quarta-feira, 27 de julho de 2005

Renilda

Vou discordar do Sombra e da Lele: eu achei correta a atitude do Delcídio em relação à Renilda. Primeiro, porque a CPI não pode ser um tribunal de inquisição, expondo o depoente à tortura física e mental.

Ela estava mentindo? Claro que, sim! Mentiu tanto quanto o marido, o Delúbio e o Silvinho. Mas nenhum deles foi atacado com tanta veemência.

Lá pelo meio da tarde a mulher já estava um caco. Ali, penso eu, deveria ter sido feita uma pausa de uma hora, talvez uma hora e meia - para, só então, se retomar a coisa com força total. E faltou, acima de tudo, habilidade geral para interrogar uma mulher que se está dizendo "do lar".

Penso que teriam feito muito mais progresso se tivessem formulado perguntas de cunho subjetivo e pessoal...mas diretas. Nada a ver com "como a senhora se sente como mãe, blá, blá, blá....". Mas coisas do tipo: " O que seu esposo achava do Delúbio? Gostava dele?". "Quais foram as últimas palavras do Sr. Marcos antes da senhora vir pra cá?". "O que a senhora pensa do atual governo?". Mulher assim*, a gente pega pelas amenidades.

Mas eu achei que as coisas estavam realmente degringolando quando apareceu por lá o deputado gaúcho Julio Redecker. Veio certamente atrás das câmeras. Tripudiou e não fez uma única pergunta que prestasse. Daí que apoiei a atitude Delcídio.

Porém, algo ficou em suspenso: a Renilda foi a primeira investigada a não receber habeas-corpus. Talvez isto marque uma mudança de postura por parte da justiça - e, neste caso, ninguém mais receberá esta vantagem. Mas se os próximos homens ganharem habeas-corpus, vou pensar que houve discriminação.

* "Mulher assim" como, Nariz Gelado? Ora...pedaboba diplomada. Acreditem: aquela alienação é verdadeira.

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