segunda-feira, 7 de maio de 2007

Enfim, uma campanha ecológica que tem o meu irrestrito apoio

A ONG britânica Optimum Population Trust (OPT) está lançando hoje sua proposta para a redução do aquecimento global: controle de natalidade.

"Uma estratégia para o clima baseada na população envolve menos dos impostos, das regulamentações e dos outros limites à liberdade individual e à mobilidade hoje considerados como resposta às mudanças climáticas", dizem eles.

Gostou? Leia os detalhes aqui. Ou visite a página da OPT.

8 comentários:

Ângelo da C.I.A. disse...

Saiba você e seus companheiros da OPT que encontram em mim um inimigo: Há 1 ano e 5 meses veio à luz minha primeira filha que, como todas estas crianças da burguesia capitalista, incentiva a produção de toneladas de fraldas descartáveis, uma das "Bestas" do aquecimento global.
Não contente, está previsto para o mês de setembro mais uma máquina poluente em minha casa. E se preparem: Se não for menino, sem ligar para todas as mazelas que os seres humanos fazem ao Planeta Terra, deverei tentar mais uma vez! O único problema para esta hipótese é que minha esposa não acompanha minha irresponsabilidade ecológica, ela acha que dois filhos já tá bom demais.

(N.G.: Ângelo, meu amigo...Acho que você está comprando inimigos por nada. O alvo da campanha não são os casais que pensam a família de forma planejada - que o testemunho do diálogo entre você e sua esposa, demonstra ser o seu caso. Mas é inegável que famílias pequenas - conceito já amplamente aceito nos países civilizados - desoneram não apenas o meio ambiente mas, sobretudo, o Estado - principalmente nos países subdesenvolvidos. Tomar, pois, como "inimigos" uma ONG que se propõe apenas a fazer uma campanha de conscientização neste sentido - e uma blogueira que a apoia - soa quase como uma tentativa de querer calar as opiniões divergentes. Porque é apenas disto que se trata: opiniões. Ninguém está pensando em bater na porta da sua casa, exigindo que você desista do terceiro filho.) .

O Editor! disse...

NG,

Ótimo link. Ótima notícia. Precisamos de conscientização de casais e planejamento familiar. Não é possível existir casais que, não podendo nem sustentar a si mesmos dignamente, "resolvam" ter 7, 8, 9 filhos. O Governo é onerado. O povo é onerado. O meio-ambiente é onerado. É só ver a Represa de Guarapiranga e a Represa Billings aqui em São Paulo. Em parte o crescimento desordenado vem do crescimento desordenado das famílias.

Beijos,

O Editor!

Marcos V disse...

NG a idéia é muito boa. Mas eu acho que só vai surtir efeito lá no primeiro mundo. Aqui em baixo maioria das pessoas ainda se comportam como os homens das cavernas: ve a procriação como uma coisa fora de série. Qualquer animalzinho procria sem planejamento. Nós deveríamos pensar antes.

Robson disse...

NG, não me interprete mal. É apenas um exercício de pensamento, OK?
A proposta sobre planejamento familiar em nossa sociedade, pressupõe Educação e (Ô, curso básico da PUCSP) consciência crítica da realidade local, tanto do meio social em que se vive, quanto da própria família. Para realidades diferentes, imagina-se que haja caminhos diferentes. Ao se falar em controle da natalidade, fala-se em controle populacional. Ao se ligar o controle populacional ao aquecimento global, supõe-se a pretensão de um controle populacional também global. O risco existe em se adotar medidas provisórias (oops) ou leis nesse sentido, sem se pleitear o mais importante, a Educação.
Vamos para a outra ponta do iceberg. Com o avanço da ciência e medicina, a expectativa de vida do ser humano aumenta. Contudo eutanásia ainda é um tabu. Será que daqui a pouco não surgirão defensores de limitação da expectativa de vida? Pense bem, fim de aposentados que "oneram" a arrecadação de governos, redução de filas dos serviços públicos de saúde, extinção de preocupações com o pessoal da terceira idade.
Tá bom. Exagerei, não é? Mas trata-se de controle populacional do mesmo jeito. Não sei se tais controles, na realidade, não se afiguram como de regimes de excessão, tipo nazismo, ou o comunismo da China (parece que lá o controle da natalidade é tutelado pelo Estado). Enfim, como eu disse no início, é mero exercício de pensamento. Vou reler Huxley. rsrsrsrs

O Editor! disse...

