quarta-feira, 31 de maio de 2006

Parque industrial.

Da coluna Painel, na Folha de São Paulo de hoje:

"Chega esta semana a 360 mil domicílios a "Revista do Brasil", bancada por dezenas sindicatos, entre eles o dos Metalúrgicos do ABC. A publicação, mensal, pretende dar as notícias sob a ótica do trabalhador".

A depender dos anunciantes desta revista, deveremos considerar que não se trata mais da "máquina" a serviço da reeleição - mas de um parque industrial inteiro.

terça-feira, 30 de maio de 2006

bola02.jpg

Pouco importa que você seja uma Gisele Bündchen.

Nos próximos dias, ele só vai ter olhos para uma gorda sardenta, que rola de homem em homem e adora ser tratada a pontapés.

Conforme-se, minha filha. E, diante de situação tão lugar comum, apele: cartão de crédito e shopping center.

O homem que virou sonífero.

Bob não é mas o mesmo.

O terno bem cortado e a gravata lilás deram lugar a um jaquetão marrom que não lhe cai bem.

O cabelo, outrora alinhadíssimo, está sem corte.

E o olhar? Este não deixa dúvidas de que o mais primitivo dos instintos - o da sobrevivência - acabou vencendo a todos os outros.

Não sei se ele cantou ou não no final da entrevista. E aqui vai o mais melancólico de tudo: não sei por que dormi antes que terminasse o programa.

Sim...O homem que acordou o Brasil à bordoadas acaba de virar sonífero.

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Telefonema

Liguei para o Diogo Mainardi. Ele não disse que era ele - e eu também não perguntei. Mas a voz era a dele.

- Alô?

- Oi... Aqui é a N.G.

- Como vai?

- Precisamos conversar.

- Diga.

- Gabeira não dá. O PV tem candidatos ligados ao PCC.

- Não é para ele ganhar. É só para incomodar.

- Mesmo assim, pega mal.

- Não me retratarei.

- Você é quem sabe.

- Isso mesmo. Eu que sei.

- Cuide-se.

- Você também.

- Você é bonitão.

- Você também.

- Um beijo

- Outro.

Teimosia

Sei que estamos às vésperas da Copa, que Lula está liderando, com folga, todas as pesquisas e que o PCC faz e acontece. Ainda assim, eu insisto em perguntar:

Quem quebrou o sigilo do caseiro Francenildo?

Mais do que isso: porque a imprensa simplesmente abandonou o assunto?

Onde estão, afinal de contas, os jornalistas indignados que não pararam de cobrar uma solução para o caso? Desanimaram tão logo o sigilo do Nildo deixou de vender jornais e revistas?

É admissível que um caso que provocou a demissão do Ministro da Fazenda fique sem solução? É aceitável que todos esqueçam o assunto, fazendo de conta que ele nunca existiu?

Lembo again

Mais nova estrela da esquerda nacional, Cláudio Lembo ataca outra vez.

Ao ver as cenas gravadas no presídio de Presidente Bernardes, o atual governador de São Paulo disse que quer investigar como as imagens foram feitas. Disse, também, que se sentiu orgulhoso com os agentes penitenciários, já que eles se mostraram "finos".

Ele tem razão.

O máximo da finesse foi a negociação para que um dos presos, que se encontrava algemado, p-e-r-m-i-t-i-s-s-e que os agentes entrassem em sua cela.

domingo, 28 de maio de 2006

Bad monkeys

walken.jpg

Há um filme classe B chamado, aqui no Brasil, "Anjos Rebeldes" cujo único mérito, na minha opinião, é trazer uma caracterização inusitada do arcanjo Gabriel. Lindamente interpretado por Christopher Walken, este Gabriel é de uma maldade só.

O fato é que tornou-se uma espécie de cult movie, chegando a gerar duas seqüências. Não assisti à terceira. Mas corri para ver a segunda tão logo saiu pelo mero prazer de assistir ao Gabriel de Walken chamar aos humanos de "bad monkeys." Isso e a forma displiscente como ele ateava fogo em tudo simplesmente mandando um beijo. De tal forma me fascinaram as duas coisas que até hoje, quando encontro acidentalmente o filme na TV, paro para assistir.

Pois lembrei do filme e da exímia performance do Christopher Walken ao passar pelo blog do Aluízio hoje cedo. Alí encontrei um link para um vídeo muito, mais muito interessante. Clique aqui. Prometo que você não vai se arrepender.

sexta-feira, 26 de maio de 2006

Rodriguiana*

Nossa grande tragédia é que não tivemos uma grande tragédia.

*Ás vezes me ocorrem umas frases que me fazem lembrar do Nelson Rodrigues. Eu as chamo: "rodriguianas". Passarei a postá-las quando ocorrerem. Espero que o Nelson possa perdoar a minha audácia. E vocês também.

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Pirotecnia

Assistam às cenas da merecida prisão do advogado Sérgio Wesley da Cunha por descato à autoridade.

Percebam o grito, fora dos microfones, dado por algum parlamentar, enquanto o advogado estava sendo levado:

"- Aqui é assim".

Menos, senhores parlamentares, menos.

Aí só "é assim" quando não se trata de um de vocês, certo? Aí só "é assim" quando não se trata de alguém tão poderoso quando Marcos Valério - o que nos deixa pensando que ele tem cartas na manga para todos vocês. Só "é assim", quando não se trata dos amiguinhos do presidente Lula.

