quarta-feira, 14 de junho de 2006

Antes que seja tarde

Até agora, os problemas da candidatura Alckmin foram apontados por três segmentos da sociedade: a imprensa - que, como quer a lei brasileira, não se posiciona com clareza -, os governistas - que fazem questão de confundir dificuldades eleitorais com incompetência administrativa - e os serristas inconformados. Estes últimos utilizam as dificuldades que a candidatura Alckmin vem enfrentando para justificar que estavam certos em defender o nome de José Serra para o Palácio do Planalto. E parecem dispostos a suportar mais quatro anos de um governo federal petista apenas porque isto lhes dará razão.

Já os que apóiam Alckmin têm incorrido em outro pecado: fazem de conta que nada está errado, que as pesquisas não retratam a realidade, que ainda é cedo e que teremos, na última hora, uma "grande arrancada".

Não gosto do que vou escrever agora. Ocorre que alguém precisa fazê-lo. De preferência, alguém que esteja torcendo para que, em janeiro de 2007, Geraldo Alckmin suba aquela rampa em Brasília.

Pois que seja eu a dizer: até o dia de ontem, a condução da candidatura Alckmin esteve uma grande, uma estrondosa, uma escandalosa porcaria.

Do diz-que-me-diz - e a demora do PSDB em definir seu candidato - passando pelas dificuldades na composição com PFL, pelo silêncio na semana em que o PCC atacou São Paulo, pelo erro estratégico de levar Alckmin a visitar o nordeste antes que a televisão o tivesse tornado suficientemente conhecido, o festival horrores culminou com a convenção do último sábado.

Desde que eu acompanho política, não lembro de ter visto uma convenção tão desastrada. Erraram em tudo: na escolha do lugar, no tamanho do discurso do candidato e, sobretudo, em arrastar gente para lá com a promessa de lanches e trabalho. Mas o que é que imaginavam? Que a imprensa não conversaria com a "militância" alí reunida? O resultado do desastre está estampado em todos os jornais: conseguiram realizar uma convenção que, exceto pelo que foi veiculado no site do próprio PSDB, só gerou críticas e notícias negativas. Uma convenção modesta e discreta teria sido menos prejudicial.

Por mais que eu deteste admitir isso, as pesquisas dos últimos meses não estão erradas. Elas são reflexo direto do péssimo trabalho que vem sendo feito em torno de um excelente candidato. Vou repetir, aqui, com todas as letras, o que já tentei dizer sutilmente em outra ocasião: Alckmin é o presidenciável com melhores condições para ocupar a presidência do país. O problema é que os incompetentes que o cercam estão fazendo dele um péssimo candidato.

Estas são coisas a respeito das quais é preciso falar sem medo. E é preciso falar delas sem a suposta aura de imparcialidade que cobre a imprensa, sem as distorções eleitoreiras promovidas pelos governistas e, principalmente, sem a pequenez dos serristas inconformados. São coisas a respeito das quais é preciso falar agora, quando o quadro ainda é passível de mudança.

Para finalizar, devo admitir que tomei um fôlego, ontem à noite, quando vi os comerciais de televisão: calcanhar de Aquiles do governo Lula, a realização de obras é um grande trunfo para Geraldo Alckmin. Gostei também da forma como o candidato foi apresentado: simplicidade, honestidade e competência.

Depois de tantas trapalhadas, finalmente conseguiram acertar em alguma coisa. Espero que, daqui para frente, sejam só acertos. Se assim não for, podem estar certos de que eu continuarei falando.

Não pretendo, com isto, conquistar simpatias. Ao contrário: bem sei que acabo de assumir uma posição muito antipática. Mas não estou nem um pouco preocupada com isso. Preocupa-me o futuro do país. É por isso que eu falo. E falo antes que seja tarde.

24 comentários:

O Editor! disse...

NG,

Pode não ter sido a intenção, mas você conseguiu (pelo menos) uma simpatia. E alguém que concorda com cada linha do que você escreveu.

Alckmin é o mais capacitado, é o melhor administrador (político) que já conhecí, que já ví trabalhar.

Mas infelizmente se cercou de ineptos para a campanha. Não fala o que deve, quando deve, do jeito que deve... E por tudo isso, fica devendo muito nas pesquisas.

