segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A campanha mais baixa da história? Sim. Mas "nova" a tática não é

Em entrevista à Folha e Poder, publicada ontem, o marqueteiro de Aécio Neves, Paulo Vasconcelos reitera que Dilma se elegeu fazendo a campanha mais suja que já se viu em toda a história da República.

Lá pelas tantas, contudo, Vasconcelos declara:

"Já tinha visto a baixaria acontecer por estupidez, ignorância ou paixão, mas nunca havia visto a baixaria ser explorada com profissionalismo. Eles estimulavam nas redes sociais que o Aécio tinha um comportamento dúbio com mulheres, por exemplo. Depois acontecia uma pergunta no debate e por fim o programa de TV se referia a isso. Existia uma rede que se intercomunicava para tentar dar àquela afirmação uma percepção tangível."
(Clique aqui para ler a entrevista na íntegra)

Com todo o respeito que tenho, e não é pouco, ao bom trabalho do Paulo Vasconcelos, preciso fazer uma correção - pequena, mas importante.

Esta tática não é nova - e nem é a primeira vez que foi utilizada. Desde pelo menos 2004 o PT age desta forma -  profissional e integrada. No auge das denúncias do mensalão, quando a área de comentários do Blog do Noblat era o palco preferencial dos debates, os argumentos utilizados pelos militantes petistas na internet pela parte da manhã se tornavam oficiais no discursos que a então senadora Ideli Salvatti proferia na tribuna na parte da tarde.

Já naquela época - então sob a batuta de Valter Pomar - o PT utilizava as redes sociais como balão de ensaio para suas versões, calúnias e justificativas. O que colava melhor nas redes, acabava tomando um caráter oficial horas depois. Esta tem sido - e quem monitora sabe - a praxe do PT nas redes sociais.

Repito aqui o meu respeito pelo bom trabalho do Paulo Vasconcelos na estratégia de um modo geral. Mas faço este alerta porque, ao ler a sua afirmação me deu a sensação - e sempre posso estar enganada -  de que faltou ao núcleo estratégico da campanha conhecimento e bagagem histórica sobre o comportamento do PT nas redes sociais.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Marquem a data de hoje, dia em que o Estadão assumiu abertamente o papel de polícia política do governo Dilma.

Numa cruzada ideológica sem precedentes desde a abertura
 política,o Estadão publica posts privados de policiais federais
no Facebook para expôr suas preferências políticas
 e desmoralizar a Operação Lava-Jato.


Pasmem.

O Estadão invadiu perfis de Facebook de policiais federais envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato para promover uma verdadeira caça às bruxas, apontando quem, durante a campanha eleitoral, se manifestou contra Dilma e a favor de Aécio Neves. Clique aqui para ler a matéria.

O tom de perseguição política da matéria em si é agravado pelo fato de que tais postagens eram "fechadas". Ou seja: abertas apenas aos “amigos” destes funcionários públicos.

Diante do episódio vergonhoso - um órgão de imprensa que se diz independente, assumir o papel de polícia política do governo Dilma - talvez nem caiba mais perguntar por que algumas pautas seguem em aberto.

Ainda assim vou sugerir algumas que seriam dignas de um jornalismos realmente investigativo:

- O Estadão e seus jornalistas estão investigando quem coalhou as principais cidades brasileiras com cartazes que caluniavam Aécio Neves?

- O Estadão e seus jornalistas estão investigando quem foram os vereadores, prefeitos, deputados e senadores que subiram em caminhões, pelo interior do Brasil, especialmente no Nordeste, para anunciar em alto-falantes que Aécio iria acabar com o Bolsa Família?

- O Estadão e seus jornalistas estão investigando de onde vieram os disparos de milhares de sms dizendo que quem votasse no 45 estaria automaticamente descadastrado do Bolsa Família? 


- O Estadão e seus jornalistas estão investigando o uso ilegal dos Correios por parte do governo Dilma durante a campanha eleitoral?

Mas acho que é pedir demais para um jornal que, a cada dia que passa, toma mais e mais o aspecto de um panfleto governista.

domingo, 9 de novembro de 2014

O Brasil do PT virou sede de base operacional do terror islâmico. E isto não é uma novidade.

Na foto, a Mesquita Sunita se mistura ao conjunto de prédios
 de Foz de Iguaçu, Paraná - Agência O Globo / Michel Filho
Matéria publicada hoje em O Globo informa que a Polícia Federal reuniu uma série de indícios de que traficantes de origem libanesa ligados ao Hezbollah mantém ligações com criminosos brasileiros. Relatórios produzidos pela PF apontam que estes grupos se ligaram ao PCC.

O tema não é novo.

Desde o início da década de 1990, por conta dos atentados à embaixada de Israel em Buenos Aires à Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) se cogita que a tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai abrigue bases de apoio ao terrorismo islâmico.

O assunto recrudesceu logo depois depois do 11 de setembro - e com mais ênfase, a partir do início da operação americana no Iraque, em 2003 - com o governo americano emitindo vários alertas e relatórios.

Há notícias, inclusive, de que ainda em setembro de 2001 -  poucos dias após os ataques aos EUA, portanto - agentes da CIA e do Centro de Contraterrorismo do FBI conduziram uma operação conjunta com a Polícia Nacional do Paraguai efetuando 16 prisões em Ciudad Del Este.