Vocês agiram bem hoje. Mas têm sido frouxos, frouxíssimos, em todas as outras ocasiões.

O que você vai fazer nos próximos quatro meses?

Sim, as pesquisas são péssimas para quem tem consciência de que este país está em mãos erradas.


Sim, a apatia da oposição, a fragilidade das alianças e o corpo mole de boa parte do PSDB são um insulto para nós, que estamos em campanha desde o ano passado, na qualidade de "cabos eleitorais" voluntários, não remunerados, movidos apenas pela convicção política.


Os parlamentares da oposição nos insultam quando permitem que se crie um vácuo discursivo na esteira dos ataques do PCC - e quando deixam Cláudio Lembo se transformar em coordenador da campanha de Lula para o Estado de São Paulo. Nos insultam sempre que derrapam em uma CPI, redigindo requerimentos falhos ou não reunindo votos suficientes para garantir convocações importantes.


Sim, os políticos que se dizem de oposição insultam sua militância voluntária mediante uma moleza de espírito, um "deixa estar", um vergonhoso jogo de interesses regionais que não só os fará perder a presidência mas,também, ameaça diminuir-lhes as bancadas no Congresso Nacional.

Então eu lhes pergunto: o que você, leitor e leitora, pretende fazer até outubro?


Já ouvi gente dizendo que, só de raiva, vai votar no PT de cabo a rabo. Outros prometem anular o voto. Há, ainda, os que rasgaram o título de eleitor - sim, senhores parlamentares, tem muita gente furiosa com os senhores aqui do lado de fora. E estejam certos de que, a continuar neste ritmo, em breve os senhores serão tratados com tanta consideração quanto um Zé Dirceu - com o agravante de que os seus eleitores são muito mais assíduos em aeroportos do que os dele.

Acontece que eu sou teimosa.


Digamos que eu tome como certas as opiniões da imprensa e articulistas, as evidências das pesquisas, e dê a eleição como decidida a favor de Lula. O que eu vou fazer até outubro? Choramingar feito uma garotinha contrariada?

Não sou parlamentar. Deixo esta postura para eles.

Até que o último voto seja computado, continuarei escrevendo.

Politicamente falando, não tenho nada melhor a fazer nos próximos quatro meses.

E vocês?

quarta-feira, 24 de maio de 2006

Aos carecas da Jamaica, nada.

Saiu a pesquisa CNT/Sensus.

"Vinde a mim as criancinhas do Nordeste, que eu ensino a fome a receber cachê."

(Nei Lisboa, Carecas da Jamaica)


Cruuuuuzes!

+ Diz o Josias de Souza que a Polícia Federal repassou ao governo de São Paulo, em sigilo, uma mensagem que o PCC fez circular pelos presídios paulistas dias antes da onda de ataques em São Paulo. O texto concitava os presos a promover levantes nas cadeias, desaconselhava o voto no PSDB e recomendava o voto no PT.

+ Ontem, durante a acareação entre os advogados Maria Cristina de Souza Rachado e Sérgio Wesley da Cunha, veio à tona que ambos estiveram visitando Marcola na prisão, em 25 de janeiro último. Mas os dois continuam afirmando que não se conheciam e que não têm relação com o PCC. Em tempo: 25 de janeiro é a data de aniversário de Marcola.

+ Assistindo aos depoimentos de Cunha e Rachado, fiquei impressionada com o número de parlamentares que se referiu ao PCC como "partido".

terça-feira, 23 de maio de 2006

E daí, Arthur Virgílio?

Hoje foi votado, na CPI dos Bingos, o requerimento para a convocação de Daniel Dantas.


Uma vez convocado, Dantas deveria falar sobre a suposta chantagem que teria sofrido por parte do PT em troca de milhões de dólares. Seria igualmente inquirido sobre o material que teria repassado à revista Veja contendo contas de petistas em paraíso fiscal.

O requerimento foi rejeitado por seis votos a cinco. O resultado se deve, em parte, pela inexplicável ausência dos senadores Augusto Botelho (PDT-RR) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que deveriam votar com a oposição.

Também é desnecessário explicar por qual razão a Senadora Ideli Salvatti - que já acusou Daniel Dantas de corrupto em frente às câmaras de televisão - votou contra o requerimento. Ideli é previsível demais.


O que eu realmente estranhei foi a ausência dos Senadores Tasso Jereissati e Arthur Virgílio - principalmente Virgílio que, no último depoimento de Silvio Pereira, trouxe informações do governo americano sobre uma investigação a respeito de uma possível tentativa de extorsão por parte do governo Lula denunciada, naquele país, pela irmã de Dantas.

Então eu quero que alguém me explique por qual razão Athur Virgílio ausentou-se hoje, eximindo-se, assim, de votar a favor da convocação de Daniel Dantas.


segunda-feira, 22 de maio de 2006

E hoje?

Delúbio.jpg

Será que teremos outro festival Lexotan?

É aguardar para ver.

Só espero que os senhores senadores da República honrem o bom trabalho do ministro Marco Aurélio Mello e façam perguntas pertinentes.

Menos discursos e mais perguntas, senhores!

Sou elite, não nego.

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Por isso estou aderindo à campanha do Cláudio Lembo.

Quero mudar a elite que comanda o país.

Cantem comigo: "Está na hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor."

sábado, 20 de maio de 2006

Vá....mas vá direitinho.

