segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Surpresa na aldeia

Com um quadro ainda muito imprevisível - no cenário onde o percentual de indecisos é menor, eles estão na casa dos 23 % - a pesquisa do Instituto Mapa o governo de Santa Catarina, publicada no DC de hoje, trás uma ameaça e uma certeza.


A ameaça: Ideli Salvatti vai muitíssimo bem - o que nos mostra que, conforme já avisei inúmeras vezes por aqui, ética não é tema de campanha. E isto, o bom desempenho da senadora não me deixa mentir, é verdade também nos lugares onde o índice de escolaridade é mais alto. A situação confortável de Ideli Salvatti por essas bandas é, antes de mais nada, um sinalizador para disputa pelo o Governo Federal - arrumem outra arma para atingir o PT porque ética, meus filhos, não cola.

A certeza: o PMDB vai acabar perdendo a possibilidade de ser cabeça-de-chapa da tríplice aliança - equação meritosa do atual governador, que reuniu PSDB, DEM e PMDB para derrotar o PP dos Amin em 2002. E vai perder esta possibilidade simplesmente porque sua ala mais antiga insistiu em fazer de Eduardo (quem?) Pinho o pré-candidato preferencial da sigla. Durante o primeiro semestre, o partido queimou todo o seu espaço em televisão para tentar alavancar a candidatura de Eduardo (quem?) Pinho. Deixou, com isso, de reforçar a imagem de Dário Berger - prefeito de Florianópolis e especialista em abater aquela esquisitíssima coligação regional formada pelos Amin e o PT. O tamanho do erro se mostra agora: mesmo com toda a mídia, Eduardo (quem?) Pinho tem menos musculatura que Berger.


Bem mais espertos, DEM e PSDB não perderam tempo com azarões. Trataram de utlizar seu espaço na TV para popularizar o tucano Leonel Pavan e o democrata Raimundo Colombo. Potencializaram, portanto, nomes que estão em evidência - Pavan é o vice-governador; Colombo está no Senado. Nenhuma das duas siglas insistiu em ressuscitar moribundos - e é por isso que ambas aparecem, agora, muito bem colocadas. Se terão condições de levar o pleito para o segundo turno é que são elas.

A força da deputada Angela Amin - que, muito provavelmente, virá abraçada com Ideli Salvatti - é, no entanto, indiscutível . A menos que a tríplice aliança queira entregar a chave do Palácio da Agronômica para os Amin, é bom avaliar bem as possibilidades. Separados no primeiro turno, os componentes da triplice têm condições de levar a disputa para o segundo? Eu acho que não. E aí, o que hoje parece uma situação aparentemente confortável, de três bons candidatos, vai resultar numa derrota acachapante: veremos o PT, com Ideli Salvatti vice de Angela Amin, chegar ao governo de Santa Catarina.

Um comentário:

PoPa disse...

E por aqui, no RS, Tarso está na frente - e bem na frente - pelo Ibope. Não dá para desprezar pesquisas portanto, algo está muito errado! Dá vontade de largar tudo e ir para o Uruguai...