Um ponto que você não levantou no seu post (mas do qual você mostra absoluta compreensão no Post anterior), é o fenômeno Copa do Mundo. E até quando acerta, a candidatura Alckmin está errando. Ontem foi o dia do 1º jogo do Brasil na copa da Alemanha. Um dia, onde todos saíram do serviço mais cedo (conheço gente que saiu do serviço às 14:00 para ir ver o jogo), enfrentaram trânsito, viram o jogo, saíram para comemorar, viram as "mesas-redondas" na televisão...

Nesse clima de futebol, onde se encaixa o horário político? Onde se encaixa uma propaganda política coerente, firme, "de resultados"? BINGO! Não se encaixa.

Precisávamos de mais Alckmin em SP, no Estado todo.

Aécio (por mais reprovável que seja sua conduta), é um expoente político, não apenas por ser neto de quem é, por ser conhecido no País. é um expoente político porque tem quase 70% de aprovação e de intenções de voto em seu Estado.

É uma verdadeira vergonha que o Alckmin, com sua gestão em São Paulo (que não foi perfeita, mas foi a melhor que tivemos nos últimos 30 anos, pelo menos), tenha que disputar cabeça a cabeça com o Lula, no Estado que governou por 6 anos!

É uma vergonha que Fleury, Quércia, Lula, Mercadante, e até o Maluf, tentem (e consigam) tirar votos dele.

Alckmin deveria lutar por São Paulo, desde o início, mostrar sua gestão internamente, para poder sair para o País e gritar "Tenho 70, 80% das intenções de votos no meu Estado. A população sabe que pode confiar em mim. Inclusive a cidade onde o Lula nasceu sabe que pode confiar em mim, porquê eu faço o que precisa, eu realizo, eu cuido..."

Mas enquanto ele tiver que disputar com Lula em seu reduto, em São Paulo, o discurso é do oponente.

Espero que a campanha Alckmin se toue disso urgentemente.

Abraços.

Lefebvre disse...

Não dá pra entender os responsáveis pela campanha do PSDB. Mas a estrategia deles é fazer um começo diferente, para depois, quando o Molusco finalmente admitir que é candidato, acusar o apedeuta de usar ao cargo para benefício próprio.

Estratégiazinha arriscada essa. Poderia ser muito mais eficiênte.

Soube? disse...

- Soube?
- Do quê?
- Que nada Nariz...
- É!
- Você nunca se torna antipática..
- É!
- Fazer essa crítica construtiva, com toda essa elegância, só a torna mais apreciável.
- É!
- Aqueles que realmente estão interessados na vitória e no Brasil, devem ler com toda a atenção...
- É!

Nina disse...

Sinceramente, espero que a cúpula da campanha de Geraldo não caia na mesma vala que conduziu para a derrota desastrosa, a campanha de 2002 de José Serra.

Um dos atos falhos daquela empreitada foi não ouvir, não dividir, não delegar, não se importar com a voz das ruas (nossas vozes).

A "culpa" ficou por conta da extrema profissionalização da campanha. Nizan no marketing e Bia Aydar na produção deram o tom de espetáculo, porém longe do pulsar das ruas.

O contrário, também é perigoso. Falta de profissionalismo está se mostrando muito, muito perigoso.

Mas eu ainda não desisti. Pedra mole....quem sabe? Ao menos agora, parece que existe algo que não se viu em 2002: pessoas em carne e osso e não superstars do mercado no comando.

Vou torcer, ainda é tempo (não por muito tempo).

Obrigada, mais uma vez, por dividir conosco, leitores, sua lucidez.

Soube? disse...

- Soube?
- Do quê?
- Nariz, achei duas colocações que espero possam complementar o que você escreveu...

"Só as pessoas inteligentes procuram, para auxiliá-las, pessoas mais inteligentes do que elas” (Baltasar Gracián – jesuíta espanhol - 1601/1658)

Atenção: você provavelmente está mal assessorado se os seus auxiliares só lhe trazem notícias boas, que as pesquisas não confirmam com os resultados. Francisco Ferraz

- É!

(N.G.: Êita, Soube....obrigada. E um beijo)

Maridalva Vinhas disse...

NG

Toda esta nossa angústia e preocupações com as próximas eleições não existiriam se o eleitor soubesse analisar o candidato:
Quem é?
O que já fêz?
Tem capacidade para o cargo desejado?
Se assim fôsse, não ficaríamos a mercê de marqueteiros pagos para endeusarem políticos desprezíveis e mal intencionados.
E principalmente não nos encontraríamos hoje com tanta vergonha por um retrocesso moral e econômico nunca antes visto.
Também sou Alckmin!

