quinta-feira, 14 de outubro de 2004

É para poucos.

Dizer publicamente o que nos vai à cabeça é coisa para poucos corajosos.

De minha parte, sempre sinto renovar as esperanças quando vejo alguém assumir um posicionamento contrário ao da manada. Afastados os malucos - e aqueles exemplos em que o sujeito faz da controvérsia um lucrativo ganha pão -, comemoro cada pequeno e bem embasado arroubo de sinceridade que consegue furar o bloqueio emburrecedor do mass midia.

E os últimos dias têm sido pródigos em exemplos desta natureza.

No início da semana, em entrevista ao programa Milênium da Globo News, o economista negro Thomas Sowel falou abertamente sobre os malefícios da chamada "ação afirmativa" e sua utilização demagógica por parte dos políticos de países pobres.

No Debate de ontem, George W. Bush, não teve problemas em assumir sua fé. Falou com tranqüilidade sobre sua crença, suas orações e,principalmente, sobre conhecer os limites entre sua confissão religiosa e o exercício do poder.

Na Folha de hoje, comentando o segundo turno eleitoral em São Paulo, o historiador Bóris Fausto peita os colegas acadêmicos - sempre tão afoitos em fazerem tremular suas bandeiras encarnadas - para denunciar a tendência autoritária do governo federal.

Em algum lugar da galaxia, Voltaire deve estar sorrindo.

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