Durante a tumultuada sessão desta madrugada, por várias vezes se ouviu o protesto vindo de indignados senadores da oposição:" O governo está desmoralizando o Congresso Nacional!!". Ora foi porque Romero Jucá comparou o Senado com a favela da novela de Aguinaldo Silva, ora porque o mesmo Jucá usou de uma descarada malandragem - a retirada da urgência da MP que estava trancando a pauta - para que fosse votada logo a MP da TV Pública. Volta e meia a frase se erguia em meio à balbúrdia.
Por volta das 2 horas da madrugada, o senador José Agripino Maia subiu à tribuna para avisar que seu partido acompanharia o movimento de retirada sugerido por Arthur Virgílio. Fez, então, uma observação que ilustra bem o petismo: enquanto o tumulto se instalava no Senado Federal, Sibá Machado, Ideli Salvatti e Aloísio Mercadante estavam às gargalhadas.
Embora chocante, a cena não surpreende. Ao contrário: gargalhar enquanto o Senado passa por mais uma desmoralização é uma postura que está em total coerência com a atuação rotineira destes três. Avacalhar reuniões de CPIs - uma especialidade de Ideli Salvatti, que foi rapidamente assimilada pelo neófito Sibá - e sessões do senado são apenas as formas mais visíveis de promover esta desmoralização. Trabalhar pelo aumento dos parlamentares em momento de crise ou pela absolvição de Renan Calheiros, como fez Mercadante, está entre as levemente mais discretas. O mensalão era uma daquelas que deveriam ser mantidas em segredo - mas, uma vez que tal coisa não foi possível, aquelas muitas pizzas, assadas com ajuda da própria oposição, trataram de colocar mais lama no buraco escuro e fétido em que este governo enfiou o Congresso Nacional.
Ideli, Sibá e Mercadante rindo da esculhambação geral? Queiram me desculpar, mas isto está longe de ser novidade. E dezembro de 2006 eu dediquei quase uma semana ao tema "desmoralização do Congresso Nacional". Como nada de novo há sob o céu de Brasília, eis os links.
A quem interessa a desmoralização do Congresso Nacional
Renan e Aldo garantem nova humilhação para o Congresso Nacional
Ideli nos desafia e afunda um pouco mais a imagem do Congresso Nacional
6 comentários:
O interessante é que mesmo com toda a desmoralização orquestrada ninguém se manifesta oficilmente a favor da extinção da suprema pocilga.
Ricardo Rayol,
Que o SF é uma pocilga, das mais fedidas, é questão transitada em julgado. O problema é que sem ela, a pocilga em que tornou o Brasil seria bem mais fedida. Como os trapalhões do Planalto querem mais é que o país se exploda, mandam seus áulicos defenderem a extinção do SF. Ora, meu amigo, esse seu discurso (suponho que seja de boa fé) está, exatamente, na mesma linha defendida pelos porcos petistas.
Para, pelo amor de Deus, que eu quero descer, não aguento mais, sinceramente me sinto enojada.
Rayol
se com a pocilga, a quadrilha petralha já deita e rola, imagine, sem ela!!!
esta desmoralização é tudo que a escória petista quer, para que qualquer hora destas, o chefe da sofisticada organização criminosa possa vir à público anunciar o fechamento do congresso, "para livrar o Brasil de tudo isto que está aí" e com o apoio dos ditos "movimentos sociais"...
pois é, Ricardo. o congresso é uma pocilga mesmo, mas não podemos ficar sem ele. não enquanto formos governados por uma quadrilha disfarçada de partido político. se um dia esta quadrilha estiver atrás das grades, poderemos sim diminuir o congresso, aliviando o bolso do contribuinte de sustentar a tantos vagabundos, mas jamais poderemos ficar sem ele.
(N.G.: é como eu sempre digo.. É uma pocilga. Mas é a nossa pocilga.)
É isso aí, Nariz. Deixa a pocilga por lá, pois daqui a pouco, tiram essa nossa pocilga e a pocilga do judiciário. Aí, de lascados passaremos a destroçados.
Em conversa com parte da imprensa brasileira e chilena na manhã de ontem, Thomas Shannon, o número um da Secretaria de Estado para a América Latina, disse que a OEA (Organização dos Estados Americanos) "precisa fazer mais em relação à ameaça de atores transnacionais".
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1303200801.htm
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Enquanto o PT tem uma organização "transnacional" a oposição não arrisca fórmulas de união assumindo perante a enorme massa de eleitores esclarecidos de São Paulo que há sim um inimigo da democracia a ser abatido.
S.R.-http://narizgelado.apostos.com/archives/2008/02/deixa_que_eu_ex.html#comments
Gostei desse Thomas Shannon. ;)
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