proparoxítonas.

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Chupim Ausente

Vem aí o primeiro debate sobre o futuro da selva brasilis.

Já estão confirmadas as presenças do tucano, da onça sertaneja e da coruja.

O único ausente será o chupim. Os motivos são óbvios: ele continua muito ocupado em colocar ovos no ninho dos outros.

O chupim também é conhecido no Brasil como engana-tico-tico, corvo, papa-arroz, parasita e vira-bosta.

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Fatos & fotos

enturmados.JPG

Pedro Henry, Lula e José Dirceu: enturmados.

Ontem os petistas, pressionados pela entrada do PT na UTI móvel em função de novas e bombásticas denúncias do empresário Luiz Antônio Vedoin, tentaram lançar mais uma nuvem de fumaça: mandaram para blogs amigos uma foto do Ministro da Saúde José Serra entregando ambulâncias em Mato Grosso, em 2001, ao lado do Deputado Pedro Henry, do PP mato-grossense.

Como todos sabem, Mato Grosso é o estado com o maior número de municípios envolvidos com a Máfia dos Sanguessugas.

Como todos sabem, Pedro Henry é um dos maiores beneficiários do Mensalão, sendo o vigésimo indiciado pelo Procurador Geral da República.

Na foto acima, Pedro Henry é recebido com pompas e circunstâncias pelo Presidente Lula e por José Dirceu, em dezembro de 2003, para tratar da liberação de emendas para municípios do Mato Grosso. A matéria completa pode ser lida aqui.

Nela, o parlamentar, agora celebrizado como mensaleiro e sanguessuga, afirma que os recursos de emendas individuais - solicitados por um só deputado - e de emendas de bancada - quando o pleito reúne todos os parlamentares de cada Estado - são fundamentais para se alavancar a economia nos municípios:

Esta é uma forma de gerar emprego e renda para a população e fazer o dinheiro circular, beneficiando principalmente aqueles que hoje estão à procura de trabalho”, defendeu Henry.

Como não sou jornalista, deixo para eles apenas uma dica: investiguem se os pleitos de Pedro Henry foram atendidos por Lula e José Dirceu - e se isso tem alguma coisa a ver com as ambulâncias.

Fora da lei?

A legislação eleitoral é clara em relação ao endereço de páginas de candidatos na internet.

Resolução 022261 de 29 de junho de 2006 (Instrução 000107)

Art. 71. Os candidatos poderão manter página na Internet com a terminação can.br, ou com outras terminações, como mecanismo de propaganda eleitoral (Resolução nº 21.901/2004).

§ 1º O candidato interessado deverá providenciar o cadastro do respectivo domínio no órgão gestor da Internet Brasil, responsável pela distribuição e pelo registro de domínios (www.registro.br), observando a seguinte especificação: http://www.nomedocandidatonumerodocandidato.can.br, em que “nomedocandidato” deverá corresponder ao nome indicado para constar da urna eletrônica e “numerodocandidato” deverá corresponder ao número com o qual concorre.

O endereço do site do Lula é http://www.lula13.org.br/home.php. Mas se o internauta clicar em http://www.lulapresidente.org.br cai no mesmíssimo site.

Não sei quanto é a multa fixada pelo TSE. Fica aqui , contudo, a dica para os advogados tucanos sangrarem um pouco mais os combalidos cofres petistas.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Vox Populi ou Vox Dei?

Dia 31 de julho, segunda-feira, no programa de Franklin Martins na Band, o todo-poderoso da Vox Populi, Marcos Coimbra, avisou que as próximas pesquisas darão Lula com 20% acima dos demais candidatos, quando a diferença na sua pesquisa anterior era de 10%.

O mais interessante é que o Vox Populi não tem qualquer pesquisa registrada no TSE e nenhuma equipe “fazendo campo”, que autorize a afirmação prévia do empresário.

Coimbra deve ter recebido alguma mensagem. A minha única dúvida é se recebeu do Planalto ou de Deus. Do povo é que não foi.

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Reinaldo Azevedo vive.

Para quem ainda não sabe, Reinaldo Azevedo pede que avisemos de seu novo endereço.

O sumiço deveu-se apenas a questões técnicas - ao que tudo indica, por culpa daquela peça que fica entre a cadeira e o teclado.