Sharp Randon disse...

O buraco é mais embaixo. Alckmin não defende FHC porque não concordou com o governo dele. Covas seria um excelente presidente mas, lhe puxaram o tapete. Alckmin não amplia as chances de remover os corruPTos do poder aplaudindo agora os equívocos de FHC que Lula explora. Serra haveria de discursar em uníssono com FHC. A história de ambos necessita polimento. O PSDB permanece estripado em razão do passado. O paradigma de Covas inspira Alckmin. Mas não interessa a FHC, Serra, Aécio e Tasso. Que beleza. Um contra todos. Alckmin tocou SP excepcionalmente porque Covas foi chamado a desmaterializar-se. Então, fez um bom trabalho e (re)elegeu-se governador. O poderoso estado de SP nas mãos de um caipira. Os caciques do PSDB protagonizaram um jantar memorável, emblemático da porcaria que rola nos bastidores desse PSDB de hoje. Dá prá acreditar que esses fulanos não se movem pela candidatura conquistada. Não sabem perder. Covas soube. Alckmin faz "todas" as concessões para a política MENOR que surge do PSDB-PFL, no limite que não fira de morte o exemplo de político renovado que anseia que o povo compreenda e deseje. 2010 na boca desses senhores é um escárnio ao eleitor. Uma prova cabal do velhacarismo político entranhado que só o Parlamentarismo pode desmontar. Alckmin tem potencial para reformar e mudar o paradigma da arte de governar para todos. É por isso que o temem tanto.

(N.G.: Sharp, não é mais hora para ficar falando em Covas. Sinto muito, Covas está morto - as homenagens que lhe são devidas certamente encontrarão lugar no PSDB. Também não é mais hora de ficar remoendo jantarzinho de cúpula e sei lá mais o quê. É hora de passar a borracha nisso tudo e abraçar a candidatura Alckmin. Tentando ser mais clara do que já fui nesta manhã: chega de discutir frescura. Ou trabalham ou é Lula lá. )

Rodrigo Xavier disse...

Olá Nariz,

A incidência de Lula para um segundo mandato não retira o ímpeto da disputa. Concordo com tudo o que você falou. Parabéns pela clareza!

Alckmin é inexpressivo em termos midiáticos. Seu trunfo é apresentar-se como notável gestor.

Porém, explorar determinados conceitos e estratégias pode ser fatal. A massa eleitoral não qualifica, em uma disputa eleitoral, noções como: meritocracia; redução da relação dívida/PIB; aumento do dólar, redução dos juros etc.

Ressentimos de um amplo debate. Nosso espectro de atuação - a blogosfera - é pouco representativo em valores numéricos.

Proponha-se atuarmos como autênticos formadores de opinião, e transcender este nosso diálogo para o mundo físico, tão despreparado para contextualizar conceitos.

As batalhas são: criar o segundo turno; eleger Alckmin. Ou seja, bater muito em Lula e midiatizar Alckmin.

Abraço.

Sharp Randon disse...

Ocorre que essa política menor é o que remoe os egos das estrelas do PSDB. E eu não sei. Ocorre que Alckmin planejou, como vc. sabe, utilizar farto material dele com Covas em sua campanha. Pelo menos esses eram os planos originais. Se o histórico não contribui é o que motivou tamanha incompetência na coordenação da campanha. Sabotagens de inconformados tentando substituir Alckmin por Serra até o último momento. Vc. sabe tão bem quanto eu o que era Covas no PSDB em oposição ao deslumbrado FHC. Agora, como fazê-los entender que os ânimos daquele "jantarzinho" emblemático devem ficar sepultados em prol da remoção do corruPTos, aí é outra questão. Demovê-los de pensar sómente em 2010. E aí? No "bojo" ;-) da disputa maior, tô contigo, vamos juntos.

Renato Martins disse...