Ainda assim, até agora prevaleceu no senso comum - e na imprensa nacional - a tese de que os Estados Unidos tentavam "construir um discurso" porque tinha interesses outros na região. O mais citado e ridículo deles, seria o Aquífero Guarani - grande reserva subterrânea de água, que abrange partes dos territórios do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai .

Era, notem bem, uma conversinha mole que caía como uma luva em um cenário de opinião pública que demonizava George W. Bush e o acusava de realizar a operação no Iraque única e exclusivamente por interesse nos poços de petróleo da região.

A reportagem de O Globo publicada hoje é só mais uma peça, embora importante, deste quebra-cabeça. O Brasil do PT se firma como base sólida para o terrorismo islâmico. E não são os yankees malvados que estão dizendo. É a Polícia Federal.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Pega e larga: presidente promete “estreitar” relação no Twitter.


Dilma e o Twitter: proximidade e abandono movidos a
interesses meramente eleitorais.

Depois de quase quatro anos de mandato, Dilma agora resolveu dar atenção aos seus seguidores no Twitter. 

Segundo matéria da  Folha de S. Paulo de ontem, a candidata à Presidência pelo PT quer, "daqui por
diante", "se aproximar dos jovens". Puro interesse eleitoral, claro.

Dilma, que havia abandonado o Twitter em 2010, desde o momento em que tomou posse, retornou àquela rede social no ano passado, logo depois das grandes manifestações de junho.Desde então, tem agido de forma automática, num monólogo chapa-branca bem insuportável.

Agora, ao que parece, quer começar a "interagir" com os "jovens" - a quem, certamente, voltaria a abandonar, se reeleita fosse, logo depois da posse. Qual o próximo passo? Pedir testimonials para os companheiros no Orkut? 

No ano passado, jovens de todo o país foram às ruas para reivindicar melhorias em saúde, educação e segurança. Dilma e sua equipe responderam  como se internet fosse palanque. Ignoraram - e continua a ignorar até agora -  que aqui a via é de mão  dupla.

Minha curiosidade é saber se Dilma está preparada para as consequências dessa “proximidade”. Vai ouvir o grito das ruas na ponta dos dedos de uma juventude insatisfeita com o governo e fazer o quê? Pedir ajuda para a Dilma Bolada? Desconfio que vai acabar desistindo da empreitada rapidinho. 

terça-feira, 24 de junho de 2014

Aécio Neves pode ter três comitês em Pernambuco

Aécio Neves pode ter três comitês em Pernambuco

Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência da República, terá três comitês regionais no estado de Pernambuco.

Isso acontece porque Elias Gomes, prefeito de Jaboatão dos Guararapes, e André Régis, vereador de Recife, são coordenadores da campanha do senador mineiro.


De acordo o jornal Diário de Pernambuco, os comitês se distribuirão entre as cidades de Petrolina e Caruaru. "Essas cidades têm forte poder de irradiação também das ideias, das propostas para um novo país", destaca Gomes.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

"Vai tomar no cu"x "Foda-se a Constituição": agora o PT quer o monopólio do palavrão?

A edição de hoje de O Globo relembra alguns impropérios que Lula desferiu contra desafetos e adversários ao longo de sua carreira política.

Em 1987, chamou o então presidente da república, José Sarney de "grande ladrão". Em 1993, em conversa informal com jornalistas, disse que o presidente Itamar Franco era "um filho da puta" e o ministro da Fazenda, Eliseu Resende, "um canalha". Em 2010, durante uma reunião ministerial, Lula disse que o presidente do PSDB, Sergio Guerra era um "babaca".

O Globo esqueceu, porém, a maior das ofensas de Lula.

Em maio de 2004, o presidente Lula estava furioso com o correspondente do New York Times no Brasil, o jornalista Larry Rohter. Motivo: a publicação de uma matéria na qual Rohter detalhara os hábitos etílicos do presidente. Sob o título, "Hábito de bebericar do presidente vira preocupação nacional" o jornalista dera  tratos ao que era para lá de sabido por toda a nação: Lula bebia bastante, em qualquer hora ou lugar.

Furioso com a matéria, o então presidente Lula reuniu seu gabinete de crise. Queria dar uma resposta dura: cassar o visto de permanência de Larry Rohter e mandá-lo de volta para os Estados Unidos. Foi então que, ao ouvir de um dos ministros que Rohter era casado com uma brasileira e, que por isso, tinha seu direito de permanência assegurado pela Constituição, Lula se descontrolou e largou um:

- "Foda-se a Constituição!"

O episódio, relatado com exclusividade pelo Blog do Noblat  um dia depois do ocorrido, coloca em perspectiva as atuais reações de Lula, e do PT de um modo geral,  em relação às vaias ouvidas por  Dilma nos estádios da Copa. Não fosse um absurdo por si só a tentativa de patrulhar a voz da torcida em um campo de futebol - território onde o palavrão é regra - é uma grande piada que tal tentativa venha de pessoas que nunca mantiveram a compostura, nem mesmo quando o cargo que ocupavam assim exigia.

