domingo, 30 de outubro de 2005

Para a Veja, com carinho: mais uma gota de rum.

Assista a este vídeo da visita de Lula a Cuba em 2003 e me diga se não é o tal Sérgio Cervantes que está alí, todo sorridente, ao lado de Fidel.

O vídeo está com data de 26 de setembro de 2003.

Penso que é caso para a Veja investigar.

sexta-feira, 28 de outubro de 2005

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"Quinze homens em cima do baú do morto,

Iô-ho-ho... e uma garrafa de rum!"

Talvez não sejam quinze os homens.

Mas há um morto.

E, pasmem, há rum também.

Péssima notícia.

Alguém pode me dizer que porcaria é essa?

Mandaram o Carrasco para a guilhotina?

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Vou cancelar a assinatura do Animal Planet.

Tem briga de hiena muito melhor no jornal.

quinta-feira, 27 de outubro de 2005

O beijo

Nino teve que esperar alguns segundos para se acostumar à penumbra do ambiente. Lá fora ardia o sol de junho. Ali dentro, a única claridade vinha de um pequeno abajur no canto da sala, cuja luz amarelada revelava o queixo e as mãos do homem sentado à escrivaninha de mogno.

O ambiente recendia a Cohibas. Muitos Cohibas.

Naquela voz rouca, inconfundível, Don Giovanni mandou que ele se aproximasse. Nino ainda olhou para Mateo e Carlo, como que aguardando o sinal afirmativo do segundo, antes de acomodar-se na cadeira. Diziam que a influência de Carlo sobre Il Capo era enorme.

Foi então que D. Giovanni começou a se explicar.

Nino fizera um bom trabalho com o jogo e a prostituição no Bronx. Hoje, ninguém mais lembrava dos tempos em que o bairro fora dominado por Blak Johnson. Agora a famiglia dominava todos os negócios escusos na região. E lucrava. Só o dinheiro que Nino arrecadava, a título de proteção, entre os comerciantes do bairro negro, garantia mais de 30% dos agrados de Dom Giovanni para a polícia nova-iorquina. Nino estava crescendo, ajudando a famiglia a lucrar, explicou Don Giovanni. E agora, quando a famiglia estava prestes a entrar em um negócio de proporções muito maiores, ele era o escolhido.

Depois de algumas baforadas, Il Capo anunciou:

- Nino, quero que você comande este novo projeto. É o maior projeto em que já nos envolvemos. Irá estender a área de atuação da famiglia para todo o país.

Meia hora depois, estavam acertados. E Nino mal pode conter a emoção quando Don Giovanni deu a volta na escrivaninha para abraçá-lo. Confirmação típica da cosa nostra, o beijo na boca selou o acordo.

Carlo esperou alguns segundos, depois que Nino saiu, para perguntar:

- Como será?

Don Giovanni ajeitou o suspensório antes de dizer:

- Quero um serviço limpo....Mas, antes, façam com que ele fale.

Carlo assentiu. Sabia bem quais eram as preocupações de Il Capo. Nino andara dando demonstrações de que poderia traí-los. Merecia, portanto, o beijo da morte. Antes, porém, fora preciso promovê-lo. A promoção levaria a suspeita para longe da famiglia.

quarta-feira, 26 de outubro de 2005

Guerra de Nervos

Menos de vinte e quatro horas depois de surgirem os cartazes do Senador Jorge Borhausen em trajes nazistas, recebo um spam com a imagem de José Dirceu travestido de Joseph Stálin.

Não a publico porque é impossível identificar a autoria e o remetente. Mas adianto-lhes que tanto o bigode quanto o quepe caíram muito bem ao deputado.

terça-feira, 25 de outubro de 2005

A cada regime, o seu cadáver.

Boa parte da imprensa relembra, hoje, a morte do jornalista Vladimir Herzog.

Covardemente assassinado nos porões da ditadura, em 25 de outubro de 1975, Herzog tornou-se um símbolo da violência instaurada pelos militares. O cadáver torturado de Vladimir Herzog, anunciou o fim do regime militar: três anos depois, organizava-se o movimento que, em 1979, resultaria na Lei da Anistia.

Ao longo desta semana, contudo, um outro cadáver irá pairar sobre a nação.

Covardemente assassinado nos porões da corrupção, em 18 de janeiro de 2002, Celso Daniel poderá tornar-se um símbolo da violência instaurada no regime de financiamento de campanhas. Se confirmadas as acusações dos irmãos do prefeito de Santo André, veremos o cadáver torturado de Celso Daniel anunciar o fim PT.

