domingo, 7 de outubro de 2007

Franklin para os íntimos

"Não é missão da imprensa puxar a sociedade pelo nariz para lá ou para cá."

A declaração acima é de Franklin Martins. Foi feita em junho último, quando ele participou da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, a fim de defender a proposta da TV Pública.

Com tal declaração, Martins pretendia criticar aquilo que ele chamava de "excesso de opinião em material jornalístico". "Democratizar a mídia" e "desvincular a informação dos interesses comerciais" foram outros termos bonitos utilizados, então.


Reportagem de hoje da Folha de S.Paulo, contudo, revela que a TV Pública nasceu da vontade de Lula em ter controle sobre a informação. A cobertura do dossiegate, na reta final do primeiro turno da eleição de 2006, foi o fator determinante para que o presidente decidisse criar uma rede pública de TV. Também o destaque que a Globo deu para a sua ausência no debate do primeiro turno, teria motivado o projeto.

Esta é a perspectiva que fornece a tradução exata para as palavras com as quais Franklin Martins tem defendido a TV Pública diante de seus ex-colegas: "desvincular a informação dos interesses comerciais" - para vinculá-la aos interesses governistas. Ou, se preferirem: "não é missão da imprensa puxar a sociedade pelo nariz para lá ou para cá" - deixem isso para o governo.

4 comentários:

Verbo Demolidor disse...

NG

Ainda sou da opinião que este tipínho de Goebbels nos dias de hoje só faz a cabeça de Chauíetes e Pomaretes.

Ainda vai ter muito terreno que o Franklin pisará cujos pántanos e areias movediças ele desconhece por completo.

Até aquele projeto de ditador de republica de banana ja esta revendo aquela concesão de TV.

O povo não topa ideologia. Prefere Novela e Trapalhões.

Tira isto deles e vc verá quão rápido o Apedeuta perde popularidade.

Abraço

Verbo Demolidor

Sharp Random disse...

Na minha visão que conhece do panorama político mais pela captação das noúres (correntes de pensamento descritas por Pietro Ubaldi) do que pela leitura metódica das fontes, o passivo de escândalos originados na cúpula petista, a mistificação da arte de governar pelo abuso do marketing, a locupletação descarada do PT sobre o Estado e para encurtar, um plano de governo nítida e exageradamente vinculado ao longo prazo evidenciam uma burrice política descomunal.
Farta munição para a desconstrução da popularidade de Lula e do sucesso da adminstração petista. Me recuso a crer que um partido que tenha se obstinado pelo poder durante tanto tempo se dê ao luxo de prescindir dele visando retomá-lo em 2014 numa espécie de volta triunfal. É ilógico. Não há realização concreta suficiente que banque isso.
A "TV Lula" será nosso Chavismo subliminar.
O povo "tem que querer" a continuidade de Lula às custas da adaptação da regra democrática.
A imprensa, de um modo geral, por não poder avançar muito além do fato se adaptou nesse agora jargão de retorno em 2014. Pura conveniência.

Ranzinza disse...

Nariz Gelado,

O que mais me preocupa nesta cruzada petista contra a liberdade de expressão e contra o "excesso de opiniões" de uma sociedade livre não é bem a criação da TV pública.

O que me preocupa é o passo seguinte, que você pode anotar aí: a TV pública tem tudo para ter índices de audiência inexpressivos. Isto os petistas não vão aturar, pois aí esta TV não vai ser suficientemente influente. Eles vão querer atingir as massas.

Isto é que me preocupa. Qual será o próximo passo?

paulo leme disse...

pegou o cerne da questão, Nariz
Lula,
(escoltado por Franklin
e outros q se prestam para o papel)
acha q o rebanho é dele e de mais ninguém,