De tudo o que está sendo dito sobre as vaias nos estádios - no plural, sim, porque além de São Paulo, também em Minas e Goiás foram ouvidos xingamentos contra Dilma - o que mais impressiona é a cara de pau dos petistas. Ora ela aparece na tentativa descabida de vitimizar a presidente; ora no, não menos ridículo, intento de atribuir a reação à uma classe social específica, como se Dilma já não estivesse sendo vaiada em todos os lugares por onde passa - o que, aliás determinou que ela não fizesse discurso na cerimônia de abertura da Copa.

Mas o PT está fazendo o jogo de sempre. Distorcendo os fatos e repetindo, incansavelmente, uma mentira na tentativa de transformá-la em verdade.

O que me espanta é a reação de parte da imprensa, que jamais tomou as dores das mães dos juízes e agora se comporta como se tivesse acabado de descobrir que o palavrão é linguagem corrente nos campos de futebol. Tal reação cheia de pudores só é compreensível sob a ótica de um desmedido governismo chapa branca.

Eu não sei onde esta imprensa, hoje tão pudica, estava em maio de 2004. O que sei é que uma torcida de futebol mandar um presidente tomar no cu é nada perto de um presidente da República mandar a Constituição se foder.

Aécio Neves promete campanha focada no debate dos problemas do Brasil

Aécio Neves promete campanha focada no debate dos problemas do Brasil

Aécio Neves, candidato à Presidência da República pelo PSDB, tem como objetivo focar sua campanha eleitoral no debate dos problemas que mais prejudicam os brasileiros.

Segundo o site de seu partido, ele declara que já passou da hora de unir o País e apresentar propostas realmente eficazes, o que não tem sido feito pelo PT.


"Vamos debater educação, segurança, saúde, crise nos municípios, a questão ética. É isso que a sociedade espera de nós. Estou pronto para qualquer debate, em cada um dos campos que interessam efetivamente à sociedade brasileira. É hora de olharmos para o futuro", diz.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Ronaldo acertou. Agora só falta a oposição seguir com ele

Ronaldo Nazário deu uma entrevista para a edição de hoje do Jornal Valor Econômico, declarando apoio a Aécio Neves na eleição presidencial. Clique aqui para ler os principais trechos da entrevista.

É um apoio importante do ponto de vista eleitoral, sobretudo porque vem de alguém que acreditou que a Copa pudesse beneficiar o país e, agora, sentiu na pele que não vai ser assim. Alguém que, como integrante do Comitê Organizador Local, defendeu a realização do evento o quanto pôde, e, agora, se diz decepcionado com a realização da mesma.

Ao percorrer este caminho -  entre a alegria legítima de, como jogador de futebol, ver seu país sediar uma Copa e a decepção com o fato de que um projeto deste porte tenha se mostrado decepcionante por conta da incompetência governamental - Ronaldo tropeçou algumas vezes no discurso. Todo mundo sabe que sim.

Fecha o pano. E eu repito, para que fique bem claro: Ronaldo é um apoio importante sob o ponto de vista eleitoral. Exatamente o tipo de apoio que precisamos se quisermos derrotar o PT.

O PT sabe disso - e, por isso mesmo, move uma campanha para difamar Ronaldo nas redes. Mais do que previsível, a campanha petista contra Ronaldo teve início dias desses, quando ele postou em sua página do Facebook uma foto assistindo um jogo ao lado de Aécio Neves. Subiu o tom no sábado, quando ele falou da sua vergonha com a incapacidade governamental para realizar a Copa e deve crescer ainda mais agora, com esta declaração de apoio a Aécio Neves.

Mas o PT está fazendo o que sempre fez: tentando demolir todo e qualquer trunfo da oposição.

O que é incompreensível é que gente que se diz de oposição caia, feito pato tolo, na empreitada petista de demolição da imagem de Ronaldo. O que é inaceitável é que no momento em que Ronaldo - uma figura querida por muita gente que adora futebol e nada entende de política -  revela apoio ao único candidato da oposição gente, que se diz de oposição!, entre na onda petista de detonar a imagem do jogador.

Mais ainda: é de uma total burrice estratégica que gente, se diz de oposição!, esteja, neste momento, destacando os tropeços discursivos de Ronaldo na defesa da Copa ao invés de o apoiar seu legítimo direito de reconhecer um erro a anunciar um acerto.

Tem gente, eu bem sei,  que reclama, às vezes, quando eu uso termos como "burrice". Mas, vocês vão me desculpar: criticar Ronaldo, o Fenômeno, no momento em que ele abre o voto na oposição, é coisa de quem não quer ganhar eleição. Se não for má fé - ou até mesmo petismo enrustido - só pode ser burrice. Outro nome não há.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Sem tempo de TV, sem voto novo e com imagem desgastada: Serra como vice pode colocar tudo a perder

Reza a lenda que, numa chapa presidencial, o bom vice é aquele que traz votos novos - ou seja, votos que o candidato e o partido não conquistariam sozinhos - e mais tempo de televisão. Se fizer tudo isso sem atrapalhar - leia-se, não querer aparecer mais do que o próprio candidato e cumprir, com alegria, o papel secundário de dar voz à coisas que não são interessantes saírem da boca do próprio candidato - o sujeito em questão torna-se o vice ideal.

José Serra não cumpre qualquer um destes requisitos. Daí o meu espanto com as inúmeras notícias surgidas, desde a última quinta-feira, sobre sua reaproximação com Aécio Neves - o que a imprensa paulista interpreta como um sinal de que o mineiro estaria inclinado a ceder às pressões de Serra ainda que esta mesma imprensa tenha o cuidado de fazer de conta que não existe qualquer pressão vinda do próprio Serra.

