A mim interessa menos quem a "locomotiva" paulistana pode catapultar para 2010. No momento, me interessa mais a quem ela pode enterrar para um futuro próximo.
Água fria nos planos de Gilberto Kassab, o apoio de Fernando Henrique à candidatura de Geraldo Alckmin vai, provavelmente, suscitar uma candidatura independente por parte do DEM - muitos analistas de respeito, aliás, consideram que o rompimento entre tucanos e democratas atingiu, por conta da prefeitura de São Paulo, um patamar irreversível.
Eu penso que, uma vez que se sinta forte para tanto, o DEM tem todo o direito de apresentar uma candidatura própria para tentar manter um posto tão importante quando a prefeitura de São Paulo. Por outro lado, o DEM não tem o direito de colocar no lixo tudo o que conquistou ao longo de 2007. É um risco que o partido não pode se dar ao luxo de correr num momento que é decisivo para a construção de seu capital simbólico.
Portanto, se vai se apresentar para a briga, é bom que o DEM pense duas vezes antes de fechar alianças. Aquele velho ditado "diga-me com quem andas" deve ser levado muito a sério por um partido que acaba de renovar, com um sucesso considerável, a sua imagem.
Este não é, notem bem, o caso do PSDB. Porque, se é verdade que o DEM se renovou neste último ano, o PSDB só fez piorar. Começando com a aquela carona de Arthur Virgílio no Aero-Lula, logo no início do mandato presidencial, passando pela insistência do partido em seguir apoiando Eduardo Azeredo e encerrando com a vergonhosa atuação dos governadores tucanos na campanha para o fim da CPMF, o PSDB desceu a ladeira da credibilidade enquanto oposição.
Portanto, não é de se admirar que Geraldo Alckmin tenha conversado, outro dia, com Orestes Quércia. O mesmo vale para a aliança com o PT que os tucanos estão alinhavando em Belo Horizonte. Nada disso provocará estranhamento num eleitor que está acostumado a um PSDB sem consenso para coisa alguma - e que vive a emitir mensagens dúbias a respeito do lulopetismo.
Para o recém-reformado DEM, no entanto, a coisa é diferente. Se, por um lado, apresentar uma candidatura própria pode colaborar para a boa imagem do partido, por outro, unir-se a gente de imagem duvidosa para ganhar esta eleição pode ser fatal. Basta uma aliança errada, um passo em falso, para que o partido perca todo o bom trabalho realizado neste último ano. Os programas de rádio e televisão, o esforço para lançar a imagem de um partido realmente oposicionista, coeso e firme no combate à corrupção - e à derrama promovida pelo governo Lula - pode simplesmente se perder.
Logo, senhores democratas: romper com o PSDB e lançar candidatura própria, sim - é uma atitude que pode reforçar a vossa independência. Mas fazer qualquer negócio para ganhar esta eleição, colocando em risco a imagem e o futuro do partido, não... Absolutamente não. A prefeitura de São Paulo vale muito. Mas não vale tanto assim.
9 comentários:
E A CPI DAS ONGS?????????????????????????
A coragem moral para enfrentar o GRANDE RALO DE DINHEIRO PÚBLICO, eu quero ver, tanto por parte do Democratas quanto dos tucanos.
Ambos demonstraram coragem na derrubada da CPMF.
Para um partido que perde suas bases no Nordeste, para o Democratas há apenas esse caminho.
Concordo.
O D25 só tem uma alternativa: lançar candidatos em (pelo menos) todas as capitais. SPaulo inclusa. E em 2010, um(a) candidato(a) a Presidente. No mínimo será o fiel da balança em um eventual segundo turno. Isso se o próprio D25 não acabar surpreendendo. Apoiar José Serra e o PSDB para quê ??? Por que ??
Putz. Essa doeu.
Acontece que o DEM não tem peso nenhum em São Paulo. Kassab foi uma ótima revelação, ninguém esperava nada dele. Se Alckmin naõ entrasse no páreo, teria chances. A esperança, caso ele resolva sair independente, é que seus eleitores votem em Alckmin num provável segundo turno, que tem ligeira preferência em relação a Marta Favré.
Convenhamos, o DEM ficar outra vez com a prefeitura paulistana seria uma vitória e tanto. Menosprezar o peso de SP numa candidatura é bobagem. Resta, como você disse, que não faça loucuras e se alie a partidos que não dizem nada, e só fazem alianças a troco de dinheiro.
São Paulo não vale 1 níquel furado, Nariz. Vai acabar dando a botocada novamente porque o Geraldo e o Kassab brigarão entre si. Esperar o DEM firmar-se como "a" oposição aos lulopetistas, é a mesma coisa que esperar a ajuda de Deus. Sempre em vão. Preciso urgentemente de um partido conservador pra chamar de meu. Preciso urgentemente de uma Thatcher. Mas aqui no Bananão? Como diria o Quevedo, isto não "ecxiste". Estou meio desconsolada hoje, não repare.
Eu devo ser um estranho no país das maravilhas.
Não consigo perceber as diferenças entre o PT, o PSTU, o PSDB, o PFL(agora DEM) e todos o outros.
Para mim, tanto faz o kassab, o alckminn ou a marta em S Paulo; o cesar maia ou o crivella no Rio; o requião ou o lerner no Paraná; yeda ou tarso no Rio Grande do Sul. Todos alinham-se automáticamente com qualquer protoditador, se a moeda de troca for promessas de poder e de dinheiro.
(N.G.: certo, Luiz. Acontece que o país está aí e precisa ser gerido por aalguém. Quem você sugere?)(N.G.: certo, Luiz. Acontece que o país está aí e precisa ser gerido por aalguém. Quem você sugere?)</em
Mesmo considerando a imprtância de São Paulo não vejo nenhuma mossa causada por este estado no contexto político brasileiro. O apedeuta e seus asseclas continuam independente de quem tenha o controle da locomotiva.
Sou de São Paulo. Não sou daqueles que acredita no papo furado que o eleitor de São Paulo tem mais consciência e outras balelas.
Como o PT teve seu berço por aqui, os Paulistas os conhecem a mais tempo e portanto os rejeitam mais.
Creio que Marta tem voto, mas não ganha, assim como Maluf tem voto, mas não ganha.
Alckmin, a quem eu admirava como governador e acreditava como candidato a Presidente, tornou-se um estorvo, só faz asneira, perdeu a visão estratégica, mas tem voto e vai dividir as oposições para 2010.
O partido do futuro hoje passa a ser o DEM. Mas talvez seja um futuro para 2018.
O imediatismo político nada constroi. Que seja então em 2018, mas começando pela candidatura de Kassab em 2008 e não com aliados contamidados.
Se Maluf não entrar na disputa é até possível um segundo turno entre Kassab e Alckmin.
O PT é malufista agora. Este é o PT!
NG aproveito para registrar que sou leitor diário do seu blog.
Em resposta a sua pergunta no horário 06:13h: "Quem vc sugere?".
Não sugiro ninguém. Minha aposta é no longo prazo; Nas futuras gerações. Enquanto isso contínuo votando nos candidatos do DEM, que considero um partido socialista, mas é tido como conservador. E nunca voto no mesmo candidato, na ilusão de que fazendo assim aconteça o rodízio nos cargos eletivos. Vai apenas o meu voto, jamais expectativas positivas ou indicações de voto. E adianto a resposta. Sou sim um pessimista.
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