segunda-feira, 29 de agosto de 2005

O Emir que o Brasil dispensa.

"Obrigado por realimentar no povo

e na esquerda o ódio à burguesia."

(Emir Sader)

Príncipe do discurso maniqueísta, sempre à postos para defender o PT - não importando qual seja o caso ou a corrupção do dia -, Emir Sader desferiu um dos golpes mais baixos que já se viu no colunismo brasileiro. Em seu último artigo à Carta Maior, o filósofo predileto da cleptocracia instalada no governo federal, isola uma declaração do senador Jorge Bornhausen a fim de contextualizá-la ao sabor de seus objetivos mais espúrios.

E o objetivo de Emir Sader é claro, amigos: quer desencadear aquela acalentada luta de classes. Aquela luta de classes raivosa, que jamais encontrou ambiência no Brasil - e que agora, na visão do nosso mais sádico emir, deve ser desencadeada a fim de que a quadrilha petista seja mantida no poder.

Vendo nas atuais denúncias de corrupção aquilo que todo o brasileiro meramente esclarecido vê - que o PT e seu desgoverno estão politicamente acabados -, o senador Bornhausen declarou: "A gente vai se ver livre desta raça por, pelo menos, 30 anos".

"Desta raça".

Força de expressão absolutamente comum, absolutamente compreensível para aqueles que não estejam empenhados em desencadear o ódio e a convulsão social. "Esta raça",enquanto grupo de pessoas que se dedica à mesma atividade - a "raça dos bombeiros", como tão bem exemplifica o Houaiss. "Desta raça" - tratemos de traduzir para o nosso raso filósofo - significa apenas: "esta raça de ladrões"..."esta raça esquerdista, que levou os piores vícios do sindicalismo corrupto aos corredores do Palácio do Planalto.

Qualquer criança entende isso. E Emir Sader também entendeu.

Contudo, em franco desespero, desprovido de argumentos que lhe sirvam para defender àqueles a quem sempre empenhou sua paixão política - e incapaz da silenciosa humildade intelectual sugerida por Marilena Chauí -, Sader meteu os pés pelas mãos.

Por conta deste destempero, Bornhausen é chamado de "banqueiro racista". Pefelistas e tucanos são acusado de compor a "casa grande da política brasileira". São, aliás, como os "amigos de FHC", todos de direita. E a totalidade dos que não estiverem a favor do atual governo será, em breve "colocada no lugar que merece - a famosa lata de lixo da história". Declarando que odeia Jorge Bornhausen - e que acredita não estar sozinho nisso - , Sader se despede com uma frase que envergonha toda a história da filosofia ocidental: Obrigado por realimentar no povo e na esquerda o ódio à burguesia.

Maniqueísmo barato, descontextualização de um discurso para manipulação política e preconceito social elevado à última potência. Nada de novo quando se trata do malabarismo ideológico de esquerda que viceja no meio político estudantil. A novidade é que um professor universitário, filósofo renomado, não tenha vergonha de assumir publicamente tão pueril discurso.

Sr. Sader...Vá ao dicionário do Houaiss e consulte o verbete "raça". Estou certa de que o sr. encontrará ali algum esclarecimento.

Em seguida, escreva um novo artigo. Comece pedindo desculpas pela sua ignorância. O Brasil não precisa dela. O Brasil, aliás, não precisa de Emir Sader.

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