Só para deixar claro: existe pressão, sim. Não existia em maio de 2013, quando a aprovação de Dilma estava nas alturas e Aécio foi eleito presidente do partido. Passou e existir em junho de 2013, quando a aprovação de Dilma caiu ao sabor das manifestações populares. Sumiu novamente no final do ano, quando Dilma deu sinais que que voltava a se recuperar - com direito, inclusive, a post de José Serra no Facebok, dizendo que o candidato era Aécio. E volta a existir agora, claro, quando todas as pesquisas confirmam a queda de Dilma e crescimento de Aécio Neves. Serra só vai na boa. Desiste ou insiste na proximidade com o pleito presidencial conforme são maiores ou menores a chances de vitória por parte do PSDB.

E quando eu digo que José Serra não cumpre qualquer um dos requisitos para ser um bom vice na chapa tucana não é porque ele não tenha todas as condições para ser um bom vice-presidente da República. É porque do ponto de vista eleitoral Serra vai atrapalhar mais do que ajudar. Exatamente como aconteceu nas duas vezes em que foi candidato à presidente, Serra teria todas as condições de governar bem, mas poucas - ou nenhuma - de ganhar uma eleição. E precisaria de muita sorte - luxo com o qual não se pode contar numa campanha que será, no mínimo, muito difícil - para não atrapalhar a trajetória de Aécio.

A acomodação política no PSDB paulista
Tenho uma opinião muito particular sobre esta crença de que é preciso um paulista na chapa para garantir a mais do que necessária adesão do PSDB de São Paulo à campanha presidencial. Por uma questão muito simples: se os tucanos paulistas não abraçarem  a campanha presidencial com todo o empenho, arriscam perder a estadual. Para se reeleger, Geraldo Alckmin vai precisar muito de um palanque presidencial no segundo turno. E se os tucanos da terra da garoa ainda não se deram conta disso, seria bom que eles caíssem na real o quanto antes.

Novo votos
É improvável que José Serra traga novos votos. O mais certo é que os votos de Serra, ou o que deles sobrou depois da derrota para Haddad  - votos de oposição ao PT, portanto -,  virão automaticamente para Aécio Neves. Outro votos - aqueles de quem preferiu Dilma em 2010, por exemplo - são mais improváveis ainda. Se Aécio conquistar votos que foram de Dilma em 2010, irá fazê-lo porque representa uma proposta nova - argumento que o tucano perde no momento em que colocar Serra ao seu lado.

Fadiga da imagem
Já tratei algumas vezes deste tema por aqui. A eleição de 2010 foi um exemplo pródigo do quanto José Serra sofre um problema parecido com aquele que atinge os Amin - Esperidião e Ângela -  em Santa Catarina: infelizmente, ele aparece bem cotado nas pesquisas até que coloca a cara na televisão. Seu nome tem bom recall porque foi candidato muitas vezes e fez bons governos. Mas tão logo as pessoas o vêem, são acometidas pela sensação de que o tempo dele já passou. Isto explica, em parte,  porque Serra tinha 45% das intenções de voto no início de 2010 e foi perdendo pontos na mesma medida em que aumentava sua exposição na televisão. Também ajuda a entender porque ele perdeu para Fernando Haddad - um poste com cara de novidade - em 2012.

Por isso eu espero que Aécio Neves e quem o assessora  não cometam o erro de se fiar em pesquisas quantitativas para escolher Serra como vice. Façam, por favor, uma qualitativa: gravem vídeos de Serra e Aécio e submetam a um focus group antes de decidir qualquer coisa. É assim que se mede o benefício - ou o estrago - que um vice pode fazer na imagem de um candidato.

A campanha de Aécio Neves vai muito bem até aqui. Está crescendo aos poucos, mas de forma sólida - evolução confirmada por todas as pesquisas realizadas nas últimas semanas - ao mesmo tempo em que Dilma dá sinais de fraqueza. Não, não vai ser uma campanha fácil. Mas, em 12 anos, é a primeira vez que as chances para uma vitória da oposição se mostram realmente concretas. Escolher um vice mais ou menos pode não ajudar. Mas escolher o vice errado pode colocar tudo a perder.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

A tendência é de mudança. E Aécio já desponta como o grande adversário do PT

Já afirmei aqui, algumas vezes, que a esta altura do campeonato, os números das pesquisas eleitorais quantitativas não tem grande importância. São, de fato, como avisa aquele velho chavão, um "retrato do momento" - sujeito a alterações, principalmente quando iniciar a campanha de televisão.

Por ora, o que realmente importa são as tendências que se apresentam. Principalmente quando elas são confirmadas por diferentes institutos, ainda que os números variem. Mais especialmente, quando tais tendências se mantém ao longo de três ou mais séries, fornecendo a chamada "curva". Como eu já disse outro dia, acho que no Twitter, neste momento, número é nada e curva é tudo.

E se curva é tudo, o que temos visto nas últimas semanas é uma sucessão de pesquisas que evidenciam Dilma em queda e Aécio em crescimento. Não apenas nas pesquisas nacionais, como as últimas publicadas por IBOPE e Sensus, mas especialmente naquelas realizadas nos estados.

