Eu poderia dizer que avisei.
Poderia comemorar os efeitos da crise sobre a eleição de 2006. Poderia, até, escrever com alguma ironia.
Contudo, me sinto mal.
Esta sensação estranha começou na última terça-feira à noite quando, comentando o mensalão com o filho de uma amiga, percebi que ele não lembrava do processo de impeachment do Collor. Olhei para aquele garotão de 18 e me dei conta de que já se vão 13 anos desde o ocorrido.
Meu primeiro sentimento foi de vergonha. Imensa vergonha. Naquela tarde, a televisão evidenciara que Brasília acolhe gente da pior espécie...Ainda...E exatamente como há treze anos.
Reflexo contínuo, fiquei aguardando a justificada reprimenda do garotão. Ela viria, segundo imaginei, em tom de brincadeira. Mas seria, antes de tudo, uma cobrança a respeito do quê nós, adultos, estivemos fazendo na última década.
Pois a reprimenda não veio - não sei se pela boa educação que ele recebeu da mãe...ou se pela péssima formação que recebeu na escola. E eu me senti pior ainda.
Uma visão histórica curtinha basta para concluir que não tomamos vergonha na cara.
Continuamos votando em porcos. Seguimos chafurdando na lama.
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