terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Ideli nos desafia e afunda um pouco mais a imagem do Congresso Nacional

O que eu lhes disse no post anterior, redigido logo que saiu a decisão do STF?

Disse que antes do final do dia, alguém viria à mídia para falar em "disputa acirrada entre os poderes". E sugeri que os parlamentares não entrassem nesta canoa, pois ela era furada - e só serviria para afundar, ainda mais, a imagem do Congresso Nacional. Eles que tratassem de engolir a lição de moral que o STF se obrigou a dar-lhes. Que baixassem a crista e contivessem a ganância fincanceira para bem aprender com o episódio.

Acontece que, desta vez, até eu subestimei o empenho do lulo-petismo para avacalhar com a política nacional. Pois ao invés de sugerir que o STF estava pedindo briga com o Congresso, Ideli Salvatti foi mais fundo: resolveu ela mesma declarar guerra ao STF.A lider do PT no senado vai apresentar uma PEC que fixa em R$ 16,5 mil o teto do funcionalismo público - contrapondo o teto atual do STF, de R$ 24,5 mil, ao qual Ideli, até ontem, queria se equiparar.

Ao insuflar a bancada do PT e o restante do Congresso a acompanhá- la em mais uma iniciativa que visa criar a sensação de que nossas instituições democráticas estão em estado de completa bagunça, a senadora deixou claro que está, também, comprando briga com a opinião pública: "Tem uma reação ensurdecedora da opinião pública contra os R$ 24.500. Se a reação é verdadeira, e eu acho que é, é porque não pode haver esse teto de R$ 24.500. Os ministros do STF ganham R$ 24.500 e ainda vêm dar palpite aqui."

Entenderam?

Ideli Salvatti, que declarou não ter pulso para votar contra a maioria naquela reunião de quinta-feira passada, quer, agora, nos colocar contra parede, nos medir, para saber se nós temos pulso para protestar contra os ganhos do STF.

Pois eu acho que, pela demonstração dada ontem, os Juízes do STF estão merecendo ganhar os tais R$ 24,5 mil. Bem vimos que podemos contar com eles para barrar as besteiras que a senadora Ideli e seus colegas intentam.

Já os nossos parlamentares, Ideli inclusa, não merecem nem os R$16,5 mil - principalmente, aqueles que não se dão conta de que a base governista vem trabalhando, metodicamente, pela desmoralização da classe política e o conseqüente fortalecimento do populismo que reelegeu Lula.

6 comentários:

abstrato disse...

eh claro e notorio que ministro do STF merece ganhar o que ja recebe ou ate mais...trata-se do apice da carreira da magistratura...quem la chega tem dominio amplo da constituicao brasileira, eh referencia em conhecimento juridico e DUVIDO que a nobre senadora tenha as mesmas qualidades para exigir equiparacao salarial...comparar salarios de parlamentares a juizes do STF eh um absurdo, um descalabro, eh fazer um tipo de politica da mais vagabunda e rasteira, pois um ze da budega qualquer pode vir a ser deputado ou senador, ja se tornar um ministro do STF, trata-se de tarefa impossivel.

maria helena rubianto rodrigues de sousa disse...

Todas as campainhas de alarme estão tocando. Todas! Essa manobra indecororsa da ideli salvatti é aquele tipo de esperteza que lhe serve tão bem.
Mas pior do que isso é a preocupação pública demonstrada pelo Presidente da República e por seu ministro TGenro: estão muito ASSUSTADOS com a péssima imagem do Legislativo.
Não são cidadãos bolivarianos? Ora se são! Essa é a República Bolivariana em roupa de gala!!!!!!!!!!

Porta Torta disse...

Acertou em cheio, NG! (está com créditos positivos agora, após a nossa má sorte no segundo turno, né...)
Permita-me recolocar o que uto-piei no Noblat:
Utopias ?!possíveis?!:
Para o legislativo:Tião Viana e Ideli poderiam propor, junto com Aldo, o comunista fiel, e Renan, o capitalista fiel, a extinção de salários para os representantes eleitos pelo povo da utopia peto-comunista do Brasil, afinal os parlamentares poderiam viver de uma Bolsa-Democracia para dar exemplo para as elites insensíveis.

Para os cargos do Judiciário, o teto poderia ser até triplicado, mas admissão apenas de profissionais de carreira, onde o mérito é que valesse, acabando-se a indicação do Executivo. Para a transição, aposentadoria compulsória para todos os indicados, e para os que permanecessem, extinção de férias enquanto não diminuíssem as pilhas de processos a níveis internacionais...

Para o Executivo: torcer para que 4 anos passem depressa, e que Deus se apiede de nossas almas...

Robson disse...

Quer me parecer que muitos parlamentares, dentre eles a preclara dona Ideli, não são muito fã de nossa Constituição (que pode não ser a melhor, mas é a que temos).
Vira-e-mexe, se tentar burlar a Carta Magna, talvez como estratégia para aquela proposta de Assembléia Constituinte extemporânea apregoada pelo "guiadeles".
Quanto ao aumento de subsídio (eles não tem salários), fiz uma postagem lá no Blog com um "projeto de lei", com o título "Vai Encarar?". Duvide-o-dó que algum depufede, como diria Sérgio Porto, tenha coragem e brio para propor algo parecido.
Abraços

LonelyStar disse...

Nós catarinenses sabemos que a senadora Ideli é uma despreparada e passional.
Tem assumido o papel de defensora do governo Lula, mas é incapaz de explicar questões básicas, como por exemplo o caso dos outdoors na BR-101.
Aliás, explicar origem do dinheiro não é o forte da senadora, nem de seu partido.
Ela, seu partido e aliados são responsáveis pela pior performance de um ano legislativo na história.

Julia disse...

Elles não conseguem apagar nem a fogueira que criaram por aqui...


e lula virou bombeiro da crise Boliviana.


Pobres bolivianos !!!