 Em diversos estados, vemos Aécio Neves empatar com Dilma ou ultrapassá-la. No Distrito Federal, Aécio apareceu com 22,9% das intenções de voto, contra 21,7% de Dilma. Em Santa Catarina, a última pesquisa apresentou empate técnico: Dilma com 33% e Aécio com 28,1%. A mesma situação no Mato Grosso, onde ambos apresentam 26,1% das intenções de votos. Já no Espírito Santo, Dilma tem 23,1% e Aécio 22,5%.

Realizadas por diferentes institutos, com métodos também diferentes, o que as pesquisas quantitativas - tanto as nacionais, quanto as estaduais - estão mostrando é uma forte tendência de mudança. No momento, pouco importam os números. O que importa é a confirmação, ou não, das tendências. E, por ora, elas mostram que Dilma está em queda. E que Aécio Neves já desponta como o principal adversário da petista para o pleito de outubro.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Diga o que ele já fez e eu lhe direi o que ele pode fazer

Matéria lá do site da Revista Época, aponta uma obviedade: quem quiser saber o que um pré-candidato à presidência vai fazer pela educação - ou por qualquer outra área vital - só precisa ver o que ele fez quando teve oportunidade.
É o caso de Aécio Neves e o excelente trabalho que ele fez em Minas. 


A Dona de Casa Márcia Cruz e seu filho Bernardo, na Escola Estadual Duque de Caxias, em Belo Horizonte.
Eles estão satisfeitos com a qualidade do ensino público. (Foto: Marcus Desimoni/Nitro)

"Adotado nos anos iniciais do fundamental em 2007, o PIP é um sistema de apoio ao desenvolvimento de alunos e professores, com base nos resultados do Ideb e principalmente do Proalfa – exame aplicado só em Minas Gerais que avalia a capacidade de escrita, leitura e compreen­são de texto de alunos do 3º ano do fundamental nas escolas estaduais. Os resultados são expressivos. De 2006 a 2013, o índice de alunos no nível recomendável de alfabetização e compreensão de texto nas escolas estaduais quase dobrou, de 48,6% para 92,3% do total."

Clique aqui para ler a matéria na íntegra: Como Minas Gerais Conseguiu a melhor educação básica do país.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Da Eletrobras à Dilma Bolada, o esgoto petista corre a céu aberto na internet

A esta altura vocês já devem saber que a revista Veja desta semana trouxe uma matéria evidenciando que um dos centros irradiadores de calúnias e mentiras contra Aécio Neves na internet fica sediado na Eletrobras. Clique aqui para ler um resumo da matéria publicado pelo Reinaldo Azevedo.

A coisa não é  novidade para quem já acumula algumas horas de voo na internet. Desde os idos de 2006 que se convive com indícios de que funcionários de estatais, ao invés de trabalhar, passam horas na rede defendendo o PT -  e espalhando calúnias contra seus adversário políticos. São, claro, na sua grande maioria, cargos de confiança.

Também não é novo que muitas Ongs que recebem recursos do Governo Federal para fazer "inclusão digital" funcionam, na verdade, como braços da guerrilha virtual do PT.  Infelizmente, a CPI das Ongs, instalada em 2009, foi enterrada pela base governista antes mesmo de conseguir jogar alguma luz sobre o tema.

Assim como não é informação inédita que há um esgoto a céu aberto dedicado a difamar os candidatos da oposição na internet.  Um esgoto cujo encanamento vem diretamente do Palácio do Planalto, para desaguar, fétido e podre, no célebre perfil fake conhecido como "Dilma Bolada". Nem é preciso perder tempo, aqui, falando das ligações que seu criador, Jeferson Monteiro, mantém hoje com o bunker governista. Arroz de festa nos corredores do Palácio do Planalto desde, pelo menos, abril de 2013, Jeferson pode até ter criado, como sempre alega, o perfil por iniciativa própria. Não há, no entanto, qualquer dúvida de que hoje está em ligação direta com a área digital da presidente.

A última evidência nos foi apresentada na noite de quinta-feira, 10 de abril. Para quem não se lembra, na quinta-feira o Twitter foi palco de uma manifestação contra as manobras que o governo Dilma vem fazendo para impedir a realização de uma CPI da Petrobras. Durante a manifestação, a hashtag #DilmaTemMedoDaCPI subiu para os trending topics, mantendo-se em primeiro lugar durante um bom tempo - e permanecendo nos trends até a manhã de sexta-feira.

Quinta-feira, 10 de abril: por volta das 22h40, a hashtag
#DilmaTemMedoDaCPI alcança o topo dos trending topics do Twitter.

Pois bem. Por volta das 22h40, quando a hashtag atingiu o topo dos trends, o bunker petista acusou o golpe, acionando seu mais célebre perfil na internet para difamar o candidato da oposição. O print está aí para quem quiser ver. Com um enigmático "polêmico", às 11h04 "Dima Bolada" postou um vídeo caluniador, passível de processo, contra Aécio Neves, que já roda há algum tempo na internet.

Quinta,feira, 10 de abril, 23h04: ao ver uma hashtag desfavorável à Dilma
subir nos trending topics, o perfil Dilma Bolada, ligado ao Palácio do Planalto,
reage postando uma calúnia.