O voto como chibata.

Ontem, o Josias de Souza publicou uma foto do plenário da Câmara vazio - imagem simbólica da vagabundagem parlamentar que permitiu a Zé Dirceu ganhar mais um dia de prazo para a votação do seu processo de cassação no Conselho de Ética.

Agora eu leio, lá no Fernando Rodrigues, que o Marcos Valério enviou, através de seu advogado, algumas orientações para que a sua acareação com Delúbio seja mais produtiva.

Na impossibilidade de se voltar ao tempo em que os preguiçosos recebiam o merecido castigo, sugiro que o leitor utilize, nos tempos vindouros, a única punição possível: a surra eleitoral.

segunda-feira, 24 de outubro de 2005

Eu, Salomé.

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PSDB, quero a cabeça do Eduardo Azeredo em uma bandeja.

Dançarei, se preciso for.

Conta outra.

Não tem editorial da Folha de São Paulo ou comentarista da Globo News que conseguirá reduzir a vitória do "não" à falta de informação por parte do eleitor.

Pois esta é a tentativa que percebo, desde ontem à noite, após a divulgação dos resultados.

Tanto a esquerda de um modo geral, quanto os defensores do politicamente correto alimentam a ilusão de que detém o monopólio da razão e do senso crítico. Continuam a aplicar aquela tática gramsciana, que manda desprezar as qualidades intelectuais de todo aquele que lhes faz oposição.

Tamanha cegueira rendeu-lhes, ontem, uma derrota vergonhosa.

No ano que vem poderá render-lhes um enterro definitivo.

sexta-feira, 21 de outubro de 2005

Diversos - e para todos os gostos.

Ontem, a UNESCO aprovou o Convênio sobre a Diversidade Cultural. O objetivo principal é proteger os bens culturais e evitar que os mesmos venham a ser tratados como mercadorias.

Como sempre acontece nestas ocasiões, aproveitou-se o momento para insinuar os malefícios da globalização e esbanjar as expressões da moda: "desenvolvimento sustentável", "riqueza imaterial" e "multiculturalismo".

Mas o meu discurso predileto foi o do presidente da Comissão de Cultura que, citando Octavio Paz, lascou: "o que movimenta os mundos é a interação das diferenças, suas atrações e expulsões".

Gostei porque foi sincero: as expulsões fisiológicas têm sido uma constante nas manifestações culturais.

Já na década de 1960, o artista plástico Piero Manzoni defecou em latinhas - e, em 2002, a Galeria Tate pagou 22,3 mil libras por um exemplar. Aqui no Brasil, temos a Arte Intestinal bovina de Mizac Limírio.

Logo, amiguinhos, não se preocupem: os gringos não vão ameaçar a diversidade das nossas expulsões culturais. A UNESCO protegerá as patentes.

Ao clonador, ofereça-se Augusto dos Anjos.

Filho podre de antigos Goitacases,

Em qualquer parte onde a cabeça ponha

Deixas circuferências de peçonha

Marcas oriundas de úlceras e antrazes.

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Direto do inferno.

Dizem que a cena foi medonha a ponto de exigir a interferência do próprio Cramulhão.

Furioso, suando em bicas, o engravatado John Gotti chutava a mesa da secretária. Aos berros, exigia que se tomasse providências imediatas contra aquele desaforo.

O motivo do destempero foi a manchete sobre a anulação da reunião da Mesa Diretora da Câmara.

Quando, finalmente, Satanás resolveu dar as caras, o célebre mafioso - disparou:

- " Avisem a esse tal de Zé Dirceu que eu fui o único e autêntico Don Teflon!. Era em mim que nada grudava!".

O Coisa Ruim deu de ombros antes de responder com desdém:

- " Não se preocupe. O pessoal lá de cima acaba de interferir".

quarta-feira, 19 de outubro de 2005

Bala de Festim

O estatuto do desarmamento foi aprovado em dezembro de 2003.

A campanha de recolhimento de armas começou em 15 de julho de 2004.

Então, alguém me explique como é que o Ministério da Saúde publica uma pesquisa sobre "o impacto do desarmamento no índice nacional de mortalidade por armas de fogo", considerando os anos de 2002,2003 e 2004, sem apresentar os índices mensais?

