domingo, 5 de novembro de 2006

Direto do tanque (II)

"Eu trabalho com o imaginário da população. Em uma campanha nós trabalhamos com produções simbólicas. Não considero que exista aí desonestidade, pois o tema foi, pelo menos, discutido. É bom que a população fale e reflita sobre esses temas. No primeiro turno, analisando as pesquisas, eu vi que essa discussão poderia ser retomada. Enxerguei ali um "monstro vivo" que poderia ser jogado."

O trecho acima é da entrevista do marqueteiro de Lula, João Santana, para a Folha de S.Paulo de hoje.

Ele foi escolhido para abrir este segundo "Direto do tanque" - que é, lembrem-se, meu jeitinho para lavar a roupa suja da campanha presidencial - porque resume e ilustra, na minha opinião, uma das maiores falhas de marketing da campanha de Geraldo Alckmin.

No trecho em questão, Santana e Fernando Rodrigues estão falando sobre a forma como as privatizações foram utilizadas contra o candidato tucano. Mas a verdade é que a explicação de Santana poderia ser aplicada a qualquer tema de sua vitoriosa campanha.

"Produções simbólicas" é a senha para entender toda a campanha governista. Foi ela que permitiu a Lula apresentar um país perfeito, quando isto está muito longe da verdade. Foi ela que permitiu, no início do segundo turno, que a campanha de Lula afirmasse, como já comentamos antes: " o Rio Grande do Sul disse sim a Lula; Santa Catarina disse sim a Lula, etc" quando, na verdade, o presidente havia tomado uma surra eleitoral nestes estados. Foi, também, a idéia de "produção simbólica" que dominou a direção de arte dos programas de televisão. Para os menos ligados neste tipo de detalhe: as cores e ambientes da campanha de Lula eram absolutamente falsas. Iluminação e filtros garantiam que campos de um verde artificial e maçãs cinematográficas saltasse da tela , enquanto a produção de arte transformava qualquer fabriqueta de artesanato numa linha de montagem capaz de causar inveja às grandes indústrias.

E do outro lado, o que tínhamos? Do jurídico à direção de arte, tínhamos o senso jornalístico, a realidade nua e crua, sempre perseguida por Luiz Gonzáles e sua equipe.

Na campanha tucana, nenhuma acusação poderia ser feita sem que houvesse uma manchete de jornal a lhe dar sustentação - tente lembrar das muitas vezes em que a telinha da sua TV foi invadida por um recorte de jornal e entenderá a coisa. Esta orientação, que visava evitar direitos de resposta, ao mesmo tempo em que não ofendia às origens dos principais responsáveis pela campanha - todos jornalistas, tal qual o próprio Santana - , foi o nó que amarrou aquela diretriz maior: "candidato que bate não ganha." E, de fato, a exemplo do que acontece no futebol, o jurídico da campanha alckmista pode vangloriar-se de ter perdido o campeonato praticamente invicto. Infelizmente, "quem não faz leva", é a lição dos gramados a ser aplicada também aqui.

Do ponto de vista de direção de arte, os programas de Geraldo Alckmin, quando comparados com os de Lula, pareciam matérias de afiliada pobre da Rede Globo: cor lavada, nenhum tratamento cenográfico... Verdade, nua e crua, jogada na cara do eleitor. Já no primeiro turno indaguei meu tucaninho sobre esta questão - que me parecia ser um problema técnico. Recebi como resposta que era uma diretriz, um estilo proposital. Queriam um clima real, jornalístico. Durante o segundo turno, porém, fiquei sabendo que até eles começaram a achar que a coisa estava demais. Produzidos em São Paulo, os programas de Alckmin eram gerados, via Embratel, para Brasília - enquanto os de Lula, produzidos lá mesmo, eram encaminhados mediante a entrega de uma fita. Suspeitou-se, então, que o programa perdia qualidade ao ser gerado. Não sei se tal coisa foi comprovada. Mas, de qualquer maneira, a correção da falha técnica não resolveria um problema de natureza estratégica, que permeou a campanha desde o início: a opção pela verdade.