O crime, com a assinatura do Palácio do Planalto, foi um desesperado lamber de sarjeta por parte de quem já viu que, a cada dia que passa, fica mais difícil fazer frente às manifestações de uma militância espontânea que está tomando todos os espaços da internet.

Preparem-se. O bunker presidencial levantar o telefone em meio a um tuitaço, pedindo que seu mais célebre contratado calunie um candidato da oposição é peixinho perto do que vai acontecer daqui pra frente. Dos apaniguados de Dilma nas estatais, passando pelos perfis contratados e pagos com os nossos impostos, o esgoto petista não vai medir esforços para exalar sua imundice nas redes sociais.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Quem quer mudar o Brasil, clica aqui



Nos próximos meses, os brasileiros serão convidados a conhecer melhor Aécio Neves. O Aécio que, ainda guri, percorreu o país ao lado do avô Tancredo na campanha pelas Diretas Já - e que, mais tarde, teve uma atuação brilhante como deputado federal. O Aécio que, depois de oito anos de mandato como governador de Minas, deixou o cargo com mais de 90% de aprovação. O Aécio que gosta de moda viola e de samba, que nasceu em Minas e morou no Rio, e que deixa amigos e boas realizações por onde passa.

Não é pouca coisa para conhecer. Mais importante: não é pouca coisa para fazer um país, do tamanho do Brasil, conhecer. Por isso, só dá pra gente comemorar a chegada do portal "Mineiro, Brasileiro, Aécio", que já está no ar. 

Minto. Dá para fazer mais do que comemorar. Dá para ajudar a divulgar o portal e as informações que estão sendo reunidas ali - e que não falam apenas do Aécio e de Minas, mas do Brasil e da necessidade de mudança que temos, há muito tempo, defendido. 

Por isso, se você quer conhecer melhor o Aécio, clique aqui e visite o portal. Se quer, realmente, mudar o Brasil, divulgue o conteúdo do portal. E se quer participar, de fato, desta mudança, cadastre-se. A partir de hoje, quem quer mudar o Brasil, clica aqui.

sábado, 8 de março de 2014

O PMDB, este guardião da democracia

"O PT tem projeto hegemônico, de dominação completa do poder político. 
Por isso, sempre terá candidato a tudo, tenderá a ocupar todos os espaços."
(Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara dos Deputados, em entrevista à Revista Época)


Em entrevista para a Época que está chegando às bancas neste sábado, Eduardo Cunha solta o verbo contra o PT e evidencia que a crise entre o PMDB e o governo Dilma é séria.

Não é novidade para quem acompanha este blog. Desça a página, ou clique aqui, e leia o post que publiquei no último sábado, avisando que o programa de TV que o PMDB levara ao ar na quinta-feira era um sinal claro da tempestade que se aproximava do Palácio Planalto.

Que tudo se acalme até junho ainda é, obviamente, a aposta mais acertada. Mas também é verdade que,ao longo da última década, a possibilidade de um rompimento entre PT e PMDB nunca se mostrou tão forte.

No post da semana passada, falei de como funciona o jogo do PMDB com o poder. Faltou apenas dizer que, por vias tortas e motivos às vezes pouco louváveis, desde o fim da ditadura o PMDB tem sido um fiel guardião da democracia.

Um peemedebista lhe dirá que isto é assim porque o partido foi fundamental no processo de redemocratização do país - o que é verdade e, certamente, é o genuíno sentimento que alimenta muitos de seus filiados e representantes em diversas instâncias de poder. Mas há também - e, talvez, sobretudo -  algo mais concreto e pragmático que faz com que o PMDB defenda, com unhas e dentes, o sistema democrático: só na democracia ele pode participar do poder com todo o seu fisiologismo.

Não foram poucas as vezes em que vi amigos se espantarem diante da minha declaração de que sempre poderíamos contar com o PMDB para defender a democracia porque ela lhe era, sob diferentes aspectos, mais vantajosa do que qualquer outro sistema político - e que, por este motivo, o PMDB jamais permitiria que os arroubos ditatoriais do PT se concretizassem. Penso que agora, ao lerem a entrevista de Eduardo Cunha - e especialmente a declaração que abre este post - os amigos que espantei começarão a concordar comigo.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Dilma é a estrela principal de vídeo que mostra as atrocidades de Maduro na Venezuela

Vergonha para o Brasil, o vídeo abaixo, postado hoje cedo pelo Reinaldo Azevedo, está se espalhando feito rastilho de pólvora na internet.

Nele, uma estudante venezuelana explica as manifestações que estão ocorrendo naquele país. E, para vergonha nossa, ao final do primeiro minuto, quando a estudante afirma que todo o quadro de repressão, assassinato de manifestantes e censura à imprensa se passa "sob o silêncio cúmplice dos governos da região", a imagem que estoura na tela é a de Dilma Rousseff.


E não há nada de mentiroso no vídeo. Basta ver as últimas declarações do assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, para saber o que Dilma pensa sobre a situação no país vizinho: que há um "exagero" na divulgação das informações, por parte da impressa estrangeira, e que, "se convidado for, o Brasil está disposto a apoiar" o governo ditatorial de Nicolás Maduro.