Há um movimento chamado "Reforma Brasil", que se diz apartidário e está organizando, para amanhã, passeatas em várias cidades brasileiras.

Segundo o site do movimento, as passeatas são uma manifestação contra a corrupção e a falta de ética que assola o país.

Nobre causa, pois.

A minha única estranheza é que o pessoal deste movimento fala em corrupção nos governos Collor e FHC mas não diz uma palavra sobre o governo Lula - reconhecidamente, o mais corrupto da história deste país. Eles também têm um discurso estranho de que "todos os políticos são iguais" - o mesmo discurso que o próprio PT vem utilizando para diminuir o impacto dos escândalos em que está envolvido.

Portanto, eu recomendaria aos leitores que estejam pretendendo participar destas passeatas, que o façam munidos de faixas e cartazes "Fora Lula, Fora PT".

Se eles não deixarem você ingressar na passeata portando tais manifestações de repúdio ao governo que aí está, caia fora para não correr o risco de se ver, em pleno Jornal Nacional, em uma passeata "contra a corrupção e a favor de Lula".

Sempre ela

Feijoada de sábado no encantador Pimenta Limão,com direito à tradicional hospitalidade da talentosa família d'Acampora, vista para o mar de Jurerê Internacional e solo de sax ao vivo.

Harmonia só quebrada pelo assunto da mesa ao lado, onde dois empresários e um jovem político da cidade comentavam a mais nova peripécia de Ideli Salvatti. A senadora prometeu 3 milhões de reais para a reforma do Mercado Público de Florianópolis - parcialmente destruído por um incêndio no ano passado - mas, até agora, não cumpriu a promessa.

Ainda bem que Florianópolis não depende de Ideli Salvatti. Graças ao empenho da prefeitura tucana, a reconstrução do mercado já foi concluída.

Sao-Joao.gif

Romane

sexta-feira, 19 de maio de 2006

Descobriram a pólvora

Da coluna Radar, na Veja desta semana:

Pancadaria virtual

A campanha eleitoral pela internet passou a integrar a planilha de custos dos marqueteiros: 100.000 reais no caso de campanhas para governador. O pacote inclui defesas contra ataques de adversários e a difusão de denúncias por meio de emissários não identificados. No dicionário dos marqueteiros, já há até nome para essas baixarias: campanha viral.

Não sei quem são estes marketeiros. Mas os do PT já investem há pelo menos dois anos nisso. Somente a senha é diferente. Ao invés de "campanha viral" os petistas preferem "diálogos estratégicos".

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Ainda sobre Lembo

"Meu contracheque nunca permitiu o acesso a esse clubinho privê da zelite, mas a falta de melanina não deixa a menor dúvida: pelo menos metade do recado é para mim."

(Ruy Goaiaba)


Clique aqui e leia na íntegra.

Apocalipse

Quando alguém do PFL começa a usar o termo "burguesia" em seu aspecto mais pejorativo e marxista, concluo que está tudo dominado. Quando avança o sinal preconceituosamente, para dizer que esta burguesia é "branca e má" me bate a certeza de que o Estado que ele governa está às portas do Apocalipse.

Cláudio Lembo fez e disse muitas bobagens desde o último final de semana. Agora, atrapalhado para justificar seus erros, resolveu fomentar uma guerra social. Seu desastrado discurso tem um alvo facilmente identificável: preocupado com a exporação política dos ataques terroristas em São Paulo, Lembo resolveu angariar simpatias junto a população "pobre e negra" adotando aquela demagogia clássica que caracteriza os partidos de esquerda.

A população "pobre e negra" não precisa de mais políticos a lhe fazer discursos simpáticos. Precisa é de gente que trabalhe para lhe garantir uma vida descente e chances de mobilidade social. A "burguesia branca" não precisa de mais políticos a lhe fazer discursos ofensivos. Precisa é de políticos que façam bom uso dos altíssimos impostos que ela paga.


Logo, com o perdão da expressão, o atual governador de São Paulo está se borrando nas calças. Parece que polícia e população estão abandonadas a sua própria sorte.

quarta-feira, 17 de maio de 2006

PM x PCC

Finalmente, alguém resolveu falar algumas verdades.

Recebi este vídeo do Angelo da Cia. É produção dele.

Assista e ajude a divulgar.

A Polícia de São Paulo agradece.

Clique aqui e assista PM X PCC

A democracia sem ilusões

Volta e meia, alguém quebra o cadeado e solta o monstro.

Acontece até mesmo nas melhores democracias. Alguém joga aviões recheados de civis contra prédios também recheados de civis. Ou invade uma escola provocando a morte de 145 de crianças e uma centena e meia de adultos. Ou promove uma caça às forças de segurança de São Paulo, assassinando dezenas de policiais e também civis.

Grupos diferentes, motivações diversas, mesmo resultado: resposta violenta, rápida e indiscriminada por parte do Estado. E é justamente porque deve ser rápida, que a resposta é violenta e indiscriminada. Em casos assim, não há planejamento ou tática preventiva que consiga superar a capacidade do monstro no quesito "elemento surpresa": quando não surpreende na técnica e no momento de ataque, o monstro surpreende na intensidade do mesmo. Esta é uma situação em que o monstro planeja; o Estado simplesmente reage.

Da democracia, o povo espera que seja capaz de gerar um Estado que lhe proteja. Que seja rápido em devolver o monstro à jaula. "Como" é assunto para depois.

