terça-feira, 25 de julho de 2006

Fogo amigo

Quem lê a sabatina da Folha com Eduardo Suplicy não tem a menor dúvida de que o PT vai dar nota zero para o senador. É que na tentativa de se descolar dos escândalos que envolvem seu partido, Suplicy acaba fazendo aquilo que nem Roberto Jefferson, no auge fenomênico daqueles instintos primitivos, arriscou fazer: comprometer o presidente Lula.

Lá está o senador- assim, sabem, com aquele jeitinho de sempre? - dizendo que o Lula sabia do mensalão. A única dúvida de Eduardo Suplicy diz respeito ao quanto Lula sabia: "Qual o grau de extensão que ele sabia é justamente isso que eu gostaria e ele pudesse nos transmitir, e da forma mais aberta e transparente", diz o pai do Supla.

E tem mais: o senador quer o presidente Lula fale francamente sobre a questão da Gamecorp e acha que as explicações fornecidas por José Dirceu - e, de um modo geral, pelos petistas envolvidos naquela denúncia do Procurador Geral da República - carecem de esclarecimento.

Agora é só esperar até o final do dia, para ver qual será a declaração pouco amistosa que Ricardo Berzoini vai disparar contra Suplicy - o atual presidente do PT tem sido mordaz ao censurar publicamente petistas que se dedicam a um fogo amigo.

3 comentários:

Robson disse...

Pois é NG...
Um, é uma máquina de produzir bobagens; outro, parece ter dislexia verbal, para dizer o mínimo; outro ainda tem criatividade mórbida ao substituir "caixa 2" por "recursos financeiros não contabilizados".
Não é sem motivos que o candidato deixou de usar as cores e símbolos de seu partido e que o partido tenha recomendado - sem êxito - que o candidato calasse a boca.
Durma-se com um barulho desses...
Abraços
Robson

O Direitista disse...

Mesmo criticando Lula, Suplicy cumpre uma função. Não é por acaso que ele é petista, que não deixou o partido e que vota em Lula.

Ao condenar os métodos do presidente, Suplicy exerce uma espécie de "ocupação dialética" de espaços. O PT não quer apenas o governo, mas também os espaços da oposição, dos sindicatos, dos jornais, das ONGs, dos MST da vida e até das empresas.

O objetivo do Partido é a submissão de toda a sociedade ao Partido único. Suplicy serve esta causa (consciente disso ou não, não importa) ao criticar o governo e apoiá-lo ao mesmo tempo (ele por acaso não recomenda o voto contra Lula, não é mesmo?). Se o PT atingir seus objetivos, Suplicy cairá vítima de sua própria ideologia, assim como Trotsky caiu vítima de Stalin, rejeitando jogar o exército vermelho contra o Partido que, segundo sua ideologia marxista, representava o proletariado.

recasampa disse...

Pesquisa nova do IBOPE. Vamos que vamos!!!!!