quinta-feira, 30 de março de 2006

Querer não é poder.

No final da tarde de ontem surgiram rumores de que Roseana Sarney estaria cotada para ocupar o lugar de vice na chapa de Geraldo Alckmin à presidência da República.

Logo apareceu o senador Jorge Bornhausen (SC), para avisar a Ricardo Noblat que Roseana não é candidata à presidência, mas ao governo do Maranhão. O que ela e o PFL querem é o apoio do PSDB.

Pois o presidente do Diretório Estadual do PSDB do Maranhão, Deputado Federal Sebastião Madeira - também presidente nacional do Instituto Teotônio Vilela, órgão de formação política do PSDB - avisa que é impossível ao PSDB do Maranhão aliar-se à Roseana Sarney.

Falando do Rio de Janeiro, onde está cumprindo agenda partidária, o Deputado comentou por telefone:

"Nunca cogitamos tal hipótese, até porque, desde a sua fundação, o partido faz oposição ao grupo controlado pela família Sarney. Destaque-se que pela primeira vez na história recente do Estado, todos os partidos de oposição ao grupo sarneyzista estão unidos e coesos, consumando a Frente de Libertação do Maranhão há mais de um ano. O PFL e o PSDB do Estado vivem uma realidade totalmente diferente do quadro nacional. O PSDB do Maranhão entende que a miséria, a desigualdade, o atraso por que passa sua população, deve-se tão somente a esse método excludente de se fazer política adotado pelo consórcio liderado por José Sarney há mais de 40 anos. O compromisso do PSDB é com a ética, o zelo com a coisa pública, com os princípios da democracia. Acreditamos que estes são os pilares capazes de sustentar o acesso igualitário à justiça social, desenvolvimento e crescimento econômico, princípios ausentes por muito tempo no estado do Maranhão tanto quanto na caótica, corrompida e incompetente administração pública que o atual governo federal submete a todos nós, brasileiros."

Ou seja: querer é livre. Levar é mais complicado.

6 comentários:

Renato Martins disse...

O Blog Minuto Político já tinha publicado essa sandice entre Roseana Sarney e Alckmin duas semanas atrás. Parece orquestração. Alckmin vem costurando um acordo nacional com o PMDB. Visitou o PFL, diagnosticou as pretenções dos seus principais, atualizou seus colaboradores e vem dizendo em alto e bom som que o Manda-Brasa é da família, é o primo. Já dissemos anteriormente que o Brasil que tem vergonha na cara deve receber adesão e nunca ao contrário. Pois bem, PSDB-PMDB-PFL é a coligação coerentemente equilibrada para governar com maioria em bases honestas, às claras, de frente para o povo brasileiro. Acomodados Maia, Garotinho, Quércia e os Sarney, que os bons ventos tragam Michael Temer para a chapa de Alckmin.
Sabemos que as alterações de rumo que previlegiem as ações de resgate social e capacitação das camadas mais pobres só deixarão de serem barradas por "circunstâncias macro-econômicas" se forem negociadas hábilmente por um governo com um mínimo de credibilidade e apoios importantes no cenário internacional.

Nina disse...

O Brasil é tão grande e tão cheio de problemas que a gente, no "sul maravilha", às vezes se esquece do que acontece pelos rincões do interior nordestino. O Maranhão conseguiu o menor índice de IDH do país. Não se justifica quando se conhece as riquezas do estado: grande produtor de soja, pólo siderúrgico exportador de ferro-guza, criação de gado, turismo com opções ricas, não existe seca, enfim, um sem-número de condições naturias mais favoráveis do que em outros estados.E ainda assim tem o menor IDH. Não é à toa que a região do sudoeste - a que mais produz riqueza e a que menos recebe investimentos oriundos da capital querem a separação. Quanto a essa picuinha, tem cheiro, rastro, nome e sobrenome: a própria, por algum motivo: ou medo de perder a eleição no estado, já que bem informada, NG conseguiu nos passar o outro lado - sei não, mas a união de todos contra um, conforme disse Nariz, inédita, deve representar alguma ameaça para a eleição dela; ou uma vontade enorme de atingir o partido do Alckmin, já que ela credita a eles a sua desgraça no caso Lunnus (como se o $$ exposto tivesse sido plantado por eles).Se fosse eu Geraldo Alckmin, declararia sem medo nenhum que dessa senhora não gostaria de receber nem o seu voto. Aliás, NG, você anda investigativa e perspicaz, bem que poderia conseguir a opinião do Alckmin sobre esse boato, afinal o nome dele foi mencionado, não importa se o PFL já desmentiu. Será que ele tem coragem ou tem medo de se indispor com o Pefelê? Resta saber se o Bornhausen morre ou não de amores por Roseana...Se ela for persona non grata, o Alckmin pode até faturar com esse fiasco....