Sim, vou repetir: "como" é assunto para depois.

E é no depois - neste tempo mais tranqüilo, garantido pela rapidez do Estado em conter o monstro - que juristas, articulistas, e representantes dos direitos humanos farão suas análises. Necessárias análises, posto que apontam as falhas na ação do Estado. Seu papel é tão imprescindível para a democracia quanto aquele desempenhado pelo Estado no apogeu da crise.

É no atrito entre estes dois momentos - o da ação e o da análise - que se consolida a democracia. É dele que nascem novas leis - ou aprimoram-se as velhas. É precisamente deste atrito, que se originam novas formas de prevenção, novos cadeados para a jaula onde dorme o monstro e novos planos para que, da próxima vez, o Estado erre menos.

Tudo o que for gerado pela análise da crise, servirá para melhorar a atuação cotidiana do Estado e suas forças de segurança. É assim que a democracia honra os inocentes mortos - tenham eles caído por obra do monstro ou pelos erros do Estado ao combatê-lo.

Porém, pouco efeito terá o fruto desta análise da próxima vez em que o cadeado for quebrado e o monstro liberto. Será uma nova crise, com um novo elemento surpresa. Mais uma vez, o Estado agirá de forma rápida, violenta e indiscriminada.

Esta é, sem ilusões, a democracia possível.

terça-feira, 16 de maio de 2006

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São Paulo, nesta madrugada. Foto: André Porto/Folha Imagem.

"Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, o mau gosto..."

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Acertando o foco

Fico olhando as cenas de uma São Paulo refém do crime organizado - que em muito lembra o Rio de Janeiro de todos os dias - e não posso deixar de pensar que, em algum momento dos últimos trinta anos, perdemos a noção do perigo.

Parece que, ao sairmos ditadura, passamos a desconfiar daquela que é uma das prerrogativas do Estado moderno: o monópolio da violência. Desde então, dedicamos boa parte de nossos esforços na criação de leis que protegem o cidadão de possíveis abusos, por parte do Estado, no uso da violência. Mais do que isso: embalados pela lembrança de uma polícia política, acabamos por fazer da polícia em geral o alvo de boa parte dos nossos medos.


Este processo,que é até compreensível nos anos que se seguem ao fim de um regime ditatorial, ganhou mais força diante da injusta distribuição de renda que grassa neste país. Conscientes de um abismo social que só fez aprofundar nas últimas décadas, começamos a emitir discursos cada vez mais complexos a respeito da criminalidade.

Nossa incapacidade política de resolver tais questões sociais acabou por nos toldar a visão para coisas que são muito simples. Um sistema prisional falho, que não atende à condições mínimas para a almejada recuperação, colaborou para que perdêssemos o foco a respeito de quem é quem. Por exemplo: alguém com ampla ficha criminal nas costas é um bandido e ponto final. Desde que se lhe garanta um tratamento digno, seu único direito é cumprir, do início ao fim, a pena que lhe foi imputada. De resto, ele tem apenas deveres.


sexta-feira, 12 de maio de 2006

Aguardem

Eu aqui, de malas prontas para visitar mamãe, e ouçou aquele zunido inconfundível de um tomahawk se aproximando.

Até pensei em não ler a Veja antes de viajar - mas não resisti.

Minhas recomendações resumem-se a uma única palavra: aguardem.

Aguardar o quê?

Uma decisão judicial que obrigue a revista a revelar os números das contas,seguida da necessária investigação para confirmar a existência das mesmas.

Antes disso, nada temos.

Ou melhor: temos apenas a promessa de outro show de "não sei e não lembro" regado a doses cavalares de Lexotan.

Da série: Romane perde a amiga mas não perde a piada

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Romane

Hoje tem lua cheia na minha janela

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By Nariz Gelado, 12/05/2006, 18h:13h.

Tem na sua também?

O especialista

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"Há somente duas coisas bem organizadas no Brasil: a desordem e o carnaval."

José Maria da Silva Paranhos Júnior, nosso Barão do Rio Branco.

Nesta foto, ainda rapagão - mas já com um olhar de quem sabe como tratar bolivianos indóceis.

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Papo estranho

Ontem, durante o depoimento de Silvio Pereira, a Senadora Ideli Salvatti veio com uma conversa confusa. Lá pelas tantas, após perguntar ao depoente se ele se sentia ameaçado, ela disse:

"Eu já passei momentos tão difíceis aqui nesta Comissão..Momentos assim, que mexem com os sentimentos da gente, entende? Que mexem, até pela forma como determinados assuntos, né, são conduzidos. Isto aqui muitas vezes beira, entende, a uma situação de constrangimento em coisas tão delicadas, entende? Do sentimento das pessoas. Eu tive a oportunidade, por exemplo, de vivenciar momentos muito fortes, entende, no episódio do depoimento do Gilberto Carvalho. Na exposição daquelas fotografias do cadáver, do corpo, no nosso ex-companheiro Celso Daniel. E hoje também estou emocionada aqui,entende? Porque quando o sr diz 'o que mais eu...o meu maior temor é de mim mesmo'. Então, assim, a gente poder estar vivenciando uma situação onde alguém é colocado aqui para dizer 'não eu não temo..o que eu temo sou eu mesmo'... E isto estar sendo provocado... Porque a gente sabe, né, o que tem de objetivo, né, ao trazê-lo para cá. Todos nós sabemos qual é o objetivo de trazê-lo para cá neste momento. Então,para mim é muito importante essa questão do ameaçado, entende? Eu queria muito até pelo, pela situação, que por mais importante que seja a tarefa política que alguém tem que desempenhar - seja na oposição ou seja na situação....Quando a tarefa política faz com que se perca o senso de humanidade nada do que é feito vale. Nada. Nada. Não tem nenhuma tarefa política, nenhum objetivo político que possa, entende, justificar a perda da humanidade, do trato com humanidade, entende,das questões..."