Recentemente, em artigo para a Folha de S. Paulo, Aécio Neves disse que o mundo anda desconfiado do Brasil porque, na prática, temos dado guarida a governos autoritários. O vídeo abaixo é uma clara e triste demonstração de que o alerta feito pelo senador tucano foi mais do que acertado.   

sábado, 1 de março de 2014

O recado do PMDB na TV: a eleição de 2014 é uma página em branco

A semana foi tão corrida que somente agora pude assistir o programa de televisão que o PMDB levou ao ar nesta quinta-feira. E a mensagem que o partido de Michel Temer decidiu emitir em seu primeiro espaço de propaganda do ano é tão clara que me espantei com as poucas reações surgidas.

Notem que não se trata, aqui, de fazer análise da qualidade do programa e,  muito menos,  de debater que a nova - pouca importa se boa ou não -  linguagem apresentada implique em alguma renovação concreta no partido. Na verdade, a linguagem apresentada nesta semana já tinha sido ensaiada no programa exibido em agosto do ano passado - em pleno calor das manifestações que tomaram as ruas do país.

Quero falar é do tema que foi o eixo discursivo do programa desta quinta-feira: "escolhas". Ao longo de mais de 10 minutos de programa  o PMDB não fez outra coisa a não ser deixar  claro que sua escolha para 2014 ainda não foi feita. Se o partido vai novamente com Dilma ou se vai debandar para a oposição, é "escolha" que será feita mais adiante - em se tratando do PMDB, quando o cenário eleitoral indicar com mais segurança qual decisão tem mais chances de mantê-lo em estreitas relações com o poder.

Bem sei que a postura não é nova. O PMDB é aquele partido que, há décadas, tem se mantido no poder mediante um jogo que inclui o "racha" eleitoral: oficialmente, sempre apoia o governo; informalmente, faz vistas grossas para os membros "rebeldes" que declaram apoio à oposição. Conforme o quadro eleitoral vai ficando mais definido, o partido sempre pode pular para o barco que melhor lhe convier - no mínimo porque, quando a oposição vence, aqueles "rebeldes" serão seus embaixadores junto ao novo governo eleito.  O espólio desta guerra vocês conhecem: são os cargos em ministérios e empresas estatais.

Mas, então, o que há de novo no programa eleitoral levado ao ar na quinta-feira? A inédita institucionalização deste jogo e, por conseqüência, o evidente temor de manter-se, precipitadamente, associado a Dilma Rousseff. Basta clicar aqui  e assistir o programa que o partido levou ao ar nesta mesma época, em 2010, para entender: então, tudo o que o PMDB queria era vincular-se aos programas sociais de Lula, numa clara preparação ao apoio que daria à sua sucessora.

Ao que tudo indica, agora o "maior partido do Brasil" entra em um ano eleitoral sem conseguir enxergar o quadro com tanta clareza. O PMDB tem  dúvidas sobre seguir ou não com Dilma - e quer assegurar o seu direito de fazer outras escolhas. E quando o PMDB, que nunca dá ponto sem nó, manda um recado destes, a oposição pode ter uma certeza: a situação de Dilma não está nada boa.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Pesquisa eleitoral em fevereiro: quanto vale?

O quadro eleitoral em fevereiro de 2010
mostrava José Serra com boa vantagem.
Quanto vale uma pesquisa eleitoral quantitativa em fevereiro?

A imagem que abre este post mostra que vale nada. Números, a esta altura do campeonato, servem apenas  para mobilizar - e, com mais força, desmobilizar - a militância e simpatizantes. Não faltam exemplos: aquela tragédia chamada Fernando Collor tinha 7% das intenções de voto em março de 1989.

As únicas pesquisas que valem antes da campanha propriamente dita começar são as qualitativas, porque trazem impressões do eleitorado a respeito dos possíveis candidatos, e as quantitativas que avaliam a aprovação de governo. Ainda assim, vale dizer que estas últimas, as de aprovação de governo, estão sujeitas a uma rápida mutação tão logo a campanha de televisão entre no ar. Já vi acontecer inúmeras vezes.

Nada disso pode ser novidade para quem diz entender um pouco de política. E, ainda assim, vemos a oposição cair com freqüência no conto da pesquisa antecipada. Mal saem os índices e já começa o ranger de dentes seguido, o que é pior, de uma enxurrada de críticas a respeito do candidato, da comunicação da campanha, da postura do partido, etc e tal.

Na internet, onde os palpiteiros mal respiram antes de sair desmobilizando militância e simpatizantes por conta de uma informação que vale nada, a coisa toma uma proporção absurda. Sugiro que olhem  para o quadro eleitoral de fevereiro de 2010 e aceitem uma verdade simples: dar crédito a números neste momento é coisa de quem pouco ou nada entende de política.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Cuidado: a guerra suja do PT já começou - e tem rato infiltrado na oposição

Como já foi amplamente noticiado, a demissão de Helena Chagas da Secretaria de Comunicação da Presidência foi apenas a cereja do bolo de uma guerra interna do PT. O espólio desta guerra era o controle da comunicação do Governo Federal em ano de campanha – verbas publicitárias milionárias inclusas sim, mas, principalmente, o retorno de Franklin Martins ao círculo mais íntimo de conselheiros de Dilma.

Alguns detalhes desta guerra transbordaram, ao longo dos últimos dois meses, para a imprensa. Aqui e ali, pudemos ler que Franklin Martins, com o apoio de João Santana, batalhava duro por este retorno. E o episódio do post atacando Eduardo Campos, na página oficial do PT, tem sido apresentado como a gota d’água para que mudanças fossem feitas.