Eu gostaria muito de saber, por exemplo, quais foram os índices de mortes por armas de fogo no primeiro semestre de 2004 - já que a campanha de entrega das armas só começou em 15 de julho daquele ano. Gostaria de ver, também, um quadro que esclarecesse se a redução das mortes é proporcional ao índice de entrega de armas verificados em cada estado.

Então fiz uma comparação rápida entre os estados que lideram o ranking na entrega de armas e os índices de redução de óbitos fornecidos pela pesquisa do Ministério da Saúde. O resultado você vê na tabela abaixo.

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Note-se, por exemplo, que o terceiro lugar no ranking de entrega de armas não garantiu ao Rio Grande do Sul uma boa posição no ranking de redução de óbitos. O mesmo pode ser observado para a Bahia e o Rio de Janeiro.

Às vésperas do referendo sobre a compra e venda de armas, seria de bom tom que o Ministério da Saúde fornecesse dados claros e imparciais. Ao não disponibilizar um quadro comparativo como este que ensaiamos acima a pesquisa, amplamente distribuída à imprensa no dia de ontem, não passa de propaganda chapa branca para o SIM.

Este post foi publicado originalmente em 13/09/2005. Está sendo publicado novamente em virtude da matéria de capa do UOL.


Sonhos mortos.

A viagem a Moscou tem tudo para se tornar uma das mais importantes na vida do presidente Lula.

Estando na capital russa, ele realizou um grande sonho: ver o cadáver embalsamado de Lênin.

Como de praxe, a visita ao finado bolchevique não transcorreu sem que o nosso mandatário maior cometesse uma gafe diplomática: mostrar-se exageradamente deslumbrado com aquela mórbida relíquia não foi de bom tom quando membros importantes do governo Putin estão planejando o enterro definitivo do corpo de Vladimir Lênin - e enfrentando-se, por este motivo, com os comunistas daquele país.

Pois foi exatamente isso que o presidente fez. E, no auge do entusiamo com o estado de conservação da múmia, Lula disse aos jornalistas: "É impressionante. Parece que está vivo."

E não surge ninguém, numa hora dessas, para devolver: " É como o seu governo, presidente."

terça-feira, 18 de outubro de 2005

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A roda está cada vez mais morta.

E os cenógrafos do Roda Morta bateram no teto. Jamais conseguirão fazer outro cenário tão apropriado quanto aquele com o qual o telespectador foi brindado na noite de ontem: uma mórbida pilha de bonecos de pano, em tamanho natural, a ocupar o centro que normalmente é reservado ao convidado da noite. Estética governista a serviço do "sim", reveladora, também, da realidade de um programa que há tempos perdeu o viço.

Na pauta, o referendo do dia 23.

Os convidados - com a exceção de Demétrio Magnoli, da Folha de São Paulo - foram de uma mediocridade atroz, em nada colaborando para o debate. E Paulo Markun teve sérias dificuldades para controlar as malcriações vindas de ambos os lados. Marcelo Yuka, então, mostrou-se incapaz de um debate democrático, onde os participantes têm um limite de tempo para falar. Não é culpa dele e, sim, da produção do programa: ser vítima da violência não transforma a pessoa, automaticamente, em especialista da segurança pública.

No final das contas, o programa só serviu mesmo para evidenciar o posicionamento de Markun e sua equipe em relação ao referendo. Mas vamos combinar que, para isso, não precisariam nos submeter a duas horas de ignorância. Bastaria deixar a câmera fixa naquela pilha de corpos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Seu comentário sumiu?

Você postou e seu comentário não apareceu em seguida?

Não se preocupe.

O seu comentário não foi abduzido, nem torrado pelo aquecimento global, nem seqüestrado pela C.I.A.

Este blog está operando com moderação de comentários. Isto significa que todos os comments postados pelos visitantes ficam aguardando a minha aprovação.

Quando eu estou por aqui, a aprovação sai rapidinho. Caso o contrário, você vai ter que esperar para ver o seu comentário publicado.

Comentários repetidos ou de baixo calão serão deletados.

Para saber porque adotei este sistema, leia o post do dia 14, intitulado "Vandalismo por Encomenda".

Frentistas do Führer

E a corrupção parece ser mesmo um mal congênito do homos esquerdus.

Leio que, em Cuba, para evitar a corrupção nos postos de gasolina, Fidel criou um exército de jovens.

Ontem à noite, vestindo camisetas pretas, eles assumiram o controle dos postos a fim de fiscalizar e evitar o desvio na venda do combustível.