Confesso que não entendi. Primeiro, Silvio Pereira foi muito bem tratado pela Comissão. Segundo, porque evocar a imagem do cadáver do Celso Daniel no meio de um depoimento?

Vem aí, o fracionamento dos remédios em gotas

"Às vezes, um médico receita para a pessoa tomar 10 comprimidos, mas o cidadão tomou três e melhorou, ele pode tomar o quarto ou quinto, normalmente ele pára de tomar. E vai juntando comprimido, vai juntando colírio, vai juntando remédio para pingar no nariz, aí, você acorda de noite com uma dor de cabeça, com uma enxaqueca, com uma coisa qualquer, você vai procurando o primeiro que você encontra. Tem “nego” que coloca remédio no nariz que era para colocar nos olhos, tem “nego” que coloca nos olhos o que era para colocar no nariz."

(Lula,ontem,na cerimônia de implementação do Programa de Medicamentos Fracionados.)

100 mil

Ontem à noite este blog atingiu a marca de 100 mil visitas desde sua inauguração, em março de 2003.

Considerando que 79% delas ocorreram desde agosto do ano passado, quando a crise do mensalão adquiriu contornos de um grande desastre, talvez fosse bacana fazer um agradecimento especial ao governo Lula e sua insuperável fábrica de escândalos.

Esperem sentados - não costumo ser bacana com petistas.

Importa é que nos últimos cinco meses estamos mantendo a média de 10 mil visitas por mês. Marca invejável para um bloguinho independente, que tem por estratégia de comunicação apenas o bom e velho boca-a-boca.

Continuando com os números: cerca de 8% dos visitantes gostam de comentar e o Estado que lidera em números de visitas é São Paulo (35%), seguido do Rio de Janeiro e Distrito Federal (ambos com 16%). Minas, Paraná e Rio Grande do Sul empatam no terceirolugar(8%). Os 19% restantes estão divididos entre os demais Estados brasileiros e outros países - Estados Unidos, Espanha e Alemanha são os com maior incidência de visitas.

Eu, sinceramente, não sei o que vocês têm na cabeça.

Mas estou agradecida e prometo me esforçar para retribuir o carinho.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

QüaQüa

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Anunciação, Berenice,Clara, Madalena e RosaFlor são as

Madres correspondentes do impagável Pato QüaQüa.

Estou desde ontem querendo apresentar-lhes o mais novo blog da praça. Não conheço o editor - que se assina Gonzaga Britto- , nem ganho comissão por acessos, mas simplesmente adorei. Preparem a alma para boas risadas e conheçam o recém-nascido Pato QüaQüa.

SilvinhoWladimirdeSouza.jpg

Silvio Pereira, em São Paulo, minutos antes de embarcar para Brasília.

Foto: Wladimir de Souza. Agência: O Globo.

Mas este partido não tem sorte com dedos, hein?

terça-feira, 9 de maio de 2006

A bomba

Não tem mais bomba.

Decisão minha.

Mesmo que estoure, não comentarei. Nem mesmo para dizer "esta era a minha bomba", ou algo parecido.

Vocês são muito, mas muito, impacientes.

Respondam aí: quem lhes contou, num sábado, que o PSDB escolheria Alckmin na terça-feira?

E agora não posso nem lhes dizer "fiquei sabendo que vem bomba" sem que me veja soterrada por cobranças e mais cobranças? Vocês não sabem como estas coisas funcionam? Não sabem que as informações são escorregadias, o terreno movediço e que, a cada novo acontecimento, temos uma reorganização das trincheiras? Não viram,não pescaram, não captaram que a bola da vez é o Silvio Pereira?

Ora,por favor!

E vocês acham que, se eu já pudesse falar, não falaria?

Deixem de ser pidões e tratem de comentar os belos posts que preparei para vocês no dia de hoje.

Bando de fariseus mal agradecidos!

A maluca beleza

Não sou jornalista.

De uma coisa, porém, vocês podem ter certeza: se me fosse dada a oportunidade de entrevistar qualquer um dos envolvidos nos atuais escândalos republicanos, eu iria munida de dois gravadores e um estoque considerável de fitas.

É por isso que eu não consigo entender quando leio "Todas as questões foram anotadas. Parte da entrevista foi gravada."

Soraya, querida, o que é isso?

Acabaram as fitas ou o Silvinho pediu um off the records?

Se foi a segunda opção, vai um conselho: da próxima vez que um petista lhe pedir isso, desligue o gravador número um e deixe o número dois - aquele que você levou escondidinho no bolso do blazer - ligado. Quando a fita acabar, faça como naqueles filmes de espionagem classe B: peça para usar o toalete. Este é o mínimo da precaução que se pode tomar ao entrevistar um pessoal que costuma desdizer no almoço aquilo declarou no café da manhã.