Reinaldo Azevedo, várias vezes, chamou atenção para o fato de que os pobres do programa de Lula eram mais bem vestidos, mais "ajeitadinhos" do que os de Alckmin. Ele estava certo: González mostrava o pobre brasileiro como ele é. Santana usava do expediente da produção simbólica para mostrar os pobres como eles mesmos imaginam ser. É a velha tática da butique que coloca no provador um espelho que emagrece: a cliente gosta do que vê porque há verossimilhança - é ela no reflexo - mas a verdade foi burlada para mostrar-lhe uma auto-imagem positiva.

Produção simbólica, produção simbólica, produção simbólica. É através dela que se sustenta o mito de um presidente-operário que há mais de vinte anos não sabe o que é trabalhar num chão de fábrica. É através dela que - leiam a entrevista - este mito pode oscilar livremente entre poderoso e coitadinho, sempre de acordo com a conjuntura.

Sabendo que "produção simbólica" é um termo acadêmico - talvez nada apropriado ao ambiente objetivo de uma campanha eleitoral - tentei encurtar caminho. Nas duas ou três vezes em que fui ouvida por quem poderia influenciar na campanha, tentei explicar de forma mais direta: " Fecho os olhos e vejo Serra, no debate da Globo de 2002, bancando o bom moço e dizendo a Lula que ele mentia, que jamais teria como criar 10 mihões de empregos. Vamos parar com estes pudores. No Brasil, ganha campanha presidencial quem mente melhor. Foi assim em 2002 e será assim agora."

Seria exagero dizer que me olharam com nojo. Mas é certo que não me deram ouvidos. O resto vocês sabem. Lula mentiu melhor. Lula é presidente outra vez.

20 comentários:

jml disse...

É fato. Campanha eleitoral é magia. Dizer o que querem que seja dito. Não o que PRECISA ser dito. Parece que as pessoas preferem se ver como se suas vidas fossem perfeitas, como se o país estivesse perfeito. Ou seja, ganha quem mente melhor. Não foi assim que LuLLa se elegeu em 2002 ? Tudo controlado, tudo planejado ? A esperança, agora já se sabe, não venceu o medo. Apenas a miragem e a fantasia venceram a realidade.

Julia disse...

Só por essa entrevista, lula já deveria ser impedido de tomar posse.

Mas como eles são incansáveis nos quesitos tiro no PÉ, e fogo amigo, brevemente darão o tiro de misericórdia...

maria helena rubinato rodrigues de sousa disse...

Querida NG, imagino a sua aflição, pois meço pela nossa a cada vez que a propaganda política entrava na casa da gente.
"Imaginar, é realçar o tom da realidade" (Gaston Bachelard). O senhor Gonzalez não precisava mentir, nem usar o expediente da produção simbólica, que já está sendo desmentido.
Bastava não mostrar a realidade nua e crua, que, creio, foi sua intenção.Deixasse nossa imaginação sonhar com coisa melhor.
Resultado, não convenceu ninguém que aquela realidade desapareceria com a chegada de Alckmin, nem deu a ninguém vontade de ficar assistindo ao programa.
O fato é que para casar, João Santana nunca. Mas para marqueteiro, o Gonzalez também nunca.

abstrato disse...

pow, mas nao eh nem o fato de mentir melhor...bastava falar a verdade, defender os avancos do governo FHC caramba! ao menos se perdia com corerencia, tinha-se um patrimonio de ideias a ser usado num futuro proximo...como gostar do Alckmin vendo ele desfilar de bone do BB??...ah nao da! realmente ver o Lulla tirar proveito do beneficio tecnologico que nos trouxe o capital privado foi de querer se matar!!!...inacreditavel!!! nem pra dizer que a Vale emprega mais pessoas hoje do que no periodo em que era estatal esses caras foram competentes! valha-me Deus!!!!! FHC clamou inumeras e repetidas vezes para Alckmin defender seu governo e seus avancos...no entantao quem fez isso, da forma mais deslavada possivel, foi o prizidenti e se deu bem....olha, vai ser dificil esquecer esse fiasco da campanha psdebista...perdoar entao, sera praticamente impossivel!!!

Jamanta disse...