Uma força de elite composta por jovens de camisas pretas?

Qualquer semelhança com a Schutzstaffel de Hitler não é mera coincidência.

domingo, 16 de outubro de 2005

Luluzinha Blog's Club

Uma santa, duas wunders e uma Helena.

Só porque elas são ótimas, escrevem o que pensam e vale a pena ler o que escrevem:

Santa, Nibelunga, Helena e Colorina.

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Depois que aquele senhor de cabelos brancos me citou na entrevista que concedeu à Playboy, recebo e-mails e comments de invejosos, curiosos compulsivos, velhinhas puritanas e demais tarados.

Adianto, pois, que a foto acima é o máximo de revelação a que me permito.

Nua, aqui, só a realidade que o meu olho capta.

sábado, 15 de outubro de 2005

O roto e o esfarrapado.

Na cerimônia de abertura da 15a Cúpula Ibero-Americana, Tosse Anan expectorou sobre Lula: "Claramente, a erradicação da pobreza requer o combate à corrupção, a promoção da transparência e a boa governança."

Marco Aurelio Garcia alcançou o lenço pro chefe e fez de conta que nada tinha acontecido. Nem pensou em cuspir de volta.

Aqui em casa, erguemos um brinde ao lançamento da rinha internacional de corruptos.

O poviléu no poder é mesmo um espetáculo.

Não falo mais sobre o referendo.

Tem gente muito melhor do que eu fazendo isso.

"Na verdade, como já disse, meu referendo preferido trataria da proibição da compra e venda de parlamentares. Mas, claro, compreendo que o atual governo não se interesse em promovê-lo." (Ruy Goiaba)

"Desta vez, os bispos que costumam citar a Constituição para justificar seus pensamentos, citam o Evangelho quando Jesus diz a Pedro "ponha a espada na bainha" e com base nisto sugerem que o povo brasileiro abra a mão do direito de possuir uma arma, esquecendo-se que Pedro tinha uma espada e que Jesus não disse "jogue a espada fora". (César Miranda)

"92,7% dos crimes violentos são cometidos dentro de 24 horas depois da ingestão de pão". (Perigo do Pão)

"Pela quantidade de leis e de impostos, percebe-se que segundo o governo o cidadão é incapaz até de vestir a cueca sozinho. Admirável que não ande nas quatro." (Mozart)

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Senhores da Frente Parlamentar Pela Legítima Defesa:

Não vou fazer rodeios porque não há mais tempo para isso.

Eu me pergunto quando é que os senhores vão mexer os seus respectivos traseiros pela campanha "Desarmamento Não".

O site oficial da campanha está jogado às traças - e blogueiros amadores têm feito mais pelas causa do que os senhores, que são oficialmente responsáveis por ela.

O Jair Bolsonaro, por exemplo, ao invés de ficar pagando mico com aquele coronel à tiracolo, deveria era estar trabalhando com seriedade pela causa. Mas a verdade é que figuras como o deputado Bolsonaro - que jogam na vala do ridículo todo aquele que apoie o direito à legítima defesa - deveriam ser impedidas de aparecer na mídia nos próximos dias.

E me espanta ver que, somente agora, o senhores começam a se movimentar em busca de recursos para a campanha.

Logo, quando estamos há menos de trinta dias do referendo, eu me pergunto se os senhores já estão dando a causa por perdida e utilizarão o espaço de campanha apenas para a autopromoção.

Provem que eu estou errada, senhores: comecem a trabalhar.

Vandalismo por encomenda.

Bastou este blog transformar-se em palco de debates para que que as hienas do terrorismo virtual dessem as caras, fazendo o que melhor sabem fazer: empastelar os comments para desmobilizar o debate.

A estratégia - típica do stalinismo vigente entre a esquerda raivosa desde país - me obrigaria a ficar 24 horas de plantão para manter o ambiente saudável. Como isso não é possível, estou utilizando, temporariamente, a moderação dos comentários.

Este blog sofre os efeitos de ser amador e independente, não estando vinculado de qualquer grande grupo ou portal. Por isso, peço aos amigos um pouco de paciência e - aos que entendem da coisa - sugestões para que possamos encontrar uma outra solução, que nos permita manter a troca de idéias em tempo real.

Mas fica a pergunta: a quem interessa calar os amigos de Nariz Gelado?