Só no bloquinho não dá, Soraya. Só no bloquinho a gente vai ficar pensando que você voltou à pé do Woodstock e chegou agora.

E o sangue frio... Cadê o sangue frio, Soraya?

Como é que você corre para chamar os vizinhos e deixa bloquinho e documentos - documentos !!! - ao alcance de alguém que está surtando?

Menina, estamos no meio de uma guerra - não lhe contaram, não?

Ninguém pode querer ser correspondente de guerra se não estiver pronto para colocar a notícia acima do instinto de sobrevivência.

Se até eu, que não sou jornalista, sei disso, não é possível que você não saiba, Soraya.

Então, aqui entre nós duas, confesse: você gravou tudo, não gravou?

O maluco beleza

Ontem os ministros do Trabalho e das Relações Institucionais engrossaram o coro dos que sugerem que Silvio Pereira saiu da casinha. "Espiritualmente atormentado", avisou Tarso Genro. "Desequilibrado", informou Luiz Marinho.

O mantra da loucura de Silvinho, vale lembrar, começou no sábado, antes mesmo que o jornal O Globo chegasse às bancas. Ao saber, por alto, do que se tratava a matéria, Gilberto Carvalho, secretário particular de Lula, mandou ver: " O Silvinho enlouqueceu." Na noite do mesmo dia, foi a vez de Ricardo Berzoini sugerir que Silvio Pereira estaria precisando de cuidados médicos: "Confuso, desequilibrado e mentiroso", diagnosticou o presidente do PT.

Cabe,então, perguntar: qual dos Silvinhos está louco? O Silvinho que diz que Marcos Valério pode "entregar todo mundo e derrubar a República" ou Silvinho que, segundo a avaliação da jornalista Soraya Aggege, "exime o presidente Luiz Inácio Lula da Silva"?

segunda-feira, 8 de maio de 2006

URSAL – União das Repúblicas Socialistas da América Latina?

"A Petrobras se queixa de ter dado vários avisos ao governo de que estava prestes a estourar o problema com o gás na Bolívia e sempre ter recebido, em troca, orientação para não agir."

(Painel, Folha de São Paulo, hoje)

Ainda segundo a Folha, o discurso do Planalto e do Itamaraty para justificar tamanha passividade era que a Petrobras teria tratamento diferenciado, caso Evo Morales resolvesse nacionalizar a exploração de gás.

Não acredito nisso.

Estou ficando cada vez mais convencida de que a política externa brasileira - e neste episódio da Bolívia em especial - está afinadíssima com os compromissos de "integração latinoamericana" que o PT assumiu junto ao Foro de São Paulo, desde sua fundação, em 1990.

Consta da Declaração Final* do XII Encontro do Foro de São Paulo, ocorrido em julho de 2005, na capital paulista:

"Declaramos nosso compromisso de trabalhar, desde nossos partidos, para impulsionar esta nova integração em marcha, cuja agenda deve ampliar-se cada vez mais para atender aos interesses de nossos povos.(...) O projeto integrador regional necessita considerar os diversos níveis de desenvolvimento e a heterogeneidade existente na região. Para ser justa e solidária esta tarefa deverá estabelecer mecanismos preferenciais, tendo em conta as assimetrias e desigualdades da região. Um princípio importante é promover ações para alcançar uma adequada eqüidade."

*A tradução para o português é nossa, já que o documento só se encontra disponível em espanhol.

domingo, 7 de maio de 2006

Fallen Angel.jpg

Foto by Raquel Giffard

Está um dia tão bonito lá fora;

E eu quero brincar

Mas hoje não dá

Vou consertar a minha asa quebrada

E descansar

(Os Anjos, Legião Urbana)

sábado, 6 de maio de 2006

Tomahawk

O jornal O Globo deste domingo traz entrevista com Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT.

Parece que o moço da Land Rover não poupou ninguém.

Indícios de que a coisa é para lá de explosiva: Gilberto Carvalho, secretário particular do presidente da República, ao tomar conhecimento em linhas gerais da entrevista, declarou " Silvinho enlouqueceu".

Enquanto a edição de O Globo não chega às suas mãos, você pode ir acompanhando o desenrolar do drama no Blog do Noblat.

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By:Romane

sexta-feira, 5 de maio de 2006

Esqueçam Chávez

Figura dominante na reunião de ontem, Chávez vem sendo tratado, desde o início da semana, como a grande liderança por trás da crise provocada pela expropriação do capital estrangeiro na Bolívia.

E ele de fato o é.

Ocorre que não podemos supervalorizar as atitudes do bufão venezuelano sob pena de esquecermos que o Brasil tem seus próprios bufões.

Hugo Chávez já invadiu o espaço aéreo brasileiro sem qualquer aviso prévio só porque queria churrasquear com Lula. Qualquer estadista que mereça assim ser chamado teria mandado o presidente da Venezuela de volta para casa, solicitando que ele agendasse uma visita ao Brasil.Não foi o que aconteceu: Lula mandou preparar um churrasco às pressas, na Granja do Torto, para recebê-lo.

Agora Chávez oferece retaguarda para que Evo Morales tome de assalto as instalações da Petrobrás na Bolívia. Qualquer estadista que se preze teria, no mínimo, se negado a participar de uma mesa de negociações que incluísse o demagogo venezuelano. Não foi o que aconteceu: Lula foi até lá e, sorridente como ele só, permitiu que Hugo Chávez fosse o grande destaque do encontro.

