sexta-feira, 10 de abril de 2009

Louco de ocasião

Expedito Filho, em matéria para a Veja desta semana, comentando o depoimento de Protógenes na CPI dos grampos:

"É fácil entender por que o delegado preferiu o silêncio diante das suspeitas que o cercam. Por que ele armazenava investigações clandestinas sobre Dilma Rousseff, o ex-ministro José Dirceu, o presidente do Supremo Tribunal Federal, entre outras autoridades? Por que ele guardava gravações ilegais de jornalistas? Sem respostas, amparado por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, o delegado preferiu se calar porque os arquivos, encontrados em seus computadores, são provas materiais de seus crimes. E elas não param de surgir."

Concordo. Mas alerto que esta não é a única razão para o silêncio. Afinal de contas, se provas materiais já foram encontradas, o delegado está enrolado e ponto. É de se pensar, então, que algo mais o estimula a manter o bico fechado, certo? Mas o que realmente me interessa é que o Protógenes deste parágrafo encontra-se em pleno domínio de suas faculdades mentais. Muito diferente daquele que nos é apresentado no final da mesma matéria:

"Espera-se que a PF consiga dar à Satiagraha um mínimo de lógica e que ela produza provas reais contra malfeitores, e não apenas divagações lisérgicas de Protógenes e seus mentores. Será muito ruim para o Brasil se o preço do destrambelhamento e das ambições políticas do delegado Protógenes for a impunidade de criminosos como Daniel Dantas.

Pela santinha querupita!

Não há nada de "lisérgico" ou alucinado no comportamento de Protógenes de Queiroz. Adotar como linha de investigação muito do que certo jornalismo histérico apresenta como um complô entre a "grande mídia" e Daniel Dantas - só para ficar em um exemplo - foi uma decisão tão racional e calculada quanto aquela que o manteve calado diante da CPI. E é inaceitável que parte da imprensa siga sustentando a versão de que, volta e meia, Protógenes sai da casinha. Que coisa mais ridícula!

Protógenes não é, já disse outro dia, louco. Protógenes é um delegado experiente que sabia muito bem que, ao cometer tantas sandices, estava correndo o risco de melar a operação Satiagraha - e melar a ponto de acabar livrando a cara de Daniel Dantas. Protógenes é um megalomaníaco esperto que tentou sentar em duas cadeiras, acabou abandonado por todos e, agora, tenta salvar a própria pele à base de ameaças. Esperto sim, senhores. Tanto que está fazendo imprensa, parlamentares e futuros eleitores de bobos.

3 comentários:

Rogério disse...

"Though this be madness, yet there is a method in't", como diria o Polonius desconfiando do Hamlet. (Cada país tem o "Hamlet" que merece, e esse aí é um personagem de chanchada.) Beijo, Nariz.

Marcelo disse...

Bom, é um chavão e já bem velho, mas lembrando o Alborghetti, vamos dar uma nota de 100 para o delegado protógenes e ver se ele rasga ou vamos ver se ele come m... !

De louco este cara não tem nada. Tanto que vai querer ser eleito qualquer coisa e ter "impunidade paralementar"!

Chesterton disse...

Esperteza demais é bobagem. Acho que ele passou do ponto, mas, no Brasil, que não é sério, talvez escape, e aí você terá razão. De qualquer modo, pelo que você diz, ele não é neurótico, é um psicótico.(rs)