Só corrigindo a última frase do meu post abaixo:

"Em parte o crescimento desordenado DAS FAVELAS NO ENTORNO DESSAS REPRESAS vem do crescimento desordenado das famílias."

Ângelo da C.I.A. disse...

Imaginei que tratá-la por inimiga e usando os bordões emblemáticos, ficaria bem claro que se tratava de uma brincadeira. Enfim, saiba que nem tudo de que discordo me faz declarar guerra ou criar inimigos. Na fila de meus prováveis inimigos você está muito próxima do final.
Só não sei se os baixos índices de natalidade nas nações desenvolvidas têm realmente algo de "consciência ecológica". Eu prefiro pensar que isto se deve mais a um pragmatismo econômico ( crianças custam caro ), um planejamento individual ( crianças podem atrapalhar carreiras profissionais ) e, porque não, uma maior consciência de como evitar gravidez. A tal consciência ecológica destas nações desenvolvidas se existe é um detalhe no resultado destas baixas taxas. Eu até provaria isto com um gráfico que relacionasse taxa de natalidade x uso de termoaquecedores, estes sim inimigos da natureza e que só existem pela cupidez ocidental e capitalista. Mas juntar dados tão distantes em gráfico para provar uma tesezinha ridícula é coisa para freaks ou delfins da economia!

Renato U Souza disse...

NG

Isto pode ser uma estratégia para aprovar no futuro um controle populacional forçado, com abortos obrigatórios, "eutanásia" de velhos e deficientes físicos. Além disto é muito estranho que isto aconteça justamente na Europa, cuja população nativa decresse (e se tornará talvez, no futuro, inferior aos imigrantes mulçumanos e descendentes).
De qualquer forma, a iniciativa toma como certa a idéia de que a principal causa do aquecimento global é a ação do homem. Quem estuda um pouco de história, sabe que a temperatura é muito variável atraves dos séculos. Isto é causas naturais NÃO BEM CONHECIDAS, NEM BEM QUANTIFICADAS, produzem aumentos e diminuições da temperatura EM VÁRIOS GRAUS.

(N.G.: Renato, a depeito da crise agrícola européia do século XIV, provocada pelos desmatamentos do século XIII, sou totalmente avessa a este papo de aquecimento global - quem me lê com freqüência sabe. Apenas que entre parar de usar automóvel e ver as famílias do terceiro mundo diminuírem, fico com a segunda opção - no mínimo porque ela colaboraria em muito para a solução dos problemas sociais. Quanto a servir para "um controle populacional forçado, com abortos obrigatórios, "eutanásia" de velhos e deficientes físicos", acho que aqui - como em tudo - depende de nós nos deixamos ou não nos levar por tal sandice, por ora apenas imaginária. Mas planejamento familiar - que é o que está sendo proposto, note bem - é algo importante. Não entendo a resistência.)

Soube? disse...

Nariz, se você procurar post antigo seu vai achar um que argumenta não ser o homem e nem o desenvolvimento, o causador do aquecimento global e sim o aquecimento do sol e por conseguinte da terra. Que é cíclico.
Mudou alguma coisa?
Eu não entendi o que o nascimento de bebês tem a ver com o aquecimento global. Mais puns? É isso?

(N.G.: sobre a minha posição, creio que a minha resposta ao Renato, abaixo, esclarece tudo. Sobre a posição da ONG, seria bom ler a matéria: não são os bebês, mas o fato de que eles crescem e viram adultos que poluem. A ONG defende que se o mundo todo conseguir uma redução de 60% nos níveis de emissões de CO2 até 2050 , como recomenda a ONU, isso será praticamente anulado pelo crescimento populacional no período.Por isso ela se dedica a estimular o p-l-a-n-e-j-a-m-e-n-t-o- familiar. Novamente, pergunto: qual é o problema em se estimular, sugerir (não obrigar) que uma familia seja planejada ou mesmo que as família sejam pequenas? Que ânsia é essa de colocar gente no mundo? )