Não sou jornalista.
De uma coisa, porém, vocês podem ter certeza: se me fosse dada a oportunidade de entrevistar qualquer um dos envolvidos nos atuais escândalos republicanos, eu iria munida de dois gravadores e um estoque considerável de fitas.
É por isso que eu não consigo entender quando leio "Todas as questões foram anotadas. Parte da entrevista foi gravada."
Soraya, querida, o que é isso?
Acabaram as fitas ou o Silvinho pediu um off the records?
Se foi a segunda opção, vai um conselho: da próxima vez que um petista lhe pedir isso, desligue o gravador número um e deixe o número dois - aquele que você levou escondidinho no bolso do blazer - ligado. Quando a fita acabar, faça como naqueles filmes de espionagem classe B: peça para usar o toalete. Este é o mínimo da precaução que se pode tomar ao entrevistar um pessoal que costuma desdizer no almoço aquilo declarou no café da manhã.
Só no bloquinho não dá, Soraya. Só no bloquinho a gente vai ficar pensando que você voltou à pé do Woodstock e chegou agora.
E o sangue frio... Cadê o sangue frio, Soraya?
Como é que você corre para chamar os vizinhos e deixa bloquinho e documentos - documentos !!! - ao alcance de alguém que está surtando?
Menina, estamos no meio de uma guerra - não lhe contaram, não?
Ninguém pode querer ser correspondente de guerra se não estiver pronto para colocar a notícia acima do instinto de sobrevivência.
Se até eu, que não sou jornalista, sei disso, não é possível que você não saiba, Soraya.
Então, aqui entre nós duas, confesse: você gravou tudo, não gravou?
7 comentários:
Cadê a C-4 ?
Muito bom texto.... Vou recomendar para meus amigo(a)s jornalistas....
Abs
O problema não é da "entrevistadora". Não é "gravador". Está faltando "Homem". Quem não conhece carcará. Tem até a música. Todo mundo quer viver. Logo, tenha caridade, pois está faltando homem na sua "terra" (em todos os setores). É triste, mas é verdade. A jornalista não é "correspondente de guerra". Depois, o episódio do Nixon foi em um País de "homens". Aqui, quantos deputados e senadores estão denunciados, processados, indiciados, na lista da Saúde e por outros casos? Minha "índia" (lindas a Debra Paget e Natalie Wood nesse papel) NG, o País dá a impressão de um ruína de homens, parece uma "organização criminosa". Tem no nível do Estado, das Empresas e dos particulares, como se tem notícia do infortúnio das cidades "invadidas". E os grandes Militares de carreira (não os que fazem ilícita - tem página na Net e recursos foram desviados - volta no espaço) estão envelhecidos. Os grandes Políticos morreram... Imagine Brizolla vivo! Covas! Será que eles se curvariam como faz o moço paulista? Bem, não é A ou B, é a desordem que está instalada como padrão de governo. É triste. Reze! Os sinos começam a dobrar. Por quem? Eles dobram por ti. Livro e filme se completam... são mágicos. Desculpe, passei da conta. Penso na juventude orientada por "ensandecidos" (é são para o conchavo, doido ao revelar corrupção).
Nariz !!!
Cadê a C-4? Ela tem a ver com a internação dos dólares cubanos?.
Um ponto que tem sido "sistemáticamente" desprezado é a perseguição seletiva do governo ao crime organizado. Entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Só hoje, Clóvis Rossi apontou o detalhe em sua coluna na FSP. Espaços de comentários nos Blogs estão meio robotizados. Enquanto não se altera o modelito colonial enlatado, o chat atravessa ponderações importantes. A moderação desses espaços bem que poderia se profissionalizar e estimular a frequência de muitos que tem algo a nos dizer mas não toleram baixaria. Como em tudo no mundo real, à falta de concorrência sobrepõem o sucesso e o comodismo.
(N.G.: Não entendi, Sharp. Pulou do crime organizado para o Rossi e, daí para robotização/profissonalização dos comentários dos blogs. Qual destes comentários é para mim?)
Depois não reclame, vc. deu a idéia, Tarso "incorporou", Berzoini apimentou, o médico ministrou, o advogado formalizou e o STF engoliu. Silvinho não vai. Nem de Land Rover. Começo a pensar como os petistas. Tô atrasado!
- Soube?
- Do quê?
- Nem sempre eu sei de tudo... mas...
- É!
- Será que ela gravou?
- Existem conversas...
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