Jorge Nobre disse...

O que é levar política muito a sério?

É dizer: "O PSDB do Maranhão entende que a miséria, a desigualdade, o atraso por que passa sua população, deve-se tão somente a esse método excludente de se fazer política adotado pelo consórcio liderado por José Sarney há mais de 40 anos".

Mas eu detesto Sarney. Sarney foi o homem que nos deixou um Estado inchado de barnabés petistas e uma constituição monstrengo (nisso, Ulisses e os Tucanos foram os maiores culpados - mas Sarney teve boa parte da culpa também). Sarney foi o homem que criou condições para Collor ser eleito e transformou o PT de um grupinho pitoresco num partido de grande porte, de tão ruim foi seu governo.

Mas o tucaninho lá do Maranhão parece não ser muito melhor. Acreditar que o problema é o Estado ser dirigido por gente ruim e a solução é o Estado passar a ser dirigido por gente boa (a ideologia de todo mundo no Brasil) é que está afundando cada vez mais o Brasil.

araujo disse...

Esse boato ( não passa de boato) que O PFL teria posto o nome de Roseana na mesa de negociações para vice de Alkcmin, é uma "cruzeta", como se diz no Maranhão, do grupo controlado pelo senador José Sarney para se valorizar. Ele já sentiu que o barco de Lula começou a "fazer água" e faz desse implante na imprensa, sinal para para uma possível conversação.

A situação do PSDB e PFL no Maranhão é muita distinta da nacional. Os dois não se misturam. Não é nada pessoal, a questão é que o grupo do senador Sarney controla o Estado há mais de 40 anos e isso não tem sido bom para o Estado que ostenta os piores índices sociais do país.

Para mudar essa situação o presidente estadual da legenda Sebastião Madeira se juntou á Frente de Libertação do Maranhão, que reúne vários outros partidos,em torno do candidato Jackson Lago (PDT).

O PSDB do Maranhão não quer saber de conversa com "os Sarney" e certamente a Executiva Nacional vai entender essa posição.

Deadoc disse...

Nariz Gelado,
Quanta desilusão mostra o comentário do senhor Jorge. Será que é por causa da recente história política do Brasil, leia-se: anos Lula/PT e seu desgoverno? É uma pena sentir-se assim. Se não exigirmos que uma das soluções é o país ser administrado por pessoas de bom caráter - no mínimo - quer dizer que merecemos realmente Lula, Sarney, ACM, Garotinho, Estrela Vermelha, Cachoeira, Bingos, Furnas, Dirceu, Foice e Martelo, Quércia? O Brasil que eu mereço pois trabalho muito, entrego um bocado de impostos para os governos em todas as suas instâncias, não. O Brasil que nós merecemos deve ser administrado por pessoas de bem. São poucas. Raras no meio, concordo. Mas existem. Por isso voto de consciência tranquila. Seu Jorge, o meio político precisa de pessoas assim, de caráter "Nobre". Participe, para sair da retórica e passar para ação.

Marcos C. disse...

Nariz Gelado ainda bem que o presidente do Diretório Estadual do PSDB do Maranhão, Deputado Sebastião Madeira já adiantou que é impossível o PSDB se aliar a Roseana. Espero que seja verdade. Que Roseana e seu pai, o senador pelo Amapá (uma indecência política que nunca irei entender) continuem aliados de Lula e afundem com ele.