Não se iludam. Chavez não faz o que quer com os Estados Unidos. Também não o fará com a Espanha. Chávez só faz o que quer com estadistas fracos e despreparados.

Portanto, esqueçam Chávez. Embora ele nos cause problemas, ele não é o nosso problema. O nosso problema é Lula. E, se nada mudar nos próximos meses, o nosso problema vai se reeleger.

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Zé Dassilva, para o Diário Catarinense de hoje.

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Qual o sonho de todo comunista?

Resposta: aqui.

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Detonação adiada

Semana que vem, amigos....semana que vem.

Driblem a ansiedade com caminhadas, música e algumas taças de vinho.

Evitem rum.

C-4

Fiquem atentos aos pronunciamentos da oposição a partir de hoje.

Vem bomba.

Ou, se preferirem, viene bomba.

O roteiro das inverdades

Ontem pela manhã eu lhes disse que havia um coro orquestrado. Que este coro incluía senadores e deputados petistas - além da militância que freqüenta blogs e fóruns da internet.

Pois a coisa acabou por ganhar um caráter oficial:

"Não vamos descobrir uma arma qualquer na Bolívia para justificar uma briga."

(Lula, no início da tarde de ontem, na XVI Reunião Regional Americana da OIT- Organização Internacional do Trabalho.

"Temos que partir do princípio que há regulação e que ela será respeitada. Senão, qual seria a alternativa? A alternativa seria pensar em armas de destruição em massa e pedir a ajuda do exército brasileiro, o que seria impensável no momento".

(Sergio Gabrielli, presidente da Petrobrás, em entrevista coletiva no final da tarde de ontem).

Obviamentem, ambas as declarações foram feitas num tom de ironia - o tom certo para dar a entender que alguém teria realmente aventado a hipótese de uma ação militar contra a Bolívia.

Ninguém o fez.

Os únicos que estão falando nisso são os petistas - petistas, como pudemos ver, de todos os escalões. Este é um método rasteiro (alguma surpresa vindo de onde vem?) para desqualificar qualquer crítica. Como dissemos ontem: pedimos firmeza nas negociações diplomáticas e eles respondem "Pensar em intervenção militar é um absurdo!"

Se seguirmos o roteiro deste método chegaremos a hipóteses curiosas. Vejamos.

A coisa surgiu primeiro nos blogs e fóruns da internet. Foi a militância petista que, já na segunda-feira, começou a responder aos apelos de um endurecimento diplomático com este ridículo e despropositado "não invadiremos a Bolívia!". Ontem pela manhã, o discurso já estava na boca de deputados e senadores petistas. Na parte da tarde foi assumido pelo próprio Presidente da República e, em seguida, reiterado pelo presidente da Petrobrás.

Primeira hipótese. Pego com as calças na mão, o governo manteve silêncio por quase 48 horas. Incapaz de desenvolver uma argumentação satisfatória, foi espiar o que a militância andava dizendo por aí. E, a falta de uma alternativa melhor, apropriou-se do discurso da militância.

Segunda hipótese. O governo prepara o ambiente para seus posicionamentos a partir da orientação antecipada da militância. Cabe à militância introduzir os posicionamentos governamentais em chats e fóruns de internet, antes que eles ganhem um caráter oficial.

Pois eu lhes digo,amiguinhos, que esta segunda hipótese é mais provável. E o episódio boliviano apenas evidencia,com mais clareza, a forma como esta governo está gerindo a informação. Já faz tempo que percebe-se um roteiro fixo e hierarquizado: invariavelmente, o que é dito pela militância nos chats e fóruns da internet pela manhã, é repetido pelos senadores e deputados petistas, com mórbida exatidão, nas tribunas do Senado e da Câmara, na parte da tarde.

Embora algumas vezes - como parece ser o caso da divulgação apócrifa da "Lista de Furnas" - este método seja aplicado na clandestinidade, é provável que seja sustentado por um braço profissional, comodamente abrigado por alguma ONG.

Se eu fosse investigar, começaria por ONGs que estejam ligadas a empresas de comunicação - em especial, aquelas especializadas em comunicação para internet e que oferecem um serviço denominado "diálogos estratégicos".

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Não percam

Em inusitada versão paparazzi, Ruy Goiaba flagra reunião do crème de la crème continental.

Clique aqui.

O coro dos loucos amestrados

No Senado e na Câmara, nos blogs e fóruns da web, a estratégia discursiva dos petistas para a questão boliviana baseia-se em dois pontos: defender a soberania da Bolívia em relação à suas riquezas naturais e avisar que uma intervenção militar naquele país seria um descalabro.

O interessante deste discurso é que ele surge do nada.

Sim, do nada.

O leitor, por acaso, viu alguém contestar que os recursos naturais bolivianos à Bolivia pertencem? E conhece, a leitora, alguém que tenha proposto uma intervenção militar brasileira naquele país?

Certamente que não.

Então de onde os petistas tiraram este discurso? Porque estão a refutar afirmações que ninguém fez?

Fácil.

Como sempre, eles estão a produzir um discurso que busca desmoralizar qualquer um que ouse protestar contra o governo - no caso em questão, contra a frouxidão, o amadorismo e o despreparo do governo em lidar com a situação boliviana.