Não é exatamente assim. Antes de mais nada, Campos é, hoje, o candidato que menos ameaça o PT. O post em questão feriu mais as esperanças de uma aliança no segundo turno do que qualquer outra coisa. Depois, nos bastidores, se comenta que a vitória de Franklin se deve a algo muito mais estratégico: a cooptação de gente bastante ativa na internet que, nas campanhas anteriores, esteve nas fileiras da oposição.

A proposta de Franklin Martins teria sido, justamente, cooptar usuários independentes, originários da oposição, mas que estivessem demonstrando insatisfação com a candidatura de Aécio Neves – este sim, alvo das preocupações mais prementes de João Santana e, por tabela, de Dilma Rousseff.

A confirmar isto que, até o momento, parece ser apenas uma fofoca de bastidores, passaremos a ver gente que sempre se disse de oposição desferir golpes baixos contra Aécio Neves nas redes sociais.

Portanto, fique de olho. Quando vir um suposto oposicionista agredir ou ridicularizar o único candidato que tem chances reais de derrotar Dilma Rousseff, você pode estar diante de um rato imundo contratado por Franklin Martins.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Rolezinho na intelectualidade nacional. Um post tão careta quanto a vergonha na cara.

De todas as bobagens que já li sobre os tais "rolezinhos", acho que o artigo de Eliane Cantanhêde para a Folha de S. Paulo de hoje, intitulado, "Rolezinho na elite" é a cereja do bolo. Para Eliane, pertencem ao "movimento" jovens da periferia que "querem igualdade, ocupar espaços, gritar e ser ouvidos." Ou ainda: "botar a cara de fora, curtir as férias e dividir o ar condicionado." Logo, conclui a jornalista, tentar proibir tais aglomerações em locais públicos é piorar as coisas - "colocar lenha da fogueira", diz ela.

Comecemos pelo fim: nas grandes democracias - e no Brasil também, embora aqui muitas vezes não se cumpra  -  a reunião de um grande número de pessoas em um mesmo local, seja ele público ou privado, pouco importando se para rezar, dançar ou macaquear, requer organização prévia. Isto porque é preciso garantir a segurança dos participantes - o que, muitas vezes, inclui, sim, a  presença da polícia e até de paramédicos e bombeiros. Não se realizam nem shows, nem jogos de futebol, nem procissões sem que tal regra seja cumprida.

Eliane Cantanhêde conhece muito bem esta regra. Assim como ela tem plena consciência de que é impossível mensurar a adesão a  um encontro divulgado  na  internet -  o que torna a aplicação da dita regra muito mais necessária. Eliane tampouco ignora que se houver corre-corre, pisoteamento e feridos dentro de um shopping center, seus proprietários serão judicialmente responsabilizados.

Mas se não ignora nada disso, porque a jornalista insiste em  nos fazer crer que existe uma certa categoria social, os "jovens da periferia", que estão acima de leis e princípios que todos os demais cidadãos precisam respeitar?

Na verdade, a postura da jornalista - com quem, é bom esclarecer, tenho concordado inúmeras vezes -   apenas reflete o pensamento hegemônico dominante entre boa parte da pretensa intelectualidade nacional:  que o morador da periferia, por ser um injustiçado social, está autorizado a infringir a lei para buscar os direitos que lhes são diariamente negados. E o pior: que toda e qualquer reação à infração advinda destes indivíduos configura preconceito - social, racial ou ambos.

O mais interessante: este pensamento tem origem não na periferia - onde a maioria dos moradores respeita leis e costumes,apresentando às vezes, códigos de conduta bastante rígidos, que podem ser considerados conservadores, do tipo: "lei é para ser respeitada". Este pensamento hegemônico tem origem nas universidades públicas, redutos dos filhos da elite, que tendem a olhar para os outros, aqueles da periferia, com a condescendência de quem olha para um incapaz.  É ali, onde se reúnem aqueles que podem se dar ao luxo de estudar sem trabalhar, que são gestadas estas besteiras pseudo sociológicas que a tudo justificam.

Besteiras pseudo sociológicas, sim senhores. Não nasci em berço de ouro - longe disso. E é por isso que sei muito bem que ninguém precisa de condescendência para ocupar espaços e conquistar seu lugar na sociedade. Também sei muito bem que inclusão se conquista, antes de tudo, respeitando as regras do ambiente no qual se quer ser incluído. E o mais óbvio:  a única coisa que se pode conseguir tumultuando um shopping center é confusão com a polícia.

Se os jovens das nossas periferias são incapazes de entender algo tão simples  não é apenas porque carecem de boa educação e ensino qualidade mas, também, porque há muitos porta-vozes atuando em prol besteirol sociológico -  vendo "manifestação legítima" no que é simplesmente falta de noção de alteridade, grosseria e desrespeito.

Para escrever convidando esta moçada a "dividir o ar condicionado" de uma biblioteca pública não aparece ninguém.

*Atualização às 22h19min: acabo de ver que o Rodrigo Constantino havia publicado, às 21:16, um post com um final muito parecido com este meu, publicado às 21:25. Acho que quase 11 anos de blog me permitem garantir aos leitores que não foi plágio - foi, isto sim, a obviedade da situação. Clique aqui para ler o post do Rodrigo.