Se Alckmin cruzasse os braços será que Serra seria eleito prefeito de S.Paulo? O PT de então estava arrebatando multidões. Como eu sei que esse Blog não é panfletário, ouso me manifestar cruamente. As feridas internas no PSDB não estão fechadas. O PFL ainda não deglutiu a vacilação de Serra. Há sim diferenças entre o modo de fazer política de Alckmin, herdeiro de Mário Covas e o tal esquerdismo travestido neoliberal de Serra, o que sabe de tudo. O PSDB, hoje, se esforça não por eleger Alckmin, mas por fazer de conta que se esforça visando 2010. Porque o Lula vai fazer um governo pior no 2o. mandato e enterrar de vez as pretensões do PT. Há um vácuo perigoso, que apostam ser preenchido pelo judiciário na consecução dos processos, que nos assustam pelo sinais da mobilização "campesina" e da rede do crime cooptada em acordos no submundo político do governo. Entendo agora o que deve ter sentido HH ao constatar que sua luta e seus riscos foram rifados por um PT que ela não acreditou que existisse. O PSDB precisa dar provas cabais de união ou seremos HHs em breves tempos. Melhor dizer o que penso agora. Mas esse assunto não acaba aqui.

jorge nobre disse...

Nariz, eu ando é muito puto da vida com estes tucanos. Tenho discutido com olavetes no orkut(muito civilizadamente, é bom frisar, afinal minha simpátia é com eles), que insistem em dizer que Olavo de Carvalho não está errado sobre os tucanos e que os tucanos e petistas são mesmo dois lados da mesma moeda. Mas o Olavo está. É inimaginável, para mim, uma onda de atentados contra os policiais, ou contra o congresso, como o último, se o presidente não fosse o Lula. Vargas também não estava envolvido diretamente no atentado a Lacerda. Mas Lacerda só culpou um homem pela morte do major Vaz, Getúlio Vargas. Lacerda disse: "É o protetor dos corruptos, cuja impunidade lhes dá a audácia para crimes como esse". E Lacerda estava certo sobre Vargas.

Dito isso, é preciso admitir uma coisa: sem vontade de ganhar, não se pode ganhar. E os tucanos, pelo jeito, não têm muita vontade de ganhar. Estamos a 7 meses das eleições. 2 meses antes do referendo do ano passado (comércio de armas) as pesquisas davam 70% para o "sim". O Não acabou ganhando. Os defensores do direito de defesa esclareceram a população, lutaram contra as pesquisas, e acabaram convencendo o povo a votar pelo "não". Então, os números destas pesquisas para presidente podem ser revertidos. Mas primeiro é precido que o tucanato queira revertê-los. E parece que não quer. É triste.

jml disse...

Incompetência tem limites. Fico me perguntando: será mesmo que o PSDB quer ganhar esta eleição ? Pelo que vejo todos os dias, acho que não. Não é possível que taaaaaaanta incompetência seja acidental. Porque, se for, Deus do Céu, serão estes que - se ganharem, hipótese cada vez mais remota - iriam comandar o país ? Com a mesma "competência" que estão fazendo a campanha ? S O C O R R O !!!!!!

Eliane Moura disse...

Nariz, essas pesquisas são fraudulentas. Lulla - toc, toc, toc - sobe sempre e Alckmim estaciona ou sempre cai. Nada atinge Lulla! A última pesquisa foi feita entre o dia 5 e 7 de junho, só que no dia 6, as bestas estavam lá empastelando o congresso, liderados por um petista!!! Pô, isso foi noticiado no JN, que todo mundo vê, tinha que ter alterado alguma coisa na intenção de votos do Lulla.
Mas nada cola nelle, é o presidente teflon. Das duas, uma: As pesquisas são fraudulentas pra fazer o idiota votar no Lulla pra não perder o voto; ou a pesquisa é fraudulenta pra evitar que a quadrilha petista vá pra rua fazer baderna. E na véspera da eleição eles dão o número certo: Lulla tem 25% e olhe lá!
Conversem com as pessoas nas ruas, amigos parentes, todo mundo diz que vai votar nelle? Eu conversei com umas 30 pessoas e só UM - por sinal um motorista de táxi com cara de retardado - disse que vai votar no molusco.
Ah! O Brasil tem 30 milhões de internautas e em TODAS as pesquisas da internet o Lulla apanha de lavada. Até quando perguntaram quem estava certo, lulla ou Ronaldo, deu quase 90% pro último.
E enquanto Lulla faz fanfarra, inaugura poste, Alckmim viaja de avião de carreira e fica conversando com as pessoas. Isso é muito importante, gera uma propaganda boca a boca que não tem preço.

Bjins, Eliane

Lúcia disse...