Resultado: pedimos que o governo proteja o capital brasileiro investido na Bolívia e o coro dos loucos amestrados responde: "as riquezas naturais da Bolívia pertencem à Bolívia!!!!" Pedimos firmeza nas negociações e os loucos amestrados devolvem: "intervenção militar é um absurdo!!!!"

Seria cômico se não parecesse que a ala de um hospício instalou-se em pleno Legislativo.

terça-feira, 2 de maio de 2006

Chavez, o arquiteto

La Paz, 02 Maio (ABI) - 22:34:41

O governo da Bolívia assinará em dez dias um contrato com Petróleos de Venezuela (PDVSA) para instalar uma usina de etano, propano e metano, componentes do gás natural.

Esta usina será construída em Rio Grande, departamento de Santa Cruz, e permitirá que a Bolívia deixe de vender gás ao Brasil com todos os seus componentes, tal como vem fazendo há anos, anunciou hoje o Ministro dos Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada.

Continue lendo aqui.

Perdeu a língua?

Duas horas de reunião e tudo o que decidiram é que Lula vai telefonar para outros presidentes hoje à tarde. Não disseram que presidentes são estes. Também não explicaram quais são as alternativas.


Não sei o que é pior: concluir que o governo brasileiro simplesmente não sabe o que fazer em relação à Bolívia ou que isto tudo não passa de uma grande armação.


Não me perguntem que tipo de armação. Não saberia dizer. Mas que está começando a cheirar mal, isto está. Já se passaram 24 horas desde que Evo Morales empreendeu um assalto à mão armada contra a Petrobras... E o governo brasileiro não tem nada a dizer?

Enquanto Lula não fala...(V)

"Companheiros você tem em partidos. Companheiros você tem em sindicatos. (...) O que parece ter havido foi uma ilusão da companheirada. Na hora de fechar uma aliança, tanto Chavez quanto Morales foram para Havana."

(Lucia Hippolito, para a Globo News, há alguns minutos)

Enquanto Lula não fala...(IV)

(Espaço reservado para a oposição que, dormindo em berço esplêndido, até agora não emitiu uma única opinião a respeito da crise com a Bolívia.)

Enquanto Lula não fala...(III)

"A diplomacia brasileira comemorou a vitória de Evo Morales. E apostou na influência do presidente Lula sobre ele. Uma diplomacia conhecida há mais de cem anos por seu profissionalismo foi amadora. Deveria saber que quando a Bolívia fala contra o capital estrangeiro, está falando contra o Brasil - e não contra os Estados Unidos.(...)A região nunca precisou tanto da diplomacia brasileira. A tradicional - que era profisisonal - e não a ideológica."

(Miriam Leitão,hoje,no Bom Dia Brasil)

Enquanto Lula não fala... (II)

" A liderança não se proclama, ela se exerce. E, no caso, o governo brasileiro tem que exercer essa liderança hoje para evitar que essa medida que foi tomada se repita em outras áreas - a Venezuela é um outro caso possível."

(Embaixador Rubens Barbosa, ao Jornal da Globo ontem à noite).

Enquanto Lula não fala...(I)

"Para o Brasil esta crise da Bolívia traz algumas lições. A primeira é entender que fazer integração latinoamericana com um país governado por regime populista não leva a lugar algum. Infelizmente, como estamos vendo com a crise boliviana, o Brasil é o primeiro país a ser afetado por governos populistas."

(Adriano Pires,professor da UFRJ ,para a Globo News)


segunda-feira, 1 de maio de 2006

Presente boliviano

Presente para o presidente-operário neste primeiro de maio: Evo Morales anuncia a nacionalização das jazidas de hidrocarbonetos.

Segundo a Agência Boliviana de Información, " o decreto supremo indica que as empresas que operam no país estão obrigadas a entregar para a Yaciamentos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) toda a sua produção".

É o investimento da Petrobrás indo pelo ralo.

Feliz Dia do Trabalho, Lula.

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By: Romane

A fé e a razão

Um dos mais populares e tradicionais métodos de expiação das culpas, o jejum está presente em quase todas as religiões. É através dele que o homem de fé purifica-se.

Em algumas religiões, o jejum não limita-se apenas a interrupção da ingestão de alimentos. Há o jejum do sexo, da palavra ou de qualquer coisa que se apresente como prazer para aquele que se propõe a jejuar.

Politicamente, a decisão de Anthony Garotinho é um verdadeiro desastre. Um sinal de seu completo desespero diante das denúncias vindas à tona na última semana.

Do ponto de vista do humor, Garotinho está fornecendo um material riquíssimo - e eu chego a duvidar que outro episódio venha a fazê-lo com tanta propriedade ao longo deste ano.

Mas a incógnita maior desta curiosa atitude diz respeito ao capital simbólico envolvido na questão. É quase certo que, ao ver-se politicamente acuado, Garotinho resolveu lançar mão daquilo que,ao que tudo indica, pensa estar ainda preservado: sua representação, enquanto homem religioso, junto a uma massa de eleitores que são, também, seus irmãos em fé.

O anúncio da greve de fome no final da tarde de domingo pode ter atrasado uma reação mais significativa por parte de seus eleitores. Mas se a greve prosseguir por mais 24 horas, ela virá.

Uma análise ligeira poderia nos levar ao óbvio: some o político para que reapareça, majestoso, o fiel.

Não se apressem. A história nos ensina que, quando religião e política são reunidas em uma mesma equação, tudo é possível.

"Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça."


Leonardo da Vinci