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

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Chamem John Constantine


Primeiro o presidente falou em urucubaca. Agora o vice compara a atual política econômica a um "pacto com o diabo". Sem falar dos comunistas confessos que, na hora do aperto, andam apelando para o popular "pelo amor de Deus".

É muita cara de pau esse negócio de colocar a culpa no além. Mas confesso que, por vezes, assistindo à TV Câmara, tenho mesmo a sensação de que o Coisa Ruim anda se apossando de alguns corpos.

Então eu penso em chamar o Keanu Reeves. Elegante como sempre, ele faria uma bela sessão de exorcismo à tabefes: My name is Constantine...John Constantine, asshole !" .

quarta-feira, 12 de outubro de 2005

Todo o engano não retratado vira mentira.

Estou, até agora, esperando a prova de que postei algo com mais de 1.000 caracteres lá no Blog do Noblat.

No entanto, ele prossegue afirmando que eu teria infringido a regra. Como se não bastasse, o Noblat ainda pede que eu publique a nossa troca de e-mails aqui no meu blog.

Em respeito aos leitores, porém, fiz uma página especial para o caso. Quem quiser se aprofundar no tema, clique aqui.

Mas do jeito que a coisa vai, creio que não me resta outra saída, se não parodiar Arthur Virgílio: ou o Ricardo Noblat é um pateta ou é um mentiroso.

Qualquer uma das alternativas é coisa gravíssima para um jornalista.

A inimiga do povo. (III)

Quando vemos a Senadora Ideli Salvatti nas CPIs, de dedo em riste, esforçando-se para aparentar a mais absoluta seriedade, não nos passa pela cabeça que se trate de alguém chegado a homenagens e salamaleques.

Mas basta uma breve análise de suas atividades no Senado Federal, para descobrir que esta senhora dedica 85% do seu tempo a atividades de cunho laudatório, que em nada colaboram para o bom andamento do país.

Das 74 proposições apresentadas pela senadora até a presente data, 63 referem-se a condolências, congratulações, votos de louvor, de aplauso, de censura ou de repúdio.

terça-feira, 11 de outubro de 2005

Quero direito de resposta, Noblat.

Sei que não há qualquer prerrogativa legal para isso, posto que sou um nick - e assim quero continuar.

Mas, ao contrário do que você afirma em seu blog, jamais postei qualquer comentário acima dos 1.000 caracteres permitidos. Primeiro, porque eu sempre respeitei as regras dos ambientes que freqüento. Segundo, porque não entendo tanto de informática a ponto de conseguir burlar o sistema de proteção do blog. Logo, sempre que aparecia aquele aviso em vermelho, eu diminuía o tamanho do comentário - coisa rara, já que tenho um certo talento para me fazer entender em poucas palavras.

Ficamos assim, Noblat: ou você mostra o tal comentário que ultrapassou os 1.000 caracteres permitidos ou me dá direito de resposta.

Caso o contrário declinarei, desde já, de qualquer convite para uma possível "anistia" no Estadão.

Barrada no Baile

Fui bloqueada no Blog do Noblat.

Poderia fazer como todos e me recadastrar com um novo endereço de e-mail.

Não o farei. Principalmente porque não fiz nada para ser bloqueada. Ao contrário: apesar de ouvir horrores da petralha -e de ter sido, inclusive, clonada - jamais perdi a classe e o aplomb que me são característicos.

Ou o Noblat libera o meu narizgelado@uol.com.br, ou ficará chorando saudades.

Digas com quem andas....

Parece irreversível a vitória da chapa majoritária para a presidência do PT.

Logo, a cada minuto, torna-se irreversível a avaliação de que a maioria da militância petista compactua com as atitudes de José Genoíno, Silvio Pereira e Delúbio Soares.

De militante a meliante, foram menos de três anos.

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

Viva o gordo e abaixo o regime!

Eu não sou fã do Jô Soares. Até gosto do programa. Mas também sou membro daquela comunidade orkutinana "Eu odeio a dancinha do Jô."

Ocorre que, ontem, durante o papo semanal com as suas "meninas", Jô trouxe à baila o tema do referendo da venda de armas. Abriu fazendo uma crítica contundente à respeito de como a pergunta do referendo induz o resultado para o "SIM". E, de quebra, Jô Soares revelou que votará "NÃO". O gordo foi absolutamente brilhante ao defender sua posição, explicando-se pela via da não interferência do Estado nos direitos dos cidadãos de bem. Também deixou claro aquilo que todos nós temos dito a respeito do tema: defender o direito de comprar armas legalmente, não implica em querer utilizá-las - aliás, não significa nem mesmo que queremos comprar uma arma, mas apenas que queremos ter o direito de fazê-lo.