Jamanta leu esse post como se o tivesse escrito. Todas as frases, colocações e argumentações eram conhecidas de Jamanta.
Mas estavam na mente de Jamanta como um redemoinho, como um rascunho de mesa.
O índio que apresentava os programas de Lula estava muito mais para Touro Sentado que pra Juruna, mas isso é apenas um detalhe. Mais um detalhe.
No primeiro turno Geraldo apresentou-se, mostrou a que veio e deu uma tacada de mestre com a sorte dos bons quando escancarou o dossiêgate.
No segundo turno: no debate da Band, mostrou a garra que metade da população queria ver, bateu e atacou, lavou a alma dessa parcela do eleitorado.
A outra parcela queria sonhar, queria circo de Soley e Lula tratou de fornecer a ela.
Touro Sentado e equipe mostraram como todos os pobres, menos um (você que está assistindo), já fazem parte do Brasil Soley.
E Jamanta via, apreensivo, que Geraldo não respondia (portanto consentia) quando Lula falava que isso era VERDADE e isso era DUVIDOSO.
Podia colocar vinhetas como as do Nerso da Capitinga em Goiás para desmoralizar as "verdades", sem entrar no jogo deles.
E dar circo pra valer.

Jamanta até imaginou uma peça de circo:
Fala do Nerso: "O Lula fala que não gostou da privatização da telebrás, mas num tem um cumpanhero dele que não anda com três celular no bolso, parece uma árvore de natal. Cê sabia que se a telefonia do Brasil fosse estatizada como o Lula quer você ia perder seu celular?
É verdade, a tecnologia do celular pertence ao estrangeiro, que o Brasil não tem. Já pensou o Lula com três telefonão no bolso arrastando aqueles fio compriiiiido?
E você, eu e todo mundo ia perder o celular e voltar pro orelhão de novo.
Isso é uma verdade, mas isso eles não contam.
Não volte pro orelhão, vote no Geraldão 45."

Coisas simples, engraçadas e que desmoralizam acusações fantasiosas.
Jamanta adorou o post de NG. Jamanta não sabia que sabia, até ler o post de NG.

Sharp Randon disse...

Serra perdeu para Lula porque falou a verdade.
Alckmin perdeu para Lula porque falou a verdade.
Eu perdi duas vezes porque repudiei a mentira.

Anulado disse...

Nada mais verdadeiro: Ganha quem mente melhor!

abstrato disse...

sei que muitos aqui gostam do Alckmin...eu apenas simpatizo...e hoje pra mim ele eh apenas um triste e gigantesco ponto de interrogacao...depois do comportamento esquizofrenico dele nessa campanha, nao sei dizer se ele eh contra ou a favor das privatizacoes...sinceramente, nao sei...eis um dos "meritos" dessa campanha marketeira psdebista malfadada: colocar duvida na cabeca de quem nao tinha.

vlady oliver disse...

Como sempre brilhante em seus comentários, gostaria de colocar uma pimentinha em seu tempero, querida. Conheço bem os intestinos de uma campanha política, pois participei de várias, como diretor de arte, que é a função de “dourar a pílula”, seja ela indigesta ou palatável. O problema aqui pode ser analisado por diversos prismas, mas todos tenderão a parecer desculpa esfarrapada de time perdedor. Precisamos considerar que já faz algum tempo que o político brasileiro pega sua mulher com outro no sofá e joga fora o sofá. Este deve ser o único país que, para evitar uma campanha vitoriosa como a de Collor, proibe a computação gráfica !!! Não devemos esquecer que o caixa 2 de campanha, os efeitos especiais, os showmícios e outras perfumarias vão sendo abolidas das campanhas, e que estas se tornaram extremamente desinteressantes, do ponto de vista financeiro. Só eu conheço algumas dezenas de profissionais que simplesmente ficaram de fora dessa briga, por não haver cacife para bancá-los ou porque não vale a pena enfiar a mão em certas lamas. Sobrou para fazê-las só quem alimenta um amor absoluto pela causa ou quem não tem pudores para aparecer com um texto como este com o qual este cidadão se apresenta. Pelamordedeus !!! Não encontrei meu cérebro no lixo para engolir tamanha desfaçatez, seja como eleitor ou como profissional. Isto tem um preço, minha querida. Já que elegeram um dia o “Macaco Tião”, deveriam tê-lo empossado, não é mesmo ?)

(N.G.: Oi, Vlady, só um detalhe: a computação gráfica - bem como as cenas externas - estavam proibidas apenas para os comerciais de televisão e não para os programas eleitorais.)

Peregrino disse...

Jamanta,

Peregrino não sabia que sabia, até ler o que você escreveu. Peregrino adorou o comentário de Jamanta.

Ranzinza disse...

