sábado, 21 de março de 2009

Se não tá rasgando, tá valendo

Não adianta mandar cartinha para o presidente americano. O Protógenes vai precisar fazer bem mais do que isto para me convencer de que está maluco - coisa de que a blogosfera, em especial a blogosfera oposicionista, parece cada vez mais propensa a aceitar.

disse outro dia que este "desequilíbrio" do Protógenes é fake - uma tentativa de parecer aloprado porque a momentânea alopração vai lhe garantir a aposentadoria e livrar a cara do chefe.

Só que ele segue com o teatro e eu sou obrigada a adotar uma nova hipótese - que, não necessariamente, exclui a anterior. A alopração do Protógenes é como aquela do Silvinho Pereira - um recadinho do tipo "olha que eu falo tudo". Não fosse isso, o delegado já teria chamado a Veja (sim, ela mesma) para contar tudo o que sabe. Mas não: ele prefere ficar lançando revelações a conta-gotas no seu site, nas palestras e em entrevistas que nada trazem de novo.

Corrupção - e corrupção na escala mais alta do executivo - é tema sério demais. Quando o assunto é este, gente realmente séria fala tudo - ou nem começa a falar. Daí que, infelizmente, a postura do Protógenes indica que ele quer negociar. Com quem? Não sei - perguntem a ele.

Mas, então, o Protógenes não é megalomaníaco, NG?

Olha, eu não sou psicóloga mas acho que ele é, sim. Ocorre que é megalomaníaco dentro de limites razoáveis de sanidade. E, como bom megalomaníaco, na hora 'fakear' um alopramento, Protógenes apenas potencializou um traço de sua personalidade, entendem? Se eu fosse fingir um acesso de loucura, por exemplo, sairia quebrando tudo - algo bem de acordo com a minha mania de jogar coisas e bater portas e gavetas quando estou, vamos dizer assim, levemente contrariada.

Ok... Dizem que Protógenes foi reprovado no psicotécnico da Polícia Federal. Ele também arquivou sua pseudo biografia com um nome inacreditavelmente pomposo e, agora, mandou uma cartinha para Barack Obama. Mas, como já dizia minha avó, coloquem uma grana gorda na mão dele. Vamos ver se ele rasga.

8 comentários:

Kika Albuquerque disse...

NG, minha avó dizia que "maluco só cai onde houver um sofá macio".

Espero que alguém faça o teste que vc propôs. Grana preta na mãozinha do Protó...duvido que rasgue.

Gian disse...

Bem, até acho que parece caso de manicômio judicial, mas, se foi reprovado no psicotécnico, que estaria ele fazendo com um distintivo de delegado?
Deporia ainda pior contra a instituição tão maltratada pelo lulo-petismo.

Paulo Araújo disse...

NG

Sem desconsiderar a ponderação sábia da sua avó, apenas ressalto que os indícios de paranóia são evidentes.

Um caso célebre de paranóia nos fins do século XIX é o do juiz Shreber, presidente da Suprema Corte da Saxônia. Depois de sete anos internado em hospitais psiquiátricos, Schreber escreveu as Memórias de um doente dos nervos, nas quais relata situações delirantes relacionadas ao poder.

Entre outros, Elias Canetti (Massa e Poder) analisou o caso Shreber. Para Canetti a paranóia do juiz liga-se diretamente ao poder. Ela seria o padrão de normalidade dos homens com o advento da sociedade de massas. O sentimento do mundo como catastrófico (no caso, a corrupção) e em ameaça à boa ordem das coisas se traduz neste principal componente político: salvação comigo e/ou danação “sem migo”.

Mas a paranóia não está apenas em Protógenes, mas em todos que nele acreditam e vêem no episódio a suposta perseguição como mais um elemento de uma grande conspiração. Refiro-me ao “mão peluda” e aos seus seguidores na fé paranóica: todos e cada um convertem-se a todo momento no homem absoluto ou homem único (Prótegenes, o que fala em pé de igualdade com o todo-poderoso presidente dos EUA) e é em torno dessa entidade salvífica que tudo deve girar e a qual está relacionado tudo o que ocorre.

Cristal disse...

Nariz!

Quando o Proxenet...ôpa! digo, Protógenes, começar a rasgar nota 100 reais aí sim acredito que está maluco, caso contrário é pura conveniência.

Angelo disse...

A opinião do Reinaldo Azevedo sobre o cara está fazendo cada vez mais sentido: ele quer é a imunidade parlamentar para postergar sua futura condenação. Por isto fica posando de "perseguido pelo sistema", apelando para cartas absurdas enquanto se mostra em palestras com a Heloísa Helena...

Que nojo!!!!

marie tourvel disse...

Foi exatamente o que escrevi hoje em meu blogue, Nariz. ELE NÃO RASGA DINHEIRO, RASGA? E olha que isso eu posso garantir.

Ranzinza disse...

Muito bom este comentário

dora disse...

É isso aí NG,corretíssimo....de maluco ele não tem nada, isso é só teatro.