Parabéns pelo texto. Os blogs que querem ver o Lula fora deviam transcreve-lo. Muito bom!

Mãe da Sofia disse...

Nariz,

sou hoje a pessoa menos categorizada para falar de política brasileira, afinal, fiquei quase seis meses no exterior e estou por fora de tudo. E fiquei por fora por vontade própria. De volta há dois dias, estou tontinha, não sei se é o jet leg ou o choque de voltar e ver tudo na mesma. Hoje, em BH - como em todo o país - o papo era futebol. Quando se perguntava da tal da convenção todo mundo ria, só na cabeça de tucano mesmo pra fazer uma convenção em reduto petista!
Um amigo "tucano aecista" que esteve na convenção riu a mais não poder. Levou dois ônibus daqui da redondeza com um bando de gente que cooptou de última hora. Segundo esse meu amigo, no final do discurso do Alckmin só tinha gente no palco, o cenário abaixo do palco era de fim de festa mesmo. E, pior, ainda conforme esse meu amigo, o Alckmin falava e alguns na fila do lanche ensaiavam uma vaia, prontamente calada com a ameaça de se fechar as barracas de lanche.
Olha, de política eu entendo pouco, mas acho que fazer uma convenção num reduto "inimigo" é coisa de gente biruta. Ah! Esse meu amigo também me contou que o ponto alto da convenção foi o lançamento da candidatura do Aecinho pra 2.010, nas barbas do Serra, do FHC, do próprio Alckmin e de todo mundo que estava lá.
Aecinho é mineiro, e como todo mineiro (posso falar isso porque também sou) é como folha de bananeira: vai pro lado que o vento leva. E se os ventos estão levando para Lula, é lá que ele estará. Mineiro tem dom pra racionalizar os contrários, isso é fato.
Alckmin só tem uma solução e esta eu aprendi na América: pegar sua campanha pelos chifres como fez Nixon em sua segunda eleição. Nixon não foi exemplo de presidente, tá certo, mas de como se ganha uma eleição, foi sim. Ele lutou contra as "estrelas" do partido, popularizou-se, pegou os melhores marqueteiros e, claro, os "mineiros" da América acabaram aderindo.
Se Alckmin quer mesmo ser presidente, tem que em primeiro lugar aliar-se a ACM que sabe ganhar eleição, mesmo que isso lhe dê uma úlcera. Em segundo lugar contactar líderes locais (porque este país é tão grande que cada cidade tem sua política própria e suas idiossincrasias) e formar uma célula em cada uma delas. Em terceiro lugar, preocupar-se com a sua campanha, Serra que se vire. E, acima disso tudo, mandar rezar uma missa pro Mário Covas e sair da igreja pro palanque, porque o povo brasileiro não tem memória e grande parte do eleitorado mal sabe quem foi Covas.
Agora, se nada disso for feito, será mesmo Lula e Deus nos ajude se também não for além de Lula.
Por favor, diga que eu não estou louca e que 2005 aconteceu?

Mãe da Sofia disse...

Só pra complementar o meu comentário anterior (tão longo quanto um discurso de Fidel Castro, sorry) Alckmin não pode se esquecer "deles", os juízes.

Não há quem ganhe eleição sem a simpatia "deles".

Alexandre disse...

Nariz.

O Alckmin vai VENCER a eleição, APESAR do PSDB.

Curto e grosso!

Renato Martins disse...

Eu sinceramente penso em vincular meu voto no PSDB de ponta a ponta. A única condição é a mobilização de Serra e do partido na alavancagem de Alckmin. Nós, eleitores, não temos consciência do poder da militância. Para fazê-los trabalhar, afinal são nossos "representantes", sugiro demonstrar indignação com Serra, FHC, Aécio e Tasso em prol da candidatura Alckmin e o afastamento dos riscos de Lula 2 para a democracia e a estabilidade do país. Não posso me conformar em assistir o revanchismo intra muros partidário sobrepor os interesses maiores do país. Os políticos nos devem satisfações e isso está uma balbúrdia só. Agem como astros e estrelas e nos olham de cima. Onde é que isso vai parar? O cidadão nos momentos críticos fica chupando o dedo aguardando pronunciamentos deles e esses nos ignoram no bem bom de NY. Nossa paciência está no limite, como se depreende deste artigo de Nariz Gelado, vinculo meu voto. Ou nos tratam condignamente ou nenhum deles terá meu voto e de quantos eu puder arrastar. Faço campanha para HH. 2010 será inesquecível, tolos. Mas, esse é outro assunto.

