domingo, 14 de março de 2004

Espanha e a Síndrome de Estocolmo

A Espanha acaba de deflagrar um novo fenômeno psicosocial: a Síndrome de Estocolmo Coletiva.

Transtornados pelos atentados da última quinta-feira, os espanhóis não foram capazes de romper com o cenário armado pela Al Qaeda. Passaram, ao contrário, a compactuar com este cenário, dando aos seus algozes a resposta exata por eles pretendida.

Ao ir às urnas, o povo espanhol não considerou os ótimos avanços do governo Aznar, realizados nos últimos oito anos, na contenção do terrorismo doméstico personificado pelo ETA. Não considerou, também, que - diante do quadro eleitoral apresentado antes dos ataques - levar o PSOE ao poder significava, em última análise, atender às reivindicações da Al Qaeda.

Estarrecido, o povo da Espanha permitiu que a maior organização terrorista de todos os tempos lhe determinasse o destino.

Com isso, a Al Qaeda obtém uma vitória muito maior do que aquela conquistada em 11 de setembro de 2001: está, agora, no comando político de uma nação européia.

Em meio às comemorações por esta conquista, os fanáticos membros desta organização já devem estar, certamente, pensando em qual será a próxima nação a ser posta de joelhos.

É de se esperar que a Europa acorde antes que a situação seja irreversível. É de se esperar que o velho mundo não delegue apenas à Inglaterra e aos Estados Unidos a tarefa de enfrentar o problema da única maneira que é possível fazê-lo: com coragem. Coragem e amor pela civilização ocidental.

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