Nariz Gelado,

Mas nem tudo na producao de um simbolo e' mentira deslavada, ou nao deve ser visto como tal necessariamente.

Dar uma aura de heroi ao candidato e' uma coisa natural, que faz parte da politica desde sempre.

Acho que fica a licao para que a nao-esquerda do Brasil construa seus mitos, seus simbolos. Em geral a esquerda e' muito melhor nisso, mas precisamos aprender com eles, no bom sentido e' claro.

(N.G.: Ranzinza, releia, por favor. Eu não disse que tudo era mentira. Disse que esta foi a forma que eu encontrei para explicar o que era produção simbólica para pessoas não afeitas a conceitos mais complexos.)

jorge nobre disse...

"No Brasil, ganha campanha presidencial quem mente melhor." Nariz, isso é a pura verdade. E não só para o Brasil, mas para todas democracia. E só um imbecil poderia acreditar que dois candidatos são iguais porque ambos mentem. É o mesmo que dizer que os dois são iguais porque ambos disputam o voto popular.

edu disse...

O PSDB pareceu aquele sujeito que precisa ir ao banheiro e está com vergonha : GET A LIFE!! Tinham vergonha das coisas que tinham feito: ASSUMAM. Sejam corajosos e não covardes. As privatizações e o plano foram as melhores coisas que aconteceram neste país. Mas a reeleição foi um erro. Assumam! NÃO, não assumiram, ficou aquela coisa pasteurizada, aquela geléia geral tudo igual. Daí, para que mudar? O povo deu a resposta nas urnas. Palmas pro PT, de novo!

Jamanta disse...

Vlady

Jamanta ri. Jamanta raramente rebate comentários, porque acha que todos somos livres para pensar como nos aprouver. Como o 'cidadão pelamordedeus' só pode ser Jamanta, então Jamanta responde.
Vlady diz que as campanhas de hoje não tem dinheiro suficiente para pagar os profissionais para teter a mão no mar de lamas.
Jamanta não meteria a mão na lama por dinheiro algum.
Vlady diz que proibir a computação gráfica é atraso, mas não se mostra tão avançado quando desanca Jamanta por causa do texto enviado por brincadeira, parodiando os textos de Nerso da Capitinga na campanha (vitoriosa) de Alcides, em Goiás.
Jamanta não vai dizer que Vlady está errado ou certo, vai apenas convidar Vlady a ver alguns clips da campanha de Alcides.
Se quiser pode acabar com Jamanta depois, que Jamanta não vai responder mais.
Jamanta agora é Jamanta Paz e Amor. Bobão. Hehe.

Veja o material de Nerso:
http://www.youtube.com/watch?v=PFKSjCfTjb8&mode=related&search=

(N.G.: Jamanta, sem querer me meter na discussão, acho que você entendeu mal. Me pareceu que o Vladi se referia ao João Santana. Beijos.)

Eliane Moura disse...

Qualquer um perderia pro Lulla, mesmo que fizesse uma campanha impecável. Lulla comprou governadores, prefeitos, votos, imprensa, pesquisas, espalhou boatos e o TSE nem se coçou.
Se é que não fraudaram as urnas e a apuração, tb!

Bjins, Eliane Moura

Jamanta disse...

Ato de contrição

Jamanta comentou comentário de Vlady pensado que tivesse sido dirigido a Jamanta e acabou entrando em outra seara que não a sua.
Jamanta agradece NG pela dica e retira o "Bobão" dirigido a Vlady.
Fica o convite para visitar os clips de Nerso na campanha de Alcides.
O link sugerido abre o agradecimento da campanha vitoriosa a Nerso, mas abre também diversos links para clips de campanha.
Jamanta agradece comentário de Peregrino.

maroto disse...

VAMOS FAZER CAMPANHA POR CONTROLE DE NATALIDADE?

No Brasil, a média de filhos da classe média p cima é de 1,8 (perto da Suécia q é 1,6), já nas classes mais baixas, esta média é de 5,8 (perto da África q é de 6,2).

Em 1970, éramos '90 milhões em acão...', hoje já somos mais de 180 milhões em somente 35 anos enqo países como Noruega mantém quase a mesma populacão p mais de 60 anos e é um dos países mais desenvolvidos.

