quinta-feira, 19 de fevereiro de 2004

Quem não sabia?

Um mês antes das últimas eleições presidenciais, podíamos vaticinar o que nos ocorreria nos quatro anos seguintes. Esperávamos a morosidade das reuniões infindáveis. Sabíamos do discursos, que continuariam como se o presidente e sua equipe ainda estivessem em campanha. Imaginávamos o matiz anti-americanista a ser adotado pela política externa e o lançamento de programas sociais bombásticos mas ineficazes.

Porém, consolava-nos a hipótese - ainda que remota, considerando-se a atuação do PT no Rio Grande do Sul - de que este governo fosse, como promulgara em seus discursos, menos corrupto.

O primeiros sinais de que o barco fazia água começaram cedo, embora tímidos: a escapadela da ministra Benedita à Buenos Aires para um encontro religioso. Mas o episódio envolvendo o homem de confiança de José Dirceu acaba de colocar uma pá de cal sobre qualquer esperança.

E uma vez que não é mais ético do que qualquer outro que já tenha ocupado o Planalto, o governo atual apresenta-nos somente aquela face já prevista: a da morosidade, do discurso fácil, da tacanhice ideológica e da incompetência.

À despeito da máquina de propaganda que têm a seu dispor, penso que será muito difícil para este governo articular uma reeleição

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