sexta-feira, 9 de setembro de 2005

Bomba

Em entrevista ao CBN Energia, hoje pela manhã, o ex-presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, José Luiz Santana, confirmou as denúncias, surgidas no final de agosto, de que o Brasil esteve prestes a testar uma bomba atômica no início da década de 1990.

O processo teria sido interrompido pelo Governo Collor, que - entre 1990 e 1992 - desmobilizou cerca de sessenta grupos de trabalho e exonerou todos os profissionais ligados à confecção da bomba.

Ocorre que, segundo Santana, estes profissionais retornaram aos seus cargos durante o Governo do presidente Fernando Henrique. Para o cientista, isto explica a postura mais alerta dos Estados Unidos frente à manipulação de urânio por parte do Brasil.

Concordamos e acrescentamos: em abril de 2004, quando o Brasil dificultou a inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica na fábrica de Resende, viúvas de Che e amantes de Castro saíram pranteando o clássico bordão do "intervencionismo". Na época, dissemos que a AIEA tinha razões muito concretas para agir com maior rigor. Afinal de contas, durante a campanha presidencial, Lula daclarara que achava injusto o Tratado de Não Proliferação. Também o ex-ministro Roberto Amaral andara afirmando que o Brasil não deveria abandonar as pesquisas na área da fissão nuclear - base para a produção da bomba atômica.

Agora, com a revelações de José Luiz Santana, o zelo da AIEA torna-se ainda mais legítimo.

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