Não está mais do q na hora de lutarmos p q seja proibido ter mais de 2 filhos/ mulher, pelo menos, por uns 20 anos p q tenhamos tempo e recursos p realmente oferecer uma vida digna p criancas já nascidas e mudarmos a mentalidade do assistencialismo irresponsável do pão e circo q está levando o Brasil à decadência moral e social?

Não incluo decadência econômica pq esta se deve, principalmente, a roubalheira q impera no governo c politiqueiros em negociatas imorais contra o país, ainda q esteja tb conectada ao aumento descontrolado da populacão e à falta de educacão, q a torna massa de manobra p se elegerem.

Continha tosca, mas...

Na melhor das hipóteses:

- As 2 criancas das classes média/acima crescem e são bem sucedidas na vida.

- As 6 criancas das classes mais baixas: 1 morre; 2 são bem sucedidas e sobram 3 sem condicões de se manter.

Haverá sempre 4 adultos trabalhando e pagando tributos para sustentar a eles mesmos e suas famílias (4 mais 2 filhos de cada= 12 pessoas) e sustentando mais aqueles 3 e suas famílias (3 mais 6 filhos de cada = 21 pessoas).

Isto é, serão 4 sustentando 33 pessoas.

Impossível resolver este deficit sem controle de natalidade sério e rigoroso.

vlady oliver disse...

Querida Nariz

Permita-me voltar a meu comentário para melhor explicá-lo, visto que suscitou algumas dúvidas. Me referi aos Joões mesmo. Não ao Jamanta, da qual me identifico bastante com texto engraçado e inteligente. Sequer sabia que ele tinha participado de campanhas políticas. Tomo o cuidado editorial de não explicitar quem eu critico não por medo ou patrulhamento, mas por dois outros motivos. Idiotas, especialmente aqueles que ascendem ao poder, são chegados a um controle, uma intimidação, uma interpelação judicial e outras formas de retaliação a que estamos sujeitos, por não se bastarem em degladiar na arena em que nos lançamos. São uns hipócritas. E não merecem o risco e a homenagem de verem seus nomes explicitamente escancarados num texto que lhes dê indevida visibilidade. Que continuem nas sombras. Quanto ao seu comentário, justifico-me. Referia-me não a esta eleição, mas àquela subsequente à eleição do Collor, pois foi exatamente o que aconteceu. A computação gráfica foi banida pois não havia quem não lembrasse daqueles dois "elles" viajando num trilho de trem. Tínhamos que fazer "computação gráfica" com cenografia mesmo, gastando uma pequena fortuna para esculpir logotipos em madeira ou acrílico e outras bobagens, por terem identificado que a força da computação gráfica, e não o apelo da figura, que tinham ganhado aquela eleição. O que insisto em dizer é que, enquanto continuarmos a culpar as chuteiras pela derrota na Copa, vamos continuar a pingar colírio no olho errado, se é que o jamanta me entende. Eu sei que ele me entende, he he he.

Claudia Nathan-SP disse...

Brilhante! Vc foi perfeita na argumentação. Eu sou totalmente contra marketing político ( ou qqr tipo de coisa que te force a pensar como vc não gostaria de pensar), pois o candidato não é uma mercadoria que se vc comprou e não gostou, joga fora. Vc tem que esperar 4 anos pra joga-lo fora, e se ele te ludibriar de novo, babau!

Peregrino disse...

Maroto,

Esse basilzão sem porteiras que deu vitória ao Lula é resultado desse descalabro de taxa de natalidade superior a 5,8 filhos por casal, em média, a que você se refere. Quanto mais baixo o nível de renda, maior o número de filhos. E quanto maior a "verba" do Bolsa-Família, maior será o incentivo ao crescimento do número de fihos por casal. Conheço uma família no interior de Minas Gerais (Vale do Jequitinhoha!) que teve vinte e três filhos (número assustador!), com o a argumento da "Garantia de uma velhice tranqüila!" É isso aí! Para esas pessoas, filho é um fator de produção. E o Lula (e outros, por que não?) tem se aproveitado disso com maestria. Como resolver isso? Educação! Essa é a palavra mágica. Investimento em capítal humano (os filhos continuam sendo fatores de produção, só que mais produtivos!) torna as pessoas mais produtivas e, em razão disso, menor crescimento da população gera maior riqueza e menor incidência de crimes (menos criminosos nascidos é igual a menos criminosos existentes!). Logo, em vez de limitar a natalidade por decreto, por que não impor a educação por decreto? Não seria mais fácil?