terça-feira, 30 de outubro de 2007

No limite

A crueldade do ser humano com os animais anda chegando às raias do impossível.

Outro dia, foi aquela barbárie abjeta em Honduras.

Agora isso, na África do Sul.

Há coisa de dez anos, uma amiga estava parada em um semáforo quando viu um carroceiro açoitando seu cavalo - o animal, espumava e já estava com as patas traseiras arriadas.

Pois minha amiga desceu calmamente do seu automóvel, tomou o relho do inadvertido carroceiro, e deu-lhe uma bela surra.

É claro que a história terminou na delegacia - e ela se incomodou por um bom tempo com o processo.

Mas eu começo a pensar que a delegacia - e a incomodação dela decorrente - é a única saída.

4 comentários:

jânio disse...

Não esqueça do tubarão martelo na Barra da Lagoa...

(N.G.: é verdade, jânio. E do miserável que matou aquela cadelinha a facadas. Ou daqueles outros, em Pelotas, que arrastaram a Pretinha. A coleção de horrores é enorme - e a legislação, uma vergonha)

Tia Cris disse...

Nariz, pela primeira vez não abrirei nenhum link de um post seu. Esse é o tipo de coisa que estraga meu dia. Já fui voluntária num grupo de proteção aos animais em Porto Alegre e parei de freqüentá-lo por não aguentar ver tanta maldade que o ser "humano" é capaz de fazer com criaturas indefesas.

bruno disse...

lembro-me da única vez que vi um programa da luisa mel, aquela loirinha-gracinha. foi achado um pastor alemão, acho, no meio da rua, morto, vítima de maus-tratos e coisa e tal. indignada, depois de muito perguntar luísa achou o dono do cachorro, o responsável por aquela crueldade. invadiu a casa do sujeito, ou barraco, sei lá como se chamaria aquilo. não tinha nem água encanada, pelo que deu pra ver. a parte em que o cachorro ficava era cheia de cocô, era um horror. que não era muito diferente da parte em que os donos ficavam, isso luisa mel parece não ter levado muito em consideração. os donos, eles mesmos uns animais pois tinham tanta humanidade quanto um personagem-vítima de graciliano ramos, não entenderam nada. ouviram as terríveis ameaças que luisa fez com uma cara que continha um misto de coitadismo e dúvida.
luísa mel jurou vingança. disse que ia tomar todas as providências cabíveis e tudo.
aonde eu quero chegar já deve ter ficado bem óbvio; uma vida canina não deveria valer mais que uma humana. eu acho bonitinho vocês se preocuparem assim com os animais, e tudo, mas um cachorro é um cachorro. se maus-tratos valem um olhar de repúdio moral, ir bem além disso seria, aí sim, desumano.

(N.G.: a diferença, bruno, é que aquela gente que estava vivendo no meio do cocô não estava amarrada ali. Além disso, poderiam reclamar, protestar e - por que não, já que muitos o fizeram? - sair da merda por seu próprio esforço. Muito diferente de um animal que sofre maus tratos por estar amarrado ou imobilizado. Por fim, esta sua argumentação de que quem se preocupa com os animais se preocupa menos com os humanos é típica de um filho-da-puta demagogo. )

jml disse...

NG,

Eu realmente gostaria de dizer algo, mas, sinceramente, nada me vem agora.

Quando li sobre o tal "artista" de Honduras, fiquei sem dormir. Repeti a dose ontem. Do outro, sinceramente, não tive nem coragem de abrir o post.

Parabéns por seu comentário e, principalmente, pela resposta que vc deu.

Esta história de dizer que não deveríamos nos preocupar com animais é pura demagogia.

Até porque, por experiência própria, já vi que é uma questão apenas de grau. Quem faz barbáries com animais, cedo ou tarde, fará com humanos também.

Quer um exemplo ? Muitos dos piores assassinatos, aqueles onde o assassino retalha a vítima e coisa e tal, são feitos por gente que trabalhou ou trabalha com abate de gado.

(N.G.: obrigada, Jml. Também fiquei sem dormir por conta do ocorrido em Honduras.)