Porém, o melhor ainda estava por vir.

Dentre as "meninas", estava Maria Aparecida Aquino - a professora de história contemporânea da USP, que tem cadeira cativa na Globo News. Quando viu Jô citando o nazismo e o comunismo como exemplos de regimes de exceção que utilizaram o desarmamento, a historiadora saltou da cadeira. Interrompeu o apresentador para explicar que, na Rússia, o desarmamento era compreensível pois o povo estava realmente armado - já que acabara de fazer uma revolução.

E aí, meus amigos, a academia ficou nua em rede nacional, demonstrando uma de suas falhas mais torpes: saber tudo de Europa e desconhecer a história norteamericana.

Em segundos, lá estava Jô Soares ensinando história para Maria Aparecida: " Sim, Cida... Mas, nos Estados Unidos, após a guerra de independência, o povo também estava armado...E, ao invés de proibir, eles criaram, através da 2ª emenda, um dispositivo que garante o direito inviolável do povo de manter e portar armas."

Depois dessa, eu nem me importei que a maioria das convidadas tenham revelado sua escolha pelo "SIM". Apenas lamentei que Lúcia Hipólito tenha se declarado indecisa por medo de patrulha - algo visível depois que ela, ao ouvir os comentários de Jô, passou a concordar com ele.

Fica, aqui, a minha mais profunda admiração por Jô Soares. Abrir o voto pelo "NÃO", no momento em que a Globo aposta todas as fichas no 'SIM" - e que todos os globais seguem, à cabresto, as sugestões do empregador - é um ato de louvável independência e autenticidade.

Viva o gordo...e abaixo o regime stalinista!

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Sobre bispos e rios.

Eu não sei absolutamente nada sobre o projeto de transposição das águas do rio São Francisco.

Também nunca tinha ouvido falar do bispo Luiz Flavio Cappio.

Ocorre que eu sou uma gaúcha morando em Santa Catarina. E seria uma grande bobagem eu escrever sobre um tema a respeito do qual nada sei - e que, ainda por cima, não me diz respeito.

Eu penso que este grande tema deva ser discutido pelos cidadãos pertencentes aos Estados que - para o bem ou para o mal - serão afetados pelo projeto - seja por sua execução, seja por seu cancelamento.

Por ora, a única coisa que eu posso lamentar é que todo este drama esteja, pela primeira vez em cinco meses, desviando a atenção do brasileiro para longe do Congresso Nacional.

terça-feira, 4 de outubro de 2005

Como não comparar?

Desde o último domingo, Florianópolis está sediando o XIV Congresso Bienal da OUI - Organização Universitária Interamericana. O evento, que vai até amanhã e reúne as principais lideranças do ensino superior no continente, tem como temas principais a pertinência social das Instituições de Ensino Superior e os meios empregados por tais instituições, no âmbito de sua missão de formação e pesquisa, para solucionar estes problemas sociais.

E o governo federal - que sempre se diz tão preocupado com a questão social na América Latina - não se deu ao trabalho de enviar um único representante.

Já o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na impossibilidade de comparecer, se fez representar pelo seu ex-ministro da Educação, Paulo Renato. FH também enviou um depoimento gravado em DVD. E enviou-o em quatro versões: português, inglês, francês e espanhol.

E o porte de tesouras?

Eu vejo os artistas globais fazendo campanha pelo "SIM" e me pergunto se todos já esqueceram do assassinato da atriz Daniela Perez, filha da autora Glória Perez. Há quinze anos, a jovem foi brutalmente assassinada pelo estreante global Guilherme de Pádua e sua esposa. O crime foi premeditado. Daniela recebeu dezoito tesouradas.

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Bala de festim

O estatuto do desarmamento foi aprovado em dezembro de 2003.

A campanha de recolhimento de armas começou em 15 de julho de 2004.

Então, alguém me explique como é que o Ministério da Saúde publica uma pesquisa sobre "o impacto do desarmamento no índice nacional de mortalidade por armas de fogo", considerando os anos de 2002,2003 e 2004, sem apresentar os índices mensais?