Sharp Randon disse...

Estão exigindo de Alckmin o fim da reeleição e mandato de 4 anos. Como pode um presidente da república tomar posse cheio de comprometimentos com coisa alheias ao principal do plano de governo para melhorar as nossas vidas? Quanta inversão e subversão da democracia e nós assitimos a isso achando que "faz parte". Jamais. Isso é um esquema de chantagens para fazer marionete dançar. O presidencialismo está morto, esqueceram de enterrar e por isso vivemos num faz-de-conta. Uma bola de chumbo amarrada nos pés do desenvolvimento. Mudança do paradigma de político devia ser o "plano de voto do eleitor consciente". Ai, meus sais!

Nemerson Lavoura disse...

Perfeito. O comportamento do PSDB tem sido asqueroso - um verdadeiro festival de trairagem, com todo mundo de olho em 2010. Aliás, esse comportamento tem lembrado a população o lixo que foi a gestão tucana na Presidência de 1998 a 2002. O Alckmin estaria melhor se estivesse concorrendo por outro partido...

Peregrino disse...

Cara NG,

Faço-me parte do grupo que acredita que, quando a propaganda eleitoral televisada vier, tudo melhorará pela visualização e comparação dos candidatos e de quem os assessora. Se não, vejamos. Só para começar, enquanto o Alckmin tem Miguel Reale Júnior como uma espécie de auditor, o Lula tem o Berzoini. Cá entre nós, dá para comparar os dois? Seria como comparar um deus (Miguel Reale) com um chacal. É por isso que eu penso que, mesmo com as pesquisas atuais reflitindo alguma verdade (que eu não creio!), haverá uma virada se houver uma apresentação competente das pessoas.

Um abraço,

lenita disse...

Uma análise perfeita. Espero que chegue ao candidato Alckmin e o faça pensar na sorte que tem: ele já sabe quem são os traidores! É indecente o papel dos chefetes do PSDB, preocupados que estão com sua vida política e nada com o país. Era minha intenção votar, quando fosse a hora, em Aécio Neves, mas nunca mais.
Todos os meus amigos que vivem em SP são unânimes em elogiar e apoiar Geraldo Alckmin, como bom administrador, e como o melhor candidato a presidente, baseando-se no que viram ele fazer no Governo paulista. Portanto, não há desculpa para o tratamento que o PSDB e o PFL estão lhe dando.
Ainda está em tempo dele reunir sua equipe de campanha e impor os limites: não quer os pitacos nem o "apoio" invejoso e maldoso desse tipo de correligionário.
Parabéns, NG, por uma coragem que ninguém mais parece ter.

(N.G.: Era só o que me faltava...A mais aguerrida das combatentes vir elogiar a minha coragenzinha. Um beijo, querida)

abstrato disse...

de Jose Jorge sobre Lula - ""não trabalha, só viaja e bebe muito"....sinceramente, nao me sinto nem um pouco confortavel (e nao estou disposto) em ceder meu voto pra um coronel nordestino de meia pataca como esse cara...nao eh isso que eu espero do PSDB...se for pra trocar bronco por bronco, que fique o que esta la...furada das grandes do PSDB escolher esse desqualificado para integrar como candidato a vice-presidencia na chapa do Alckmin

Aluizio Amorim disse...

Nariz,

concordo com vc. Aliás, depois da convenção, escrevi que o candidado está posto. Sou daqueles que consideravam que o melhor seria Serra. Não foi. Sempre achei Alckmin fraco. Não me enganei. Mas, estando aí posto, é a alternativa que temos. E, se formos fazer bem as contas, Alckmin não é tão mau assim, embora seja profissionalmente fraco em termos políticos. Mas o que pesa mais contra ele é realmente aqueles que o cercam, um bando de incompetentes. Além desses, ainda estão ao seu redor os conhecidos "traíras". Entretanto, as evidências do descalabro petista, as mentiras e a roubalheira terão que influenciar os eleitores na hora da escolha. Vi e gostei do programa de TV do PFL, bem no meio do Jornal Nacional, pegando em cheio uma audiência obesa,atiçada pelo noticiário da Copa do Mundo. A campanha, a bem da verdade, ainda não começou para valer.

Abs
Aluízio Amorim
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