segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Enfim, um homem moderno

Isso mesmo: moderno - e não pós-moderno. Enfim, um homem livre da insuportável  nostalgia rousseauniana que anda infestando os corações e mentes deste século XXI.

Falo de Bjorn Lomborg, o cientista político dinamarquês entrevistado para a última edição da Veja.

Como eu, Lomborg acredita que a ciêcia é o único caminho possível - inclusive para resolver problemas criados pela própria ciência desde que suas conquistas desaguaram naquilo que conhecemos como Revolução Industrial. Ele não nega o aquecimento global. Nega a importância que se atribui ao fato - e critica a  indústria que se criou em torno desta bandeira.

Vale a pena destacar alguns trechos:

"A maioria das coisas que se veem por aí é marketing. É o chamado banho verde. Estão fazendo economia de energia como sempre fizeram, desde o início do século XIX, de quando datam as estatísticas. Todas as empresas, em todos os lugares, inclusive nos Estados Unidos e na Europa, vêm reduzindo o desperdício de energia. (...) Cada vez que conseguem essa redução, anunciam que estão economizando CO2. Mas é óbvio que o que estão economizando são dólares. Não há nada de errado nisso. Só não devemos achar que elas estão salvando o planeta."

"Nos últimos 150 anos, o nível do mar subiu 30 centímetros. Pergunte a uma pessoa muito idosa quais as coisas mais importantes que aconteceram no século XX. Ela vai mencionar as guerras mundiais, ou talvez a revolução tecnológica. Sua resposta não vai ser que o nível do mar subiu."

"Resumindo: organizações verdes querem mudar a natureza humana, dizendo que não se deve querer ter ou gastar mais. É muito difícil mudar a natureza humana. Prefiro mudar a tecnologia. Assim, poderemos fazer o que quisermos, mesmo emitindo CO2. "

"Fala-se muito em aquecimento global. Mas as pessoas de verdade  têm problemas mais urgentes. A maioria das pessoas nos países em desenvolvimento, ou três quartos da população mundial, quer saber como sobreviver até a semana que vem."

Pragmatismo, racionalismo e fé na ciência. Bjorn Lomborg é  um sujeito que ama a nossa civilização - e respeita os caminhos que nos trouxeram até aqui. Sim, ele vai para o trabalho de bicicleta. Mas, parodiando Voltaire,  não quer volta a andar de quatro ou viver em árvores.  Gostei do cara.

8 comentários:

Da C.I.A. disse...

O que é inaceitável na entrevista é haver uma questão sobre o ClimateGate perdida, como se fosse qualquer outro assunto de que se tem conhecimento amplo. Oras, se a VEJA não trouxe nenhuma, NENHUMA reportagem sobre o assunto, é de se imaginar que muitos leitores não fazem idéia do que se trata.

João Marcos disse...

Isso é miopia total...

“Nos últimos 150 anos, o nível do mar subiu 30 centímetros. Pergunte a uma pessoa muito idosa quais as coisas mais importantes que aconteceram no século XX. Ela vai mencionar as guerras mundiais, ou talvez a revolução tecnológica. Sua resposta não vai ser que o nível do mar subiu.”

Faça esta mesma pergunta para uma pessoa, muito velha, de Touvalu em 150 anos... epa.. vc não ira achar uma pessoa muito velha de Touvalu porque este pais/ilha não existirá mais.

A ciencia criou o problema (correto).. a ciencia tb corrigirá o problema (tb correto), mas se a mentalidade da população não alterar, o impeto de mudar a ciencia tb não altera.. até ser (talvez) tarde demais.

Pura miopia esse cara!!! Fala sério!

Mario Fontes disse...

Não se deve tratar o assunto de forma apaixonada, como se estivéssemos falando sobre futebol. Procurem se informar melhor. Assistam ao documentário "The Great Global Warming Swindle". Uma versão legendada em protuguês do Brasil está disponível em http://agfdag.wordpress.com/videos/.

Alê disse...

-
Nariz e leitores;

Se vc gostou desse dinamarquês, provavelmente tb vai gostar muito do artigo de um economista brasileiro, Joel Pinheiro da Fonseca, que aborda a questão do aquecimento através de uma perspectiva liberal e sensata.
Escrito em português inteligível, vale a pena dar uma clicada -> http://vqv.me/27K

Alê
-

Robbiate disse...

A verdade sobre o clima não está nem com as ONGs radicais que parecem querer nos levar ao tempo da pedra lascada,nem com USA/China que em nome do crescimento econômico e do seu egoismo acham que podem emporcalhar o mundo.
Devemos ter consciência que assim como os sindicatos estas ONGs sobrevivem com doações que são proporcionais ao "barulho" que fazem,portanto tendem a exagerar o problema ambiental.
O que não consigo entender é como nós que sequer tratamos o esgoto de nossas cidades,queimamos o território de alguns paises todos os anos,temos favelas que nos remetem à epoca do descobrimento do Brasil,queremos passar ao mundo uma imagem de paladinos do desenvolvimento sustentavel.

rafernandes disse...

Nariz,

Eu também gostei do cara. Entretanto, o comentário que ele fez sobre o nível do mar ter subido 30cm nos últimos 150 anos me fez lembrar de um troço que tem me incomodado demais nos últimos tempos: é a "chutomania". Todo mundo chuta uma estatística, vomita uns dados e ninguém questiona. Só porque está escrito em algum lugar, a informação adquire uma aura de verdade. Sei que nem sempre é viável ou apropriado mas quem cita um dado tem a obrigação de citar a fonte, nem que seja numa minúscula notinha de rodapé. Por exemplo, de onde saiu essa de que o nível do mar subiu 30cm nos últimos 150 anos? Quem mediu? Que tecnologia, +/- em 1860, estava disponível para uma medição dessas? Sei lá....o cara é legal, mas nessa ele queimou a rosca pois cheirou a chute!

rafernandes disse...

Leio nos jornais e vejo nas TVs o assalto do frio ártico em todo o hemisfério norte. Nevascas e frio como nunca houve nos últimos 50 anos, segundo os dados da meteorologia mundial.

E a turma do "Global Warming" quietinha, quietinha......que frande!!!!

rafernandes disse...

corrijo a última palavra do meu post anterior: fraude