Eu gostaria muito de saber, por exemplo, quais foram os índices de mortes por armas de fogo no primeiro semestre de 2004 - já que a campanha de entrega das armas só começou em 15 de julho daquele ano. Gostaria de ver, também, um quadro que esclarecesse se a redução das mortes é proporcional ao índice de entrega de armas verificados em cada estado.

Então fiz uma comparação rápida entre os estados que lideram o ranking na entrega de armas e os índices de redução de óbitos fornecidos pela pesquisa do Ministério da Saúde. O resultado você vê na tabela abaixo.

pesquisa.jpg

Note-se, por exemplo, que o terceiro lugar no ranking de entrega de armas não garantiu ao Rio Grande do Sul uma boa posição no ranking de redução de óbitos. O mesmo pode ser observado para a Bahia e o Rio de Janeiro.

Às vésperas do referendo sobre a compra e venda de armas, seria de bom tom que o Ministério da Saúde fornecesse dados claros e imparciais. Ao não disponibilizar um quadro comparativo como este que ensaiamos acima a pesquisa, amplamente distribuída à imprensa no dia de ontem, não passa de propaganda chapa branca para o SIM.

Delcídio: ameaça real ou jogo partidário?

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) está avisando que se amanhã houver um novo episódio de falta de quórum, ele pedirá afastamento da presidência da CPI dos Correios. No final da tarde de hoje, ele ameaçou: "Se essas mazelas continuarem, eu não vou me prestar a esse papel."

E eu pergunto: como que direito, senador Delcídio?

Enquanto a avalanche de denúncias garantia a popularidade da CPI o senhor não pensou em deserdar. Agora que começa o trabalho difícil, o senhor quer cair fora?

Uma vez que tenha sido escolhido como presidente da CPI dos Correios, sua obrigação é ficar aí e garantir o melhor andamento da coisa - atitude que, por si só, deverá evitar danos maiores à sua imagem. Mas se os danos não puderem ser evitados, senador, paciência! O senhor é pago - e muito bem pago - também para correr esse tipo de risco.

Fique aí e trate de controlar aquela sua colega Ideli, que vive manobrando para esvaziar as votações. Ou eu vou pensar que a sua saída não passa de uma jogada partidária para afundar ainda mais esta CPI.

Caso Celso Daniel

Neste final de semana, matérias da Veja e do Correio Brasiliense trazem de volta a polêmica das gravações que comprovariam que o PT andou orientando as testemunhas do assassinato do prefeito de Santo André. Segundo o Correio Brasiliense, as tais fitas - ao contrário do que afirma o juiz Rocha Mattos - não foram destruídas. Cópias delas teriam sido entregues à CPI dos Bigos.

Consultado, Gilberto de Carvalho teria declarado à Veja que já sabia da existência de "gravações montadas com sua voz, com o objetivo de incriminá-lo".

Enquanto o caso não se resolve, o leitor pode ouvir parte das escutas do caso Celso Daniel que já haviam sido publicadas, no ano passado, pelo Ucho.Info.

domingo, 2 de outubro de 2005

O Trânsito mata mais que a violência urbana.

E ninguém pensa em proibir a venda de automóveis.

sábado, 1 de outubro de 2005

A inimiga do povo. (II)

É no mínimo curioso que, no dia 17 de agosto - ou seja, quando os escândalos de corrupção no governo petista atingiam níveis estratosféricos - a senadora Ideli Salvatti tenha entrado com um requerimento para a retirada, em caráter definitivo, do Projeto de Lei do Senado nº 188, de 2003, de sua autoria.

Agora me perguntem, amigos, que projeto de lei era esse?

Eu respondo: era um projeto de lei que ampliava a tipificação dos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.

Agora me digam: o que, no quadro da atual crise, terá feito a senadora mudar de opinião a respeito deste projeto?

A inimiga do povo. (I)

Desde o início da atual crise, a senadora Ideli Salvatti tem colecionado episódios de escandalosa grosseria e cega servidão ao governo.

Como todos já sabem, na útima quinta-feira a senadora Salvatti encabeçou uma manobra para evitar que a CPI dos Correios quebrasse o sigilo bancário das corretoras que operam os fundos de pensão. Tais corretoras - que deram um prejuízo de nove milhões de reais aos fundos - são apontadas como as fontes mais prováveis do mensalão. Numa atitude que foi, por si só, uma clara confissão de culpa no cartório, a senadora estimulou a bancada governista a retirar-se da reunião.

Veremos como agirá Salvatti na reunião da próxima terça-feira - quando se tentará votar novamente a quebra de sigilo.