sexta-feira, 26 de maio de 2006

Rodriguiana*

Nossa grande tragédia é que não tivemos uma grande tragédia.

*Ás vezes me ocorrem umas frases que me fazem lembrar do Nelson Rodrigues. Eu as chamo: "rodriguianas". Passarei a postá-las quando ocorrerem. Espero que o Nelson possa perdoar a minha audácia. E vocês também.

8 comentários:

Angelo da CIA disse...

Talvez você não seja tão fã dele quanto eu, mas Roberto Campos tinha uma teoria a este respeito: A de que caímos na armadilha do Meio-sucesso.

É exatamente isto que você sintetizou: Vivemos a maldição da ditadura com progresso econômico, a maldição da abertura política com depressão e nos acostumamos com este meio sucesso. Ele dizia que o grande sucesso é revigorante, estimulante para o empreendorismo. Já o fracasso retumbante nos leva a rever nossos caminhos, a ter um "turning point". Enquanto isto, nosso meio-sucesso nos tornou preguiçosos e covardes.

(N.G.: Angelo, era e-x-a-t-a-m-e-n-t-e em Roberto Campos que eu pensava quando me ocorreu esta "rodriguiana".)

Filemon WildWood disse...

Sem adentrar no NRodrigues. Tragédias tivemos, graves (basta lembrar Canudos). Lutas sofridas que unem e formam o caráter de Nação, não. Ideologias espúrias e vandalismos prejudicaram alguns momentos históricos. Daí, a ética estacionou no nível zero, as Instituições resistem fragilizadas e "obsequiosas".

(N.G.:Filemon, há momentos em que o purismo deve dar lugar ao lirismo. )

PH disse...

Tragedia temos todos os dias. O problema eh que SOMOS uma grande tragedia!

Peregrino disse...

Nariz Gelado,

A da grande tragédia aconteceu e está acontecendo. Apenas é (ainda?) invisível aos olhos do nosso crédulo povo "esperto", que se contenta com migalhas. A leitura da reportagem de VEJA desta semana, sobre as ações do Ministro da Justiça, mata a charada: a grande tragédia é representada pelo grau de corrupção a que chegaram as instituições políticas. Isso explica porque, apesar de tantas evidências contrárias, esse senhor que é o Presidente da República continua sorridente, seguro de que não háverá um próximo Presidente da República, por que ele é o próprio. E (pior para nós, que pensamos!) sem qualquer risco de sofrer algum processo por "qualquer" bandidagem que tenha praticado, porque todos os políticos, de todo o espectro ideológico, estão enlameados até o pescosso. A grande tragédia é a REPÚBLICA DO RABO PRESO.

Renato Martins disse...

A desconstrução de Lula por Alckmin na TV é a chave para a virada. A demonstração cabal que o impeachment não aconteceu por bondade da oposição para com o eleitor que depositou toda a esperança de um futuro melhor para a vida dos seus filhos no voto pela ética e honestidade de Lula. Alckmin deve testemunhar que o povo acreditou que Lula pudesse impedir a roubalheira no governo para que sobrasse mais dinheiro para construir escolas e cooperativas que libertassem os filhos do eleitor da sina das drogas, do crime e da morte antes dos 25 anos. Alckmin deve exibir os velhos amigos do presidente Lula que de longa data montaram junto com ele uma maneira de enganar o povo. Alckmin deve mostrar que a coisa mais fácil prá quem está no governo é distribuir dinheiro tirando de quem tem mais e mostrar que isso é um engano porque como numa empresa o empregado que mata o trabalho, na verdade está prejudicando seus companheiros também, porque se a empresa fechar as portas, acaba o benefício. Creio que o povo apóia Lula apesar de tudo, porque ninguém assumiu compromisso com o progresso pessoal do filho do eleitor. O impeachment de Lula é o reestabelecimento da prioridade com o futuro das crianças cujos pais, hoje, apesar de bolsistas, lamentam por antecipação a falta de oportunidades para seus filhos.

Sharp Randon disse...

Tudo tem seu tempo. Não existem erros, mas menos acertos. Nada é perdido. Tudo acrescenta, a experiência protagonista e o conhecimento do que observa e analisa. Na falência dos poderosos está o menos acerto de um caráter bom mas insuficiente. Nada está ao acaso. A escola da vida eleva alguns, outros querem enganar a vida. Desde Sócrates desdenhamos o perdão, pois o que menos acerta hoje, pode ser nossa tábua de salvação amanhã. Damos às coisas da terra a prerrogativa da felicidade, diante da morte porém, reconhecidos somos pelas mãos que erguemos e jamais pelo poder que acumulamos. Siga em paz, somando.

Jarbas Cordeiro de Campos disse...

NG,

Estou de blog novo e agradeço a sua visita la. Sua opinião é importante. Estou providenciando ou melhor aprendendo o oficio de webblog para linkar os melhores da bloglosfera onde voce está inclusa e terá destaque no meu blog.
No momento, preciso de sua colaboração no sentido de linkar meu blog no seu seu. Sabe como é: eu preciso ser lido, caso contrário perco a motivação. Conto com você.

Só para lembrar, com o titulo de APARTE, em http://parlamentando.blogspot.com , onde estamos lá esperando os amigos.

Blogueiramente grato.

Jarbas (Passarim) Cordeiro de Campos

(N.G.: Jarbas, desejo toda a boa sorte do mundo para você e o seu blog. Quanto a ser linkado aqui, devo lhe dizer que há uma lista de amigos, com excelentes blogs, que aguardam o mesmo. Costumo atualizar os links de tempos em tempos, quando faço algum acerto no template. Um abraço.)

lenita disse...

Minha mãe é que dizia: "fez falta ao Brasil uma guerra como as 2 Grandes Guerras!".
Os brasileiros nunca sofreram verdadeiramnte... E quando tivemos um punhado de pessoas sofrendo com a brutal repressão, o que aconteceu? Elas se multiplicam geometricamente, com indenizações milionárias, indecentes, sem controle.
Agora nos preparemos para pagar mais essa fatura e para aceitar a aclamação do Lula em 1º de outubro.
Estou quase desistindo... Este país é um amontoado de pessoas morando no mesmo espaço. Só isso.

(N.G.: Lenita, querida. Se tudo o que aí está se confirar, teremos quatro anos para desistir. Até lá, continuemos lutado. Um beijo!)