segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

A mentira como método.

O que pensar de um presidente que se diz apunhalado pelas costas, que afirma querer apurar todas as denúncias de corrupção, mas cujo governo está tratando a pão-de-ló os principais suspeitos de envolvimento com o Valerioduto?

Pois é exatamente isso o que está acontecendo: os 18 parlamentares da base de sustentação do governo suspeitos de terem sido beneficiados pelo esquema de Marcos Valério tiveram quase todas as emendas orçamentárias atendidas pela União. De acordo com o site Contas Abertas os campeões em conseguir passar emendas exclusivas são Professor Luizinho, João Paulo Cunha, José Mentor e João Magno.

Conforme avançam os meses, o discurso do presidente Lula vai ficando menos verdadeiro - ou, pelo menos, vai ficando evidente que há uma imensa lacuna entre o que o presidente fala e as ações de seu governo. Esta postura - que, incialmente, quando Lula dizia querer apurar tudo, mas tentou impedir a realização da CPI dos Correios, poderia parecer apenas um ato falho - está se desenhando claramente como um método. E é um método dos mais vulgares em política: há um discurso para as massas e há a articulação política.

Ontem, uma matéria do Estadão dava conta de que o governo anda procurando um novo slogan pubicitário para enfrentar o ano eleitoral. Não me ocorre qualquer frase de impacto. Mas, com certeza, em termos de logomarca, o governo poderia negociar com a Disney para adotar o personagem Pinóquio.

Um comentário:

Camarada Arcanjo disse...

Discordo, Pinóquio não!
Irmãos Metralhas, Maga Patológica (me lembrei da Ideli, não sei porque) ficam mais adequados, quanto ao "slogan" da campanha criminosa que essa escória pretende implementar:
"O crime compensa, é só saber fazer" (apenas uma singela sugestão).